COMPORTAMENTO DE INFORMAÇÃO BUSCA NA INTERNET: Estudo de Caso (Escola EB1 Monte)



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Transcrição:

Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Jun. 2010 Estudo de Comportamento Informacional COMPORTAMENTO DE INFORMAÇÃO BUSCA NA INTERNET: Estudo de Caso (Escola EB1 Monte) Pequeno estudo do Comportamento das crianças de Escola EB1 Monte, relativamente à busca de informação na internet. Patrícia Lopes

Resumo A proposta deste artigo é fazer um estudo de Comportamento Informacional. Está em perceber como as crianças de uma escola procuram a informação na internet (como, onde e porque usam a internet), no caso prático da escola EB1 Monte da Cidade de Vizela. São apresentados alguns exemplos ilustrativos (numa breve revisão da literatura), com o objectivo de mostrar algumas teorias de alguns autores. São aqui apresentados os resultados obtidos, após a recolha dos dados através de inquérito. Palavras-Chave Crianças Busca de Informação Internet

Índice Introdução... 5 1 Comportamento de busca da informação... 7 2 Campo de comportamento informacional humano... 8 3 Comportamento informacional de crianças... 13 4 Busca de informação na Internet... 15 5 Informação e conhecimento na Net/Web... 17 6 Caso de estudo... 20 1.1 Metodologia... 20 1.1 Contextualização... 23 6.1.1 Escola EB 1 Monte... 23 6.1.2 Caracterização social, económica e cultural... 23 7 Resultados... 24 7.1 Acesso à Internet... 24 7.2 Computador e internet em casa... 25 7.3 Frequência de uso da internet em casa... 25 7.4 Outros locais de uso da internet... 26 7.5 Internet na Escola... 27 7.6 Modos de uso da internet na escola... 28 7.7 Disciplinas em que a internet é usada... 29 7.8 Usos da internet... 31 7.9 Tipos de uso da internet... 32 7.10 Sites visitados... 33 7.11 Comunicação... 34 7.12 Medos... 35 7.13 Representações sobre a internet... 35

Conclusões... 37 Referência Bibliográficas... 39 Anexo 1 - Caracterização dos elementos materiais da escola (EB 1 Monte): edifício, equipamento e material didáctico disponível... 41 Instalações... 41 Número de alunos por ano de escolaridade... 41 Anexo 2: Inquérito... 42 Anexo 3 Definições segundo o DELTCI... 48 Lista de tabelas e Ilustrações Ilustração 1 Modelo de Wilson... 11 Ilustração 2 Sistema de comunicação cognitiva para a recuperação da informação... 12 Ilustração 3 Processo de Busca da Informação... 14 Ilustração 4 Dinâmica de investigação inspirada no modelo... 21

Introdução A internet tornou-se, ao longo dos últimos anos, um instrumento de uso quotidiano para uma parcela significativa dos indivíduos nas sociedades contemporâneas. O desenvolvimento acelerado das tecnologias da informação e da comunicação, em particular dos computadores e da internet, tem constituído, desde meados dos anos 90, um dos eixos fundamentais sobre os quais se estrutura o desenvolvimento económico, político, social e cultural das sociedades contemporâneas. Na base deste argumento está o facto de a revolução ocorrida nas tecnologias da informação e da comunicação ter possibilitado a crescente articulação entre estas e o tecido económico e social, tendendo para a constituição de economias e sociedades em rede. Através deste processo estrutura-se um novo paradigma tecnológico, propulsor de um novo ciclo longo de desenvolvimento económico, assim que for resolvido o desajustamento com as configurações institucionais de regulação herdadas do industrialismo. A concretização deste cenário teórico passa necessariamente não apenas por um crescimento alargado do acesso e detenção destes equipamentos e serviços por parte de cidadãos, empresas e instituições públicas, mas também pela ampliação, diversificação e intensificação do seu uso em diversos contextos. O primeiro destes problemas remete para a questão estratégica da desigualdade de acesso às tecnologias da informação e da comunicação, tema amplamente abordado pelos trabalhos sobre esta era digital. Tornou-se necessário perceber e estudar as formas como se age com esta informação. O centro da compreensão dos tipos de comportamento informacional humano tem se tornado conhecido nos últimos 25 anos. De forma simplificada, a conduta humana na busca de informação é o estudo da interacção entre pessoas, os vários formatos de dados, informação, conhecimento e sabedoria, nos diversos contextos em que interagem. O campo da conduta informacional humana remete a conceitos como contextos informacionais das pessoas, necessidades de informação, comportamentos de busca da informação, modelos de acesso à informação, recuperação e disseminação, processamento humano e uso da informação. No que respeita à busca de informação na Internet pelas crianças, muitos trabalhos e têm sido apresentados, e que apontam que as crianças gostam de pesquisar na Internet e são motivados a usá-la como ferramenta de comunicação e entretenimento, embora isso muitas vezes ocorra com barreiras e limitações. Têm, contudo, sido desenvolvidos esforços por parte de

vários investigadores, no sentido de desenvolver modelos de procura e pesquisa de informação na Web, procurando definir padrões de comportamentos que permitam o estudo aprofundado de como as pessoas usam a Web para encontrar informação. No presente estudo, procurar-se-á saber qual o comportamento informacional face à internet, o que os alunos da escola do Monte, situada em Vizela, distrito de Braga. E, recorrer-se-á ao inquérito para a obtenção de resultados. Irá recorrer-se ao Método Quadripolar para metedologia de estudo. E assim, este trabalho será constituído por uma revisão do estado da arte relativa ao assunto, o que ajuda, claramente, a uma melhor compreensão do caso em questão. Será também apresentado, numa fase seguinte, todo o processo e fases de estudo. Será também classificado o contexto em que se insere este estudo. E numa última fase, serão apresentados os resultados e serão tiradas conclusões. Resta, contudo, dizer que o objectivo principal está em perceber qual o comportamento de busca de informação na internet, da escola mencionada, e perceber de que forma são ou podem influenciar na vida pessoal e também escolar. O trabalho foi desenvolvido no âmbito da disciplina Comportamento Informacional da Licenciatura em Ciência da Informação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

