RESUMO GRÉCIA ANTIGA DA MITOLOGIA À DEMOCRACIA E O DECLÍNIO DA CIVILIZAÇÃO GREGA



Documentos relacionados
CAPÍTULO: 5 AULAS: 9, 10, 11 e 12 GRÉCIA ANTIGA

A CIVILIZAÇÃO CLÁSSICA: GRÉCIA. Profº Alexandre Goicochea História

Grécia Antiga. Profº Paulo Henrique

PROFESSOR: JORGE AUGUSTO MATÉRIA: HISTÓRIA 6º ANO

Grécia Antiga II. Cronologia

Escravismo Antigo. Baseado na liberdade que se tem. Dois grupos sociais: Desenvolvimento intelectual, artístico, militar e político

ANTIGUIDADE CLÁSSICA GRÉCIA

MUNDO GREGO MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA ANTIGUIDADE CLÁSSICA.

AULA DE HISTÓRIA GRÉCIA ANTIGA 14/09/2009 GRÉCIA. Localização Península Balcânica sudeste da Europa Território Relevo Acidentado 80% montanhoso

PARNAMIRIM - RN. 6º ano Professores: Ricardo Gomes Verbena Ribeiro

HISTÓRIA GERAL. Profª. Maria Auxiliadora

A História da Grécia Antiga se estende do século XX a.c. até o século II a.c. quando a região foi conquistada pelos romanos.

A história da Grécia é comumente dividida em 5 períodos:

PROFª TEREZA SODRÉ MOTA

Localização Geográfica. -Sul da Europa, na Península Balcânica, junto ao mar Mediterrâneo.

HISTÓRIA REVISAO 1 REVISAO 2. Vídeo - Moisés Príncipe do Egito.

GRÉCIA ANTIGA DAS ORIGENS AO PERÍODO ARCAICO

CURSO DE HISTÓRIA GRÉCIA ANTIGA. Professor Sebastião Abiceu 6º ano Colégio Marista São José Montes Claros - MG

Disciplina:História Professora: Andréa Alexandre

Lista de Exercícios:

1. (1,0) APONTE o nome da região em que foi desenvolvida a civilização grega.

Antiguidade Clássica: Grécia

FORTALECENDO SABERES CONTEÚDO E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES HISTÓRIA DESAFIO DO DIA. Conteúdo: A civilização cretense Os primeiros povos gregos

Aulas 08 a 10: Grécia Antiga Prof. Dawison Sampaio

R.: R.: R.: R.: R.: R.: R.:

ANÁLISE DO FILME OS 300 & A CIDADE GREGA ESPARTA

LEGADOS / CONTRIBUIÇÕES. Democracia Cidadão democracia direta Olimpíadas Ideal de beleza Filosofia História Matemática

Antiguidade Clássica - Grécia. Prof.ª. Maria Auxiliadora

Disciplina:História Professora: Andréa Alexandre

ANTIGUIDADE OCIDENTAL PROFESSORA JACK PÓVOAS

Profª. Flores. Grécia


A AUSTERIDADE DE ESPARTA PROFª TEREZA SODRÉ MOTA

Introdução. Localização


Avaliação de História 6º ano FAF *Obrigatório

INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ IFPR ASSIS CHATEAUBRIAND GRUPO DE PESQUISAS FILOSOFIA, CIÊNCIA E TECNOLOGIAS IF-SOPHIA ASSIS CHATEAUBRIAND

A GRÉCIA ANTIGA passo a passo

Ano: 6 Turma:6.1 e 6.2

CURSINHO PRÓ-ENEM Telefone:

Idade Antiga GRÉCIA: Dicotomia corpo e mente;

DEFINIÇÃO. Gregos é a palavra latina usada para designar os habitantes da Hélade, que se autodenominavam helenos.

