Folha de S. Paulo. Agora. O Estado de S. Paulo. Oi indenizará 3,4 milhões de clientes na Bahia. 79 mil podem ter correção do INSS



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Transcrição:

Folha de S. Paulo Oi indenizará 3,4 milhões de clientes na Bahia A operadora de telefonia Oi assinou nesta segunda-feira (31) um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para indenizar em aproximadamente R$ 100 milhões cerca de 3,4 milhões de clientes que ficaram sem os serviços da empresa na Bahia por causa de um incêndio em um de seus prédios, em Salvador, em dezembro passado. O termo foi assinado com o Procon, o Ministério Público e a Secretaria da Justiça da Bahia. A quantia será convertida em descontos e bonificações que serão concedidos nas contas dos próximos meses. Ainda segundo o termo, a Oi dará descontos para os 3.196.590 usuários do serviço prépago, 25.962 consumidores de telefonia fixa, 11.974 usuários do serviço de banda larga, 4.731 usuários do 'OI conta total' e 194.990 clientes do serviço pós-pago. A empresa se comprometeu a criar medidas preventivas para evitar novos incêndios em suas instalações. O plano deverá ser apresentando pela operadora em até 120 dias. O não cumprimento do prazo implicará multa à operadora no valor de R$ 5.000 por dia, por central de telecomunicações em que o sistema anti-incêndio não tenha sido instalado. Além disso, ficou acordado que os consumidores que receberam os aparelhos e os minimodens 3G em caráter provisório não precisarão devolver os equipamentos à operadora. A Oi pagará ainda R$ 200 mil ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Oi, Carlos Aragão, todas as formas de indenização listadas no TAC serão disponibilizadas aos consumidores automaticamente a partir dos próximos faturamentos. Não será preciso, portanto, que os clientes solicitem a indenização junto à operadora. Agora 79 mil podem ter correção do INSS No país, 78.617 segurados esperam há mais de 45 dias uma resposta do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para um pedido de revisão ou de concessão de benefício. Por conta da demora, esses segurados receberão o benefício --caso tenham direito-- com correção monetária. A correção inflacionária é feita de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e está prevista na legislação previdenciária. O objetivo é garantir que o segurado não seja prejudicado com a demora da Previdência em analisar um pedido de benefício ou de revisão. No Estado de São Paulo, 11.910 segurados esperam por uma resposta há mais de 45 dias. Se eles tiverem direito ao benefício, receberão a grana sem as perdas provocadas pela inflação do período. Além disso, receberão os valores acumulados desde a data do primeiro pedido no posto. O Estado de S. Paulo 1

FGV: inflação pelo IPC-S acelera em 6 de 7 capitais A inflação acelerou em seis das sete capitais pesquisadas para cálculo do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), da terceira para a quarta quadrissemana de janeiro, segundo informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em São Paulo, o indicador apresentou alta de preços de 1,31% no fim do mês passado, um resultado 0,21 ponto porcentual superior ao da semana anterior, quando a inflação medida havia sido de 1,10%. Em 2010, a taxa máxima na cidade para o período havia sido de 1,02%, em novembro. Em dezembro, a taxa havia ficado em 0,55%. Segundo a FGV, ajudaram a impulsionar o IPC-S em São Paulo os grupos Educação, Leitura e Recreação (de 2,39% para 3,70%), Transportes (de 2,94% para 4,11%), Habitação (de 0,16% para 0,30%) e Despesas Diversas (de 1,07% para 1,23%), entre a terceira e a quarta semana de janeiro. Em sentido inverso, Alimentação (de 1,25% para 1,04%), Vestuário (-0,04% para -0,18%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,46% para 0,38%) ajudaram a segurar a inflação na cidade. Entre as demais capitais, apenas o Rio de Janeiro registrou redução na taxa de inflação entre a terceira e a quarta semana de janeiro, de 1,43% para 1,39%. As demais altas foram registradas em Salvador (de 1,34% para 1,36%), Brasília (de 0,96% para 1,00%), Belo Horizonte (de 1,03% para 1,06%), Recife (de 0,99% para 1,00%) e Porto Alegre (de 0,93% para 0,95%). Mundo Sindical Amanhã, centrais e ministro Gilberto Carvalho negociam reajuste do mínimo e correção da tabela do IR Amanhã, (dia 2), às 10 h, no Palácio do Planalto, será realizada nova reunião entre as centrais sindicais e o ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A pauta será aumento do salário mínimo, reajuste para os aposentados e correção da tabela do Imposto de Renda (IR). Estamos empenhados em manter o diálogo com o governo federal, porém manteremos a pressão para alcançarmos os nossos pleitos. Vamos insistir em conquistarmos um salário mínimo digno para os trabalhadores brasileiros, afirmou Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical. Força Sindical Centrais pedem a parlamentares agilidade sobre redução da jornada e fim do fator previdenciário Segundo o portal UOL, as centrais sindicais entregaram uma pauta de reivindicação aos parlamentares que tomaram posse hoje (1º) no Congresso. Entre os itens estão o projeto que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais e o que acaba com o fator previdenciário. O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, explicou que a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais é importante para que os 2