1 Comportamento de busca da informação O campo de pesquisas sobre comportamento informacional (tradução para information behavior) emergiu a partir de estudos realizados por cientistas, antes mesmo do termo Ciência da Informação ter sido cunhado. Wilson (1999, p. 250) apresenta como origem desse campo de pesquisa a Conferência de Informação Científica da Royal Society, realizada em 1948, ocasião em que muitos estudos sobre comportamento de busca da informação foram apresentados embora sem o emprego do termo comportamento informacional com reflexões orientadas às necessidades de informação de usuários, principalmente usuários especializados, como cientistas e pesquisadores (FERREIRA, 1997) e sobre documentação e uso de bibliotecas (WILSON, 1999). A partir de então, estudos enfocando como pesquisadores e estudiosos procedem para obter informações foram numerosos e delinearam diferentes fases, segundo Ferreira (1997): Década de 40: os estudos restringiam-se à área de Exatas e objetivavam agilizar e aperfeiçoar os produtos e serviços oferecidos pelas bibliotecas; Década de 50: intensificaram-se os estudos sobre o uso da informação entre grupos específicos de usuários, englobando as Ciências Aplicadas; Década de 60: nessa época, os estudos passam a contemplar questões relativas ao comportamento de usuários, como tecnólogos e educadores, surgindo estudos de fluxos da informação, canais formais e informais. Data desse período o crescimento de estudos que analisam os diferentes aspectos de busca e uso da informação. A partir da década de 80, os estudos passaram a enfocar a avaliação de satisfação e desempenho. Para Wilson, uma das principais críticas feitas a esses estudos dirigia-se ao fato dessas pesquisas não terem sido construídas com base em pesquisas prévias, de maneira a formarem um corpo teórico e de estudos empíricos que poderiam servir como ponto de partida para pesquisas futuras. Algumas razões para a emergência dessas críticas seriam a tradição positivista, cuja influência é perceptível nos estudos realizados inicialmente, que adoptaram métodos quantitativos inadequados, segundo Wilson para estudos do comportamento humano, o que teria gerado pesquisas orientadas para a quantificação, razão pela qual pouquíssimos estudos dessa natureza conseguiram criar insights para o desenvolvimento de teorias ou práticas. Em segundo lugar, o fato de pesquisadores da CI ignorarem trabalhos desenvolvidos em outras áreas do conhecimento, que poderiam oferecer modelos teóricos mais adequados ao estudo do

comportamento humano e, em terceiro lugar, o fato de estudos voltados a essas questões terem emergido há apenas quinze anos, aproximadamente, época em que a CI passou a enfocar a efectividade da comunicação do conhecimento e sua representação entre os seres humanos; o uso e a necessidade da informação e as tecnologias da informação (LIMA, 2003, p. 78). Contudo, nas últimas décadas, esse quadro vem sendo modificado, em decorrência da aplicação de métodos qualitativos, abundantes principalmente em estudos britânicos, que possuem grande tradição em estudos de comportamento. 2 Campo de comportamento informacional humano Actualmente, tem sido dado grande reparo ao comportamento humano de busca e uso da informação. O centro da compreensão dos tipos de comportamento informacional humano tem se tornado conhecido nos últimos 25 anos. De forma abreviada, a conduta humana na busca de informação é o estudo da interacção entre pessoas, os vários formatos de dados, informação, conhecimento e sabedoria, nos diversos contextos em que interagem. O campo da conduta informacional humana remete a conceitos como contextos informacionais, necessidades de informação, comportamentos de busca da informação, modelos de acesso à informação, recuperação e disseminação, processamento humano e uso da informação. O seu desenvolvimento está baseado em: a informação é essencial ao funcionamento e interacção dos indivíduos, grupos sociais, organizações e sociedades e para melhorar a qualidade de vida. O que o fundamenta é a crença de que a informação tem o potencial para mudar o que as pessoas já conhecem e moldar suas decisões e acções (TODD, 2003). A mudança de um paradigma orientado para o sistema em vez de orientado para o usuário, no âmbito da recuperação da informação, teve grande influência no campo do comportamento informacional. As principais questões da ciência da informação 1 passam a colocar o enfoque no usuário, nas suas necessidades e usos de informação. 1 a Ciência da Informação é uma ciência social que investiga os problemas, temas e casos relacionados com o fenómeno infocomunicacional perceptível e cognoscível através da confirmação ou não das propriedades inerentes à génese do fluxo, organização e comportamento informacionais (origem, colecta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação). Ela é trans e interdisciplinar, o que significa estar dotada de um corpo teórico-metodológico próprio construído, dentro do PARADIGMA EMERGENTE PÓS-CUSTODIAL, INFORMACIONAL E CIENTÍFICO in DELTCI. Dicionário Electrónico de Terminologia em Ciência da Informação. Disponível em: http://www.ccje.ufes.br/arquivologia/deltci/dic.asp?let=c,, Consultado em: 07 de Junho de 2010.