GRUPO IV 2 o BIMESTRE PROVA A

- Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha sobre o Descobrimento do Brasil. - Fotografias da posse do presidente do Brasil

Panorama dos pré-socráticos ao helenismo

Professor Sebastião Abiceu 6º ano Colégio Marista São José de Montes Claros - MG

As Cidades Gregas: Atenas e Esparta

PROVA BIMESTRAL História

CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE OCIDENTAL GRÉCIA ROMA

A arte na Grécia. Capítulo 3

ATENAS E O ESPAÇO MEDITERRÂNEO

ANTIGUIDADE CLÁSSICA

Grécia Antiga. Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande. Prof. Alan Carlos Ghedini

De Creta a Micenas. As Origens do Mundo Grego

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Grécia Antiga - Questões de Vestibulares Gabarito *

Grécia Antiga Das Diásporas Gregas a Alexandre o Grande. Prof. Alan Carlos Ghedini

4ª FASE. Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes

Localização. P Ática. P. Peloponeso. Migrações de povos indo-europeus Aqueus Eólicos Jônicos. Península Balcânica: Litoral Recortado relevo Montanhoso

MESOPOTÂMIA. TERRA ENTRE RIOS Prof. Ive

Newton Bignotto. Maquiavel. Rio de Janeiro

ARTE PROTO-GREGA, GREGA E HELENÍSTICA

Pérsia, fenícia e palestina

OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES

Roma Antiga. O mais vasto império da antiguidade; Lendária fundação pelos gêmeos Rômulo e Remo, em 753 a.c.; Roma - centro político do Império;

O que são Direitos Humanos?

A partir da leitura do texto abaixo responda as questões 2 e 3: A SOCIEDADE EGIPCIA

Unidade II Poder, Estudo e Instituições Aula 10

A Antiguidade Oriental Hebreus

No século VII a. C., a cidade-estado de Esparta apresentava a seguinte organização política:

Situa-se na Península Itálica, próxima ao mar Mediterrâneo, Adriático e Tirreno.

CAPÍTULO 06 - MESOPOTÂMIA. A palavra Mesopotâmia vem do grego e significa entre rios.

FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE LINHARES - FACELI SELEÇÃO E COMENTÁRIO DE CENAS DO FILME GLADIADOR LINHARES

Esparta: A Sociedade da Guerra

Material de Revisão Da Pré-História a Roma Antiga

MESOPOTÂMIA ORIENTE MÉDIO FENÍCIA ISRAEL EGITO PÉRSIA. ORIENTE MÉDIO origem das primeiras civilizações

RELAÇÃO DA HISTÓRIA DO DIREITO COM FILME ALEXANDRE O GRANDE

GUERREIRA Aulas: 35 PÁGS. 19. PROFª CLEIDIVAINE Disc. História / 6º ano

As características de cada período serão analisadas a seguir. Período Pré-Homérico. Do povoamento da península Balcânica à Primeira Diáspora.

Arte 1º. Ano do Ensino Médio. Linha do Tempo da História da Arte (Períodos/ Movimentos Artísticos/ Contexto Histórico).

MUDANÇAS NO FEUDALISMO. Professor Sebastião Abiceu 7º ano Colégio Marista São José de Montes Claros - MG

1. A FORÇA DE ESPARTA

O regime democrático apareceu em Atenas no século V a.c., concretizado pelas reformas legislativas levadas a efeito pelo arconte Clístenes (508 a

OS PRIMEIROS POVOADORES DA TERRA

pater Segunda Diáspora, Os Éforos A diarquia Assembléia Popular, Ge- rúsia

ARTES AVALIAÇÃO. Aula AVALIAÇÃO

Localização. Planície central da península itálica. Conhecida como Lácio.

CURSO DE HISTÓRIA ANTIGA. Professor Sebastião Abiceu 7º ano Colégio Marista São José Montes Claros - MG

A CIVILIZAÇÃO CLÁSSICA: GRÉCIA

Período pré-colonial

Lista de Recuperação de Arte 6º ANO

Outra grande civilização da Antiguidade oriental, em que o Estado possui grande poder e controle sobre tudo foi a Mesopotâmia.

