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Transcrição:

INTENSIVO II Disciplina: Direito Tributário Prof. Tathiane Piscitelli Aula nº 09 MATERIAL DE APOIO MONITORIA Índice 1. Artigo Correlato 1.1 Decadência tributária. Controvérsia quanto aos prazos inicial e final e a desejável alteração dos dispositivos do Código Tributário Nacional 2. Jurisprudência Correlata 2.1 EREsp 726.778/PR 2.2 REsp 1101032/SP 2.3 EREsp 686479 RJ 2.4 REsp 766050/PR 3. Assista! 3.1 Em que consiste o lançamento tributário? 4. Leia! 4.1 A possibilidade de decadência no lançamento por homologação. 5.Simulados 1. ARTIGOS CORRELATOS 1.1 Decadência tributária. Controvérsia quanto aos prazos inicial e final e a desejável alteração dos dispositivos do Código Tributário Nacional Elaborado em 08.2009. Autor: Kiyoshi Harada: jurista, professor e especialista em Direito Financeiro e Tributário pela USP Fracassada a tentativa de reformar o Código Tributário Nacional por meio do Projeto de Lei nº 173 de 1989, fala-se, novamente, em necessidade de uma modificação para ajustar aquele diploma legal específico, que data de 25 de outubro de 1966, à ordem constitucional superveniente. Somos contra qualquer reforma radical, que faria com que perdesse toda uma doutrina e jurisprudência formadas ao longo de mais de quatro décadas e implicaria desperdício do material hoje existente. Basta que a maior parte de seus dispositivos sejam interpretados de forma atualizada. Por exemplo, quando o art. 5º do CTN prescreve que os tributos são "impostos, taxas e contribuições de melhoria"basta atentar para a tranqüila jurisprudência de nossos tribunais, que reconhece cinco espécies tributárias encampando o pronunciamento da doutrina especializada. Outrossim, quando o art. 3º, II proclama que a natureza específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação sendo irrelevante a "destinação legal do produto de sua arrecadação"é preciso recordar que, à época do advento do CTN, a contribuição social não era reconhecida como espécie tributária, muito menos como tributo de natureza intrínseca, como hoje é proclamada pela unanimidade da doutrina e da jurisprudência. É da essência da contribuição social que o produto de sua arrecadação seja destinada à consecução da finalidade que deu causa à sua criação, do contrário, confundir-se-ia com a espécie imposto. Nem sempre as interpretações equivocadas resultam da falta de técnica do legislador ou da falta de clareza de dispositivos legais. Às vezes, os desvios interpretativos ocorrem por conveniências políticas. A lei pode ajudar a conter esses desvios prescrevendo regras expressas, diretas e claras, mas, não terá

força suficiente para eliminá-los. Da mesma forma, a lei poderá conter a ação dos agentes públicos ímprobos, prescrevendo sanções severas contra eles, mas, não terá o condão de transformar o ímprobo em probo, nem o desonesto em honesto. Feitos esses esclarecimentos, forçoso reconhecer que alguns dos dispositivos do Código Tributário Nacional, realmente, estão a merecer uma redação mais precisa. Um desses dispositivos é o que diz respeito à decadência, causa de extinção do crédito tributário, motivo de intermináveis discussões doutrinárias e jurisprudenciais que só servem para afetar o princípio da segurança jurídica. Tendo em vista a inegável divergência que se formou em torno desse assunto não basta a proclamação do art. 173 do CTN: "Art. 173. O direito de a Fazenda constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos, contados: I- do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II -da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento". Primeiramente, o art. 173 somente regula a decadência na modalidade de lançamento de ofício estabelecida pela legislação tributária aplicável a cada tributo. De regra, exclui-se da contagem do prazo qüinqüenal o exercício em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Em compensação, havendo inicio de fiscalização por qualquer meio referido no parágrafo único, ou pela lavratura do termo de início de fiscalização no livro fiscal competente, a contagem do prazo decadencial inicia-se a partir dessa data, isto é, ocorre uma antecipação do termo inicial da decadência tributária. Em segundo lugar, no lançamento por homologação, o termo inicial do prazo decadencial inicia-se a contar da ocorrência do fato gerador da respectiva obrigação tributária, nos termos expressos do 4º do art. 150 do CTN. E é a legislação de cada tributo que fixa a modalidade de lançamento por homologação. Por isso, não é dado ao intérprete convolar esse lançamento por homologação em lançamento de ofício, a pretexto de que não houve pagamento antecipado do tributo sem o prévio exame do fisco, para daí extrair a conclusão de que deve ser somado o prazo decadencial de cinco anos do 4º do art. 150 do CTN com o prazo referido no inciso I do art. 173 do CTN. É a equivocada tese dos 5 + 5 anos. Na realidade, a soma dos dois prazos, se possível fosse, daria 11 anos. Outro equívoco dessa tese é que nada há no CTN que obrigue o fisco a aguardar cinco anos para saber se o contribuinte antecipou ou não o pagamento. Decorrido o prazo legal previsto na legislação de cada tributo, sem que tenha havido antecipação do pagamento nada impede de o