Efeito da reidratação na pós-colheita da salsa. Kari K. S. Araujo 1 ; Carolina C. Sena 1 ; Sueli M. F. Alves 1 ; André J. Campos 1



Documentos relacionados
Congresso Brasileiro de Processamento mínimo e Pós-colheita de frutas, flores e hortaliças

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Influência do armazenamento na durabilidade pós-colheita de helicônia Kessyana Pereira Leite, Paula Guimarães Pinheiro de Araújo, Andreza Santos da

Efeito da colhedora, velocidade e ponto de coleta na qualidade física de sementes de milho

SEÇÃO 1 TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL E ANIMAL

A1-206 Avaliação da qualidade fisiológica de sementes de milho variedade (Zea mays) armazenadas em garrafas PET.

CONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE CAFÉ ROBUSTA (Coffea canephora) CULTIVAR APOATÃ IAC 2258 EM FUNÇÃO DO GRAU DE UMIDADE E DO AMBIENTE

Modelos mistos na análise de dados longitudinais de um experimento para armazenamento de banana

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE MAMÃO PAPAIA COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE ARACAJU

QUALIDADE FÍSICA DE OVOS INCUBÁVEIS DE CODORNAS JAPONESAS (Cortunix coturnix japonica) SUBMETIDOS A DIFERENTES PERIODOS E TEMPERATURAS DE ESTOCAGEM

TEOR DE UMIDADE DOS GRÃOS

Conservação pós-colheita dos frutos de quatro cultivares de quiabo com a utilização do filme de PVC em condições ambientes.

FIRMEZA DE MAMÃO GOLDEN SOB RECOBRIMENTOS A BASE DE QUITOSANA E ARMAZENADOS SOB REFRIGERAÇÃO

Utilização da atmosfera modificada na conservação pós-colheita de cebola (Allium cepa, L.).

ANÁLISE DO RENDIMENTO DE FRUTOS DE CAJÁ-MANGA SUBMETIDOS AO PROCESSO DE DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA SEGUIDA DE SECAGEM EM ESTUFA

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE ANEL, DETERMINADAS POR REGRESSÃO LINEAR E REGRESSÃO POTENCIAL

PRODUÇÃO DE ETANOL COM CANA CRUA ARMAZENADA NO INÍCIO DE SAFRA ETHANOL PRODUCTION BY GREEN CANE IN BEGINNING OF THE SEASON

Sistema Baseado em Regras Fuzzy para Avaliação do Efeito de Lâminas de Irrigação na Produtividade e Diâmetro da Raiz de Cultivares de Beterraba

Palavras-chave: Índice de acidez; óleo vegetal; fritura.

Tecnologia de Alimentos. QUALIDADE DE PÊSSEGOS cv. Eldorado MINIMAMENTE PROCESSADOS E TRATADOS COM DIFERENTES ANTIOXIDANTES

Características físico-químicas de alho (Allium sativum L.) submetido a diferentes reposições de água no solo.

Avaliação de linhagens de alface tipo americana no município de Bambui-MG

RESUMO. Introdução. 1 Acadêmicos PVIC/UEG, graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Journal of Fruits and Vegetables, v. 1, n. 1, p , 2015

Pesquisa da EPAMIG garante produção de azeitonas

Congresso Brasileiro de Processamento mínimo e Pós-colheita de frutas, flores e hortaliças

Armazenamento Sob Atmosfera Modificada de Melão Cantaloupe Cultivado em Solo Arenoso com Diferentes Coberturas e Lâminas de Irrigação.

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

MODELAGEM MATEMÁTICA DA ABSORÇÃO DE ÁGUA EM SEMENTES DE FEIJÃO DURANTE O PROCESSAMENTO DE ENLATADOS.

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

VIDA-DE-PRATELEIRA DE GOIABAS, CV. SASSAOKA, MINIMAMENTE PROCESSADAS E ARMAZENADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS 1

DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGEM PLÁSTICA PARA TRANSPORTE E COMERCIALIZAÇÃO DE TOMATE

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

1. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE PELO MÉTODO DO AQUECIMENTO DIRETO- TÉCNICA GRAVIMÉTRICA COM EMPREGO DO CALOR

Obtenção de extrato de tomate em pó por diferentes processos: trocador de calor e concentrador a vácuo por coluna barométrica

ANÁLISE DA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DA ALFACE (Lactuca Sativa, L) UTILIZANDO O SISTEMA DE APOIO À TOMADA DE DECISÃO BKD

PRODUÇÃO DO ALGODÃO COLORIDO EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE N E B

Efeito da embalagem na conservação de produtos minimamente processados Nilda de Fátima Ferreira Soares*

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA PARA PRODUÇÃO DE MELANCIA E CENOURA COM FINANCIAMENTO EM ANAPOLIS GO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2139

Bebida constituída de frutos de açaí e café: Uma alternativa viável

A INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE VÁCUO NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS PRODUTOS DE CERÂMICA VERMELHA.