No entanto, Dervin e Nilan (1986), numa importante revisão da literatura sobre os estudos de usuários produzidos na ciência da informação entre os anos 1975 e 1985, notaram que a maioria deles permanecia reduzida pelas necessidades do sistema, seu desempenho e eficiência. O paradigma orientado para o usuário concentra-se nos aspectos subjectivos/individuais e não no sistema, a informação é o conhecimento interno ou sensitivo que cada pessoa constrói para satisfazer as suas necessidades informacionais; há a existência de produção de sentido, as pessoas constroem suas necessidades fora das situações que surgem em seus contextos 2 ; a visão da experiência do usuário é uma visão holística, com foco no conjunto das interacções sociais e nos aspectos cognitivos e psicológicos em que predomina o uso de abordagens qualitativas nas pesquisas, tais como entrevistas, grupos focais, estudos de caso, brainstorming, incidente crítico, etc. Este conjunto de hipóteses centradas no usuário e colocadas por Dervin e Nilan (1986) tem orientado a pesquisa e as actividades profissionais da ciência da informação. Ele tem se propagado, talvez, por indicar múltiplos caminhos de pesquisa que têm 2 Termo comum a várias línguas (português, espanhol, francês, italiano, inglês, etc) dicionarizado como a interrelação de cicunstâncias que acompanham um facto lou uma situação ou como a composição e o que envolve e condiciona um elemento que aí se destaca, mas com raízes no campo literário e linguístico: encadeamento das ideias de um escrito ou ainda o que constitui um texto no seu conjunto. Em CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, mais precisamente nos estudos de comportamento informacional, é um conceito operatório oportuno a par de meio ambiente, embora possa ser dispensado por quem use de forma extensiva e intensiva a teoria sistémica. Há, porém, óbvias vantagens de usá-lo estritamente no âmbito das atitudes humanas e sociais emergentes do fenómeno infocomunicacional. Neste sentido, define-se como uma unidade agregadora de elementos materiais (um edíficio, um ou mais aposentos quaisquer que constitui cenário para a acção info-comunicacional), tecnológicos (mobiliário, material de escritório, computadores com ou sem ligação à Internet, etc.) e simbólicos (o estatuto e os papéis desempenhados pelas pessoas ou actores sociais) que envolvem o(s) sujeito(s) de acção info-comunicacional através de momentos circunstanciais delimitados cronologicamente (situação). Engloba dois tipos essenciais: orgânico e efémero. O CONTEXTO orgânico pode ainda ser institucional (em que a unidade agregadora é determinada estruturalmente por uma instituição pública ou privada, mas com aparelho político-administrativo) e informal (em que a unidade agregadora é determinada estruturalmente por entidades individuais e colectivas, sem ou com reduzido aparato burocrático e de génese e extinção rápidas). O contexto efémero possui uma variedade de graus que vão do mais acidental e volátil, como é o caso de um grupo de pessoas conhecidas que se encontram na rua a conversar (emitir e receber informação), o caso dos comícios, das manifestações espontâneas e organizadas, etc., pondendo confundir-se com situação, até ao mais perene e regulado, como é o caso das tertúlias de amigos que se reúnem periodicamente. Este tipo concreto de contexto efémero pode converter-se em contexto orgânico informal. A linha divisória é ténue, mas existe. Quando os contextos se cruzam, sobrepõem ou coexistem estamos perante uma relação contextual de complexidade variável in DELTCI. Dicionário Electrónico de Terminologia em Ciência da Informação. Disponível em: http://www.ccje.ufes.br/arquivologia/deltci/dic.asp?let=c,, Consultado em: 07 de Junho de 2010.

procurado identificar e compreender as dimensões comportamentais, ao identificar habilidades necessárias para o uso eficaz da informação e a maneira de a informação e o conhecimento poderem contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas. O diálogo entre a ciência da informação e a ciência cognitiva pode ser observado em pesquisas que visam a compreender os processos cognitivos envolvidos no comportamento dos usuários da informação (comportamento informacional) e nas actividades de tratamento e recuperação da informação, análise de documentos. A emergência de uma perspectiva cognitiva da área tem fornecido uma visão do usuário como alguém que busca e interpreta a informação, em que as estruturas de conhecimento das pessoas, que se encontram em suas mentes, constituem-se o principal objecto de análise. A essência da abordagem cognitiva na ciência da informação é a ideia de percepção humana, cognição e estruturas de conhecimento. Para Belkin (1990), os autores mais representativos da cognição na ciência da informação são Bertram C. Brookes, Robert S. Taylor, Gernot Wersig e Brenda Dervin. Brookes é considerado o precursor da abordagem cognitiva na ciência da informação; sua obra se tornou clássica, pois foi ele quem lançou os fundamentos dessa abordagem na área. A essência do pensamento de Brookes (1980) pode ser compreendida por meio de sua Equação Fundamental da Ciência da Informação, expressa na fórmula K[S] + r I = K[S + r S], na qual K[S] representa as estruturas de conhecimento, r I a interação com a informação e o conhecimento, K[S + r S] a nova estrutura modificada e r S o efeito da modificação. Nessa equação, informação e conhecimento (r I) têm o mesmo significado. Segundo este, a assimilação da informação é um processo de interacção entre o indivíduo e determinada estrutura de informação que gera modificação no seu estado cognitivo. O conhecimento dá-se quando a informação é percebida e aceite. Conhecimento é toda alteração provocada no stock mental do indivíduo, oriunda da interacção com estruturas de informação, portanto, quando não há alteração desse stock de saber, não houve assimilação da informação. E assim, alguns modelos importantes sobre o comportamento informacional humano têm sido construídos, conforme demonstrado por Todd (2003). A maior parte deles destaca-se que o ponto principal do comportamento informacional é o conceito de necessidade de informação, o contexto ou situação. Um dos modelos mais importantes é o do cientista da informação Tom Wilson, representado na figura a seguir.

Ilustração 1 Modelo de Wilson Fonte: TOOD, 2003 O modelo de Wilson (1996) dita que algumas variáveis activas e intervenientes, configuram o percurso de busca da informação. Uma simples questão de informação pode ser, uma complexa necessidade. Assim, Wilson, sugere que as seguintes variáveis intervêm no comportamento de busca de informação: características pessoais, variáveis emocionais, educacionais, demográficas, sociais, ambientais e económicas. Brenda Dervin, da Universidade do Estado de Ohio nos EUA, tem desenvolvido uma importante teoria na qual afirma que a busca de informação é um processo dinâmico de construção de sentido, formado por contínuas modificações dos quadros internos da realidade, por meio de estáveis construções e reconstruções. As necessidades e experiências quotidianas das pessoas fornecem o contexto para a busca de informação, situações que surgem onde as pessoas percebem que sua compreensão de muitas coisas está incompleta ou bloqueada. Começam a elaborar questões e formular ideias, reunindo informações formais e informais que forneçam respostas, ajudando-as a construir sentido. Assim, surge o processo de construção de pontes sobre as lacunas ou descontinuidades, por meio de busca e uso da informação. Fornece