fisco, imediatamente, fiscalizar e verificar a atividade exercida pelo contribuinte e promover a sua cobrança, sem prejuízo do lançamento de ofício por eventual diferença a maior, que vier a ser constatada. Normalmente o prazo de pagamento antecipado é de periodicidade mensal. Inaceitável a inércia do fisco por sessenta meses para homologar o lançamento, ou exigir o pagamento do valor que entender devido, principalmente, considerando a existência de um sistema informatizado, que permite ao fisco acompanhar a atividade do sujeito passivo da própria repartição fazendária. Neste particular, o artigo 150 e 1º a 4º do CTN são suficientemente claros no sentido de que cabe ao fisco proceder a homologação das atividades exercidas pelo contribuinte ou promover lançamento direito do crédito tributário em relação à operação eventualmente omitida pelo contribuinte, mas sempre dentro do prazo de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador.se não houve qualquer omissão nos registros de operações do contribuinte, mas faltou apenas a antecipação do pagamento do montante por ele apurado ocorre a homologação do lançamento tributário, porém, sema extinção do crédito tributário a que alude o 1º. Trata-se de mera hipótese de inadimplência e não de sonegação. Nada há a ser explicitado no CTN a este título.

Quanto ao prazo final da decadência, também, reina interminável controvérsia. Sabemos que o crédito tributário é constituído pelo lançamento, definido no art. 142 do CTN como procedimento administrativo de natureza vinculada. No final do procedimento aí referido é expedido um documento conhecido, na prática, como auto de infração que outra coisa não é senão o lançamento, constitutivo do crédito tributário. Com o ato do lançamento, necessariamente unilateral do fisco, a obrigação tributária que surgiu com a ocorrência do fato gerador torna-se líquida e certa. É a constituição definitiva do crédito tributário. Mediante interpretação sistemática dos dispositivos do CTN não temos dúvida em proclamar que o momento dessa constituição definitiva do credito tributário ocorre com a notificação do lançamento ao sujeito passivo, nos precisos termos do art. 145 do CTN. Aqui cessa a cogitação de decadência para iniciar-se a cogitação de prescrição definida no art. 174 do CTN. De fato, notificado do lançamento, ao contribuinte restam duas alternativas: (a) efetuar o pagamento do montante exigido, hipótese em que se extingue o crédito tributário; (b) impugnar o lançamento, hipótese em que se instaura o processo administrativo tributário em obediência aos princípios do devido processo legal e do contraditório em ampla defesa. Esta fase administrativa de solução da lide nada tem a ver com o procedimento administrativo do lançamento em que não se cogita de aplicação do princípio contraditório e ampla defesa, por se tratar de direito potestativo da Fazenda de constituir o crédito tributário. Há um equivoco na tese sustentada por parte da doutrina e da jurisprudência no sentido de que o crédito tributário só se constitui definitivamente com a decisão irreformável na esfera administrativa, porque o recurso administrativo poderá resultar em modificação do lançamento. Ora, a decisão administrativa não tem o condão de constituir o crédito que já estava constituído nos termos dos artigos 142 e 145 do CTN. Essa decisão tem o condão apenas de desconstituir o crédito tributário extinguindo-o (art. 156, IX do CTN) caso o lançamento tenha incorrido em alguma irregularidade formal ou material. Sustentar que o crédito tributário é provisório, enquanto não encerrar o processo administrativo onde se discute o lançamento, é o mesmo que afirmar que, por força do princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição, o crédito tributário só se aperfeiçoa com a final decisão judicial, pois, cabe igualmente ao Judiciário desfazer o crédito tributário confirmado na esfera administrativa, sempre que, por provocação do interessado, constatar ilegalidade ou inconstitucionalidade na sua constituição. E com certo exagero poder-se-ia sustentar a necessidade de aguardar, ainda, o decurso do prazo para eventual propositura de ação rescisória da decisão judicial confirmatória do crédito tributário constituído pelo lançamento. A tese da provisoriedade do crédito tributário, a impedir a fluência do prazo prescricional enquanto não se ultimar o processo administrativo tributário, à luz do que acabamos de expor, torna-se insustentável. Contudo, essa divergência de interpretação, que tanta insegurança jurídica tem trazido na vida prática, tendo em vista o renome dos autores n um e n outro sentido, pode ser dirimida pelos que pretendem reformar o CTN inserindo-se a seguinte expressão na parte final do art. 174 do CTN, que passaria a ter a seguinte redação: "Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data de sua constituição definitiva o que se dá com a notificação referida no art. 145". Lembro, por oportuno, que o projeto legislativo de 1989 de início referido limitava-se a reproduzir em seus artigos 149 e 150 os prazos decadencial e prescricional tais como prescritos nos artigos 173 e 174 do Código Tributário em vigor. Nenhuma contribuição trazia para dirimir a controvérsia de que tratamos neste trabalho.

