Epidemiologia das substâncias psicoativas



Documentos relacionados
Epidemiologia das substâncias psicoativas

MÓDULO 2. Neste módulo você conhecerá a epidemiologia do consumo de substâncias psicoativas e os padrões de consumo do álcool e crack.

Epidemiologia das substâncias psicoativas

Capacitação sobre crack, álcool e outras drogas com enfoque biológico, psicológico, social e político

Padrões de Uso e Epidemiologia do Consumo de Substâncias Psicoativas

Antes de conhecer algumas informações fornecidas pela Epidemiologia, vamos relembrar alguns conceitos:

MÓDULO 3. Você aprenderá algumas das características dessa estratégia, assim como suas funções, componentes e ações relevantes.

O USO DO ÁLCOOL ENTRE OS JOVENS: HISTÓRIA, POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS, CONSEQÜÊNCIAS SOCIAIS E TRATAMENTO.

Perfil do usuário de crack no Brasil

Plano terapêutico e monitoramento em gerenciamento de casos

I Jornada de Saúde Mental do Vale do Taquari: Crack e outras drogas: perspectivas na abordagem psicossocial

Componentes e ações essenciais no gerenciamento de casos.

Consumo de álcool por adolescentes e gênero. Tatiane Vilela Coelho Raínne Costa Sousa

Senado Federal. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas SENAD Ministério da Justiça

Consumo de bebidas alcoólicas e seus efeitos

Suplementar após s 10 anos de regulamentação

VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA ou ADOLESCENTE

Educação em Saúde: Dependência Química. Módulo 1: A dimensão do problema das drogas no Brasil

A PROMOÇÃO A SAÚDE E PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS

Centro Regional de Referência ES. CURSO 1: Atualização sobre Intervenção Breve e Aconselhamento Motivacional em Crack e outras Drogas

Política Nacional sobre Drogas e o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas Crack, é possível vencer. SALVADOR/BA ABRIL de 2012

Diretrizes Consolidadas sobre Prevenção, Diagnóstico, Tratamento e Cuidados em HIV para as Populações-Chave

Universidade Federal do Vale do São Francisco Colegiado de Psicologia. Avaliando a atenção à saúde oferecidas pelo CAPS ad de Petrolina-PE

Como Prevenir e Tratar as Dependências Químicas nas Empresas?

ABUSO DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS, UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA. Senhor Presidente,

Carta de Campinas 1) QUANTO AO PROBLEMA DO MANEJO DAS CRISES E REGULAÇÃO DA PORTA DE INTERNAÇÃO E URGÊNCIA E EMERGÊNCIA,

I n f o r m e E p i d e m i o l ó g i c o D S T - A I D S 1

REDUÇÃO DE DANOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE

Equipe: Ronaldo Laranjeira Helena Sakiyama Maria de Fátima Rato Padin Sandro Mitsuhiro Clarice Sandi Madruga

ATENÇÃO À PESSOAS COM PROBLEMAS RELACIONADOS AO CONSUMO DE CRACK Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas DAPES - SAS- MS

Ins$tuto Nacional de Ciência e Tecnologia para Polí$cas Públicas do Álcool e Outras Drogas Consumo de Álcool no Brasil: Tendências entre 2006/2012

O Dep. Pastor Frankembergem pronuncia o seguinte discurso: Drogas. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

CORRELAÇÃO ENTRE CONSUMIDORES DE DROGAS LICITAS E ILICITAS EM UM CAPS II

ALCOOLISMO ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Protagonismo Juvenil 120ª Reunião da CNAIDS. Diego Callisto RNAJVHA / Youth Coalition for Post-2015

Os padrões de consumo de crack, álcool e outras drogas e alguns instrumentos de avaliação e codificação

Contexto. 74,3% dos usuários de drogas ilícitas estão empregados.

EIXO 2 PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS: PROPOSTAS APROVADAS OBTIVERAM ENTRE 80 e 100% DOS VOTOS

PROPAGANDAS DE CERVEJA: UMA RELAÇÃO DE CONSUMO E PRAZER PARA O PÚBLICO JOVEM

COMPANHIA HIDRO ELETRICA DO SÃO FRANCISCO

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

O que podemos aplicar no Brasil para avançar com a prevenção?

