Volpato, D. C. et al Burnout: O desgaste dos Profesores de Maringá 90 BURNOUT: O DESGASTE DOS PROFESSORES DE MARINGÁ 1, 2



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Transcrição:

Volpato, D. C. et al Burnout: O desgaste dos Profesores de Maringá 90 BURNOUT: O DESGASTE DOS PROFESSORES DE MARINGÁ 1, 2 Daiane Cristina Volpato * Fabíola Batista Gomes * Sarah Gisele M. da Silva * Tatiane Justo * Ana Maria T. Benevides-Pereira ** OBurnout é um termo inglês que designa algo que parou de funcionar por esgotamento de energia. Em meados dos anos 70, Freudenberger (1974), médico e psiquiatra nos Estados Unidos, empregou esta expressão para nomear e descrever uma síndrome, cujo quadro clínico a algum tempo vinha observando, De acordo com Schaufeli & Ezmann (1998), há controvérsias sobre o fato deste profissional e estudioso haver sido o introdutor este conceito, pois o mesmo já havia sido primeiramente relatado por Bradley (1969), no entanto, o que se pode afirmar é que com sua colaboração, o termo Burnout foi sendo difundido e ganhando popularidade. Segundo Freudenberger (1974), os profissionais cujo serviço exige um contato direto com outras pessoas apresentam maior propensão ao Burnout, como por exemplo, médicos, enfermeiros, professores, bombeiros, agentes de segurança pública, assistentes sociais e outros. Maslach, Schaufeli & Leiter (2001) afirmam que houve um viéz de investigacao e que qualquer profissional está sujeito ao Burnou, sendo o contexto de trabalho, aliado a algumas características individuais, os desencadeadores do Burnout. Burnout é uma síndrome caracterizada por sintomas e sinais de exaustão física, psíquica e emocional, em decorrência da má adaptação do indivíduo a um trabalho prolongado, altamente estressante e com grande carga tensional. (França, 1987, p.197) Conforme apontam Maslach & Jackson (1986), os trabalhadores acometidos pela síndrome apresentam sintomas de esgotamento emocional, físico e psíquico muito acentuados, além de despersonalização e baixa realização profissional. Os sintomas dessa síndrome dividem-se em quatro categorias, com algumas variações, conforme apontam os autores Barona (1996); Battle (1981); Borland (1981); Dailey (1985); França (1987); Gil-Monte & Peiró (1997); Stout (1983), Benevides-Pereira, (2002): 1 Estudo patrocinada pelo PIBIC/CNPq/UEM 2 Trabalho apresentado no I Seminário Internacional sobre Estresse e Burnout, Curitiba, 2002. * Alunas do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá e orientandas do PIBIC/CNPq ** Psicóloga, Doutora e Professora do Departamento de Psicologia da UEM.

Revista Eletrônica InterAção Psy Ano 1, nº 1- Ago 2003 p. 90-101 91 Físicos: Sensação de fadiga constante e progressiva, distúrbios do sono, dores musculares, no pescoço, ombro e dorso, perturbações gastrointestinais, baixa resistência imunológica, astenia, cansaço intenso, cefaléias, transtornos cardiovasculares. Psíquicos: diminuição da memória, falta de atenção e concentração, diminuição da capacidade de tomar decisões, fixações de idéias e obsessão por determinados problemas, idéias fantasiosa ou delírios de perseguição, sentimento de alienação e impotência, labilidade emocional, impaciência. Emocionais: desânimo, perda de entusiasmo e alegria, ansiedade, depressão, irritação, pessimismo, baixa alta estima. Comportamentais: isolamento, perda de interesse pelo trabalho ou lazer, comportamento menos flexível, perda de iniciativa, lentidão no desempenho das funções, absenteísmo, aumento do consumo de bebidas alcoólicas, fumo e até mesmo drogas, incremento da agressividade. No entanto, é importante ressaltar que nem todos estes sintomas estão necessariamente presentes em todos os caso, pois esta configuração dependerá de fatores individuais (como predisposição genética, experiências socioeducacionais), fatores ambientais (locais de trabalho ou até mesmo condições ambientais das cidades) e o estágio em que o indivíduo se encontra no processo de desenvolvimento da síndrome. Galego & Rios (1991) distinguem três momentos no desenvolvimento da manifestação da síndrome: 1-Num primeiro momento, o indivíduo percebe a sobrecarga de trabalho e sua dificuldade em atendê-la gerando assim um estresse ocupacional. 2- Num segundo momento, observa-se um esforço do indivíduo em adaptar-se as exigências do trabalho. 3- Por fim, num último momento, ocorre o enfrentamento defensivo 3, levando o individuo à despersonalização. A despersonalização é uma dimensão característica da síndrome de Burnout e um elemento que a distingue do estresse. Originalmente apresenta-se como uma 3 Segundo França e Rodrigues (apud Silva, 2000), enfrentamento defensivo é o:... conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas, que são avaliadas por ela como excessivas ou acima de suas possibilidades..

