AS POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DO ESTADO DA BAHIA



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São Paulo. O Brasil como Pólo Internacional de Investimentos e Negócios. tsando@visitesaopaulo.com

Transcrição:

ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 2 - AO2 GERÊNCIA SETORIAL DE TURISMO Data: Junho/2001 N o 28 AS POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DO ESTADO DA BAHIA 1. INTRODUÇÃO O turismo baiano viveu, nos últimos trinta anos, dois importantes momentos, que resultaram em grandes impulsos ao seu desenvolvimento. Em 1971, a Bahia definiu duas frentes de ação: estabeleceu mecanismos fiscais para facilitar a implantação de grande hotéis e passou a praticar uma forte e agressiva ação de marketing. Até então, o Estado da Bahia não contava com uma estrutura receptiva e fluxo turístico satisfatórios. Entre 1971 e 1975, o turismo na Bahia teve um acentuado crescimento, com ênfase na construção de hotéis de luxo, passando a oferta de leitos, por exemplo, em Salvador, de cerca de dois mil para seis mil. Nesse período, foram construídos meios de hospedagem em Valença, Camamu, Cipó (reforma) Lençóis, Uauá, Prado, Piritiba, Campo Formoso, Cachoeira, Cícero Dantas, Rio de Contas, Itaparica, Juazeiro, Ibotirama, Euclides da Cunha e Jacobina. Em 1977, foi construído o Centro de Convenções da Bahia S/A, o qual regularizou as atividades hoteleiras e de prestação de serviços, nos períodos de baixa e média estação, reduzindo, assim, os picos sazonais negativos do fluxo turístico. A partir de 1991, foi estabelecido um novo plano estratégico, contemplando um horizonte temporal com visão até 2005. Este plano teve como objetivos básicos promover a desconcentração do desenvolvimento do turismo, bem como ampliar e melhorar a qualidade do produto turístico baiano. Atualmente, a Bahia conta com 14 produtos turísticos dotados de completa infra-estrutura, voltados para diferentes segmentos de turistas. Essa nova estratégia para o desenvolvimento do turismo, na Bahia, resultou, para o período de 1991 a 2000, em um crescimento da ordem de 221% no fluxo turístico receptivo. Em 1991, cerca de 1,9 milhão de turistas visitaram a Bahia, enquanto, em 2000, esse fluxo elevou-se para 4,2 milhões. No mesmo período, o número de visitantes estrangeiros aumentou em 247%, evoluindo de 160 mil para 556 mil turistas. Em 1999, a cidade de Salvador já havia se classificado, no Brasil, como o 4º portão de entrada para turistas estrangeiros, figurando, entre os principais países emissores, Argentina (21%); Itália, Portugal e EUA (11%); e Alemanha e França (10%). A receita com o turismo, em 1999, alcançou US$ 850 milhões, produzindo um impacto de US$ 1,6 bilhão no Produto Interno Bruto estadual, com o setor tendo sido responsável pela geração de 68 mil empregos diretos e 303 mil indiretos. Em 2000, estima-se que a mesma receita tenha se situado em US$ 918 milhões, provocando um impacto de US$ 1,7 bilhão no PIB estadual, e que, somente no segmento hoteleiro, tenham sido gerados 24,1 mil empregos diretos e 120,5 mil empregos indiretos. O setor hoteleiro tem sido um dos principais beneficiados pelo impulso turístico baiano. Em 1996, a taxa de ocupação média dos hotéis, em Salvador, era de 48%, e a diária média em um estabelecimento de luxo não superava US$ 50,00. Em 2000, a taxa de ocupação passou a 65,51%, e a diária média, em estabelecimentos congêneres, para US$ 120,00. De acordo com a Bahiatursa, os hotéis da categoria luxo foram os mais demandados, respondendo por cerca de 50% da taxa de ocupação, enquanto os hotéis das categorias superior e econômica participaram, respectivamente, com 23% e 18%. Segundo dados da Prefeitura de Salvador, o impacto, em 2000, dos 29 principais eventos festivos anuais da cidade, geraram uma receita da ordem de US$ 90,4 milhões, com a visita de 800 mil turistas, dos quais, 500