subsídios proveitosos para a compreensão do comportamento de busca e uso de informação de crianças: a compreensão de sua situação, as suas necessidades, as suas percepções de auxílio e uso da informação, bem como a construção de sentido e de novo conhecimento. Os serviços de informação, podem fazer intervenções mais eficazes no processo de busca e uso da informação, auxiliando os alunos a desenvolver habilidades relevantes que os ajudem a solucionar suas questões. Também a Teoria do Estado Anómalo do Conhecimento (ASK), de Belkin, é útil para ampliar o entendimento do comportamento informacional humano, já que também abarca a dimensão cognitiva e as perspectivas sociais dos usuários. Belkin, coloca o modelo ASK como uma estrutura para melhorar um sistema de informação ou a performance dos serviços de informação no conjunto das necessidades dos usuários, como representa o modelo a seguir: Ilustração 2 Sistema de comunicação cognitiva para a recuperação da informação Fonte: TOOD, 2003 Belkin sustenta que o foco sobre os estados do conhecimento do usuário e os seus problemas, objectivos e intenções oferece soluções estratégicas para o design de sistemas de recuperação da informação. Os padrões teóricos apresentados discutem situações dos usuários e indicam que o comportamento informacional é um processo complexo, por absorver elementos internos (sentimentos, percepções e estados mentais), e elementos externos (ambientais, demográficos, económicos e sociais).

3 Comportamento informacional de crianças A primeira linha de pesquisa, que relaciona as bibliotecas escolares e o aprendizado dos estudantes, busca compreender mais precisa e especificamente como determinados grupos de estudantes atravessam a trajectória escolar, de que forma a os serviços de informação contribuem para o aprendizado dos estudantes e como isso é percebido por eles. Isto é analisada sob um forte papel educacional e é parte fundamental para o desenvolvimento da competência informacional no contexto escolar, ou seja, desenvolvimento de habilidades nos estudantes que os capacitem à busca e uso mais efectivos da informação. Como eles podem ser mais bem capacitados, os efeitos específicos do crescimento ascendente da informação e a extensão das dimensões comportamentais, afectivas e cognitivas que configuram os comportamentos informacionais dos estudantes são discutidos. A pesquisa de Kuhlthau (2004, 1991) está entre os trabalhos mais citados internamente no campo do comportamento informacional humano e tem tomado parte importante na configuração da pesquisa, pois, além de explorar as atitudes dos estudantes, avança na compreensão das dimensões cognitivas e afectivas das crianças no processo de busca e uso da informação. Para essa autora, a actividade de pesquisa é muito mais do que uma actividade intelectual, é um misto de acções, sentimentos e pensamentos que atravessam cada uma das fases da pesquisa. Com uma visão construtivista, a sua teoria, denominada Processo de Busca da Informação, representa importante contribuição para o campo. Está fundamentada nos seguintes estágios: iniciação, selecção, exploração, formulação, colecta, apresentação e avaliação. No estágio inicial os estudantes são convidados a se ajustarem numa questão de pesquisa. Um elemento essencial nesse estágio é a presença de uma necessidade de informação que os convide ao processo de construção de sentido. Durante o segundo estágio, os estudantes escolhem o que buscar em resposta à questão inicial, considerando o que eles já conhecem, o que querem e necessitam descobrir. A questão do interesse pessoal tem se tornado um factor decisivo nesta fase do processo.

Ilustração 3 Processo de Busca da Informação Fonte: TOOD, 2003 No terceiro estágio, os estudantes exploram a questão inicial e desenvolvem as próprias questões, que surgem quando eles começam a aprender sobre o assunto. Comummente, eles encontram informação inconsistente e incompatível com o que já conhecem e com suas expectativas. No quarto estágio, os estudantes mentalizam-se das diversas dimensões e ramificações da questão inicial e começam a formar as suas próprias perspectivas focadas no assunto anteriormente estudado. O que os encaminha para a fase seguinte, a de recolha de informação. A recolha de informação é o estágio posterior, no qual os estudantes reúnem informações que definem, ampliam e dão suporte ao foco que haviam formado; normalmente, o interesse e a confiança aumentam, enquanto eles ganham um senso de propriedade e perícia no assunto. A pesquisa tem revelado que os estágios de exploração, formulação e recolha não são dissociados, mas acontecem de forma intercalada. No estágio da apresentação, os estudantes preparam se para compartilhar o que foi aprendido com a comunidade. Muitos estudos têm sido feitos sobre comportamento informacional de crianças e nas últimas décadas. De entre eles, pode-se citar a pesquisa substancial desenvolvida por Baughman (2000), no estado de Massachusetts (EUA). Preocupado com a qualidade da educação pública, o autor fez amplo estudo em todo o estado, medido por testes estatísticos e a sua relação directa com as bibliotecas escolares. Foram enviados 1.818 questionários para as escolas públicas (ensino fundamental e médio), com retorno de 519 questionários. O estudo aponta que, no estado de Massachusetts, 92% das escolas públicas possuem bibliotecas escolares, e ficou comprovado que as notas dos estudantes são mais elevadas onde há escolas com programas de bibliotecas, onde as bibliotecas possuem maior número de livros por estudante, onde são usadas mais intensamente,

onde permitem maior flexibilidade de horários, onde existem programas institucionais e onde há maior investimento. O trabalho empreendido por Lance (2001) tem consubstanciado estudos importantes nos Estados Unidos, nos estados do Colorado, Alaska e Pensilvânia. O trabalho relaciona os programas de biblioteca escolar e seus efeitos sobre as actividades dos estudantes. Na Austrália, Lonsdale (2003) preparou um relatório importante sobre o assunto, publicado pelo Conselho Australiano para Pesquisa Educacional. Nesta revisão, empreendida pela Associação Australiana de Biblioteca Escolar (ASLA), o enfoque principal é dado ao relacionamento entre os serviços de informação e as actividades estudantis, realçando o papel educacional da mesma. São analisados vários estudos sobre o tema desde 1990, 4 Busca de informação na Internet No que respeita à busca de informação na Internet pelas crianças, muitos trabalhos e têm sido apresentados, e que apontam que as crianças gostam de pesquisar na Internet e são motivados a usá-la como ferramenta de comunicação e entretenimento, embora isso muitas vezes ocorra com barreiras e limitações. O estudo de Akin (1998) a respeito da sobrecarga informacional, com 265 crianças do ensino público elementar do Texas, nos Estados Unidos. Utilizando como instrumento de recolha de dados, o questionário, aponta que as crianças têm experimentado a sobrecarga informacional da rede, e 80% delas indicou essa situação. Elas disseram que experimentam sentimentos de confusão, frustração, irritação, fúria, stress, tensão e pânico, além de sintomas físicos, como dor de cabeça, cansaço, depressão, fadiga e doenças. Para minimizar essa condição, as crianças utilizam estratégias de filtragem, omissão e eliminação de determinados tipos de materiais. O estudo recomenda a importância do conhecimento das situações vivenciadas pelas crianças para que se possa actuar de forma a minimizar os impactos negativos da sobrecarga informacional da rede.