Volpato, D. C. et al Burnout: O desgaste dos Profesores de Maringá 92 maneira do profissional se defender da carga emocional derivada do contato direto com o outro. Neste sentido, o profissional acaba desenvolvendo atitudes insensíveis em relação as pessoas no trabalho, criando uma barreira para não permitir a repercussão dos problemas e sofrimentos alheios em sua vida. O profissional em Burnout acaba ignorando o sentimento de outras pessoas agindo até mesmo com cinismo, rigidez. A maioria dos autores concordam que o Burnout aparece como uma resposta ao estresse ocupacional (Benevides-Pereira, 2002, Carlotto & Gobbi, 2000, Galego & Rios, 1991, Gil-Monte & Peiró, 1997, Maslach & Jackson,1981, Moreno-Jiménez, 1991, entre outros) afirmam que. Há vários estudos que tentam determinar quais as variáveis mais significativas no desencadeamento do estresse e Burnou,.entre estas deve-se levar em conta características pessoais (idade, sexo, nível educacional, estado civil, tipo de personalidade, nível de idealismo em relacao à ocupacao) de trabalho (tipo de ocupação, tempo de profissão e instituição, grau de responsabilidade envolvida, relação profissional-cliente...), características organizacionais (ambiente físico, mudanças organizacionais, normas institucionais, clima, burocracia, recompensas, segurança) e características sociais (cultura, suporte familiar, prestígio social). Como já explanado anteriormente, os profissionais mais suscetíveis a esta síndrome, são os que desenvolvem suas atividades na área assistencial, ou seja, que trabalham no contato direto com pessoas em prestação de serviço. Há autores, como Lowenstein (1991), que apontam os professores como os mais propensos à síndrome quando comparados aos demais profissionais, em função de que esta ocupação envolve o interagir com as pessoas num ambiente emocionalmente carregado. Este autor coloca em evidencia como principais causas que levam os docentes a desenvolverem o Burnout: falta de reconhecimento social, relações impessoais inadequadas, classe com muitos alunos, falta de recursos, isolamento, medo da violência, falta de controle sobre a sala de aula, muitas vezes decorrente da ausência de autoridade que lhe foi outorgada pela própria instituição, ambigüidade de funções, pouca oportunidade de promoção e falta de suporte/apoio. Segundo Burk & Greenglass (apud Moura, 2000) as condições de trabalho consideradas como causadoras da síndrome na escola são a seguintes: 1-pouca possibilidade de ascensão profissional, 2- baixa participação direta na gestão e planejamento do trabalho, 3- reduzidos salários, 4- sobrecarga de trabalho, 5- conflito de papéis, 6- ambigüidade no que se deva realizar dentro do trabalho, 7- exigencia de muito envolvimento com o aluno e 8- burocratização do trabalho.