mil eram visitantes domésticos. A ocupação na rede hoteleira chegou a 100% e foram gerados 122 mil empregos temporários. Em 2000, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA), o parque hoteleiro da Bahia contava com 45 mil leitos, com a cidade de Salvador oferecendo 22 mil leitos, em 190 hotéis, dos quais 86 afiliados à ABIH. 2. A NOVA GEOGRAFIA TURÍSTICA DO ESTADO Com o objetivo de tornar a Bahia, até 2005, o maior destino turístico brasileiro, as autoridades governamentais traçaram um plano que contempla uma nova geografia turística para o Estado. A estratégia adotada visa promover a desconcentração do desenvolvimento turístico da Bahia, através da divisão do Estado em sete áreas turísticas, tendo, em cada uma delas, no mínimo, um destino turístico principal. A seguir, são relacionados alguns dos principais, com seus respectivos atributos, para cada área turística. 2.1 Baía de Todos os Santos (Salvador) Principais Pelourinho Igrejas Fortes Museus Lagoa do Abaeté Praias Ilhas Patrimônio da Humanidade, tombado pela Unesco em 1985, é um dos points da cidade, com hotéis, restaurantes, bares,galerias de arte e lojas de artesanato N.S.ª da Conceição; Senhor do Bonfim;São.Francisco Antiga Casa de Oração dos Jesuítas São Marcelo; Monrat; São Pedro; Forte de Santo Antônio; Forte do Carmo, onde hoje funciona o Centro Cultural Popular Carlos Costa Pinto; de Arte Sacra; das Portas do Carmo, onde funciona, também, o restaurante do Senac Parque Metropolino do Abaeté Itapoã; Piatã; Jaguaribe; Armação; Pituba; Amaralina; Ondina; Farol da Barra Itaparica, onde funciona o Club Med; Ilha dos Frades; Ilha de Bom Jesus dos Passos 2.2 Costa das Baleias O maior atrativo da Costa das Baleias é o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, constituído como o primeiro parque brasileiro do gênero, o qual abriga um conjunto de recifes de corais, ilhas vulcânicas, manguezais e canais de maré. Os principais portões de entrada para Abrolhos estão nas cidades de Alcobaça, Caravelas e em Nova Viçosa e Mucuri. 2.3 Costa do Dendê Abrange os s de Valença, Cairu, Nilo Peçanha, Ituberá, Igrapiúma, Camamu e Maraú. Na Ilha de Tinharé, que pertence ao de Cairu, está localizado o Morro de São Paulo, principal pólo turístico da Costa do Dendê, com infraestrutura turística a nível internacional. Estão despontando, ainda, como pólos turísticos, Pratigi, Barra Grande e Baía de Camamu. 2.4 Costa do Cacau Nessa região, tem sido registrados investimentos turísticos por parte de empresários nacionais e estrangeiros, especialmente, suíços e franceses, bem como a concessão, pelos s locais, de incentivos fiscais para investimentos no setor de turismo. Nos últimos anos, percebe-se um crescimento da

oferta de serviços, bem com uma melhoria de qualidade da infra-estrutura local. Na hotelaria, há diversas opções de hospedagem, desde as mais simples, até resorts, como o hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, um dos maiores da América do Sul. Principais deitacaré de Ilhéus (Barra do rio Pardo) Praias marítimas e fluviais; Cachoeiras - Rio do Engenho, Véu de Noiva; Lagoa do Poço;Parque Estadual da Serra do Conduru, com infraestrutura turística e parque hoteleiro Projeto de Preservação do Mico-Leão de Cara Dourada, Praia Canavieiras, Estação de águas na Estância Hidromineral 2.5 Costa dos Coqueiros Principais de Jandira de Conde de Esplanada de Entre Rios Praias e Dunas de Mangue Seco; Cachoeira de Itany; Fonte do Gurunga; Dunas Coqueros Pantanal Baiano; Cachoeira do Vermelho; Cachoeirinha; Rio Itariri; Praias - Siribinha, Poças, Sítio dos Artistas Cachoeira do Riacho Grande, Praia de Baixio, Projeto Tamar (Reserva de Animais Silvestres) Bolsões de desovas de tartarugas marinhas; Rio Sauípe; Praias - Porto Sauípe, Barra do Rio Sauípe, Massarandupió de São João Costa do Sauípe - Complexo hoteleiro de padrão internacional;praia do Forte, principal base do Projeto Tamar; possui infraestrutura hoteleira, com cerca de 1.126 leitos Estrada do Coco (Linha Verde) entre Salvador e a Praia do Forte, com 53 km de extensão, onde estão localizadas 15 praias; possui estrutura turística e alguns hotéis internacionais 2.6 Costa do Descobrimento Possui 150 Km de praias, enseadas, baías, falésias e diversos rios e riachos. Se estende da Barra do rio Caí, no de Prado, passando pelo Parque Nacional de Monte Pascoal, Caraíva, Trancoso, Arraial d'ajuda, Porto Seguro, Coroa Vermelha e pela foz do rio João de Tiba, em Santa Cruz Cabrália. Porto Seguro, principal cidade da Costa do Descobrimento, mantém uma infra-estrutura com equipamentos e serviços de nível internacional, comportando mais de quinze mil leitos, diversas agências bancárias e um aeroporto internacional. Os s de Santa Cruz Cabrália e CoroaVermelha dispõem, também, de infra-estrutura turística.