Aprovar um novo estatuto específico apenas realizando alterações topológicas de seus dispositivos em nome de uma sistematização das normas gerais de direito tributário, ou para introduzir novos conceitos não valerá a pena. Preferível deixá-lo como está. O certo é manter a atual enumeração dos dispositivos do Código Tributário Nacional e efetuar alguns ajustes mediante supressão, acréscimo ou modificação de disposições a fim de melhor explicitar alguns de seus dispositivos ajustando-os à nova realidade decorrente da Constituição de 1988. Assim procedendo as toneladas de exemplares do CTN espalhados pelo país inteiro, bem como as milhares de obras de direito tributário hoje existentes não precisariam ser destruídas, mas simplesmente adaptadas. E mais, a jurisprudência formada ao longo de mais de quatro décadas, superando algumas das controvérsias doutrinárias, seria preservada. Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12953 Disponível em 04 de março de 2010. 2. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 2.1 AgRg 1070751/RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TERMO A QUO DO PRAZO PRESCRICIONAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ART. 174 DO CTN. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO. ENTREGA DA DECLARAÇÃO PELO CONTRIBUINTE. INTERRUP- ÇÃO DA PRESCRIÇÃO. CITAÇÃO VÁLIDA. LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIO-NAL. PREVALÊNCIA DAS DISPOSIÇÕES RECEPCIONADAS COM STATUS DE LEI COMPLEMENTAR. PRECE- DENTES. DESPACHO CITATÓRIO. ART. 8º, 2º, DA LEI Nº6.830/80. ART. 219, 5º, DO CPC. ART. 174, DO CTN. IN-TERPRETAÇÃO SISTE-MÁTICA. JURISPRUDÊNCIA PREDOMINANTE. INSCRIÇÃO NA DÍVIDA PÚBLICA. SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. MA-TÉRIA RESERVADA À LEI COMPLEMENTAR. AUSÊNCIA DE PREVI-SÃO NO CTN. INAPLI-CABILIDADE DOS DIS-POSITIVOS DA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL. [...] 6. Relativamente ao valor declarado, a própria declaração de débito efetivada pelo contribuinte constitui o crédito tributário, prescindindo de ato de lançamento. Assim, podendo desde logo ser objeto de execução fiscal, tem-se que, nesta hipótese, não há que se falar em decadência, porquanto já constituído o crédito, mas tão-somente em prescrição para o ajuizamento da ação executiva. [...] (AgRg no Ag 1070751/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/04/2009, DJe 03/06/2009) 2.2 REsp 1101032/SP TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IRPJ. MATÉRIA DOS ART. 156, V, E 174 DO CTN. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. INCIDÊNCIA. TRIBUTO DECLARADO E NÃO PAGO. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. DECA-DÊNCIA NÃO CONFIGURADA. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGALIDADE. PRECEDENTES. RE-CURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECI-DO E NÃO PROVIDO. 1. Demanda em que se discute a exigibilidade do IRPJ referente ao exercício de 1998. O acórdão atacado, na parte que interessa ao presente recurso, reconheceu que: a) o lançamento do tributo foi realizado dentro do prazo fixado pelo art. 173 do CTN; e b) é legal a incidência da taxa Selic. 2. A matéria dos artigos 156, V, e 174 do CTN padece do necessário prequestionamento. Nesse particular, é inarredável a aplicação da Súmula n. 282 do STF. 3. No caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, com a entrega da declaração por parte do contribuinte, desacompanhada do pagamento, considera-se elidida a necessidade de constituição formal do crédito tributário, pelo que, desde então, está a Fazenda autorizada a promover a sua cobrança. Precedentes: REsp 789.443/SC, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 11/12/2006 e REsp 898.459/AL, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 6/11/2008. 4. Na espécie, trata-se de crédito referente a IRPJ devido no exercício de 1998, cuja constituição se deu com a entrega da declaração em abril de 1999. 5. A jurisprudência firmada nesta Corte reconhece a legalidade da incidência da taxa Selic para fins tributários. Precedentes. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.