Revista Eletrônica InterAção Psy Ano 1, nº 1- Ago 2003 p. 90-101 93 Para Pedrabissi (apud Moura, 2000) as dez maiores fontes de Burnout nos docentes, seria: a) desmotivação dos alunos, b) comportamento indisciplinado dos educandos; c) falta de oportunidades de ascensão na carreira profissional; d) baixos salários; e) más condições de trabalho (falta de equipamentos e instalações adequadas); f) turmas excessivamente grandes; g) pressões de tempo e prazos; h) baixo reconhecimento e pouco prestígio social da profissão; i) conflitos com colegas e superiores; j) rápidas mudanças nas exigências de adaptação dos currículo. Os autores aqui citados, de modo geral, possuem a mesma concepção, isto é, que a instituição como um todo é a principal responsável pelo mal-estar docente. Burk & Greenglass (apud Moura, 2000) afirmam que a ocorrência de Burnout em professores está mais relacionado com as condições de trabalho enfrentadas pelos mesmos, do que com as características de sua personalidade. De acordo com Maslach e Leiter (1999), para que se resolva o desequilíbrio entre o indivíduo e o trabalho, se faz necessário enfocar tanto o funcionário como o ambiente em que este desenvolve suas atividades. Contudo, como as fontes de desgaste se encontram mais em questões situacionais do que pessoais, é importante buscar soluções no contexto social do local de trabalho. Sem dúvida a exaustão, seja ela física, emocional ou mental, custa caro, tanto para o indivíduo que contribui com seu desgaste pessoal, como para o instituição que sofre com a perda da qualidade, produtividade e, conseqüentemente, com a redução de seus recursos financeiros. Porém, Maslach e Leiter (1999) relatam que seria mais interessante investir na prevenção do que precisar, mais tarde, arcar com seus custos. Para tanto os autores propõem não apenas a redução deste desgaste físico, mental e emocional, mas principalmente, o aumento das chances de que os empregados continuem comprometidos e satisfeitos com o trabalho. Enfim, é de fundamental importância que sejam desenvolvidos conhecimentos sobre Burnout, de forma que suas causas, prováveis conseqüências e possíveis formas de prevenção, possam ser transmitidas aos profissionais. O que se tem observado, é que muitos destes, culpabilizam-se pela situação em que se encontram, agravando sobremaneira o problema. Neste sentido, devido a inexistência de estudos sobre Burnout em professores na região de Maringá, a presente investigação buscou verificar a ocorrência de sintomatologia de Burnout nos professores da rede municipal de ensino, afim de se

Volpato, D. C. et al Burnout: O desgaste dos Profesores de Maringá 94 verificar a necessidade de uma intervenção visando assim uma melhor qualidade de vida no trabalho. Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes recursos: 1) questionário de caracterização da amostra com dados referentes a sexo, idade, aspectos da profissão e moduladores de Burnout (psicoterapia, vontade de mudar de profissão, tempo de serviço, entre outros); 2) MBI-ED Maslach Burnout Inventory para educadores (Maslach e Jackson 1986), traduzido e adaptado pelo GEPEB. Estes foram acompanhados por uma carta de apresentacao dos investigadores, explicando o desenvolvimento da pesquisa e seus objetivos, além de uma declaracao de esclarecimento e participacao consentida. Da apreciação dos instrumentos, foi possível obter os seguintes resultados: a) Perfil do grupo estudado Vinte e duas das 25 escolas municipais da cidade de Maringá concordaram em participar da investigaçao. O grupo estudado ficou composto por 170 (22%) dos 779 professores que pertenciam à rede de ensino, sendo 164 (96.5%) do sexo feminino para 4 (2.4%) do masculino, (2 dos respondentes não complementaram a questão), com idade média de 35.9 (variando entre 21 anos a 64 anos) e DP=8.09. Na ocasião, a maioria do grupo (79%) mantinha, um relacionamento afetivo estável, e tinha entre 1 e 2 filhos (51.7%), sendo que, 15,3% dos professores não tinham nenhum e apenas um (0.6%) deles possuía 6 filhos. Observou-se que, apesar do grupo estar formado por professores do ensino fundamental, em que o nível acadêmico de magistério é considerado suficiente, todos os integrantes do grupo tinham nível superior, sendo que 89 (52.40%) haviam feito ao menos um curso de especialização e outro até mesmo mestrado (6%). b) Resultado do MBI (Maslach & Jackson, 1986) A dimensão Exaustão Emocional do Burnout, avaliada pelo MBI apresentou média de 27.70 (DP=13.20), indicando a existência de esgotamento, tanto físico como mental, visto que a média esperada situa-se entre 16 a 25 pontos na amostra obtida por Benevides-Pereira (2001). Quanto à Despersonalização, a média foi de 5.76 (DP=5.38), que nos fornece indícios para afirmar a presença de um moderado distanciamento emocional no âmbito das relações interpessoais, ou seja, no convívio com os alunos, demais profissionais e colegas da escola. Esta afirmação decorre da comparação com a média esperada, que está compreendida entre 3 a 8 pontos. Com relação ao sentimento