trabalhadores possam ter mais tempo livre para se qualificar. Hoje, a jornada de trabalho é de no máximo 44 horas semanais. Sobre o fator previdenciário (fórmula para calcular o tempo de aposentadoria, que acaba prejudicando o trabalhador na hora de se aposentar) ele observou que as pessoas que começam a trabalhar mais cedo são as principais afetadas. Porque com a contagem de tempo da aposentadoria, ele [trabalhador] acaba tendo uma idade menor na hora da aposentadoria. Mesmo trabalhando o tempo que a lei exige, explicou o secretário. O fator previdenciário leva em conta o tempo de contribuição do trabalhador, sua idade e a expectativa de vida dos brasileiros. Ano passado, foi aprovada pelo Congresso Nacional uma emenda que acabava com o fator previdenciário, mas foi vetada pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além desses dois temas está na pauta das centrais salário mínimo de R$ 580, a correção da tabela do Imposto de Renda e o reajuste dos benefícios para os aposentados que ganham acima do salário mínimo. Teletime Anatel e teles tentam equacionar custos do PGMU Depois de dois dias de reuniões meramente preparatórias, a negociação para viabilizar o novo Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU III) deverá ter início efetivo nessa quarta-feira, 2. Os encontros, até então coordenados pelo Ministério das Comunicações, serão transferidos para a sede da Anatel, onde técnicos da agência, do Minicom e das teles irão, finalmente, sentar à mesa para tentar chegar a um acordo que não só permita a assinatura dos contratos de concessão revisados no dia 2 de maio, como também assegurem o equilíbrio pleno da planilha financeira do PGMU. Segundo participantes do encontro realizado nesta terça, 1º, sob a batuta do Minicom, o foco dos debates realizados a partir desta quarta estará sobre os custos do plano. A ideia, em princípio, é usar a planilha de custos como referência para a negociação. Apesar de existir problemas conceituais na polêmica envolvendo as novas metas - especialmente com relação à rede de banda larga associada às concessionárias, o backhaul -, o governo acredita que a diferença de custos entre a previsão da Anatel e os prognósticos das empresas é um obstáculo que precisa ser rapidamente superado. Entre uma conta e outra, havia no final do ano passado uma diferença de pelo menos R$ 3 bilhões, praticamente o dobro do custo previsto inicialmente pela Anatel. O encontro de hoje serviu basicamente para organizar o organograma dos próximos dias de discussão. A ideia é fazer uma intensiva mesa de negociações amanhã e quinta-feira. A perspectiva otimista é que na próxima terça, 7, o grupo já tenha avançado o suficiente para apresentar uma proposta de conciliação ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A equipe de negociação desistiu da ideia de criar vários grupos de trabalho para negociar cada um dos pontos de atrito envolvendo o PGMU. No fim, prevaleceu a proposta de negociar tudo em conjunto em uma única mesa. Sigilo 3