Um estudo de Bilal e Kirby (2002) indica as diferenças e similaridades de busca de informação na Web por estudantes do ensino elementar, ao pesquisarem no Yahoo kids 3!. Procura analisar o comportamento cognitivo, afectivo e físico de ambos os grupos quando procuram uma resposta para as suas questões, bem como os seus movimentos na rede, as suas formas de deslocamento e quanto tempo necessitam para completar a resposta. Dentro da mesma perspectiva, o estudo de Lazonder, Biemans e Wopereis (2000) também procurou analisar as diferenças entre usuários novatos e mais experientes na busca de informação na Web, tanto no que diz respeito à localização de sites, quanto à localização de informação nos mesmos. Para tal, participaram da pesquisa 25 estudantes pré-universitários de duas escolas holandesas, com idade média de 15 anos. As notas dos estudantes mais experientes foram mais elevadas do que as dos usuários mais novos, em todas as performances de localização de sites da Web. Marcante estudo também foi desenvolvido por Fidel et al. Em 1999, com estudantes de ensino médio da West Seattle High School, em Seattle, ao analisar o comportamento de busca informacional na Web em actividades extra escolares dos alunos. Os métodos utilizados foram observação e entrevistas, que incluíram o professor e o bibliotecário. O estudo aponta que o potencial da Web como uma ferramenta de reunião de informações e aprendizado é enorme, e muito dele ainda não tem sido previsto. O trabalho de Hirsh (1997) reveste-se de fundamental importância, ao questionar como as crianças encontram informação para diferentes tipos de questões por meio do uso do Science Library Catalog. O acesso à informação electrónica por parte de crianças tem crescido muito, seja por meio de catálogos, CD-Roms, serviços on-line e Internet. Usar essas ferramentas para encontrar a informação desejada pode ser desafiador, como a pesquisa tem mostrado com pesquisadores adultos de catálogos e bases de dados. Pesquisar nessas fontes de informação electrónica requer um conjunto diferenciado de estratégias de pesquisa e habilidades, mais do que quando se pesquisa nas fontes impressas, e está relacionado ao tipo de informação que é desejada. Este artigo examina como as crianças do ensino fundamental encontram informação sobre diferentes tipos de actividades de pesquisa a partir de sistemas de recuperação da informação, focando- 3 Yahoo! Kids é um portal Web disponibilizado pelo Yahoo! Compreendendo um "navegável, directório de sites de busca da Internet para as crianças", cujo conteúdo foi seleccionado manualmente por educadores para o consumo por crianças de 7-12. O portal era conhecido anteriormente como Yahooligans.

se sobre o uso que elas fazem do Science Library Catalog. O trabalho mostrou que a complexidade da tarefa e o grau de conhecimento das crianças influenciam o sucesso na localização da informação no Science Library Catalog. 5 Informação e conhecimento na Net/Web *(Definições de informação e conhecimento em CI apresentadas em anexo) Têm sido desenvolvidos esforços por parte de vários investigadores, no sentido de desenvolver modelos de procura e pesquisa de informação na Web, procurando definir padrões de comportamentos que permitam o estudo aprofundado de como as pessoas usam a Web para encontrar informação. Encontramos na literatura especializada alguns modelos de procura e pesquisa de informação, dos quais se destacam o modelo de Ellis (1989) e o modelo integrador desenvolvido por Choo, Detlor & Turnbull (1998). O primeiro é composto por seis categorias: iniciação, ligação, pesquisa, diferenciação, monitorização e extracção. Ellis afirmou que estas actividades eram aplicáveis a ambientes de hipertexto (no qual se encontra a World Wide Web). Em estudos posteriores, Ellis (1991) acrescentou mais duas características ao seu modelo: verificação, onde a exactidão de informação é verificada; finalização, que tipifica a conclusão do processo de procura de informação, tal como a construção de um sumário final e organização de notas. Posteriormente Ellis (1997) alterou de algum modo as características do seu modelo, actualizando a iniciação para estudo. A diferenciação foi alterada para distinção, com base na classificação das fontes de informação. Esta alteração inclui também a anotação do canal de onde a informação é originária. Por sua vez Choo, Detlor & Turnbull (1998) apoiando-se em Aguilar (1967) consideram que os modos de rastreio propostos por este autor (visionamento indirecto, visionamento condicionado, procura informal e procura formal) e os comportamentos de pesquisa de Ellis podem ser combinados e apresentados num novo modelo comportamental de pesquisa de informação na Web. No modo de visionamento indirecto na Web, encontramos muitos exemplos de iniciação e encadeamento ou ligação. A iniciação ocorre quando os navegadores iniciam o uso da Net/Web com páginas pré-seleccionadas, ou quando visitam uma página ou o seu site preferido para iniciar o visionamento (tais como notícias, jornais, ou sites de revistas). A ligação