Revista Eletrônica InterAção Psy Ano 1, nº 1- Ago 2003 p. 90-101 95 de Reduzida Realização Profissional o índice médio foi de 33.84 (DP=8.30), tendo como valores padrões de 34 a 42, isto é, o grupo avaliado revelou valores ligeiramente abaixo da média estabelecida. No gráfico a seguir pode-se apreciar o resultado da média ponderada de cada uma das escalas, isto é, a média considerando-se o número de itens que compõem cada dimenso. Gráfico 1 Médias ponderadas das dimensões do MBI Distribuição das Médias Ponderadas 6 4 2 0 4,23 3,07 1,15 EE DE rrp EE=Exaustão Emocional; DE=Despersonalização; rrp= Realização Profissional Observa-se que a escala que mais se evidencia é a de reduzida Realização Pessoal no trabalho, que se destaca diante das demais, seguinda pela de Exaustão Emocional. A Despersonalização foi o fator de menor intensidade neste grupo de professores. Para que se tenha uma dimensão da distribuição de cada um dos participantes no grupo estudado, considerando as médias pertinentes aos padrões paranaenses relativos a cada escala (EE=16 a 25; DE=3 a 8; rrp=34 a 42), obteve-se os resultados demonstrados na tabela e gráfico a seguir. Tabela 1 Distribuição dos valores do MBI no grupo de professores Valores Médios Elevados Rebaixados Total N % N % N % N % EE 94 23.5 40 55.3 36 21.2 170 100 DE 49 36.5 62 28.8 59 34.7 170 100 rrp 73 45.3 77 42.9 20 11.8 170 100 EE=Exaustão Emocional; DE=Despersonalização; rrp= reduzida Realização Profissional

Volpato, D. C. et al Burnout: O desgaste dos Profesores de Maringá 96 Gráfico 2 Distribuição dos valores do MBI no grupo dos professores Distribuição das dimensões de Burnout 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 55,3% 23,5% 21,2% 28,8% 36,5% 34,7% 42,9% 45,3% EE DE rrp 11,8% alto médio baixo EE= Exaustão Emocional; DE= Despersonalização; rrp= Reduzida Realização Profissional Pode-se perceber que os valores que se situaram acima da média na dimensão Exaustão Emocional encontravam-se em maior número do que os que se situam na média ou abaixo da mesma entre os professores avaliados, sugerindo a existência de um processo de Burnout em curso, pois segundo Maslach & Leiter (1987), a Exaustão Emocional é a dimensao central e uma das primeiras manifestações no rpocesso da síndrome de Burnout. Com relação aos valores da Despersonalização, verifica-se que a parcela maior situa-se no nível médio. Tais resultados podem, num primeiro momento, deixar transparecer a idéia de que estes resultados carecem de maior importancia, entretanto, se considerarmos o trabalho docente pautado em contato direto com os estudantes - em que a capacidade de empatia, sensibilidade no relacionamento, em especial com crianças cuja relação com a aprendizagem vem permeada pelo contato com o professor- pode-se ter a amplitude desta problemática. Além disso, no que se refere à reduzida Realização Profissional, a grande maioria dos professores (45,3%) refletiu pontuações moderadas ou elevadas (42,9%) nas atividades desenvolvidas. Sem dúvida, estes resultados, podem traduzir-se em prejuízos tanto para a instituição, para os professores, assim como para os alunos assistidos por estes. c) Análise das variáveis socio-demográficas No que diz respeito as variáveis sócio-demográficas como: sexo, estado civil e o fato de ter filhos, não foi constatado resultados significativos com relação ao Burnout, através do MBI.