O FIM DO FEUDALISMO E A CENTRALIZAÇAO POLÍTICA

O povo da Bíblia HEBREUS

Elaboração de Projetos

AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que

1º - Foi um movimento liderado pela BURGUESIA contra o regime absolutista. 2º - Abriu espaço para o avanço do CAPITALISMO.

Profº Alexandre Goicochea

As Civilizações Antigas do Oriente II

Transcrição:

RESUMO GRÉCIA ANTIGA DA MITOLOGIA À DEMOCRACIA E O DECLÍNIO DA CIVILIZAÇÃO GREGA PERIODIZAÇÃO Pré-Homérico (1900-1100 a.c): Período antes da formação do homem grego. Nessa época, estavam se desenvolvendo as civilizações Cretense ou Minóica (ilha de Creta) e a Micênica (continental). Homérico (1100-700 a.c): Período de Homero, marco na história por suas obras, Odisséia e Ilíada. Período que iniciou a ruralização e comunidade gentílica (na qual um ajuda o outro na produção e colheita). Obscuro (1150-800 a.c.): Chegada dos aqueus, dóricos, eólios e jônicos; formação dos genos; ausência da escrita. Arcaico (800-500 a.c.) Formação da polis; aparecimento do alfabeto fonético, da arte e da literatura, progresso econômico com a divisão do trabalho no comércio, na indústria e processo de urbanização. Clássico (500-338 a.c.) O período de esplendor da civilização grega. As duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas. Neste momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos (Guerras Médicas) e interno (Guerra do Peloponeso). Helenístico (338-146 a.c.) Crise da polis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural helenística, a civilização grega se espalha pelo Mediterrâneo e se funde a outras culturas. A GRÉCIA ANTIGA A Grécia ou Hélade influenciou profundamente a formação da cultura ocidental. Dos gregos ou helenos antigos herdamos uma gama de conhecimentos científicos, os grandes fundamentos do pensamento filosófico e político, presentes nas obras de Sócrates, Platão e Aristóteles. Também nossos padrões estéticos de arte e beleza foram herdados dos gregos. Grécia em grego é Ελλάδα. Grego é o nome pelo qual os romanos designavam os helenos, habitantes da Hélade que ficou conhecida como Grécia. Hélade é Hellás - ádos, que desde os tempos de Ésquilo designa a totalidade das regiões habitadas pelos helenos. As formas portuguesas Grécia, castelhana e italiana Grecia, francesa Grèce, inglesa Greece, são um eruditismo calcado sobre o latim Græcia (com o etnônimo respectivo grego, griego, greco, grec e greek, do latim græcus). A Grécia antiga abrangia o sul da península Balcânica (Grécia europeia), as ilhas do mar Egeu (Grécia insular) e o litoral da Ásia menor (Grécia asiática). A partir do século VIII a.c., os gregos ampliaram seu território de ocupação, fundando colônias no Mediterrâneo e no sul da Itália, que passou a chamar-se Magna Grécia. Do século XII ao VIII a.c., os grupos humanos que estavam estabelecidos na Grécia encontravam-se organizados em genos, ou seja, famílias coletivas constituídas por um grande número de pessoas sob a liderança de um patriarca. Foi o período das comunidades gentílicas. Na organização hierárquica dos genos, o patriarca, ou pater, era a autoridade máxima, exercendo as funções de juiz, chefe religioso e militar. O critério que definia a posição social dos indivíduos na comunidade era o seu grau de parentesco com o pater. Para enfrentar um inimigo comum, algumas comunidades gentílicas se uniram, formando uma fratria. As fratrias reunidas constituíram uma tribo, a qual se submetia a

