Monitorização da Prescrição de Medicamentos Indicadores Nacionais Setembro 2011



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Transcrição:

Monitorização da Prescrição de Medicamentos Indicadores Nacionais Setembro 2011 Ministério da Saúde Lisboa, 19 de Setembro de 2011 0

1. Enquadramento A denominada prescrição electrónica de medicamentos (conforme alínea a do Art. 3º da Portaria nº198/2011) constitui a primeira fase do processo de desmaterialização de todo o ciclo de prescrição, dispensa e conferência da facturação do medicamento. Está associada à diminuição de erros na prescrição (ilegibilidade, falta e/ou imprecisão de dados, interacções medicamentosas incorrectas, etc.), à melhoria da qualidade dos serviços prestados e da gestão de recursos, ao incentivo à prescrição por DCI e ao uso de genéricos. Torna também mais eficiente o controlo do ciclo de Prescrição-Prestação-Conferência, particularmente para medicamentos comparticipados pelo SNS e, através disso, ajuda no combate ao desperdício e à fraude. Este processo já se encontra em marcha há algum tempo, em alguns sectores do sistema de saúde português, mas foi objecto de despacho e generalização obrigatória em Julho de 2011, com efeito a dia 1 Agosto de 2011. Em 2010 foi centralizada, ao nível do Centro de Conferências de Facturas (CCF), a verificação de todas as receitas de medicamentos, prescritas por médicos, médicos dentistas e odontologistas com direitos limitados de prescrição, sendo possível disponibilizar atempadamente e com maior rigor os dados sobre receitas e comparticipações facturadas ao SNS, desde então. O elevado volume de receitas, na ordem das dezenas de milhões, significa ainda uma consolidação progressiva de dados ao nível destes registos. O memorando de entendimento assinado entre o Governo Português e o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia (UE), contempla, nos pontos 3.56 e 3.57, a obrigatoriedade da prescrição electrónica de medicamentos e meios complementares de diagnóstico, abrangidos por sistemas de comparticipação pública, para todos os médicos, tanto no sector público como no sector privado, bem como o desenvolvimento de relatórios periódicos de 1

prescrição a serem distribuídos aos médicos (Despacho nº9186/2011, Diário da República, 2ª série nº139 de 21 de Julho de 2011). Assim, prevê-se: Medida 3.56. Tornar obrigatória a prescrição electrónica de medicamentos e meios de diagnóstico, abrangidos por sistemas de comparticipação pública, para todos os médicos tanto no sector público como no sector privado [T3 2011]. Medida 3.57. Melhorar o sistema de monitorização da prescrição de medicamentos e meios de diagnóstico e pôr em prática uma avaliação sistemática de cada médico em termos de volume e valor, em comparação com normas de orientação de prescrição e de outros profissionais da área de especialização (peers). Será prestada periodicamente informação a cada médico sobre o processo (por trimestre, por exemplo), em particular sobre a prescrição dos medicamentos mais caros e mais usados, com início no T4 2011. A avaliação será efectuada através de uma unidade específica do Ministério da Saúde tal como o Centro de Conferência de Facturas. Sanções e penalizações serão previstas e aplicadas no seguimento da avaliação [T3 2011]. Numa primeira fase, definiu o Ministério da Saúde como sua responsabilidade elaborar relatórios periódicos e divulga-los publicamente ou envia-los a cada médico prescritor, consoante a natureza da informação a comunicar. Nos últimos anos, a percentagem de despesa com medicamentos no total da despesa em saúde tem mostrado uma tendência de decréscimo (2008-20,6%, OECD Health Data 2011), o que em muito se fica a dever ao aumento da quota de mercado dos medicamentos genéricos. Actualmente a política do medicamento visa ampliar esta realidade sendo que outra medida importante a considerar na melhoria da eficiência e sustentabilidade financeira do SNS é o aumento da prescrição de medicamentos genéricos. Também no memorando de entendimento assinado entre o Governo Português e o FMI/BCE/UE a promoção da prescrição de genéricos vem contemplada: Medida 3.58. Incentivar os médicos, a todos os níveis do sistema, tanto público como privado, a prescrever genéricos e os medicamentos de marca que sejam menos dispendiosos [T3 2011]. Medida 3.60. Remover todas as barreiras à entrada de genéricos, especialmente através da redução de barreiras administrativas/legais, com vista a acelerar a comparticipação de genéricos [T4 2011] 2