Revista Eletrônica InterAção Psy Ano 1, nº 1- Ago 2003 p. 90-101 97 As variáveis: tempo de magistério e tempo de serviço, como era de se esperar, correlacionaram-se positiva e significativamente com a variável idade (r=.610 e p=.000). A variável tempo de magistério não apresentou correlações significativas no que se refere às dimensões de Burnout avaliadas pelo MBI (EE= r= -.073, p=.351; DE= r=-.118, p=.134; RP= r=.029, p=.714). O mesmo ocorreu em relação ao tempo de serviço na instituição atual (EE= r=.145, p=.077; DE= r=.079, p=.337; RP= r= -.088, p=.283) A variável horas de trabalho semanais, denotou correlação positiva com a dimensão exaustão emocional (r=.208 e p=.008), indicando que, quanto maior o número de horas trabalhadas, maior a probabilidade de apresentar sintomatologia de Burnout. Houve correlação positiva e significativa entre as variáveis tempo de serviço e horas semanais de trabalho (r=.196 e p=.020), sendo que quanto maior o tempo de trabalho, maior a carga horária dedicada a instituição, que por sua vez, torna o profissional mais suscetível ao desenvolvimento de burnout. Ao se investigar o sentimento de interferência da profissão na vida pessoal, obteve-se 120 respostas afirmativas para apenas 36 negativas, sendo que 14 dos 170 integrantes do grupo não responderam. Ao utilizar-se a Prova t de Student, foram encontradas diferenças de médias significativas para todas as dimensões do MBI. As médias dos que responderam SIM para os que responderam Nao, respectivamente em cada escala: Exaustão Emocional, média de 31.61:15.92, (t=7.232; p=.000), Despersonalização, 6.55: 3.59 (t= 3.594;p=.001) e reduzida Realização Pessoal, 32.53:37.50 (t= -3.197; p=.002). Este fato é indicativo de que, profissionais que sentiam suas vidas influenciadas pela atividade que exerciam, apresentavam valores mais elevados em todas as dimensões da síndrome de Burnout, isto é, sentiam-se mais esgotados tanto física como emocionalmente, com atitudes negativas em relação a seus alunos, bem como menos realizados do que aqueles que não sentiam que a profissão interferia em sua vida pessoal. Estes dados evidenciam a interferência negativa das atividades educacionais na vida particular de cada um dos profissionais. Pode-se dizer que estes resultados se devem principalmente ao caráter assistencial desta profissão que implica numa relação direta e muitas vezes carregada de

Volpato, D. C. et al Burnout: O desgaste dos Profesores de Maringá 98 aspectos emocionais com os alunos; além dos fatores institucionais e pessoais envolvidos. Dentre os participantes do grupo investigado, 35 professores já haviam procurado, ou estavam em psicoterapia para suas dificuldades pessoais, sendo que 132 nunca foram a um terapeuta e 3 não responderam a esta questão. Através da comparação de médias, utilizando-se o método de t de Student, verificou-se resultados que apontam médias significativamente mais elevadas para respostas afirmativas quanto à procura de psicoterapia nas dimensões de Exaustão Emocional com 31.93:26.57 (t= 2.147; p=.033) e e Despersonalização com 7.83:5.20 (t=2.665; p=.008), evidenciando a perspectiva de que os que buscaram ajuda psicoterapêutica apresentavam maiores níveis de esgotamento físico e mental, bem como atitudes negativas em relação às pessoas de seu convívio de trabalho. Os profissionais que não faziam, ou nunca haviam feito, psicoterapia revelavam médias mais elevadas em Realização Profissional (34.23:31,98) que os demais, indicando estarem mais realizados profissionalmente, no entanto, tal diferença não chegou a ser significativa (t = -1.435 p=.153). Ao observar-se a variável anterior, entre os que haviam terminado (N=6) ou não (N=30) o processo psicoterápico, houve diferenças significativas para as escalas de EE e RP, sendo que os que haviam terminado apresentavam médias significativamente menores para Exaustao Emocional (20.50:34.15 com t=2.540: p=.016) e maiores para realizaçao pessoal no trabalho (39.33:30.61 com t=2.318: p=.027) quando comparados com os que não haviam encerrado. Para Despersonalização não houve diferença significativa (t= -.646; p=.523), sendo apenas ligeiramente mais elevada entre os que ainda nao a haviam finalizado (6.17:7.87). Isto é indicativo de que, pessoas que se submeteram ao processo psicoterápico e o concluiram, apresentavam menores índices de sintomatologia de Burnout, fato este que vem ratificar a confirmação sobre a eficácia deste procedimento. Foi investigado junto aos professores, se estes possuíam vontade de mudar de profissão. As médias desta variável com as das escalas do MBI denotaram diferenças significativas entre os que responderam positivamente (N=81) em relaçao aos que responderam negativamente (N=89). As médias para Exaustão Emocional (32.82: 23.05 com t= 5.176; p=.000) e Despersonalização (7.45: 4.21 com t.=4.02: p=.000), foram mais elevadas entre os que responderam afirmativamente. Em Realização Profissional obtiveram 31. e 35.56 95 ( t=-2.900; p=.000) respectivamente. Verificouse que os profissionais que desejavam a mudança de profissão possuiam altos escores