(REsp 1101032/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/05/2009, DJe 18/05/2009) 2.3 EREsp 686479 RJ TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. DEPÓSITO JUDICIAL. LANÇAMENTO FORMAL PELO FISCO. DESNECESSIDADE. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PROVIDOS. 1. No caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o contribuinte, ao realizar o depósito judicial com vistas à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, promove a constituição deste nos moldes do que dispõe o art. 150 e parágrafos do CTN. Isso, porque verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o montante devido e, em vez de efetuar o pagamento, deposita a quantia aferida, a fim de impugnar a cobrança da exação. Assim, o crédito tributário é constituído por meio da declaração do sujeito passivo, não havendo falar em decadência do direito do Fisco de lançar, caracterizando-se, com a inércia da autoridade fazendária apenas a homologação tácita da apuração anteriormente realizada. Não há, portanto, necessidade de ato formal de lançamento por parte da autoridade administrativa quanto aos valores depositados. 2. Precedentes da Primeira Seção: EREsp 464.343/DF, Rel. Min. José Delgado, DJ de 29.10.2007; EREsp 898.992/PR, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 27.8.2007. 3. Embargos de divergência providos 2.4 REsp 766050/PR PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ISS. ALE-GADA NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. VALIDADE DA CDA. IM-POSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISS. INSTITU-IÇÃO FINANCEIRA. EN- QUADRAMENTO DE A-TIVIDADE NA LISTA DE SERVIÇOS ANEXA AO DECRETO-LEI Nº 406/68. ANALOGIA. IMPOSSIBILIDADE. IN-TERPRETAÇÃO EXTEN-SIVA. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVO-CATÍCIOS. FAZENDA PÚBLICA VENCIDA. FIXAÇÃO. OBSERVAÇÃO AOS LIMITES DO 3.º DO ART. 20 DO CPC. IM- POSSIBILIDADE DE RE-VISÃO EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. RE-DISCUSSÃO DE MATÉ-RIA FÁTICO- PROBATÓRIA. SÚMULA 07 DO STJ. DECADÊNCIA DO DI-REITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDI-TO TRIBUTÁRIO. INOCOR-RÊNCIA. ARTIGO 173, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. 1. O Imposto sobre Ser-viços é regido pelo DL 406/68, cujo fato gerador é a prestação de serviço constante na lista anexa ao referido diploma legal, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo. 2. A lista de serviços anexa ao Decreto-lei n.º 406/68, para fins de incidência do ISS sobre serviços bancários, é taxativa, admitindo-se, contudo, uma leitura extensiva de cada item, no afã de se enquadrar serviços idênticos aos expressamente previstos (Precedente do STF: RE 361829/RJ, publicado no DJ de 24.02.2006; Precedentes do STJ: AgRg no Ag 770170/SC, publicado no DJ de 26.10.2006; e AgRg no Ag 577068/GO, publicado no DJ de 28.08.2006). 3. Entrementes, o exame do enquadramento das atividades desempenhadas pela instituição bancária na Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei 406/68 demanda o reexame do conteúdo fá-tico probatório dos autos, insindicável ante a incidência da Súmula 7/STJ (Precedentes do STJ: AgRg no Ag 770170/SC, publicado no DJ de 26.10.2006; e REsp 445137/MG, publicado no DJ de 01.09.2006). 4. Deveras, a verificação do preenchimento dos requisitos em Certidão de Dívida Ativa demanda exame de matéria fático-probatória, providência inviável em sede de Re-curso Especial (Súmula 07/STJ). 5. Assentando a Corte Estadual que "na Certidão de Dívida Ativa consta o nome do devedor, seu endereço, o débito com seu valor originário, termo inicial, maneira de calcular juros de mora, com seu fundamento legal (Código Tributário Municipal, Lei n.º 2141/94; 2517/97, 2628/98 e 2807/00) e a descrição de todos os acréscimos" e que "os demais requisitos podem ser observados nos autos de processo administrativo acostados aos autos de execução em apenso, onde se verificam: a procedência do débito (ISSQN), o exercício correspondente (01/12/1993 a 31/10/1998), data e número do Termo de Início de Ação Fiscal, bem como do Auto de Infração que originou o débito", não cabe ao Superior Tribunal de Justiça o re-exame dessa inferência.

