Boletim Semanal sobre Tendências de Mercados Ano XVII 07/setembro/2015 n. 591 AÇÚCAR EM NOVA YORK ASSUME VANTAGEM SOBRE PREÇOS DO HIDRATADO EM RIBEIRÃO PRETO A finalização da primeira semana de setembro tem sido marcada pela perda de vantagem do etanol hidratado negociado no mercado físico brasileiro frente ao açúcar bruto negociado na bolsa de Nova York já com os devidos descontos de frente, elevação e fobização. A perda da vantagem do hidratado, cotado em centavos de dólar por libra-peso foi efetivada ainda na quartafeira, dia 02, quando o mesmo equivalia a US$/cents 9,07 a um câmbio de R$ 3,762. Neste mesmo dia o açúcar bruto de Nova York era cotado a US$/cents 10,77 e equivalia a US$/cents 9,20 dentro da usina, o que representava uma desvantagem de 1,45% frente ao preço do etanol hidratado negociado no mercado físico brasileiro, igualmente colocado dentro da usina. No dia seguinte, na quinta-feira, dia 03, houve a forte valorização de 5,68% do açúcar bruto de Nova York que encerrou o pregão cotado a US$/cents 11,34. Com os descontos habituais de elevação, frete e fobização ele equivalia, dentro da usina, ao valor de US$/cents 9,81. Neste meio tempo o etanol hidratado se manteve firme a R$ 1,37 o litro na região de Ribeirão Preto que, com um câmbio em R$/USD 3,7600, equivalia a US$/cents 9,07. Conseqüentemente a desvantagem do etanol hidratado contra o açúcar de Nova York foi ampliada de -1,45% para -7,52% em um único dia. O detalhe é que durante todo o pregão o câmbio se manteve junto a faixa de R$/USD 3,80 o que tenderia a ampliar ainda mais a desvantagem do hidratado (eventualmente para a
nº 591 ano XVII 07/setembro/2015 para a região Centro-Sul do Brasil atualizados por parte da Unica. Neste sentido a estimativa da SAFRAS & Mercado é que a segunda quinzena de agosto seja marcada por mais um momento de queda acentuada na produção de açúcar e de ganhos marginais anuais na colheita de cana. Para o açúcar os dados devem trazer uma produção de 2,8 milhões de toneladas da commodity durante a segunda metade de agosto (-7,23% em termos anuais e -2,17% na margem). Este volume esperado de 2,8 milhões de toneladas elevaria o montante total acumulado da safra para o patamar de faixa de -8,59% com um câmbio de R$/USD 3,80). É interessante lembrar que a pressão de desvantagem do hidratado é forte não somente pela via cambial onde o dólar, apesar de ter recuado para a faixa de R$/USD 3,76 ao final do dia, tende claramente a se consolidar junto a região de R$/USD 3,80. Além do câmbio existe a pressão de alta por parte do açúcar bruto de Nova York o qual tende a se consolidar junto a faixa de US$/cents 11,35 como visto no decorrer da quinta-feira. Juntos, o câmbio e as cotações do açúcar bruto de Nova York tendem a manter o etanol hidratado negativamente pressionado frente ao açúcar resultando em uma eventual queda na oferta do mesmo, ainda mais quando o real desvalorizado também aumenta as exportações do açúcar brasileiro via competitividade cambial. Logo, as usinas terão dois importantes motivos para optar pelo açúcar durante a escolha do mix de produção no decorrer desta segunda metade da safra 2015/16 no Centro-Sul do Brasil. Produção de Açúcar no CS tende a cair durantea segunda metade de agosto Após a virada entre agosto e setembro devem ser conhecidos os números de moagem durante a segunda metade de agosto 19,16 milhões de toneladas de açúcar (-8,52% em termos anuais e +17,12% na margem). Pelo lado da cana-de-açúcar esperamos uma colheita de 46 milhões de toneladas. Este montante se mostra 3,05% inferior as 47,44 milhões de toneladas colhidas no mesmo momento da safra anterior. Na margem significa uma queda de 2,97% em comparação da produção das 47,4 milhões de toneladas da quinzena imediatamente anterior. Mesmo com uma desaceleração em termos de volume, a moagem quinzenal de cana foi o suficiente para neutralizar a queda observada nos volumes acumulados da safra. As 46 milhões de toneladas de cana moídas durante a segunda quinzena de agosto deverão elevar a produção acumulada da safra 2015/16 para o patamar de 372,79 milhões de toneladas de cana. Com isto a defasagem em relação a safra anterior foi neutralizada passando para um avanço marginal de 0,03% sobre o volume de 372,69 milhões de toneladas acumuladas até o mesmo período do ano anterior. Na margem teremos um crescimento acentuado de 14,08% no volume total de cana moída Direcionando a ótica de análise para a produção de biocombustíveis, entendemos que a fabricação de anidro no CURSOS SAFRAS Gestão Estratégica na Comercialização de Acúcar e Etanol 13 de agosto de 2015, São Paulo/SP Inscreva-se em www.safras.com.br e-mail: eventos@safras.com.br fone: 51 32909200 por fax: 51 32249170
Nº 815 nº 591 Ano ano XV XVII 18/setembro/2014 07/setembro/2015 período deverá chegar a 800 milhões de litros (-16,68% em termos anuais e - 10,23% na margem) elevando o volume total acumulado ao patamar de 5,97 bilhões de litros até o final da segunda quinzena de agosto (-14,44% em termos anuais e +15,46% na margem). O etanol hidratado deverá ter uma produção quinzenal de 1,3 bilhões de litros (+1,10% em termos anuais e +2,00% na margem) elevando o volume acumulado total da safra para a faixa de 10,46 bilhões de litros (+14,23% em termos anuais e +14,18% na margem). Estes valores todos elevarão a oferta total de etanol durante a segunda quinzena de agosto no Centro-Sul para o patamar de 2,10 bilhões de litros (-6,50% em termos anuais e -3,03% na margem). No acumulado da safra a oferta total de etanol deve chegar a 16,43 bilhões de litros (+1,83% em termos anuais e +14,65% na margem). O mix de produção deve oscilar ao redor de 56% da cana para a fabricação de etanol e 45% para o açúcar. De modo geral a desvalorização do real frente ao dólar deve incentivar as usinas á fabricação de açúcar pelo aumento das exportações deste e pela queda na vantagem remunerativa do hidratado sobre as cotações do açúcar bruto de Nova York.
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