Revista Eletrônica InterAção Psy Ano 1, nº 1- Ago 2003 p. 90-101 99 para todas as dimensões do MBI, o que revela uma elevada insatisfação com a atividade desempenhada. Gonzáles-Romá et al (1998) aponta que a intenção de abandonar a organização pode ser considerada uma das conseqüências de Burnout. No modelo teórico postulado por Leiter e Maslach (1988) esta propensão ao abandono é uma conseqüência direta da falta de realização pessoal no mesmo. Considerações Finais Os resultados obtidos neste grupo de professores indicam que estes profissionais apresentavam maior nível de esgotamento emocional, bem como pouca realizaçao pessoal no trabalho, quando comparados com a populaçao em geral. Ao observar-se as pontuaçoes obtidas em cada uma das escalasdo MBI, nota-se que a sensaçao de ineficácia laboral é a dimensao que prevalesce sobre as demais. Dentre os participantes, 55.3% denotavam altos escores de Exaustao Emocional, 28.8% revelavam elevaçao em Despersonalizaçao e 42.9% sentiam-se pouco realizados em suas atividades ocupacionais Burnout é uma síndrome que se dá em função das atividades que o individuo exerce no trabalho, sendo modulada por características individuais e aspectos organizacionais e socio-ambientais. No presente estudo observou-se que variáveis como sexo e idade, indicadas como moduladoras em casos de estresse e burnout, nao apresentaram diferenças significativas. O fato de ter um relacionamento afetivo estável e de se ter filhos, sugeridos por alguns autores como suportes efetivos ao burnout, também nao se revelaram como variáveis que poderíam estar interferindo no processo. Encontrou-se relaçao positiva entre horas semanais de trabalho e exaustao emocional, indicando que quanto maior a jornada semanal destes docentes, maior o esgotamento sentido. Por sua vez, verificou-se que o número de horas laborais aumentava com o decorrer do tempo de serviço destes profissionais. Um número considerável de professores (70,59%) sentiam que a docencia interferia negativamente em suas vidas pessoais, sendo que estes revelavam médias significativamente mais elevadas nas tres dimensoes de burnout estudadas, evidenciando o efeito prejudicial do mesmo. A intenção de vir a mudar de ocupaçao foi indicada por quase metade dos participantes, sendo que estes apresentavam índices significativamente mais elevados em todas as escalas de burnout medidas pelo MBI, sugerindo que o burnout estaria

Volpato, D. C. et al Burnout: O desgaste dos Profesores de Maringá 100 levando-os a abandonar seus postos de trabalho, perdendo-se assim todo o investimento dedicado à profisao e à carreira. Tais resultados demonstram que os professores da rede municipal, vinham apresentando transtornos característicos de um processo de burnout, traduzindo a necessidade de instrumenta-los no sentido de que saberem lidar melhor com os estressores de seu trabalho, bem como verificar alternativas para tornar o ambiente e as relaçoes laborais menos nocivas. Ainda segundo os dados, a psicoterapia mostrou-se como uma indicação pertinente, ao comprovarmos que aqueles que a havíam terminado refletiam menos exaustao e maior eficácia ocupacional. Tal fato vem ao encontro do que a literatura aponta sobre a este processo, indicando-a como um método pertinente de intervençao. Realmente, notamos que a psicoterapia vem sendo adotada como um excelente auxiliar não só como suporte para enfrentar o Burnout da profissão, mas também como meio de crescimento e aprendizagem. (Benevides-Pereira, 2001). Desta forma, propoe-se que técnicas preventivas e interventivas venham a ser adotadas a este grupo de profissionais, pois a saúde mental no trabalho deve ser priorizada, visando um resgate dos valores humanos e do significado do trabalho na vida das pessoas. Assim sendo, deve-se buscar um incrementado ao bem estar do indivíduo, que venha a repercutir favoravelmente na instituição e, consequentemente, na sociedade na qual ela está inserida. Referências Bibliográficas BARONA, E.G. 1996 Estudio preliminar al síndrome de Burnout. Ciência Psicológica, 3, 63-76. BATTLE, C. U. 1981 The Introgenic called burnout. J. Amer. Med. Wom. Ass, 36, p. 357-359.1981. BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. 2001 A Saúde Mental dos Profissionais de Saúde Mental. Maringá: Eduem. BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. 2002 Burnout: quando o trabalho ameaça o bem estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo. BORLANDE, J.J. 1981 Burnout Among workers and admnistratora. Health Soc. Work, 6, 73-8. CARLOTTO, M.S. & GOBI, M.D. (2000) Síndrome de Burnout: um problema do indivíduo ou de seu contexto de trabalho?. Alethéia, 10, 103/114.

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