SIMULAÇÃO DE SECAGEM DE MILHO E ARROZ EM BAIXAS TEMPERATURAS

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE VINHAÇA NO SOLO ATRAVÉS DE MÉTODO DE PROSPEÇÃO GEOELÉTRICO

EFEITO DO ESTRESSE HÍDRICO E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA NA EMERGÊNCIA DE BRACHIARIA BRIZANTHA CV. MG-5

Produção de feijão-fava em resposta ao emprego de doses de esterco bovino e presença e ausência de NPK

Uso de húmus sólido e diferentes concentrações de húmus líquido em características agronômicas da alface

Processamento de bacalhau salgado seco

Postharvest conservation mangaba under ambient atmosphere

Manuseio Mínimo. Apoio. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Eficiência da Terra de Diatomácea no Controle do Caruncho do Feijão Acanthoscelides obtectus e o Efeito na Germinação do Feijão

3.1 Determinação do Teor de Ácido Ascórbico e de Ácido Cítrico no

Concimi Speciali PH DE CALDA 137

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

ABSORÇÃO DE MICRONUTRIENTES APÓS APLICAÇÃO DE BIOSSÓLIDO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE EUCALIPTO

ATMOSFERA MODIFICADA NA CONSERVAÇÃO DA QUALIDADE DE PINHA

DECANTAÇÃO DO RESÍDUO DA LAVAGEM DE BATATAS DA LINHA DE BATATAS-FRITAS

Portaria nº 795 de 15/12/93 D. O. U. 29/12/93 NORMA DE IDENTIDADE, QUALIDADE, EMBALAGEM, MARCAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO FARELO DE SOJA

Avaliação da influência de coberturas mortas sobre o desenvolvimento da cultura da alface na região de Fernandópolis- SP.

Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha ISSN: Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C.

Inclusão de bagaço de cana de açúcar na alimentação de cabras lactantes: desempenho produtivo

Patogenesia de Rhus toxicodendron na água

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Desenvolvimento de um Software Aplicado para o Controle de Qualidade do Amido de Pachyrrhizus tuberosus

AVALIAÇÃO DE SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS COMO CONDICIONADORES DE SUBSTRATOS E/OU FERTILIZANTES ORGÂNICOS PARA MUDAS

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA - UFPB VIRTUAL LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS A DISTÂNCIA

ESTUDO DA FREQÜÊNCIA ALIMENTAR DO PIRARUCU, Arapaima gigas (CUVIER, 1829)

VIII Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG- campus Bambuí VIII Jornada Científica

APLICAÇÃO FOLIAR DE ZINCO NO FEIJOEIRO COM EMPREGO DE DIFERENTES FONTES E DOSES

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO ITINERANTE PARA DESCASCAMENTO DE FRUTOS DE MAMONA DA CULTIVAR BRS PARAGUAÇU

Chemical characterization and weight loss of c.v. grape bunches Brazil during post-harvest storage.

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

Ajuste dos Parâmetros de um Controlador PI em uma Coluna de Destilação Binária

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

XVI CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 22 a 26 de outubro de 2007 DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS NA CULTURA DA ALFACE CRESPA ROXA

Germinação e viabilidade de sementes de pupunha em diferentes ambientes e tipos de embalagens

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA SECAGEM DE ARGILA

Ciência e Tecnologia de Alimentos ISSN: revista@sbcta.org.br. Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Ponto de Corte do Milho para Silagem

TIJOLOS CRUS COM SOLO ESTABILIZADO

MÉTODOS DE SUPERAR A DORMÊNCIA DE SEMENTES DE BRACATINGA PARA PLANTIO COM MÁQUINA RESUMO

QUALIDADE DE PIMENTÕES AMARELOS COLHIDOS EM DOIS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DE CASCAS E SEMENTES DE MAMÃO RESUMO

AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE MILHO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBO

SECAGEM DE GRÃOS. Disciplina: Armazenamento de Grãos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENG03108 MEDIÇÕES TÉRMICAS

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DEGRADADA POR EFLUENTE INDUSTRIAL

ESTUDO DA SECAGEM DE MAMÃO FORMOSA DESIDRATADO OSMOTICAMENTE.