2. Objectivos: Pretende-se com o presente relatório descrever as principais linhas de tendência em relação à abrangência da prescrição electrónica de medicamentos nos diferentes sectores do sistema de saúde (Cuidados de Saúde Primários, Hospitais do SNS e Medicina Privada), bem como às cotas de medicamentos genéricos em quantidade e volume de facturação para comparticipação pelo SNS, nos referidos sectores. Há lugar a relatórios internos ao Ministério da Saúde que serão produzidos mensalmente quer ao nível das entidades quer ao nível dos médicos individualmente e de forma progressiva até ao final de 2011. Em 2012 estará consolidado o mecanismo de feedback individual, de base regular. NOTA 1 - Os métodos e a ficha metodológica dos indicadores seleccionados para monitorizar a prescrição electrónica de medicamentos são apresentados no final deste relatório. 3

3. Resultados 3.1. Receitas Electrónicas versus Receitas Manuais No período compreendido entre Fevereiro e Julho de 2011, a percentagem de receitas electrónicas em relação ao total de receitas aceites no Centro de Conferência de Facturas (electrónicas + manuais) registou uma tendência crescente, em todos os sectores considerados: Cuidados de Saúde Primários (CSP), Hospitais do SNS e Medicina Privada (Figura 1). Figura 1. Evolução da percentagem (%) de Receitas Electrónicas sobre Total Actualmente, existe ainda uma elevada diferenciação na adesão da prescrição electrónica nos diferentes sectores. É nos CSP que se verifica uma maior prescrição por via electrónica, seguindo-se os Hospitais do SNS e por fim a Medicina Privada (média dos 6 meses: 94%, 78% e 9%, respectivamente). 4

Em termos de volume (número) global de receitas prescritas aceites pelo CCF (Figura 2), os valores mais elevados verificam-se nos CSP seguindos da Medicina Privada e por fim os Hospitais do SNS. Figura 2. Evolução do número de Receitas Electrónicas e de Receitas Manuais Comparativamente aos meses homólogos (Fevereiro a Julho de 2010), registam-se avanços positivos na prescrição electrónica em todos os sectores e em todos os meses, com excepção do mês de Abril na Medicina Privada. 5

3.2. Valor (euros) comparticipado pelo SNS com Receitas Electrónicas versus com Receitas Manuais Também o valor (euros) comparticipado pelo SNS com as receitas electrónicas em relação ao total (electrónicas + manuais) regista um aumento gradual ao longo dos meses e diferenças expressivas nos sectores considerados, continuando a destacar-se os CSP (Figura 3). Figura 3. Evolução da percentagem (%) do valor ( ) comparticipado pelo SNS com Receitas Electrónicas sobre o Total Entre Fevereiro e Julho de 2011, a percentagem do valor comparticipado pelo SNS com receitas electrónicas aumentou de 91,8% para 94,1% nos CSP, de 74,1% para 78,6% nos Hospitais do SNS e de 6,8% para 9,7% na Medicina Privada. 6

O valor total comparticipado pelo SNS com receitas médicas (Figura 4) regista ligeiras variações ao longos dos meses analisados, sendo sempre muito superior nos CSP em relação aos restantes (média dos 6 meses: 68.305.625 euros nos CSP, 18.564.009 euros nos Hospitais do SNS e 25.140.923 euros na Medicina Privada). Figura 4. Evolução do valor ( ) comparticipado pelo SNS com Receitas Electrónicas e com Receitas Manuais Comparando o periodo analisado com os meses homólogos conclui-se que a tendência é muito variável, quer em termos mensais quer entre sectores. Nos CSP, registam-se sempre decréscimos no valor comparticipado com receitas electónicas; nos Hospitais do SNS registam-se aumentos (com excepção do mês de Abril); na Medicina Privada identificam-se aumentos nos meses de Fevereiro, Junho e Julho e decréscimos nos restantes. 7

3.3. Embalagens de Medicamentos Genéricos versus Medicamentos de Marca As acentuadas diferenças identificadas entre sectores ao nível da prescrição Electrónica versus Manual, não se verifica de igual modo na análise dos medicamentos Genéricos versus medicamentos de Marca. Figura 5. Evolução da percentagem (%) Embalagens de Medicamentos Genéricos sobre o Total Em termos do volume de embalagens aviadas de medicamentos genéricos registou-se uma tendência progressiva de subida (Figura 5), constante e sobreponível nos três sectores, mas mantendo-se sempre uma diferença importante que em Julho 2011 se traduzia em 32.8% para os CSP, 28.2% para os Hospitais SNS, e 24,6% para sector de Medicina Privada. 8

O número de embalagens de medicamentos Genéricos e de Marca comparticipadas pelo SNS oscila ao longo dos meses do semestre considerado. (Figura 6), sendo a média mensal para o total de sectores de 3.416.252 embalagens de Genéricos e de 11.680.687 de Marca. Figura 6. Evolução do número de Embalagens de Medicamentos Genéricos e de Medicamentos de Marca A análise comparativa dos valores actuais com os do período homólogo (Fevereiro a Julho de 2010), evidencia o aumento da quota de medicamentos Genéricos em relação ao total, em todos os meses e em todos os sectores (excepção do mês de Abril na Medicina Privada), numa média de 21% nos CSP, 32% nos Hospitais do SNS e 5% na Medicina Privada. 9

