ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS. Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Documentos relacionados
INTERPRETAÇÃO DO HEMOGRAMA

Leucograma. Professora Astria Dias Ferrão Gonzales

Leucograma: Avaliação normal e alterações quantitativas

Hemograma. Exame laboratorial que expressa a quantidade e a qualidade dos elementos figurados do sangue periférico em 1 microlitro

31/10/2013 HEMOGRAMA. Prof. Dr. Carlos Cezar I. S. Ovalle. Introdução. Simplicidade. Baixo custo. Automático ou manual.

Peculiaridades do Hemograma. Melissa Kayser

Elementos do hemograma

EXAME HEMATOLÓGICO Hemograma

Avaliação Hematológica, Interpretação e Importância em Nutrição

EXAMES MICROBIOLÓGICOS

Plaquetopenia. Felippe Schirmer

Sangue: funções gerais

Identificando doenças hematológicas através da morfologia celular no hemograma

CURSO DE HEMATOLOGIA E ONCOLOGIA. Apresentação Prof. Dra. Vanda Sakae Assahide Ogasawara

Senha para inscrição no Moodle Mecanismos de Agressão e Defesa turma E. #aluno-mad1e

Interpretação clínica das alterações no número dos leucócitos Alterações no número de leucócitos na circulação

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM HEMATOLOGIA E BANCO DE SANGUE ( )

INSTITUTO FORMAÇÃO Cursos Técnicos Profissionalizantes. Professora: Flávia Soares Disciplina: Imunologia Aluno (a): INTERPRETAÇÃO DO HEMOGRAMA

PLANO DE APRENDIZAGEM. CH Teórica: 40h CH Prática: 20h CH Total: 60h Créditos: 03 Pré-requisito(s): Período: IV Ano:

Abordagem laboratorial da resposta inflamatória Parte I I. Prof. Adjunto Paulo César C atuba

ERITROGRAMA HEMOGRAMA 24/09/2010 INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS EM NEONATOLOGIA E PEDIATRIA HEMOGRAMA HEMATOPOIESE HEMATOPOIESE

LEUCOGRAMA O que realmente precisamos saber?

ENFERMAGEM. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

O Hemograma. Hemograma: Interpretação clínica e laboratorial do exame. NAC Núcleo de Aprimoramento Científico Jéssica Louise Benelli

Por que meu paciente tem leucocitose?

Aplasia de Medula Óssea. Doença esquecida

GCD_16_Doenças_e_Perturbações_do_Sangue/Órgãos_Hematopoiéticos_e_Doenças_Inumológicas

Aulas e discussão dos casos.

1) Qual translocação é característica da Leucemia mielóide crônica? a) t(14;18) b) t(9,21) c) t(9;22) d) t(22,9) e) t(7;22)


EFEITO DA CONDIÇÃO CORPORAL SOBRE A DINÂMICA DE HEMOGRAMA NO PERIPARTO DE VACAS DA RAÇA HOLANDÊS

LEUCOGRAMA. MV. ESP. MSc. Fernanda Martinato. I. Introdução

Disciplina: Imunologia Tema: Imunologia Iniciando o Conteúdo

I Curso de Choque Faculdade de Medicina da UFMG INSUFICIÊNCIA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS MODS

Olhar do especialista

Procedimentos Técnicos Código: PROHEM NOME FUNÇÃO ASSINATURA DATA ELABORADO POR

Professora Sandra Nunes

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Cód. 20

HEMOGRAMA. Rebecca Braz Melo Lucas Nascimento

Sistema Imune, HIV e Exercício. Profa Dra Débora Rocco Disciplina: Exercício em populações especiais

ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Prof. Dr. Adilson Donizeti Damasceno Professor Adjunto I DMV/EV/UFG

Curso de Hematologia RCG0448 Lista de Hemogramas para discussão

Introdução. Sangue. Tecido líquido Elementos figurados. Plasma. Glóbulos Sanguíneos. Matriz Extracelular. Glóbulos Vermelhos. Plasma.

REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE. Prof. Dr. Helio José Montassier

Processos Inflamatórios Agudo e Crônico

ANEMIA EM CÃES E GATOS

ESPECIALIZAÇÃO EM HEMATOLOGIA E BANCO DE SANGUE. Aulas Teóricas: On Line Práticas: Presenciais

Hematologia Clínica : bases fisiopatológicas

Morfologia e Função dos Leucócitos. Profa Alessandra Barone Prof. Archangelo P. Fernandes

CURSO DE FARMÁCIA Autorizado pela Portaria nº 991 de 01/12/08 DOU Nº 235 de 03/12/08 Seção 1. Pág. 35 PLANO DE CURSO

INDICAÇÕES PARA USO CLÍNICO DE HEMOCOMPONENTES. Concentrado de Hemácias (CH)

NOME FUNÇÃO ASSINATURA DATA. HISTÓRICO DAS REVISÕES Versão Revisado por Data Assinatura Aprovado por Data Assinatura

AVALIAÇÃO DOS VALORES LEUCOCITÁRIOS DE PACIENTES SOCIALMENTE CARENTES NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

EXAMES COMPLEMENTARES NA ODONTOLOGIA

Anemia Falciforme. Anemia Falciforme. Wilson Marques da Rosa Filho

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

CÉLULAS SANGUÍNEAS. Professora Janaina Serra Azul Monteiro Evangelista

CURSO DE INTERPRETAÇÃO DO HEMOGRAMA

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Avaliação hematológica em cães errantes da região urbana de Maringá-PR

ENFERMAGEM. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Módulo I: Processos Patológicos Gerais (108

SANGUE Funções (transporte):

Sugestões de avaliação. Ciências 8 o ano Unidade 7

Principais Doenças do Sistema Hematológico

HEMOGRAMA EM GERIATRIA. AVALIAÇÃO NUMA POPULAÇÃO DA CIDADE DE AMPARO, SP. Município de Amparo II Biomédica. Município de Amparo RESUMO

Linfopoese. Juliana Festa Ortega

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. DENGUE Aula 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

SANGUE plasma elementos figurados

INTERPRETAÇÃO DO HEMOGRAMA

Outras Anemias: Vamos lá? NAC Núcleo de Aprimoramento científico Hemograma: Interpretação clínica e laboratorial do exame. Jéssica Louise Benelli

Hematologia. 1. Coleta de sangue 30/12/2010. Coleta com anticoagulante adequado. Identificação do paciente. Rotulagem prévia dos frascos de coleta.

Capítulo 3 página 254 a ª série Professora Priscila Binatto

TECIDO HEMATOPOIETICO E SANGUÍNEO

- Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda

INTRODUÇÃO AO LINFOMA EM GATOS

TECIDO HEMATOPOIÉTICO E SANGUÍNEO

MSc. Romeu Moreira dos Santos

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS DE EXAMES CUIDADOS - PROCEDÊNCIA DATA DADOS IDADE

CARDIOXANE cloridrato de dexrazoxano

BIOLOGIA. Moléculas, células e tecidos. Estudo dos tecidos Parte. Professor: Alex Santos

Leucemias Agudas: 2. Anemia: na leucemia há sempre anemia, então esperamos encontrar valores diminuídos de hemoglobina, hematócrito e eritrócitos.

13/08/2010. Marcos Fleury Laboratório de Hemoglobinas Faculdade de Farmácia UFRJ

Avaliação Nutricional - Profa. Raquel Simões

Aula teórica: Hematopoese

MSc. Romeu Moreira dos Santos

Algoritmo de investigação Alterações do leucograma

Profº André Montillo

Sangue Prof. Dr. Ricardo Santos Simões Prof. Dr. Leandro Sabará de Mattos

Hematoscopia: O que deve ser reportado? Marcos Fleury

TECIDO CONJUNTIVO. Depto de Morfologia, IB/UNESP-Botucatu

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Doenças Sexualmente Transmissíveis Parte 8. Profª. Lívia Bahia

Sangue e Sistema Linfoide

ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS. Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

Contagem total de leucócitos Contagem diferencial e absoluta Neutrófilos Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Achados de esfregaço sanguíneo

FARMÁCIA CODIGO DISCIPLINA TEÓRICA

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA SOBRE OS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS DE CÃES