Influência do armazenamento refrigerado na qualidade pós-colheita de mirtilo

Efeito da Densidade de Sementes na Germinação da Couve-da-Malásia.

EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE PRÓBIÓTICOS EM DIETAS PARA BOVINOS NELORE TERMINADOS EM CONFINAMENTO INTRODUÇÃO

Dormência em sementes de pata-de-vaca (Bauhinia angulata vell).

EFEITO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE HÚMUS DE MINHOCA CALIFÓRNIA VERMELHA INCORPORADOS AO SOLO E COM APLICAÇÕES DE BIOFERTILIZANTE NA CULTURA DO FEIJÃO

PROJETO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº, DE DE DE 2009

CIÊNCIAS PROVA 4º BIMESTRE 7º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

Estudo das Propriedades Físico Mecânicas do Papel a ser submetido ao 4º EETCG- Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais

Melhorar A Eclodibilidade De Ovos Armazenados

Desempenho de cultivares e populações de cenoura em cultivo orgânico no Distrito Federal.

Transcrição:

1 2 Efeito da reidratação na pós-colheita da salsa. Kari K. S. Araujo 1 ; Carolina C. Sena 1 ; Sueli M. F. Alves 1 ; André J. Campos 1 1 UEG Universidade Estadual de Goiás- Br 153, Nº 3105, 75132-400 Anápolis - GO. 3 kari.katiele@hotmail.com, eng.carolinasena@gmail.com, suelifreita.ueg@gmail.com, andre.jose@ueg.br 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 RESUMO O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da reidratação em diferentes tempos de imersão na conservação pós-colheita da salsa. Após a obtenção do material em uma feira aberta da cidade de Anápolis-GO as folhas foram transportadas para o Laboratório de Secagem e Armazenamento Pós-colheita pertencente à Universidade Estadual de Goiás, onde foram pesadas e submetidas aos tratamentos. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x5 (condições x horas de análises), com 4 repetições, utilizando análise de regressão. Os tratamentos de reidratação com água potável, foram: T1= tratamento controle (sem reidratação), T2= reidratação por 2 horas, T3= reidratação por 4 horas e T4= reidratação por 6 horas. Logo após a aplicação dos tratamentos as amostras foram armazenadas em embalagens de poliestireno expandido (EPS) + filme de cloreto de polivinila (PVC) à 5ºC e 80% de UR. As variáveis analisadas a cada 24 horas (0, 24, 48, 72 e 96 horas) foram: clorofila, ph e acidez titulável. A reidratação foi realizada imergindo a amostra em um recipiente contendo água potável a 25ºC. Conclui-se que o tratamento em que as salsas foram submetidas a 4 horas de imersão em água é o indicado para a conservação da qualidade na pós-colheita, pois apresentou menor perda de massa ao longo do experimento, melhores resultados em relação ao ph, AT e maiores teores de clorofila no final do armazenamento. PALAVRAS-CHAVE: Petrosolium sativum, Hidroresfriamento, hortaliça, Salsinha. ABSTRACT Effect of Rehydration of postharvest parsley The aim of this study was to evaluate the effect of rehydration in different immersion times in the conservation salsa postharvest. After obtaining the material in an open market in the town of Anapolis-GO the leaves were transported to the Laboratory Drying and Storage Postharvest belonging to the State University of Goiás, where were 1