autoridade do filobasileu, o comandante do exército. A união de várias tribos, deu origem ao demos ( povo ou povoado ), que reconhecia como seu líder o basileu. A crise da sociedade gentílica alterou a estrutura interna dos genos. A terra deixou de ser propriedade coletiva. As melhores terras passaram a ser dominadas pelos parentes mais próximos do pater, que passaram a ser chamados de eupátridas ( Bem-nascidos ). O restante das terras foi dividido entre os georgóis ( agricultores ), parentes mais distantes do patriarca. Nesse processo, os mais prejudicados foram os thetas ( marginais ), para os quais nada restou. Entre os séculos VIII e VI a.c., várias tribos se uniram formando comunidades independentes, que deram origem às polis ou cidades-estados. A Grécia possuiu mais de cem cidades-estados independentes ou autônomas que, de modo geral, possuíam seus regimes políticos próprios, algumas se mantiveram oligárquicas outras tornaram-se democráticas. As duas polis mais importantes da Grécia antiga foram Atenas (a democrática) e Esparta (a oligárquica). MITOLOGIA GREGA A Grécia antiga nunca constituiu um estado unificado. De fato, os gregos das diversas cidades-estados autônomas tinham consciência de que pertenciam a uma mesma cultura, sendo pois unidos pela língua que falavam e pela religiosidade comum entre eles. Os grandes santuários pan-helênicos, como Olímpia, Delfos ou Delos, eram os locais de reunião dos helenos. Mesmo sangue e mesma língua, santuários e sacrifícios, costumes e hábitos semelhantes eram os elementos de identidade e que uniam os gregos antigos. Assim, na Grécia antiga, as várias cidades-estados eram parte de uma mesma comunidade religiosa: tinham as mesmas crenças e rituais, tanto que se faziam representar num santuário comum, Delfos, e se uniam para rituais, como, por exemplo, os que aconteciam nas festas pan-helênicas, como as Olimpíadas. Entre os gregos, a tradição religiosa era transmitida oralmente por poetas como Homero e Hesíodo, que viveram entre os séculos IX e VIII a.c., inspirados por divindades ligadas à música e à poesia, as Musas. Entre os gregos, a religião era politeísta, ou seja, eram vários os deuses em que acreditavam e que davam origem diversas crenças, cultos e práticas religiosas. A religião grega também era antropomórfica, pois os deuses eram a imagem e semelhança física e psíquica dos homens, inclusive compartilhando vícios, desejos e defeitos. Era também Pragmática, ou seja, os deuses existiam por causa das necessidades humanas: segurança, alimentação, guerra; Idealista, isto é, as divindades expressavam o desejo de imortalidade, poder e prazer; Fatalista, os acontecimentos da vida eram traçados pelos deuses. Acreditava-se que esses deuses habitavam o monte Olimpo, na Tessália. Os deuses gregos não são eternos, pois nasceram um dia, mas são imortais. São doze os principais deuses gregos, tendo cada um um poder específico: Zeus, é o mais poderoso dos deuses e pai da maioria dos outros deuses, era senhor dos céus e líder dos deuses, comandava as estações do ano, os dias e as chuvas, quando enfurecido, enviava raios sobre a Terra; Hera, deusa das esposas e protetora dos nascimentos, casada com Zeus, era bastante vingativa com as várias amantes do marido; Poseidon, deus dos mares, reinava sobre o oceano e comandava a chuva e a seca, provocava catástrofes com o seu tridente, para vingar os mortais que agiam contra a sua vontade; Deméter, deusa da fertilidade da terra; Apolo, deus do sol e da luz, chamava a atenção pela beleza e força, inspirava poetas e adivinhos porque tinha o poder de prever o futuro; Atena, deusa das artes, das ciências e da sabedoria, era guerreira, mas inimiga da violência, preferia o debate e a negociação na hora de resolver confrontos; Afrodite, deusa do amor e da beleza, era a divindade mais linda, inspirava a paixão nos mortais, mas também ciúme e loucura naqueles que não a homenageavam; Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia; Ares, deus da guerra; Hermes, deus da eloquência e do comércio, símbolo da rapidez, levava mensagens do