Imunologia. Células do Sistema Imune. Professora Melissa Kayser

DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA CURSO DE HEMATOLOGIA

Sessão televoter anemias. Joana Martins, Manuel Ferreira Gomes António Pedro Machado

Transcrição:

ENFERMAGEM EXAMES LABORATORIAIS Aula 2 Profª. Tatiane da Silva Campos

Leucograma - glóbulos brancos = papel na resposta imunológica - basófilos - Eosinófilos Granulócitos = polimorfonucleares; úteis na - neutrofilos fagocitose; destruição de microorganismos - linfócitos Agranulócitos = mononucleares - monócitos - Elevam em casos de infecções

Consiste na contagem global e diferencial de leucócitos. Principais causas de alterações quantitativas: NEUTROFILIA infecções bacterianas agudas, lesão tissular, doença inflamatória aguda, neoplasia, hemorragia aguda e exercício intenso NEUTROPENIA infecções virais, constitucional, drogas citotóxicas, irradiação, infiltração medular, síndome mielodisplásica. EOSINOFILIA doenças alérgicas, hipersensibilidade a drogas, infestações parasitárias, doenças do colágeno, doença de Hodgkin e doenças mieloproliferativas

EOSINOPENIA stress agudo (trauma, cirurgia, infarto do miocárdio, inflamação aguda), síndrome de Cushing BASOFILIA estado de hipersensibilidade, mixedeme, doenças mieloproliferativas BASOPENIA stress agudo MONOCITOSE infecção crônica, doença inflamatória crônica, neutropenia, doença mieloproliferativa crônica MONOCITOPENIA pancitopenia, uso de corticóide LINFOCITOSE infecção virótica, reação de hipersensibilidade a drogas e doenças mieloproliferativas LINFOCITOPENIA stress agudo, síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS)

- alterações morfológicas dos leucócitos = Granulações tóxicas ocorrem em infecções bacterianas e outros estados inflamatórios; hipersegmentação de neutrófilos, ocorre frequentemente nas anemias megaloblásticas e, menos frequentemente, nas síndromes mielodisplásicas. - Linfócitos atípicos são encontrados no sangue periférico de pacientes com viroses ou em uso de alguns medicamentos. - Além da Mononucleose Infecciosa, linfócitos atípicos >20% total de leucócitos = infecções citomegalóvirus, hepatites virais e hipersensibilidade ao ácido para-amino-salicílico, fenitoína e mefentoína.

- Linfocitoses atípicas até 20% podem ocorrer em outros quadros infecciosos, como: caxumba, sarampo, pneumonia atípica, gripe, resfriados, riquetsiose, e brucelose. Presença de até 5% de linfócitos atípicos circulantes não tem, a princípio, significado clínico. Plaquetograma - São causas de trombocitose: resposta a infecção, inflamação e hemorragia, anemia ferropriva, doenças mioloproliferativas crônicas.

- São causas de trombocitopenia: uso de agentes químicos ou drogas tanto por mecanismos imunes (quinidina, sulfas, clorotiazidas, etc.), como por supressão medular (agentes quimioterápicos antineoplásicos), Púrpura Trombocitopênica Imune, anemia aplásica, coagulopatias de consumo. - Os analisadores hematológicos fornecem outros dois parâmetros, o MPV (volume plaquetário médio) e PDW (coeficiente de variação da distribuição do tamanho das plaquetas).

- MPV encontra-se aumentado na presença de plaquetas grandes, o que pode ocorrer em hemorragias agudas, e diminuído em plaquetopenias secundárias ao hiperesplenismo, por vezes em síndromes mieloproliferativas e septicemias. - PDW papel não está bem estabelecido, sendo útil na distinção da trombocitose reacional, quando se encontra dentro dos valores de referência, da trombocitemia essencial, na qual está aumentado. Na análise do esfregaço sangüíneo, pode-se verificar a presença de plaquetas gigantes, associadas à Púrpura Trombocitopênica Imune, Síndrome de Bernard Soulier e Anomalia de May-Hegglin.

Os valores de referência podem variar em função do método e reagente utilizado