33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 weighed and subjected to treatments. A completely randomized design was used in a factorial 4 x 5 (conditions x hours of analysis), with 4 replicates using analysis of regression. The treatments were: T1 = control treatment (no rehydration), T2 = rehydration for 2 hours, T3 = rehydration for 4 hours and T4 = rehydration for 6 hours. Soon after the treatments the samples were stored in packaging expanded polystyrene (EPS) + chloride film of polyvinyl chloride (PVC) at 5 C and 80% RH. The variables analyzed every 24 hours (0, 24, 48, 72 and 96 hours) were chlorophyll, ph and titratable acidity. The rehydration was made by immersing the sample in a container containing water at 25 C. It was concluded that the treatment where the salsas were subjected to 4 hours of immersion in water is indicated for the conservation of the quality postharvest in parsley, because showed lower mass loss during the experiment, the best results for ph, AT and higher levels of chlorophyll at the end of storage Keywords: Petrosolium sativum, Hydrocooling, Vegetable, Parsley. INTRODUÇÃO A salsa (Petrosolium sativum) ou salsinha, hortaliça herbácea e condimentar, ainda não se destaca pelo volume ou valor comercializado (FILGUEIRA, 2003). Entretanto, a folha entra na composição de temperos e no preparo dos mais diversos pratos, sejam frios (saladas) ou quentes (carnes, peixes) ou, simplesmente, como ornamentação de pratos (ESCOBAR et al., 2010). Na maioria dos estabelecimentos do Brasil a salsinha tem sido comercializada em temperatura ambiente, sem qualquer tratamento, simplesmente amarrada em maços. Dessa forma, o amarelecimento e murcha tem sido os maiores problemas na póscolheita desta folhosa. (ÁLVARES, 2006). O processo de senescência de folhosas ocorre principalmente devido ao déficit hídrico proveniente da rápida perda de água (WILLS et al., 1981), o qual pode acelerar a degradação do produto pelo aumento de reações catabólicas (FIGER e VIERA, 1997). A reidratação deve ser utilizada para a conservação pós-colheita de salsa, uma vez que proporciona a reposição da água que foi perdida antes da hidratação e assim prolonga a vida de prateleira desta hortaliça. Além disso, Oliveira (2012) verificou que o uso de refrigeração a 5ºC após a hidratação impediu o amarelecimento e apodrecimento de maços de coentro ao longo da vida de prateleira. 2

65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da reidratação em diferentes tempos de imersão na conservação pós-colheita da salsa. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Secagem e Armazenamento Pós-Colheita, do curso de Engenharia Agrícola, pertencente à Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual de Goiás UEG durante 96 horas, no mês de outubro de 2014. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial (4x5) sendo quatro o número de tratamento e 5 o número de diferentes horas de análises, com quatro repetições, utilizando análise de regressão. As folhas de salsa foram obtidas em uma feira livre aberta da cidade de Anápolis-GO, em seguida foram selecionadas retirando as folhas murchas e amareladas e arranjadas em maços de 20-30 gramas e submetidas aos tratamentos de reidratação com água potável: T1= tratamento controle (sem reidratação), T2= reidratação por 2 horas, T3= reidratação por 4 horas e T4= reidratação por 6 horas. Após cada tratamento, a salsa foi armazenada a 5ºC em embalagem de poliestireno expandido (EPS) + filme de cloreto de polivinila (PVC) e levada para acondicionamento em uma estufa climatizada (B.O.D) com umidade relativa de 80%. Durante o armazenamento, os maços foram pesados em 0, 24, 48, 72 e 96 horas após o tratamento. A porcentagem de perda de massa foi estudada a partir da equação 1. PM(%)=[(Pi-Pj)/Pi]*100 (1) Sendo: PM = perda de massa (%); Pi = peso inicial do fruto (g); Pj = peso do fruto no período subsequente a Pi (g). A quantidade de clorofila das folhas foi estimada pelo método não-destrutivo, utilizando-se o modelo portátil de clorofila o Clorofilog. As análises de clorofila foram feitas no tempo zero (logo após a colheita) e, depois, em intervalos de 24 horas. O conteúdo de acidez titulável, expresso em gramas de ácido fólico por 100 gramas de polpa, foi determinado através da titulação de 5 gramas de polpa homogeneizada, completando com 95 ml de água destilada, com solução padronizada 3