Rafael Vargas Presidente da SBEP.RO Gestor de Projetos Sociais do Instituto Ágora Secretário do Terceiro Setor da UGT.RO

Relatório Estadual de Acompanhamento Relatório Estadual de Acompanhamento 2008 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

LISTAS DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

O retrato do comportamento sexual do brasileiro

ÁLCOOL: UM MAL. Senhor Presidente,

O Consumo de Tabaco no Brasil. Equipe LENAD: Ronaldo Laranjeira Clarice Sandi Madruga Ilana Pinsky Ana Cecília Marques Sandro Mitsuhiro

Grupo de Apoio a dependentes químicos e a família Jamaica

QUESTIONÁRIO SOBRE ATENÇÃO À SAÚDE DOS IDOSOS

CRIMINALIDADE NO BRASIL DIAGNÓSTICO E CUSTOS

Avaliação das campanhas antitabagismo na mídia de massa

MS divulga retrato do comportamento sexual do brasileiro

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012

COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS DO SENADO FEDERAL. Brasília maio 2010

PROJETO DE PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS - VIVA MAIS

Governo lança campanha de prevenção dos riscos do consumo de bebidas alcoólicas Resultados das pesquisas:

Área: ,8km População

Mostra de Projetos 2011

Pacto Europeu. para a Saúde. Conferência de alto nível da ue. Bruxelas, de junho de 2008

TERMO DE INTEGRAÇÃO OPERACIONAL PARA INSTITUIR O FÓRUM PERMANENTE DE PREVENÇÃO À VENDA E AO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES

SEGURANÇA MUNICIPAL EM GUARULHOS DIAGNÓSTICO E PROJETOS

SITUAÇÃO DOS ODM NOS MUNICÍPIOS

Área: ,8km População

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MÉDICA: UM ESTUDO NA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB.

Cristina Almeida. Psicóloga escolar

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

ATUAÇÃO DA FAO NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Gerenciamento de Níveis de Serviço

CONSUMO DE ÁLCOOL E TABACO ENTRE ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA E FISIOTERAPIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

> Números da Childhood Brasil. 13 anos 6 programas próprios. 94 projetos apoiados. parceria com 54 organizações. R$ 34 milhões investidos na causa

Uso de Substâncias Psicoativas

11º GV - Vereador Floriano Pesaro PROJETO DE LEI Nº 371/2011

Estudo sobre o Uso de Drogas entre estudantes do Ensino Médio e EJA na Escola Estadual Silveira Martins/Bagé-RS

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

V LEVANTAMENTO NACIONAL SOBRE O CONSUMO DE DROGAS PSICOTRÓPICAS ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NAS 27

Informação e Prevenção na Internet. Ferramentas possíveis frente aos novos desafios no campo da prevenção

Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas

Saúde da mulher em idade fértil e de crianças com até 5 anos de idade dados da PNDS 2006

Você conhece a Medicina de Família e Comunidade?

PROJETO DE LEI Nº., DE (Do Sr. Roberto de Lucena)

EPIDEMIOLOGIA. CONCEITOS EPIDÊMICOS Professor Esp. André Luís Souza Stella

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Juruti

SEXUALIDADE E PREVENÇÃO ÀS DST E HIV/AIDS NA TERCEIRA IDADE

CONCEITOS E MÉTODOS PARA GESTÃO DE SAÚDE POPULACIONAL

Perfil do Consumo de Álcool

Ações de Prevenção nas empresas, baseadas em evidencias.

EPIDEMIOLOGIA DO USO DE ÁLCOOL NO BRASIL. José Carlos F. Galduróz* e Raul Caetano** EPIDEMIOLOGY OF ALCOHOL USE IN BRAZIL

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI Nº 3.761, DE 2004

Clipping Eletrônico - Terça-feira dia 30/12/2014

Vigilância Epidemiológica. Meio Ambiente e Saúde Pública Prof. Adriano Silva

5.1 Nome da iniciativa ou Projeto. Academia Popular da Pessoa idosa. 5.2 Caracterização da Situação Anterior

Serviço Social. DISCURSIVA Residência Saúde 2012 C COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO D A. wwww.cepuerj.uerj.br ATIVIDADE DATA LOCAL

Transcrição:

Epidemiologia das substâncias psicoativas Prof.ª Enf. Lorena Silveira Cardoso Mestre em Saúde Coletiva-UFES Membro técnico do CEPAD-UFES/CRR-UFES Profª Drª. Marluce Miguel de Siqueira Coordenadora do CEPAD-UFES/CRR-UFES Vitória 2015

PARA COMEÇAR A CONVERSA...

EPIDEMIOLOGIA

INTRODUÇÃO Conceitos fundamentais Epidemiologia A palavra vem do grego epideméion (aquele que visita): epí (sobre), demós (povo), logos (palavra, discurso, estudo). Etimologicamente, epidemiologia significa ciência do que ocorre com o povo.