Olimpo para os mortais, ajudava tanto os mercadores quanto os ladrões; Artemis, deusa caçadora; Héstia, deusa dos lares. Havia também Hades, senhor do reino dos mortos; Dionísio, deus do vinho e da euforia, instaurou festas nas quais se chegava ao êxtase por meio da música, da dança e da bebida; Hebe, deusa da juventude; Eros, filho de Ares e Afrodite, em algumas versões considerado filho do Caos, sua versão romana é a de Cupido, ele é o deus do amor. Havia também heróis divinizados ou semideuses, dentre os quais os mais famosos foram: Hércules, famoso por sua força; Teseu, que matou o minotauro do palácio de Creta; Perseu, que matou a Medusa, monstro que convertia em pedra todos que a olhavam. A mitologia grega ente nós sobrevive nas palavras que se usam hoje, como Deus, justiça, cereal, etc. e nos nomes dos planetas. As nossas Olimpíadas é uma herança dos gregos. O teatro foi inventado pelos gregos em um rito para o deus Dionísio. Enquanto as artes em nossa sociedade são ainda hoje profundamente influenciadas pela cultura grega, a arquitetura ainda hoje usa colunas, pórticos e naves dos antigos templos gregos. ATENAS Atenas situa-se na Ática. Em grego antigo, Atenas era chamada Αθήναι (Athénai), em homenagem à deusa grega Atena. A ocupação inicial da Ática foi realizada pelos aqueus, seguidos posteriormente por eólios e principalmente jônios, todos povos indo-europeus. Atenas ficou famosa por ter sido poderosa Cidade-Estado e um centro cultural e intelectual muito importante nos tempos antigos (atualmente é a capital de Grécia). Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até a aristocracia ( Bem-nascidos ) solaparem o poder do basileu, que foi substituído pelo arcontado composto por nove arcontes com mandatos anuais. Foi também criado um conselho o aerópago composto por eupátridas, com função de regular a ação dos arcontes. As leis draconianas têm um importante papel na história do Direito, por serem o primeiro código de leis escrito. Estas leis eram sempre favoráveis aos eupátridas e cobriam penas extremamente severas aos infratores. Para os crimes graves, aqueles submetidos ao Areópago, as penas eram a morte ou o exílio. Tanto o furto como o assassinato recebia a mesma punição: a morte. Essa severidade fez que o adjetivo draconiano chegasse à posteridade como sinônimo de desumano, excessivamente rígido ou drástico. Além dos eupátridas, georgóis e thetas, a sociedade ateniense ainda tinha: os Demiurgos, que eram artesãos ou comerciantes, em geral, georgóis empobrecidos ou thetas; os Escravos, geralmente prisioneiros de guerra, sem direitos políticos. As lutas entre classes sociais, a instabilidade e o crescimento de Atenas foram fatores que motivaram o surgimento de reformas, feitas por legisladores. Dentre esses legisladores, destacou-se Drácon. Arconte, de origem aristocrática, Drácon recebeu em 621 a.c. poderes extraordinários para preparar um código de leis escritas (até então eram orais), Drácon elaborou um rígido código de leis baseado nas normas tradicionais arbitradas pelos juízes. Em 594 a.c., Sólon (em grego, Σόλων - Sólōn, na transliteração), um legislador ateniense, iniciou uma reforma mais ambiciosa, onde as estruturas social,política e econômica da polis ateniense foram alteradas. Ele cria a Eclésia (assembleia popular), na qual participavam todo homem maior de 30 anos, livre (não escravo), ateniense e de pai e mãe ateniense. Contudo, a participação não é por nascimento, agora ela é censitária. O critério da riqueza possibilitou a ascensão política dos demiurgos. Criava-se, assim, a Timocracia (do grego, timos = riqueza, e kratos = poder). Sólon criou o Conselho dos Quatrocentos, ou Bulé. A Eclésia aprovava as medidas da Bulé. Criou também o tribunal de justiça, o Helieu, aberto a todos os cidadãos.