97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 de hidróxido de sódio a 0,1 M, tendo como indicador a solução alcoólica de fenolftaleína, seguindo a recomendação do IAL (2008). O ph da salsa foi determinado utilizando o phmetro modelo DMPH-2 Digimed conforme as técnicas de IAL (2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO Perda de massa De acordo com Finger e Vieira (1997), a perda de água pós-colheita exerce profundos efeitos sobre a fisiologia dos produtos hortícolas. Podendo afetar a respiração, produção de etileno e induz alterações no padrão de síntese de proteínas. Observa-se na Figura 1 que para todos os tratamentos ocorreu aumento gradual da perda de massa, sendo a maior perda de massa encontrada no tratamento com seis horas de imersão, variando entre 2,61% (24 horas) e 11% (96 horas). A menor perda de massa observada foi no tratamento com quatro horas de imersão, onde os teores de porcentagem de perda de massa, até às 96 horas, variaram de 1,72 a 5,80%. Oliveira (2012), avaliando coentro também encontrou maiores porcentagens em perda de massa para os tratamentos com 6 e 9 horas de imersão respectivamente. Efeito contrário foi encontrado por Álvares (2006), ao trabalhar com salsa em diferentes tempos de imersão, encontrou maior perda de massa no tratamento controle em relação aos tratamentos reidratados. Acitez Titulável A acidez titulável, relacionada com os teores de ácidos orgânicos presentes no suco ou polpa é uma característica comum na avaliação da qualidade pós-colheita das hortaliças (CHITARRA e CHITARRA, 2005). De modo geral pode-se observar que a salsa apresenta baixo teor de acidez. Como observado na Figura 2, o tratamento sem imersão apresentou maior teor de acidez titulável na hora zero (1,04 %) logo após a instalação do experimento, reduzindo este teor até às 72 horas, sendo que no final do armazenamento apresentou novamente elevado teor de AT. Os tratamentos que sofreram imersão apresentaram comportamento semelhante. Observa-se oscilação da curva do inicio até o final do período avaliado. Onde a valor 4

129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 médio do tratamento sem imersão foi (0,948%), com duas horas de imersão (0,632%), 4 horas de imersão (0,583%) e com 6 horas de imersão (0,542%). Potencial de Hidrogênio (ph) O ph é um indicativo de sabor de uma hortaliça, tendo relação inversa à acidez. Contudo, a capacidade-tampão de alguns sucos permite que ocorram grandes variações na acidez titulável, sem variações apreciáveis no ph (CHITARRA e CHITARRA, 2005). Observa-se na Figura 3, que o tratamento sem imersão e com 2 horas de imersão não apresentaram grandes flutuações durante os dias de armazenamento, obtendo as menores médias de ph. Com 4 e 6 horas de imersão houve aumento, logo após as primeiras horas armazenadas, até as 72 horas e posteriormente queda no final do experimento. Sendo que o tratamento com 4 horas de imersão apresentou maiores níveis de ph durante o armazenamento (6,420), seguido do tratamento com 6 horas (6,147), 2 horas (6,025) e sem imersão (5,732) respectivamente. Clorofila Conforme as curvas de regressão mostradas na Figura 4, em todos os tratamentos, apesar das oscilações observadas no decorrer do armazenamento, os teores de clorofila apresentaram-se maiores no final do experimento do que em relação ao dia da instalação. Com exceção do tratamento sem imersão que apresentou já na instalação do experimento elevado teor de clorofila e posteriormente ligeira queda até o final do experimento. As médias do índice de clorofila para estes tratamentos variaram de 44,766 e 56,575 unidades SPAD, para o tratamento com 2 horas de imersão e sem imersão, respectivamente. Resultado semelhante foi encontrado por Álvares (2006), ao trabalhar com salsa reidratada e por Oliveira (2012), ao analisar o efeito da reidratação no coentro, onde o autor justifica as oscilações e os elevados teores de clorofila no final do experimento devido a média do índice SPAD ter sido feitas ao acaso, em folhas que ainda mantiveram-se verdes. Que segundo Lipton (1987) a perda de pigmento verde resulta no amarelecimento que é um sintoma característico do processo de senescência de hortaliças e folhas. 5

161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 CONCLUSÕES Nas condições desse experimento, verificou-se que o tratamento com 4 horas de imersão é o mais indicado para a conservação da qualidade pós-colheita da salsa, evidenciando menor perda de massa ao longo do experimento, melhores resultados em relação ao ph, AT e maiores teores de clorofila no final do armazenamento. AGRADECIMENTO Agradecemos ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Agrícola e a CAPES pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS ÁLVARES, V. S. Pré-resfriamento, embalagem e hidratação pós-colheita de salsinha. 2006. (Tese de pós-graduação em Fitotecnia). Viçosa Minas Gerais. 2006. CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, AB. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2 ed., Lavras: Ed. UFLA, 2005,785 p ESCOBAR A.C.N; NASCIMENTO A.L; GOMES J.G; BORBA R.V; ALVES C.C; COSTA C.A. Avaliação da produtividade de três cultivares de salsa em função de diferentes substratos. 2010. Horticultura Brasileira 28: S2671-S2676. FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2 ed. Viçosa: UFV, 2003. 412p. FINGER, F. L.; VIERIRA, G. Controle de perda pós-colheira de água em produtos hortícolas. Caderno didático 19. Viçosa: UFV, 29p., 1997. IAL - INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos. Coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. 1020 p. LEME, A.C. Avaliação e armazenamento de híbridos de milho verde visando à produção de pamonha. 2007. 123 p. Dissertação (Mestrado em Ciências), área de concentração: Ciência e Tecnologia de Alimentos Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2007. LIPTON, W. J. Senescence of leafy vegetables. HortScience, v. 22, n. 5, p. 854-859, 1987. 6