Por exemplo: Quantas pessoas estão infectadas com o vírus da AIDS?, ou Quantas são fumantes?, ou, ainda, Quantas ganham salário mínimo?. São questões com a qual se preocupa a epidemiologia. 6

PALAVRAS QUE PODEMOS ASSOCIAR A EPIDEMIOLOGIA?

PALAVRAS QUE PODEMOS ASSOCIAR A EPIDEMIOLOGIA... FREQUÊNCIA OCORRÊNCIA ANÁLISE DE NÚMEROS ESTUDOS PREVALÊNCIA INCIDÊNCIA

O que é epidemiologia? Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com à saúde PEREIRA, 2001 Uma ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,, administração e a avaliação das ações de saúde

O que é epidemiologia? Três questões primordiais na Epidemiologia: Quem adoeceu? Ex.: Sarampo na infância; Onde a doença ocorreu? Ex.: Diarreia infecciosa e saneamento; Quando a doença ocorreu? Ex.: dengue no verão; MEDRONHO, WERNECK, PEREZ; 2008

Epidemiologia encontra respostas para questões como:

Prevalência É a proporção de casos existentes de certa doença ou fenômeno, em uma população determinada, em um tempo determinado. Por exemplo: Quantos fumantes havia entre os moradores da cidade de Vitoria em 2013?. Casos existentes: fumantes; população determinada: moradores de Vitoria; tempo determinado: ano 2013. 14

Prevalência nº de pessoas que usam crack População investigada 15

Incidência É o número de casos novos de uma determinada doença ou problema de saúde num determinado período de tempo, oriundos de uma população sob risco de adoecimento no início da observação; Por exemplo: Em 2015, quantos casos novos de fumantes houve entre os moradores da cidade de Vila Velha?. 16

Incidência nº de novos usuários de crack População MEDRONHO, WERNECK, PEREZ; 2008

Definições importantes Uso na vida Qualquer uso (inclusive um único uso experimental) alguma vez na vida. Uso no ano Uso, ao menos uma vez, nos últimos 12 meses que antecederam a pesquisa. Uso no mês Uso, ao menos uma vez, nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa. 19

Definições importantes Uso frequente Uso, em seis ou mais vezes, nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa. Uso pesado Uso, em 20 ou mais vezes, nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa. Uso abusivo Quando a pessoa começa a ter problemas físicos, mentais e sociais aparentes devido ao uso da substância. Mesmo que parcialmente, ela ainda consegue cumprir com suas obrigações cotidianas. 20

Finalizando as definições importantes... Dependência Quando a pessoa não mais consegue cumprir com suas obrigações cotidianas devido ao uso da substância ou aos efeitos adversos de seu uso ( ressaca ). Ela passa quase todo o tempo ou sob efeito da droga, ou curando a ressaca, ou tentando obter a substância. Resiliência- É a capacidade concreta de retornar ao estado natural de excelência, superando uma situação critica. Pessoas que têm a capacidade de retornar ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou estresse, ou seja, são dotadas de habilidades que lhes permitem lidar com problemas sob pressão ou estresse mantendo o equilíbrio emocional. 21

Objetivos dos estudos epidemiológicos na área de drogas Diagnosticar o uso de drogas em determinada população. Possibilitar a implantação de programas preventivos adequados à população pesquisada. 22

Tipos de estudos 1. Levantamentos epidemiológicos (fornecem dados diretos do consumo de drogas): domiciliares (pesquisam o uso de drogas entre moradores de residências sorteadas); com estudantes (alunos dos ensinos fundamental, médio ou superior); com crianças e adolescentes em situação de rua (informações colhidas entre crianças e adolescentes que vivem a maior parte do tempo na rua); com outras populações específicas; por exemplo: profissionais do sexo, trabalhadores da indústria, policiais, etc. 27

2. Indicadores epidemiológicos (fornecem dados indiretos do consumo de drogas de determinada população): internações hospitalares por dependência; atendimentos ambulatoriais de usuários de drogas/álcool; atendimentos em salas de emergência por overdose; laudos cadavéricos de mortes violentas (fornecidos pelo Instituto Médico Legal IML); 28

apreensões de drogas feitas pelas polícias federal, estaduais e municipais; prescrições de medicamentos (ex.: benzodiazepínicos e anfetamínicos); mídia (notícias sobre drogas veiculadas pelos meios de comunicações); casos de violência decorrentes do uso de drogas; prisões de traficantes. 29

Epidemiologia na Saúde Mental Culturais Econômicos Transtornos Mentais Genéticos Sociais

Epidemiologia na Saúde Mental Dificuldades: Adotar conceituações e forma de mensurar universais; Padronização dos instrumentos comparabilidade; Determinação do início; Estigma; Comportamento ilícitos. (Mari et al., 2011).