3.4. Valor (euros) comparticipado pelo SNS com Medicamentos Genéricos versus com Medicamentos de Marca A figura 7 representa evolução da proporção do valor gasto pelo SNS em comparticipações com medicamentos genéricos sobre o total, o que pode estar associado a alterações nos seus próprios preços, uma vez que de uma forma global (Figura 8) o gasto com medicamentos não se alterou significativamente. Figura 7. Evolução da percentagem (%) do valor ( ) comparticipado pelo SNS com Medicamentos Genéricos sobre o Total A percentagem do valor (euros) comparticipado pelo SNS com medicamentos Genéricos em relação ao total regista uma variação ao longo dos meses analisados, com uma tendência última para um decréscimo expressivo. Os CSP destacam-se novamente por apresentarem os valores mais elevados, havendo uma quase sobreposição de valores entre os Hospitais do SNS e a Medicina Privada. 10

O valor comparticipado pelo SNS com medicamentos Genéricos e de Marca tem oscilado ligeiramente ao longo dos meses, sendo o valor médio mensal, respectivamente, de 24.254.313 euros (67% dos quais nos CSP) e de 87.765.243 (59% nos CSP), na totalidade dos sectores. Figura 8. Evolução do Valor ( ) comparticipado pelo SNS com Medicamentos Genéricos e com Medicamentos de Marca Quando comparado o período entre Fevereiro e Julho de 2011 com o homólogo de 2010 verifica-se uma redução da relação entre o valor gasto em comparticipação com medicamentos no total e também com medicamentos genéricos. Em média, essa redução foi de -35,5% nos CSP, -24,6% nos Hospitais do SNS e -42,6% na Medicina Privada. 11

4. Conclusões 1. A penetração do uso da receita electrónica nos três sectores considerados é significativamente diferente, com uma evolução positiva mas contida, fixando-se, em Julho 2011, nos 95.0% para os Cuidados Primários, 81.2% para os Hospitais do SNS e 10.7%. para médicos no exercício de Medicina Privada. 2. A proporção de embalagens de Genéricos em relação ao total tem aumentado de forma tímida, mantendo sempre uma diferença entre os 3 sectores, nomeadamente encontra-se em: 32.8% para os Cuidados Primários, 28.2% para os Hospitais SNS, e 24,6% para sector de Medicina Privada. 3. Nos três sectores considerados, houve um decréscimo muito expressivo no valor gasto com comparticipação SNS com medicamentos entre os meses de Fevereiro a Julho de 2011, comparativamente ao período homólogo. 4. O volume de embalagens de medicamentos no seu total mantém-se estável, sendo o crescimento do total de embalagens de medicamentos Genéricos modesto em todos os 3 sectores, o que, associado o decréscimo de gastos com comparticipação pode significar que houve uma poupança para o SNS sem alteração significativa na oferta de medicamentos à população. Este efeito foi sentido em especial no subgrupo de cuidados primários. 12

5. Metodologia Numa primeira fase, para monitorizar a prescrição electrónica de medicamentos, foram seleccionados indicadores que se pretende serem aplicáveis a diferentes escalas (nacional a individual), níveis de cuidados (primários/hospitalares) e agentes financiadores (público/utentes), sendo estes: Número de Receitas Electrónicas aceites; Número de Receitas Manuais aceites; Percentagem de Receitas Electrónicas sobre o total; Valor (euros) comparticipado com Receitas Electrónicas; Valor (euros) comparticipado com Receitas Manuais; Percentagem do valor (euros) comparticipado com Receitas Electrónicas sobre o total; Número de embalagens de medicamentos Genéricos; Número de embalagens de medicamentos de Marca; Percentagem de embalagens de medicamentos Genéricos sobre total; Valor (euros) comparticipado com medicamentos Genéricos; Valor (euros) comparticipado com medicamentos de Marca; Percentagem do valor (euros) comparticipado com medicamentos Genéricos sobre o total; Para cada indicador estabelece-se a comparação dos valores do mês em análise com o mês homólogo. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Apoio às ARS s (SIARS), consolidados a nível nacional no sistema SIM@SNS. Foram considerados dados referentes a medicamentos dispensados em farmácias de ambulatório de prescrições efectuadas até ao último dia de cada mês; receitas conferidas pelo Centro de Conferência de Facturas de acordo com o seu local de prescrição: Cuidados de Saúde Primários, Hospitais do SNS ou Medicina Privada. A análise da informação deve ter em consideração que em alguns meses a prescrição pode sofrer flutuações consideráveis decorrentes de variáveis relacionadas com os Médicos (baixas médicas, licenças de parentalidade, férias, entre outras) ou com a sazonalidade de determinadas patologias. 13