Principais Centro de Educação Ecológica Lagoa Azul Parque Nacional do Monte Pascoal Museu Aberto do Descobrimento Preservação da floresta Hidrófila Sul-Bahia (área de 1.145 ha.) Poço encravado entre falésias, possuindo argila medicinal (praia de Taípe) Criado em 1961, para preservar o local do Descobrimento (área de 14.480ha.) Prado, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, com destaque para Arraial d'ajuda e Trancoso, que têm boa infra-estrutura turística 2.7 Chapada Diamantina A Chapada Diamantina é uma região serrana, de topografia diversificada, onde se localizam as nascentes de 90% dos rios que banham o Estado, inclusive, os três maiores e exclusivamente baianos, que formam as principais bacias da Bahia (Paraguaçu, Jacuípe e do rio de Contas). Possui diversas cachoeiras, que desaguam em planaltos e planícies, formando poços e piscinas naturais. A região oeste da Bahia possui exemplares raros da fauna brasileira, como o tamanduá bandeira, raposas, seriemas, gatos do mato, mocós, onças e jacarés, sendo, também, rica em pássaros multicores. No Recôncavo Baiano e no Sertão, destacam-se as cidades de Canudos, a 410 km de Salvador; Monte Santo, a 370 km da Capital; e Euclides da Cunha, a cerca de 320 km de Salvador. 3. INVESTIMENTOS Nos últimos dez anos, o Governo da Bahia vem empreendendo, no entorno das zonas turísticas, investimentos em infra-estrutura básica, com obras de saneamento básico, construção e modernização de rodovias e aeroportos, geração e distribuição de energia e recuperação do patrimônio histórico, cujas inversões, até 1999, perfizeram cerca de US$ 1,4 bilhão. Para o período 1991/2005, os investimentos públicos planejados deverão totalizar cerca de US$ 2,2 bilhões, conforme demonstrado na Tabela 1. TABELA 1 - Bahia Investimentos Públicos em Zonas Turísticas - Planejamento 1991 / 2005 Zonas Turísticas Costa dos Coqueiros Baía de Todos os Santos Costa do Dendê Costa do Cacau Costa do Descobrimento Costa das Baleias Chapada Diamantina Outras Total US$ milhões 175,7 1.003,0 124,6 214,9 212,8 93,8 168,9 243,7 2.237,4 Fonte: Sudetur Na melhoria de transporte e na construção de estradas, os investimentos chegam a US$ 540 milhões, tendo por objetivo básico interligar o Estado de norte a sul, por meio de estradas estaduais. Quanto ao sistema aeroportuário, estão sendo investidos US$ 183 milhões. Atualmente, o Estado conta com 15 aeroportos, dos quais dois foram construídos nos anos 90, o de Lençóis, na Chapada Diamantina, e o de Valença, na Costa do Dendê. Três outros, os de Salvador, Itaparica e Porto Seguro, foram modernizados e ampliados. Destaque-se o aeroporto internacional de Salvador, que aumentou sua capacidade de atendimento anual de passageiros de 2 milhões para 5 milhões.