ocorre quando as pessoas reparam em tópicos de interesse (frequentemente por acaso), e depois seguem ligações de hipertexto a mais informação relacionada com esses itens. No modo de visionamento condicionado da Web a pesquisa, a diferenciação e a monitorização são comuns. A diferenciação ocorre quando o utilizador selecciona um site ou páginas da Web que espera forneça informação relevante. Os sites podem ser diferenciados com base em prioridades dadas a visitas pessoais, ou recomendações dadas por outros: oralmente ou em críticas publicitadas. Durante a procura informal na Web supomos que a diferenciação, extracção e monitorização sejam típicas. A procura informal é provavelmente mais ensaida num pequeno número de sites da Web que foram diferenciados pelo indivíduo atendendo: ao seu conhecimento dos mesmos, à relevância da informação neles contida, bem como à sua qualidade, ligação e dependência em relação a outros sites. A extracção é relativamente informal no sentido em que a procura seria restringida à procura de informação dentro do(s) site(s) seleccionado(s). No decorrer da procura formal na Net/Web desenvolvem-se as operações de extracção com alguma actividade complementar de monitorização. A procura formal serve-se de motores de procura que fazem uma cobertura da Net/Web relativamente vasta e que fornecem um poderoso conjunto de características de pesquisa que podem focar e extrair informação. O objectivo é recolher sistematicamente informação relevante para o assunto em estudo, processo de decisão, projecto ou desenvolver o curso de uma acção. Na procura formal são preferidas fontes que são percebidas como sedes de conhecimento utilizável, ou de serviços de informação que se esforçam por assegurar a qualidade e precisão dos dados (cfr. Navarro-Prieto, Scaife e Rogers, 1999; Hölscher e Strube, 2000). Por outro lado, Choo et al. (2000) dividem as actividades de pesquisa da informação em três processos: sentimento de necessidade de informação, pesquisa de informação e uso da informação. Cada um dos processos compreende factores afectivos, cognitivos e situacionais. As necessidades de informação teriam origem nas lacunas cognitivas existentes entre um problema e a necessidade de o resolver, devido às próprias lacunas do conhecimento e à sua relativa incoerência. Para além disso, as necessidades cognitivas também são transformadas em respostas afectivas de acordo com o modo de pensar de cada um: «As respostas afectivas influenciam e são influenciadas pela habilidade do indivíduo em construir conhecimento, focar a informação, gerir humores e expectativas e aprofundar o interesse pessoal na procura» (Choo et al., 2000, p.5). Ao nível situacional, as necessidades de informação surgem dos problemas, incertezas e ambiguidades

encontradas nos contextos e nas experiências. Tais situações e experiências são compostas por um elevado número de elementos que relacionados estão ou não de acordo com o assunto principal, mas também com as condições da situação, com a clarificação do objectivo e o consenso, amplitude do risco, quantidade e locus de controle (cfr. Azoh, 1995; Jesus, 1996), normas profissionais e sociais, tempo e constrangimento de recursos, etc.. As necessidades de informação conduzem a projectos de procura de informação, que se assemelham a um processo de resolução de problemas ou de tomada de decisão. O indivíduo identifica possíveis recursos e diferencia-os de acordo com a sua percepção da qualidade e da acessibilidade desses mesmos recursos, do esforço (físico, psíquico e psicológico) e tempo necessários para o contacto e a extracção, relacionando-os com a utilidade antecipada da informação que pode obter. Ao mesmo tempo, esta avaliação de custos/benefícios é modulada pelo interesse pessoal do indivíduo e pela sua motivação (cfr. Nuttin, 1996; Simon, 1989, 2000; Michel, s/d). O resultado da procura de informação, envolve um jogo de observação na selecção da informação, que é uma pequena parte do total da informação que é recebida. Como esta informação é processada e posta em uso, depende do estilo cognitivo e das preferências de cada um, das suas respostas emocionais que acompanham o processamento da informação e do contexto social e cultural onde a mesma vai ser usada. O resultado final do uso da informação é o de uma mudança no estado de conhecimento do indivíduo, permitindo-lhe compreender ou resolver um problema ou situação ou ainda desencadear uma acção. Isto gera novas experiências e novas necessidades de informação, de modo que o ciclo de procura de informação é contínuo. Quanto à problemática da qualidade da informação disponível via Internet, o conceito é frequentemente significado em referência a fontes que contêm um conteúdo original, que são exactas e de confiança..

6 Caso de estudo Para realizar este estudo foi escolhida a Escola EB1 Monte, situada na cidade de Vizela, na freguesia de Santa Eulália, nomeadamente as turmas do 3º e 4º ano de escolaridade. O principal objectivo está em perceber o comportamento no acesso e uso da internet, tentando perceber a influência que esta (internet) tem no quotidiano das crianças dessa escola, percebendo fundamentalmente o quanto, como e porque usam a internet, e a informação que obtêm, tanto em casa como na escola. No fundo está em perceber qual o comportamento informacional dessas crianças face ao usa da internet. 1.1 Metodologia As metodologias de investigação qualitativa, significando quer o tipo de dados que uma investigação produz, quer o modo de actuação que lhe são dependentes (Silva, 2000) e as suas diversas abordagens parecem, perante esta realidade complexa, aquelas capazes de reflectir, de forma intensa e constante, o todo de investigação que se impõe para uma boa compreensão do fenómeno/processo social e informação, enquadrado no estudo em causa. Nesta análise dados de cariz quantitativo, incluir-se-ão reflexões de maior amplitude sobre as populações estudadas. Portanto este estudo, de investigação propõe-se, partir de uma base teórica sustentada e aberta às inevitáveis transformações que um contexto extremamente dinâmico, integrar as metodologias de análise social existentes de forma a conseguir abordar resultados capazes de reflectir as tensões que, ancoradas no fenómeno social informação, emergem do indivíduo nas suas relações com os meios sociais. Propomo-nos uma prática metodológica baseada no modelo de compreensão da prática científica proposto por P. De Bruyne, J. Herman e M. de Schouteete (1975), que concebem a prática metodológica como um espaço quadripolar, constituído num dado campo do conhecimento, incluindo nesse espaço o pólo epistemólógico motor de pesquisa do investigador (De Bruyne et al., 1975), o pólo teórico onde as hipóteses se organizam e em que os conceitos se definem (Lessard-Hebert, 1994), o pólo morfológico, relacionado com a estruturação do objecto científico onde se inclui a objectivação, a organização e apresentação dos resultados e a redacção do relatório de investigação e o pólo técnico, que corresponde às operações técnicas de recolha de