6. Vencida a Fazenda Pública, a fixação dos honorários advocatícios não está adstrita aos limites percentuais de 10% e 20%, podendo ser adotado como base de cálculo o valor dado à causa ou à condenação, nos termos do artigo 20, 4º, do CPC (Precedentes: AgRg no AG 623.659/RJ, publicado no DJ de 06.06.2005; e AgRg no REsp 592.430/MG, publicado no DJ de 29.11.2004). 7. A revisão do critério adotado pela Corte de origem, por eqüidade, para a fixação dos honorários, encontra óbice na Súmula 07, do STJ, e no entendimento sumulado do Pretório Excelso: "Salvo limite legal, a fixação de honorários de advogado, em complemento da condenação, depende das circunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário" (Súmula 389/STF). 8. O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva do crédito tributário, assim estabelece em seu artigo 173: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anterior-mente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." 9. A decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontra-se regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, quais sejam: (i) regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado; (ii) regra da decadência do direito de lançar nos casos em que notificado o contribuinte de medida preparatória do lançamento, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento de ofício ou de tributos sujeitos a lançamento por homologação em que inocorre o pagamento antecipado; (iii) regra da decadência do direito de lançar nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em que há parcial pagamento da exação devida; (iv) regra da decadência do direito de lançar em que o pagamento antecipado se dá com fraude, dolo ou simulação, ocorrendo notificação do contribuinte acerca de medida preparatória; e (v) regra da decadência do direito de lançar perante anulação do lançamento anterior (In: Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Eurico Marcos Diniz de Santi, 3ª Ed., Max Limonad, págs. 163/210). 10. Nada obstante, as aludidas regras decadenciais apresentam prazo qüinqüenal com dies a quo diversos. 11. Assim, conta-se do "do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" (artigo 173, I, do CTN), o prazo qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício), quando não prevê a lei o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, bem como inexistindo notificação de qualquer medida preparatória por parte do Fisco. No particular, cumpre enfatizar que "o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, sendo inadmissível a aplicação cumulativa dos prazos previstos nos artigos 150, 4º, e 173, do CTN, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a fim de configurar desarrazoado prazo decadencial decenal. 12. Por seu turno, nos casos em que inexiste dever de pagamento antecipado (tributos sujeitos a lançamento de ofício) ou quando, existindo a aludida obrigação (tributos sujeitos a lançamento por homologação), há omissão do contribuinte na antecipação do pagamento, desde que inocorrentes quaisquer ilícitos (fraude, do-lo ou simulação), tendo sido, contudo, notificado de medida preparatória indispensável ao lança-mento, fluindo o termo inicial do prazo decadencial da aludida notificação (artigo 173, parágrafo único, do CTN), independentemente de ter sido a mesma realizada antes ou depois de iniciado o prazo do inciso I, do artigo 173, do CTN. 13. Por outro lado, a decadência do direito de lançar do Fisco, em se tratando de tributo sujei-to a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, nem sido notificado pelo Fisco de quaisquer medidas preparatórias, obedece a regra prevista na primeira parte do 4º, do artigo 150, do Codex Tributário, segundo o qual, se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador: "Neste caso, concorre a contagem do prazo para o Fisco homologar expressa-mente o pagamento antecipado, concomitantemente, com o prazo para o Fisco, no caso de não