Epidemiologia das Substâncias Psicoativas Usos da epidemiologia das SPAs: Conhecer causas do consumo, uso e uso abusivo de SPA fatores de riscos; Monitorar o uso de SPA mapeamento de locais, orientação do serviço de saúde; Identificar grupos alvos ou indivíduos para as intervenções; Tendências temporais efeito das intervenções; Avanço do conhecimento: Quadros clínicos; Novas classificações. (DUNCAN, 1997 apud MEDINA et al., 2011)

Epidemiologia das Substâncias Psicoativas Mundo: OMS; UNODC United Nations Office On Drugs and Crime; Brasil: Ministério da Saúde; CEBRID - Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas SENAD - Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas Universidades : UNIFESP, USP, UFES e outras

Mundo WHO,2011

Mundo A prevalência do uso de drogas no mundo tem se mantido estável, com cerca de 5% da população mundial entre 15 a 64 anos; (UNODC, 2014) Aproximadamente dois bilhões de pessoas no consomem bebidas alcoólicas; Cerca de 76,3 milhões convivem com diagnóstico de desordens relacionadas ao consumo dessas bebidas. (OMS, 2004) 35

Dados do Relatório Mundial sobre Álcool e Saúde desse ano indicam que: O consumo de álcool no mundo, no ano de 2010, é igual a 6,2L de álcool puro por pessoa acima de 15 anos; Uso indevido do álcool é responsável por 5,9% das mortes no mundo mais do que HIV/AIDS e tuberculose; 5,1% da carga global de doenças e lesões são atribuíveis ao álcool; O uso nocivo do álcool está associado a mais de 200 tipos de doenças. (OMS, 2014) Cenário na América Latina parece se agravar: Consumo per capta 50% maior do que o global; Cerca 4,8% das mortes ocorridas nos anos 2000 podem ser atribuídas ao consumo de álcool. (BABOR E CAETANO, 2005) 36

Brasil -Política Nacional sobre Drogas Fundamentar as campanhas e programas de prevenção em pesquisas e levantamentos sobre o uso de drogas e suas consequências, de acordo com a população-alvo, respeitadas as características regionais e as peculiaridades dos diversos segmentos populacionais, especialmente nos aspectos de gênero e cultura; Assegurar, por meio de pesquisas, a identificação de princípios norteadores de programas preventivos; Garantir a realização de estudos e pesquisas visando à inovação dos métodos e programas de redução da demanda, da oferta e dos danos sociais e à saúde.

No Brasil, segundo o I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira (I LENAD) - 2007: 52% dos brasileiros acima de 18 anos são considerados bebedores (consomem pelo menos uma vez ao ano); 29% desses bebem além de 5 doses ou mais na vez em que mais beberam no último ano (padrão considerado de risco). (Laranjeira, Pinsky, Zaleski, Caetano, 2007) O II LENAD, aponta: Não houve aumento, entre 2006 e 2012, no número de pessoas que consomem álcool; Aqueles que já bebiam bebem mais e mais frequentemente 38

39

Brasil

Levantamentos na população em geral

I e II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, 2001 e 2005 CARLINI et al., 2005

I e II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, 2001 e 2005 CARLINI et al., 2005

CARLINI et al., 2005

I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007 LARANJEIRA, 2007

I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007 LARANJEIRA, 2007

I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007 LARANJEIRA, 2007

I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007 LARANJEIRA, 2007

I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007 LARANJEIRA, 2007

I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007 LARANJEIRA, 2007

I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007 LARANJEIRA, 2007

Levantamentos em populações específicas

VI Levantamento Nacional entre Estudantes GUALDURÓZ et al., 2010

VI Levantamento Nacional entre Estudantes GUALDURÓZ et al., 2010

BRASIL, 2010

BRASIL, 2010

BRASIL, 2010

PECHANSKY et al., 2010

PECHANSKY et al., 2010

Levantamento Nacional sobre o uso de drogas entre crianças e adolescentes em situação de rua nas 27 capitais brasileiras, 2003

Levantamento Nacional sobre o uso de drogas entre crianças e adolescentes em situação de rua nas 27 capitais brasileiras, 2003