Na sua reforma, Sólon proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento através da chamada lei Seixatéia, dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual). Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos, e o Povo, que desejava mais que uma política censitária, e sim a promoção de uma reforma agrária. A conturbação política que se seguiu a reforma de Sólon permitiu o surgimento dos tiranos, ditadores que usurparam o poder. O primeiro e mais importante deles foi Pisístrato, que governou Atenas de 561 a 527 a.c. Ele foi sucedido por seus filhos Hiparco e Hípias, que logo não perderam o apoio do povo. Em 510 a.c., eclode uma revolta, liderada por Clístenes, um nobre ateniense, que finaliza a tirania e estabelece a Democracia ateniense. Democracia Representativa e Direta Democracia direta refere-se ao sistema onde os cidadãos decidem diretamente cada assunto por votação. Em democracias representativas, em contraste, os cidadãos elegem representantes em intervalos regulares, que então votam os assuntos em seu favor. A democracia direta tornou-se cada vez mais difícil e necessariamente se aproxima mais da democracia representativa, quando o número de cidadãos cresce. Historicamente, a democracia mais direta foi o antigo sistema político de Atenas. O sistema de eleições que é usado em alguns países ocidentais de Estado, pode ser considerado como uma forma de democracia representativa, onde o povo elege seus representantes locais. A Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo). A palavra Democracia vem do grego demos ( povo ) e kratos ( poder ), significando poder do povo, ou seja, governo feito pelo povo. O povo torna-se soberano para decidir seu próprio destino. ESPARTA Esparta (em grego Σπάρτη, em grego moderno Spárti, em grego antigo, Spártē) era uma cidade-estado da Antiga Grécia (atualmente um município da Grécia), fundada no século IX a.c. e situada nas margens do rio Eurotas, no sudeste da região do Peloponeso, na planície da Lacônia. Esparta, também conhecida como Lacedemônia, foi formada pelos dórios, povo indo-europeu essencialmente guerreiro. Esparta possuía uma estrutura social extremamente rígida, dividindo-se em: Espartanos ou esparciatas ou ainda lacedemônios: os descendentes dos conquistadores dórios eram os únicos detentores da cidadania em Esparta e, portanto, com direitos políticos. Formavam uma classe privilegiada que monopolizava o poder militar e, por decorrência, o político e o religioso. Periecos: eram os habitantes dos arredores das cidades, descendentes das populações nativas submetidas pelos dórios. Livres, dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Hilotas: eram os servos pertencentes ao Estado, descendentes da população dominada pelos dórios. Politicamente, Esparta organizava-se sob uma diarquia, ou seja, uma monarquia composta por dois reis, que tinham funções guerreiras e religiosas. As funções executivas, entretanto, eram exercidas pelo Eforato composto por cinco membros eleitos anualmente, que administravam os negócios públicos da cidade. Havia a Gerúsia, composta por 28 membros da aristocracia, com idade superior a sessenta anos, que tinham funções legislativas. Na base da estrutura política espartana estava a Ápela ou assembleia popular, formada por todos os cidadãos iguais maiores de trinta anos, os homoioi (em grego, iguais ou semelhantes), que tinha a função de votar leis e escolher os gerontes.