homologação, empreender o correspondente lançamento tributário. Sendo assim, no termo final desse período, consolidam-se simultaneamente a homologação tácita, a perda do direito de homologar expressamente e, conseqüentemente, a impossibilidade jurídica de lançar de ofício" (In Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Eurico Marcos Diniz de Santi, 3ª Ed., Max Limonad, pág. 170). 14. A notificação do ilícito tributário, medida in-dispensável para justificar a realização do ulterior lançamento, afigura-se como dies a quo do prazo decadencial qüinqüenal, em havendo pagamento antecipado efetuado com fraude, dolo ou simulação, regra que configura ampliação do lapso decadencial, in casu, reiniciado. Entrementes, "transcorridos cinco anos sem que a autoridade administrativa se pronuncie, produzindo a indigitada notificação formalizadora do ilícito, operar-se-á ao mesmo tempo a decadência do direito de lançar de ofício, a decadência do direito de constituir juridicamente o dolo, fraude ou simulação para os efeitos do art. 173, parágrafo único, do CTN e a extinção do crédito tributário em razão da homologação tácita do pagamento antecipado" (Eurico Marcos Diniz de Santi, in obra citada, pág. 171). 15. Por fim, o artigo 173, II, do CTN, cuida da regra de decadência do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário quando sobrevém decisão definitiva, judicial ou administrativo que anula o lançamento anteriormente efetuado, em virtude da verificação de vício for-mal. Neste caso, o marco decadencial inicia-se da data em que se tornar definitiva a aludida decisão anulatória. 16. In casu: (a) cuida-se de tributo sujeito a lançamento por homologação; (b) a obrigação ex lege de pagamento antecipado do ISSQN pelo contribuinte não restou adimplida, no que concerne aos fatos geradores ocorridos no período de dezembro de 1993 a outubro de 1998, consoante apurado pela Fazenda Publica Municipal em sede de procedimento administrativo fiscal; (c) a notificação do sujeito passivo da lavratura do Termo de Início da Ação Fiscal, medida preparatória indispensável ao lançamento direto substitutivo, deu-se em 27.11.1998; (d) a instituição financeira não efetuou o recolhimento por considerar intributáveis, pelo ISSQN, as atividades apontadas pelo Fisco; e (e) a constituição do crédito tributário pertinente ocorreu em 01.09.1999. 17. Desta sorte, a regra decadencial aplicável ao caso concreto é a prevista no artigo 173, parágrafo único, do Codex Tributário, contando-se o prazo da data da no ti de medida preparatória indispensável ao lançamento, o que sucedeu em 27.11.1998 (antes do transcurso de cinco anos da ocorrência dos fatos imponíveis apurados), donde se dessume a higidez dos créditos tributários constituídos em 01.09.1999. 18. Recurso especial parcialmente conhecido e desprovido. (REsp 766050/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/11/2007, DJ 25/02/2008 p. 265 3. Assista! 3.1 Em que consiste o lançamento tributário? Fonte: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090428102622156 4. Leia! 4.1 A possibilidade de decadência no lançamento por homologação. Fonte: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=2009072313375019 5. SIMULADOS 5.1 Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I - O prazo de prescrição (cinco anos) da ação para a cobrança do crédito tributário tem como termo inicial a data de inscrição na dívida ativa. II - O reconhecimento do débito pelo devedor, se formalizado por ato extrajudicial, não interrompe o prazo de prescrição da ação para a cobrança do crédito tributário. III - Na hipótese de anulação, por vício formal, do lançamento anteriormente efetuado, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão que o houver anulado. a) Somente I é verdadeira.

b) Somente II é verdadeira. c) Somente III é verdadeira. d) Somente I e II são verdadeiras. e) Somente II e III são verdadeiras Resp: C 5.2 Sobre o crédito tributário, no regime do Código Tributário Nacional, é incorreto afirmar a) que são modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário a moratória e o depósito do seu montante integral. b) que, no caso de restituição dos chamados impostos indiretos, tendo como fundamento o pagamento indevido ou a maior, somente será feita a quem prove ter assumido o referido encargo. c) que é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. d) que a ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva, sendo certo que a prescrição se interrompe, entre outras hipóteses, pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal. e) que o pagamento de um crédito, quando parcial, importa em presunção de pagamento das prestações em que se decomponha.. Resp: E 5.3 Nos casos de tributos que não estão sujeitos a lançamento por homologação, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após: (A) cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (B) dez anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (C) cinco anos, contados da data de ocorrência do fato gerador. (D) dez anos, contados da data de ocorrência do fato gerador. (E) um ano, contado da data de ocorrência do fato gerador. Resp: A