dados. Estes pólos, longe de isolados ou separados, são um ciclo dinâmico que reciprocamente se recomeça e sustenta, tal como explica ou demonstra a figura a seguir: Pólo Epistemológico Pólo Teórico Método Quadripolar Pólo Morfológico Pólo Técnico Ilustração 4 Dinâmica de investigação inspirada no modelo Assim, o modo de investigação proposto é o da pesquisa em contexto real de como as crianças de uma escola usam a internet. Traçando primeiramente, uma panorâmica dos diversos estudos (muitos) que procuram perceber o estudo em causa, através de uma breve revisão da literatura. A etapa seguinte, envolveu a escolha da amostra e a elaboração de um roteiro para o estudo (baseado no ponto anterior). Depois propôs-se várias unidades de análise, que permitissem perceber e encontrar o pretendido com o estudo. A técnicas proposta, o instrumento usado para a recolha de dados qualitativos, foi o inquérito 4. Da escola, os alunos participantes serão os alunos do terceiro e quarto ano de escolaridade, portanto alunos com idades compreendidas entre os sete e dez anos. Como já foi mencionado no terceiro ano, estão inscritos 23 alunos e no quarto ano 21 alunos, o que perfaz um total de 44 alunos participantes. Foi-lhes proposto responder a um inquérito simples, de fácil compreensão. O inquérito seria auxiliado por entrevista, pois, foi dada a possibilidade de falar com cada um dos alunos em particular, o que ajudou a completar as questões do inquérito, com dados que pareceram pertinentes na altura. O Inquérito pode ser definido como uma interrogação particular acerca de uma situação englobando indivíduos, com o objectivo de generalizar. (Ghiglione & Matalon, 2001, p.7 e 8); é um instrumento para recolha de dados constituido por 4 Inquérito apresentado em Anexo (Anexo 2)

um conjunto mais ou menos amplo de perguntas e questões que se consideram relevantes de acordo com as características e dimensão do que se deseja observar. (Hoz, 1985:58), e tornou-se num dos mais usados e abusados instrumentos de recolha de informação. Se bem construído, permite a recolha de dados fiáveis e razoavelmente válidos de forma simples, barata e atempadamente. (Anderson, 1998: 170). O seu grande problema é a validade, uma vez que a sua medição é indirecta e esta pode não corresponder à realidade, porque o inquirido pode: desconhecer o tema; pretender esconder informações; não interpretar as perguntas de forma adequada. Contudo, parece que este problema, estaria um pouco controlado, na medida, em que aqui, foi permitido, explicara e acompanhar as respostas dos inquiridos, e se tratando de crianças, ajudando a perceberem, por vezes o próprio vocabulário ou mesmo a intenção das questões. Para o conseguir, propõe-se o seguinte percurso metodológico: [POLO EPISTEMOLÓGICO] I. Análise bibliográfica. Análise de Paradigmas e conceitos, tendo sido aprofundados os seguintes pontos: Comportamento Informacional Humano; Comportamento Informacional das Crianças; Busca de informação na internet; Informação e conhecimento na Internet; Comportamento de busca de informação. [POLO TEÓRICO/MORFOLÓGICO] II. Caracterização dos objectos em estudo. A escola EB1 Monte, Vizela caracterização social, cultural e económica. III. Definição de Metodologia de Investigação. Aprofundamento e análise metodológica. Análise de critérios de investigação. Definição de modo de investigação, de técnicas e de recolha de dados. [POLO TÉCNICO] IV. Recolha de dados quantitativos/inquérito: Construção de Inquérito; Aplicação teste do Inquérito em população alvo; Aplicação Recolha de dados métricos; Análise de resultados V. Análise e extracção de resultados globais. Discussão de sugestões teóricopráticas passíveis de generalização. Verificação, voltar ao início. VI. Escrita do trabalho

1.1 Contextualização 6.1.1 Escola EB 1 Monte A Escola (de ensino básico 1º, 2º, 3º e 4º anos de escolaridade) situada, na freguesia de Santa Eulália 5 do Concelho de Vizela, distrito de Braga, insere-se no Agrupamento de Escolas de Vizela, competente de, designadamente, e de acordo com a lei: favorecer um percurso sequencial e articulado dos alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória; superar situações de isolamento de estabelecimentos e prevenir a exclusão social; reforçar a capacidade pedagógica dos estabelecimentos que o integram e o aproveitamento racional dos recursos. Tem um total de 97 alunos, sendo 23 do 3º ano e 21 do 4º ano de escolaridade. 6.1.2 Caracterização social, económica e cultural Vizela é uma cidade pequena e recente, gente que se conhece e se mistura, empresários, comerciantes, operários. O desemprego tem sido o grande inimigo destas gentes nos últimos tempos, pois a crise que tem afectado o sector empresarial não passa despercebida nesta zona e o desemprego tem alastrado muito nos últimos anos trazendo consigo uma grande instabilidade económica e emocional nas famílias que se reflecte em desequilíbrio e problemas por vezes graves nas crianças, que condicionam o seu normal desenvolvimento global e se reflectem no aproveitamento escolar, dificultando a missão da escola e obrigando a um enorme esforço para superar dificuldades de vária ordem. Um meio relativamente simpático, em que ainda se vai acumulando o «tear» com a horta, o que permite complementar e camuflar algumas situações de menor desafogo económico. Gente pobre, mas que tem, muitas vezes, casa, carro e que ganhando, por vezes, tão pouco, consegue fazer com que outros que mais têm, se espantem com a sua aparente «riqueza». A grande oferta de emprego que se verificou durante algumas décadas atrás contribuiu para o baixo nível cultural das pessoas, uma vez que ingressavam no mundo 5 Santa Eulália é uma freguesia portuguesa do concelho de Vizela, com 5,45 km² de área e 5 200 habitantes (2001). Densidade: 954,1 hab/km².