Mas, por trás do aparente excesso de zelo no estabelecimento de um cronograma de trabalho - que teria consumido todo o tempo das duas primeiras reuniões de negociação - esconde-se uma política de sigilo acordada entre as partes para evitar que a conciliação se dê por meio de informações vazadas à imprensa. O diretor de regulamentação da Oi, Paulo Mattos, admitiu ao sair do encontro de hoje que preferia comentar os debates apenas quando houver um resultado na mesa de negociação. Fontes governamentais contaram que houve uma recomendação expressa na abertura dos encontros de que os participantes não comentassem com a imprensa detalhes da tentativa de acordo para não tumultuar a negociação. Tudo para preservar o pouco tempo que governo e empresas possuem para chegar a um ponto pacífico: as metas precisam ser conciliadas rapidamente para garantir que o PGMU seja publicado por decreto até o dia 2 de maio, quando está agendada a assinatura dos contratos de concessão revisados. TIM defende adoção de preços máximos para EILD O debate promovido nesta terça-feira, 1º, pela Anatel para rever o Regulamento de Exploração Industrial de Linha Dedicada (EILD) ressaltou ainda mais o histórico conflito entre as empresas que hoje detém a infraestrutura de telecomunicações no País e as operadoras que tentam alugar um espaço nessas redes. Como já era de se esperar, o embate ficou entre a TIM e a Oi, a primeira defendendo uma regulação mais forte do mercado e a segunda, uma intervenção minimalista da agência na oferta de EILD. Há anos, as duas empresas posicionam-se de forma diametralmente oposta nos conflitos sobre a exploração de linhas dedicadas. O motivo é simples: enquanto a Oi é a maior concessionária do País e, portanto, controla boa parte da rede de telecomunicações nos estados, a TIM é a única operadora móvel não associada a uma concessionária local, ficando em desvantagem nas negociações no mercado de atacado. Apesar de as empresas, em geral, elogiarem a iniciativa da agência de modernizar a regulação, especialmente pelo fato de a Anatel estar propondo critérios claros para a definição do que é EILD padrão e especial, os dois pólos da briga ainda não estão completamente satisfeitos com a nova redação do documento. A TIM levantou uma grande polêmica em sua apresentação na audiência pública promovida pela agência nesta terça. Mais do que esclarecer os tipos de EILD, a operadora móvel quer que a Anatel tabele o custo dessa oferta no mercado. Referência vs. Teto No entendimento da Anatel, a oferta de EILD pertence ao direito privado e, portanto, não pode ser regulada completamente pela agência. Esta visão é compartilhada pela Oi, que, obviamente, quer a menor interferência possível da agência no mercado de atacado. "A exploração industrial é regida pelo regime privado da LGT, onde há a mínima intervenção possível", declarou o diretor de Planejamento Regulatório da Oi, Rafael Oliva. Com base nesse raciocínio, a Anatel trabalha apenas com "preços de referência" para tentar nortear as negociações no mercado. Mas, na prática, o preço é livremente fixado pelas detentoras de rede. O preço de referência só é usado de fato quando a negociação não dá certo e a disputa vai para arbitragem da Anatel. 4

O que a TIM propõe é que a agência reguladora passe a trabalhar com "preços teto", impedindo que as empresas estipulem aleatoriamente valores acima do estipulado. Outro pedido da operadora móvel é que a Anatel exija a participação compulsória das concessionárias na entidade administradora que o regulamento pretende estabelecer para coordenar a comercialização das linhas no atacado. "Na visão da TIM, a criação de uma entidade administradora de EILD é fundamental para manter a isonomia da prestação do serviço, inclusive entre empresas do mesmo grupo", afimou Carlos Franco, diretor de Relaçõeas Regulatórias da TIM. "Torna-se fundamental a transparência no serviço prestado, que somente será alcançada com a criação de uma entidade administradora de EILD com a participação de todos os players do mercado, sendo obrigatória a participação de todas as PMS (empresas com Poder de Mercado Significativo, que controlam as redes)", complementou. Franco apresentou números que corroboram com a impressão de que o mercado de atacado está descompassado com a realidade comercial das telecomunicações. Enquanto o preço dos terminais caiu 80% e o custo das Estações Rádio-Base (ERBs) recuou 47% desde 2008, o custo de transmissão por site subiu 88% no mesmo período. Segundo a operadora, as pendências na análise dos pedidos de acesso à rede também são reveladoras. De acordo com os dados coletados pela TIM 91% dos pedidos não são respondidos dentro do prazo de 60 dias fixados pela Anatel. A proposta de novo regulamento para a oferta de EILD está em consulta pública no momento e receberá contribuições até 14 de março. Oi indenizará 3,4 milhões de clientes baianos que ficaram sem serviço A Oi assinou na última segunda-feira (31) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para indenizar em aproximadamente R$ 100 milhões cerca de 3,4 milhões de clientes que ficaram sem os serviços da empresa na Bahia por causa de um incêndio em um prédio que abrigava uma central telefônica, em Salvador, em dezembro passado. O termo foi assinado com o Procon, o Ministério Público e a Secretaria da Justiça da Bahia. A quantia será convertida em descontos e bonificações que serão concedidos automaticamente nas contas dos próximos meses. A empresa se comprometeu a criar medidas preventivas para evitar novos incêndios em suas instalações. O plano deverá ser apresentando pela operadora em até 120 dias. O não cumprimento do prazo implicará multa à operadora no valor de R$ 5 mil por dia, por central de telecomunicações em que o sistema anti-incêndio não tenha sido instalado. Além disso, ficou acordado que os consumidores que receberam os aparelhos e os minimodens 3G em caráter provisório não precisarão devolver os equipamentos à operadora. A Oi pagará ainda R$ 200 mil ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. 5