O setor privado, por sua vez, investiu, no setor de turismo, até 1999, cerca de US$ 1,05 bilhão. Para o período 1991/2012, os investimentos privados planejados deverão totalizar cerca de US$ 5,4 bilhões, de acordo com a Tabela 2. TABELA 2 Bahia Investimentos Privados em Zonas Turísticas Planejamento 1991 / 2012 Zonas Turísticas US$ milhões Costa dos Coqueiros Baía de Todos os Santos Costa do Dendê Costa do Cacau Costa do Descobrimento Costa das Baleias Chapada Diamantina Outras Total 2.583,0 459,6 224,0 463,6 1.522,0 142,1 134,1 15,6 5.544,0 Fonte: Sudetur. O segmento hoteleiro é um dos principais alvos de investimento privado. O complexo hoteleiro de Sauípe, por exemplo, contemplou investimentos da ordem de R$ 340 milhões. O complexo possui bares, restaurantes, casas noturnas, quadras poliesportivas e campo de golfe, agrupando cinco hotéis, operados pelas redes internacionais Accor, Marriott e SuperClubs, além de seis pousadas, o que totaliza cerca de 1.600 quartos, com 3 mil leitos. A capital do Estado está despertando, de modo geral, o interesse das redes hoteleiras internacionais. A Accor lançou, recentemente, em Salvador, o Cosmopolitan, que reunirá dois hotéis, das marcas Mercure e Ibis, com diárias médias respectivas de R$ 110,00 e R$ 75,00, os quais, juntos, oferecerão 427 quartos. O investimento total com o projeto é da ordem de R$ 40 milhões, com previsão de conclusão para 2003. A Marriott deverá investir, na reforma do Praia Hotel, em Ondina, cerca de R$ 17 milhões, cabendo sua operação à Ramada (inaugurando sua atuação no País). Além dessas redes, o grupo português Pestana, que adquiriu, no final de 2000, o antigo hotel Meridien Salvador, está investindo R$ 20 milhões em sua reforma, objetivando inaugurá-lo em outubro de 2001, com a bandeira Carlton. Outros projetos podem ser destacados, tais como: Club Med, em Trancoso; e os resorts Coroa Alta e Toca do Marlin, em Santa Cruz Cabrália, cujo investimento total deve alcançar US$ 55 milhões. 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a política adotada para o setor de turismo, a Bahia passou a ser um dos principais portões de entrada do turismo no País, ocupando a 2ª posição. O faturamento do referido setor, na Bahia, respondeu por quase 10% do faturamento da indústria de turismo, no Brasil, embora, ainda, represente 4,5% do PIB do Estado. Para 2005, considerando-se um cenário, na Bahia, de manutenção no crescimento do fluxo turístico receptivo à uma taxa média de 8% a.a., estima-se que o Estado venha a recepcionar 6,3 milhões de turistas. De acordo com a Bahiatursa, o número de visitantes estrangeiros, na alta temporada passada, cresceu cerca de 20%. Concomitantemente à política de descentralização do turismo, o Estado tem adotado uma estratégia agressiva e consistente de marketing turístico, a níveis nacional e internacional. Destaque-se, no Brasil, a participação e divulgação dos produtos turísticos do Estado, seja em eventos de grande público ou através dos diversos canais de comunicação (mídia impressa e televisiva), e, no plano internacional, uma política de captação de novos vôos diretos. Como resultado da política de captação de novos vôos, esse número, que era de apenas 3 vôos internacionais por semana, foi elevado para 37 semanais, dos quais 26 internacionais, o que facilita o

acesso dos visitantes de outros países ao Estado, que possui três aeroportos internacionais, os de Salvador, Porto Seguro e Valença. De acordo com alguns especialistas, o segmento hoteleiro, no Brasil, revela carência de instalações compatíveis com a realização de grandes eventos. Com relação à Bahia, foi detectada, também, a falta de leitos, na Capital, em hotéis mais sofisticados. Os investimentos que estão sendo realizados, na Bahia, através das redes hoteleiras internacionais, objetivam suprir estas carências, e, conseqüentemente, conquistar clientes mais exigentes, a exemplo dos segmentos-alvo representados pelos turistas de negócios e estrangeiros. Em 2000, o segmento de turismo de negócios representou cerca de 34% do fluxo turístico receptivo da Bahia, e, o estrangeiro, por pouco mais de 10% do fluxo total. Os investimentos na Capital visam, principalmente, atender aos turistas de negócios, enquanto as inversões em resorts são mais direcionadas ao atendimento de visitantes estrangeiros. Porém, tomando como exemplo o mais recente empreendimento do gênero, o complexo hoteleiro de Sauípe, que já recepcionou cerca de 22,5 mil visitantes, ainda é predominante a freqüência do turista doméstico, apenas 15% são estrangeiros. A previsão, durante o primeiro ano de operação, é de que a participação dos estrangeiros alcance 25% do total, e, num cenário pessimista, caso não sejam captados vôos extras, se mantenha em torno de 15%. A meta, para 2004, contempla uma participação de visitantes estrangeiros igual à metade dos domésticos. A estimativa, para as próximas temporadas de férias, é de que, com as recentes elevações das taxa de câmbio do dólar, aqueles residentes nacionais, com elevada propensão de viajarem ao exterior, venham a optar por novos destinos turísticos, no próprio País, o que pode estimular, de modo significativo, o fluxo turístico receptivo da Bahia. As ações que vêm sendo empreendidas pelo Estado da Bahia têm sido, assim, de fundamental importância para o desenvolvimento do turismo, induzindo investimentos privados e contribuindo para um aumento significativo na geração de empregos e renda. Porém, ainda restam muitas ações a serem desenvolvidas, relativamente ao setor de turismo, tais como: estimular mais o turismo qualitativo; divulgar melhor os eventos realizados; conjugar o calendário cultural com o turismo; e, empreender maiores esforços para a formação de clusters turísticos, agrupando os diversos setores relacionados à cadeia de serviços do turismo. Outros pontos, a merecem atenção na expansão turística do Estado, dizem respeito à proteção ao meioambiente; ao redimensionamento de rodovias, tal como da Estrada do Coco, que liga Salvador à Linha Verde; e, ao treinamento de mão-de-obra especializada. Equipe Responsável: William George Lopes Saab Gerente Setorial Ilka Gonçalves Daemon - Administradora