do trabalho logo que concluíam a escolaridade obrigatória e muitos até antes de a terminarem. Alguns encarregados de educação têm habilitações inferiores ao 4º ano, a esmagadora maioria têm apenas o 4º ano e são poucos os que possuem o 12º ano ou níveis superiores. Sendo os mais jovens os que apresentam níveis culturais mais elevados. 7 Resultados Os resultados serão aqui apresentados essencialmente em forma de quadro, sendo que apenas nos pontos que se consideram mais importantes se apresentarão os resultados também em forma de quadro e ainda com um gráfico. Por forma, a se tornarem mais claros os recados. 7.1 Acesso à Internet A internet tornou-se, ao longo dos últimos anos, um instrumento de uso quotidiano para uma parcela significativa dos indivíduos nas sociedades contemporâneas. Dos estudos europeus publicados sobre o assunto, sabe-se que esse crescimento recente tem sido, por um lado, muito significativo. Por outro lado, que as taxas mais elevadas de utilização registam-se entre os mais jovens. E como mostra os quadros a seguir todos os alunos da escola em questão, afirmam já ter utilizado a internet, sendo que 73% deles afirmam já usarem a internet de entre um a dois anos. Q. Alguma vez utilizaste a Internet? Nº % Sim 44 100 não 0 ----- Q. Há quanto tempo usas a internet? Nº % Menos de 1 ano 12 27 Entre 1 e 2 anos 32 73 Entre 3 e 4 anos 0 -----

7.2 Computador e internet em casa A detenção de computador e acesso à internet em casa mostram-se variáveis essenciais para compreender a utilização da internet pelas crianças, uma vez que têm impactos acentuados na frequência e tipo de uso da internet que é feito. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística referentes a 2008 (Inquérito à Utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação pelas Famílias 2008), 49,7% dos agregados domésticos privados no Continente detinham computador. Neste estudo, 81% dos inquiridos tem computador em casa, mas apenas 63% afirmam ter internet em casa. Importa aqui mencionar, que os restantes 36% (os que não tem internet) ou os 16% (os que não tem computador em casa), quando questionados acerca da razão para tal situação, maioritariamente afirmam tratar-se de indisponibilidade económica do agregado. Q. Tens computador em tua casa? Nº % sim 36 81 não 8 18 Q. Tens internet em casa? Nº % sim 28 63 não 16 36 7.3 Frequência de uso da internet em casa A frequência de utilização da internet em casa é outra variável a ter em conta, na medida em que pode ter um efeito diferenciador no seio da população infantil e um impacto sobre os usos que as crianças dela fazem. Q. Quando estás em casa, quantas horas usas a Internet por dia? Nº % Menos de 1 hora 4 14 1 hora 19 68 2 ou mais horas 5 18

Para além do peso horário das aulas e dos trabalhos escolares (realizados em casa, ou nas explicações), a prática frequente de actividades extra-escolares (desporto, aprendizagem de línguas, música, etc.) e a imposição de mecanismos de controlo dos tempos de utilização por parte dos pais, 68% das crianças inquiridas afirmam passar pelo menos uma hora na internet por dia. Veja-se o gráfico a seguir: 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Tempo de uso da internet em casa Menos de 1h 1h 2h ou mais Tempo de uso da internet em casa 7.4 Outros locais de uso da internet Para além do acesso à internet em casa e na escola, as crianças podem ainda frequentar outros espaços onde o mesmo é disponibilizado de forma gratuita - casa de amigos ou familiares, bibliotecas públicas, espaços internet municipais, colectividades, ATL ou centro de estudos. E como mostra o quadro a seguir o acesso à internet em espaços públicos gratuitos tende a ser significativamente frequente.

Q. Com que frequência te ligas à Internet nos seguintes lugares: % Todos os dias ou quase Em casa de um amigo ou familiar Muitas vezes Às vezes 4 22 58 16 Numa biblioteca 1 9 48 42 1 6 17 74 Num espaço internet da Câmara Numa associação ou colectividade 0 2 12 85 Num cibercafé 0 4 16 78 3 4 16 77 No ATL ou centro de estudos Nunca 7.5 Internet na Escola Os computadores e a internet são, hoje em dia, considerados como ferramentas fundamentais para o estudo, o desempenho de uma profissão e mesmo para o exercício da cidadania nas sociedades contemporâneas. Conscientes desta necessidade estratégica, os governos europeus têm vindo a dotar a escola dos equipamentos e serviços necessários à integração das tecnologias da informação e da comunicação no ensino, sendo o volume da disponibilidade destes fruto dos recursos disponíveis ou do lugar da educação nas prioridades de investimento nacional. Na literatura, tem-se discutido o impacto desta inovação, especialmente a internet, nas práticas educativas na escola. Parece estabelecer-se um consenso de certos autores em torno de duas ideias principais. Só por si, a internet não constitui um factor de mudança dos processos de ensino - aprendizagem, mas um instrumento necessário às transformações em curso actualmente na escola, à medida que esta se adapta a novas expectativas e necessidades sociais. A chave da resposta àquela pergunta não está nem na tecnologia nem na pedagogia, mas sim no uso pedagógico da tecnologia. Contudo, neste estudo, mostra-se que esta escola a prática de uso das tecnologias da informação, é escassa. Sendo usado apenas algumas vezes. Para isso, muito contribuirá o facto da escola não possuir meios físicos (computadores e salas) para que se possa utilizar o computador e a internet com mais frequência na escola.

Q. Na escola, com que frequência usas a Internet? Nas aulas Fora das aulas Nº % Nº % Nunca 32 73 0 0 Às vezes 12 27 0 0 Muitas vezes 0 ----------- ----------- ----------- Todos os dias ou quase 0 ----------- ------------- ----------- Veja-se o gráfico a seguir: 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% Frequência de uso da internet na escola Nas aulas Frequência de uso da internet na escola Fora das aulas 10% 0% Nunca As vezes Muitas vezes 7.6 Modos de uso da internet na escola Como acima visto, um dos eixos da política tecnológica educativa tem sido diminuir a ratio de alunos por computadores nas aulas. A escola em causa possui apenas de 2 computadores, para uso de professores, e eventualmente de alunos. Sendo portanto, quase necessário, quando os alunos usam o computador terem de o partilhar. Sendo também importante frisar que, isso acontece muitas poucas vezes, desde logo mostra o quadro anterior. Como já foi mencionado no ponto anterior, devido à falta de meios, a prática de consulta de internet é pouca e quando acontece, é notário a necessidade de colocar mais do que um aluno no computador.