Défict da balança comercial é recorde em 2010, segundo Abinee O déficit da balança comercial do setor eletroeletrônico ficou em R$ 27,3 bilhões no ano passado, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O saldo devedor foi 56% acima do registrado em 2009 (US$ 17,5 bilhões) e 23% superior ao de 2008 (US$ 22,1 bilhões). Segundo a entidade, o resultado foi consequência do modesto crescimento das exportações (+1,8%) e do aumento expressivo das importações (+39,8%). Um dos principais segmentos que contribuiram para a retração das exportações foi o de telecomunicações, que totalizou R$ 1,33 billhão em vendas externas no ano passado, valor 21,3% menor que o registrado em 2009. Somente as exportações de telefones celulares recuaram 30%. Por outro lado, as importações do segmento atingiriam R$ 2,86 bilhões, cifra 23% maior que a de 2009. Os componentes elétricos e eletrônicos somaram US$ 18,3 bilhões, representado 52% do total de compras do exterior. Entre os principais produtos importados estão os componentes para telecomunicações (US$ 4,53 bilhões), semicondutores (US$ 4,46 bilhões) e componentes para informática (US$ 3,35 bilhões). Somente a importação de componentes para telecomunicações teve um aumento de 83% em relação a 2009 e foi o item que liderou a lista de compras externas do setor eletroeletrônico em 2010, ultrapasssando componentes para informática e semicondutores. Há alguns anos os fornecedores de telecomunicações apontam para um movimento claro de desindustrialização no país, decorrência do câmbio desfavorável (dólar fraco), redução dos investimentos das operadoras e falta de previsibilidade nas encomendas, concorrência externa e desequilíbrio tributário em relação a outros países. Rondônia Jurídico Turma admite terceirização no setor de telecomunicações A polêmica sobre a legalidade da terceirização de atividades inerentes aos serviços de telecomunicações será analisada em breve pela Seção I de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho. O colegiado deverá uniformizar a jurisprudência do TST, uma vez que existem decisões divergentes entre as Turmas sobre a matéria. Na Oitava Turma, por exemplo, vem sendo vitoriosa a tese de que é possível a contratação de empresa interposta para prestação de atividades inerentes ao serviço desenvolvido pelas concessionárias de telecomunicações, na medida em que a Lei Geral das Telecomunicações (nos termos do artigo 94, II, da Lei nº 9.472/97) ampliou as hipóteses de terceirização. Com base nesse fundamento, a relatora de um recurso de revista da Tim, ministra Dora Maria da Costa, afastou o reconhecimento de vínculo de emprego diretamente com essa empresa de trabalhadora contratada pela A&C Centro de Contatos para prestar serviços de call center à operadora. Por maioria de votos, a Turma restabeleceu a sentença de origem que havia julgado improcedente a ação da empregada. Já o Tribunal do Trabalho mineiro (3ª Região) tinha dado razão à empregada, porque 6

considera o serviço prestado pela empresa terceirizada de call center (atendimento de clientes por telefone) ligado à atividade-fim da tomadora dos serviços - o que tornaria ilícita a terceirização. De acordo com o TRT, portanto, como havia fraude na terceirização dos serviços prestados pela trabalhadora, o vínculo de emprego era com a beneficiária do trabalho (Tim). Por consequência, a empregada que atuava como coordenadora e supervisora dos serviços de call center tinha direito às vantagens previstas nos instrumentos coletivos firmados entre a concessionária e o sindicato da categoria. Mas, ao examinar o recurso da Tim, a ministra Dora Costa observou que, enquanto não for declarada a inconstitucionalidade do inciso II do artigo 94 da Lei nº 9.472/97, segundo o qual a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço, a terceirização está autorizada em relação à atividade-fim ou inerente das empresas de telecomunicações. Desse modo, explicou a relatora, é irrelevante a discussão se a função desempenhada pela empregada enquadra-se como atividade-fim ou meio da Tim, tendo em vista a licitude da terceirização estabelecida em lei. Durante o julgamento, a presidente da Turma, ministra Maria Cristina Peduzzi, acompanhou o entendimento da relatora, o que garantiu a maioria dos votos, pois o ministro Márcio Eurico Vitral Amaro adotou opinião contrária. A trabalhadora apresentou recurso de embargos que será apreciado futuramente na SDI-1. (RR-3540-87.2009.5.03.0016) 7