Considerações finais Pode parecer estranho que, para uma mesma droga, apareçam porcentagens diferentes. Isso ocorre porque cada tipo de levantamento estuda determinada população com particularidades próprias. É possível notar, por exemplo, que na pesquisa domiciliar (incluindo pessoas de 12 a 65 anos de idade), o uso na vida de solventes foi relatado por 5,8% dos entrevistados, enquanto entre jovens (estudantes, universitários e crianças e adolescentes em situação de rua) a porcentagem foi bem maior. 69

Considerações finais Isso significa que, quando se pretende aplicar um programa preventivo ou uma intervenção, é importante conhecer antes o perfil daquela população específica, pois suas peculiaridades são relevantes para um planejamento adequado. Assim é imprescindível o uso da epidemiologia em nossas ações! 70

71

REFERÊNCIAS AMUI, N.O.; MOURA, Y.G.; NOTO, A.R. Internações por transtornos mentais e de comportamento decorrentes de substâncias psicoativas: um estudo epidemiológico nacional do período de 1988-2008. In: XVIII Congresso de Iniciação Científica da UNIFESP. São Paulo: UNIFESP, 2010. BRASIL. Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras. Brasília: SENAD, 2010. CARLINI, E. A. et al. I Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil - 2001. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Departamento de Psicobiologia, UNIFESP, 380 p., 2002. CARLINI, E.A.; GALDUROZ, J.C. II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas. 2007. CERDA L, Jaime; VALDIVIA C, Gonzalo. John Snow, la epidemia de cólera y el nacimiento de la epidemiología moderna. Rev. chil. infectol., Santiago, v. 24, n. 4, agosto 2007. FIGLIE, N.B.; BORDIN, S.; LARANJEIRA, R. Aconselhamento em Dependência Química. São Paulo, Roca, 2004. GALDURÓZ, J. C. F. et al. V Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino nas 27 capitais brasileiras - 2004. CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, 2005. 398p. GALDURÓZ, J. C. F. et al. V Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública e privada de ensino nas 27 capitais brasileiras, 2010. São Paulo: CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas: UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo, 2010.

GALDURÓZ, J. C. F.; SANCHEZ, Z.V.M.; NOTO, A.R. Epidemiologia do uso, do abuso e da dependência de substâncias psicoativas. In: DIHEL, A. et al. Dependência química. Porto Alegre: Artmed, 2011.p.49-58. LARANJEIRA, R. I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas, 2007. MARI, J. H. et al. Epidemiologia em Saúde Mental: Panorama geral e contribuição da epidemiologia psiquiátrica brasileira. In: BARRETO, M. L.; FILHO, N. A. Epidemiologia e Saúde: fundamentos, Métodos e Aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. MEDINA, M. G. et al. Epidemiologia do consumo de substâncias psicoativas. In: SEIBEL, S. D. Dependência de drogas. São Paulo: Editora Atheneu, 2010. MEDINA, M.G. et al. Epidemiologia do uso/uso abusivo de substâncias psicoativas. In: BARRETO, M. L.; FILHO, N. A. Epidemiologia e Saúde: fundamentos, Métodos e Aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. NAPPO, S.A.; CARLINI, E.A. Benzodiazepinícos no Brasil: um perfil do consumo nos de 1988 e 1989. J Bras. Psiquiatr., v.42, n.6, p.313-319, 1993. NAPPO, S.A.; OLIVEIRA, E.M.; MOROSINI, S. Inappropriate prescribing of compounded antiobesity formulas in Brazil. Pharmacoep. Drug Saf, v.7, n.3, p. 207-212, 1998. NOTO, A.R. et al. Levantamento nacional sobre o uso de drogas entre crianças e adolescentes em situação de rua nas 27 capitais brasileiras, 2003. CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas, Departamento de Psicobiologia, UNIFESP, 2004. PECHANSKY, F. et al. Consumo de álcool e drogas entre motoristas privados e profissionais do Brasil. In: PECHANSKY, F.; DUARTE, P. C. A. V.; DE BONI, R. B. Uso de Bebidas e outras Drogas nas Rodovias Brasileiras e outros Estudos. Porto Alegre: SENAD, 2010. 121 p. SMART RG, Johnston LD, Hughes PH, Anumonye A, Khant U, Mora MEM, et al. A methodology for students drug-use surveys. Geneva: World Healh Organization, 1980. UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME (UNODOC). World Drug Report, 2012. UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME (UNODOC). World Drug Report, 2013.

lo-silveira@hotmail.com crres.ufes@gmail.com crres.ufes.br cepad.ufes.br