Acidez Titulável (AT) Araujo, K.K.S., Sena, C.C., Alves, S. M. F., S., Campos, A.J., 2015. Efeito da reidratação na 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 OLIVEIRA, L.S.; Efeito do hidropresfriamento, da temperatura e da rehidratação na conservação pós-colheita de coentro. Dissertação em pós-graduação e Fisiologia Vegetal. Viçosa Minas Gerais. 2012. WILLS, R. H. H.; LEE, T. H.; GRAHAN, D.; McGLASSON, W. B.; HALL, E. G. Posthavest, and introduction to the physilogy and handling of fruit and vegetables. Westport: AVI. 163p. 1981. 12 10 8 6 4 2 0-2 y = 0,1179x - 0,1633 R² = 0,992 y = 0,0658x + 0,3252 R² = 0,989 y = 0,0596x + 0,7188 R² = 0,9398 y = 0,0607x + 0,123 R² = 0,9957 0 24 48 72 96 120 Sem imersão 2 horas 4 horas 6 horas Linear (Sem imersão) Linear (2 horas) Linear (4 horas) Linear (6 horas) Figura 1: Valores médios da Perda de massa (%) da salsa reidratada em diferentes tempos de imersão (Mean values of mass loss of rehydrated parsley in different immersion times). 1,2 1 0,8 y = 0,0002x 2-0,0147x + 0,9948 R² = 0,8716 y = -3E-06x 3 + 0,0004x 2-0,0071x + 0,667 R² = 0,9357 y = -3E-06x 3 + 0,0005x 2-0,0159x + 0,7721 R² = 0,9479 y = -2E-06x 3 + 0,0003x 2-0,0128x + 0,7685 R² = 0,9995 0,6 0,4 0,2 sem imersão 2 horas de imersão 4 horas de imersão 6 horas de imersão 214 215 216 0 0 24 48 72 96 Horas de análise Figura 2: Valores médios da Acidez Titulável (ATT) da salsa reidratada em diferentes tempos de imersão (Mean values of Titratable Acidity (TA) of rehydrated parsley in 7

Clorofila ph Araujo, K.K.S., Sena, C.C., Alves, S. M. F., S., Campos, A.J., 2015. Efeito da reidratação na 217 218 219 220 221 222 different immersion times). 7,9 7,6 7,3 7 6,7 6,4 6,1 5,8 5,5 5,2 4,9 4,6 4,3 4 0 24 48 72 96 Horas de análise y = 4E-06x 3-0,0006x 2 + 0,0266x + 5,4766 R² = 0,9865 y = 1E-06x 3-0,0003x 2 + 0,0209x + 5,414 R² 0,4411 y = -1E-05x 3 + 0,0017x 2-0,0228x + 5,3942 R² = 0,9989 y = -2E-05x 3 + 0,0022x 2-0,0326x + 5,4663 R² = 0,9251 sem imersão 2 horas de imersão 4 horas de imersão Figura 3: Valores médios do ph da salsa reidratada em diferentes tempos de imersão (Mean values of ph of rehydrated parsley in different immersion times). 60 58 56 y = -7E-05x 3 + 0,0115x 2-0,5793x + 56,611 R² = 0,9983 y = 9E-05x 3-0,014x 2 + 0,5233x + 48,46 R² = 0,9458 y = 5E-05x 3-0,0094x 2 + 0,5076x + 44,557 R² = 0,9302 y = 2E-05x 3-0,0005x 2-0,0623x + 51,769 R² = 0,8809 54 52 50 48 223 224 225 226 46 sem imersão 44 2 horas de imersão 42 4 horas de imersão 40 6 horas de imersão 0 24 48 72 96 Horas de análise Figura 4: Valores médios da Clorofila da salsa reidratada em diferentes tempos de imersão (Mean values of Chlorophyll of rehydrated parsley in different immersion times). 8