A EDUCAÇÃO EM ESPARTA A educação espartana, que recebia o nome técnico de agogê, estava concentrada nas mãos do Estado, sendo uma responsabilidade obrigatória do governo. Estava orientada para a intervenção na guerra e a manutenção da segurança da cidade, sendo particularmente valorizada a preparação física que visava fazer dos jovens bons soldados e incutir um sentimento patriótico. Desde o nascimento até à morte, o espartano pertencia ao estado. Os recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciãos que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficiência física ou mental ou não fossem suficientemente robustos, ou seja, praticavam a eugenia. A partir dos 7 anos de idade, os pais (cidadãos) não mais comandavam a educação dos filhos. As crianças eram entregues à orientação do Estado, que tinha professores especializados para esse fim, o paidónomo. Os jovens viviam em pequenos grupos coletivos, levando vidas muito austeras, realizavam exercícios de treino com armas e aprendiam a táctica de formação. A fama do guerreiro espartano perpassa a história, sendo uma das principais características conhecida desta sociedade grega. Cena do Filme 300 de Esparta que descreve a Batalha das Termópilas (480 a.c.), quando 300 guerreiros espartanos comandados pelo Rei Leónidas lutaram até a morte para refrear o avanço do exército persa do Rei Xerxes no território grego. Os homens espartanos (esparciatas) eram mandados ao exército aos sete anos de idade, onde recebiam educação e aprendiam as artes da guerra e desporto. Aos doze anos, eram abandonados em penhascos sozinhos (só contavam uns com os outros), nus (para criarem resistência ao frio) e sem comida (para caçarem e pescarem). Essa educação estava voltada para ensinar aos esparciatas valores guerreiros como força, resistência, seriedade, bravura, disciplina, solidariedade e astúcia. Com 18 anos, os esparciatas ingressavam no exército, tornando-se hoplitas. Os jovens lacedemônios, chamados de eiren, poderiam atacar a qualquer momento servos (hilotas), a fim de lutar e se preparar para a guerra, isto era chamado de Kriptéia. Aos 30 anos de idade o esparciata tornava-se cidadão, adquiria plenos direitos políticos, podendo, então, participar da Assembleia do Povo ou dos Cidadãos (Ápela). Depois de concluído o período de formação educativa, os cidadãos de Esparta, entre os vinte e os sessenta anos, continuavam a viver em grupos e estavam obrigados a participar na guerra. As mulheres espartanas recebiam educação quase igual à dos homens, participando dos torneios e atividades desportivas. O objetivo era dotá-las de um corpo forte e saudável para gerar filhos sadios e vigorosos. Consistia na prática do exercício físico ao ar livre. Assim como os homens, também iam aos quartéis quando completavam 7 anos de idade para serem educadas e treinadas para a guerra mas dormiam em casa. XENOFOBIA A xenofobia (em grego, xeno é estrangeiros e fobia é medo) era uma das características da sociedade espartana. Xenofobia é comumente associado a aversão a outros povos e culturas. É também associado à fobia em relação a pessoas ou grupos diferentes, com os quais o indivíduo ou o grupo social que apresenta a fobia habitualmente não entra em contato e evita. Esparta era uma cidade conservadora, os espartanos limitavam ao máximo relações com estrangeiros, inclusive gregos de outras cidades, a fim de dificultarem a penetração de ideias perigosas ou nocivas à sociedade espartana. GUERRAS MÉDICAS

Dá-se o nome de Guerras Médicas (ou Guerras Medas, Guerras Greco-Persas, Guerras Greco-Pérsicas e Guerras Persas) aos enfrentamentos entre os antigos gregos e o Império Persa durante o século V a.c. As Guerras Médicas ocorreram entre os povos gregos (aqueus, jônios, dórios e eólios) e os medo-persas, pela disputa sobre a Jônia na Ásia Menor. Em 490, Dario (522-486 a.c.) decidiu enviar à Grécia continental uma expedição punitiva. Erétria foi arrasada e saqueada, mas os atenienses e plateenses, chefiados por Milcíades (550-489 a.c.), conseguiram rechaçar os persas na Batalha da planície de Maratona. Xerxes (486-465 a.c.), filho de Dario, comandou dez anos depois (480 a.c.) uma invasão à Grécia em grande escala. As tropas helenicas decidiram detê-los ao máximo no desfiladeiro das Termópilas (que significa Portas Quentes). Neste lugar, o rei espartano Leônidas colocou cerca de trezentos soldados espartanos e mais mil de outras regiões. Naquele desfiladeiro tão estreito os persas não podiam usar sua famosa cavalaria, e sua superioridade numérica estava bloqueada. Mas ocorreu que os gregos foram traídos por Efíaltes, que conduziu Xerxes através dos bosques para chegar pela retaguarda à saída das Termópilas. As cidades-estados gregas esqueceram as disputas internas que existiam entre elas e uniram-se, comandados pelo ateniense Temístocles venceram os persas na Batalha naval de Salamina (480 a.c.) e na de Platéias (479 a.c.), acabando com as intenções de domínio de Xerxes.