CONSTRUÇÃO COLABORATIVA DE SABERES NA PRODUÇÃO DE QUEIJO COLONIAL

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Transcrição:

CONSTRUÇÃO COLABORATIVA DE SABERES NA PRODUÇÃO DE QUEIJO COLONIAL CABRAL, Jefferson 1 ; PRESTES, Inajara 1 ; DIAS, Caroline 1 ; ARGENTA, Naiara 1 ; BARBOZA, Gustavo 1 ; BERVIG, Luciana 2 ; OLIVEIRA, Jardel 2 ; NUNES, Eduarda 2, STAUDT, Maria 2 ; SILVA, Letícia 3 ; GUEDES, Fernanda 4 ;CARDOSO, Joel 4 ; GRECELLE, Cristina 5 ; RESUMO: O projeto envolve troca de conhecimentos entre produtores e acadêmicos dos cursos de química e medicina veterinária sobre a produção do queijo colonial gaúcho. Além de proporcionar tal conhecimento, ele também envolve uma troca de instruções que são levados até o produtor rural, já que o objetivo é conhecer e analisar os pontos críticos de produção buscando melhorias na renda familiar, obtida com a produção e comercialização desses produtos com alta qualidade. INTRODUÇÃO O queijo é um alimento muito presente na culinária gaúcha, mas antes de chegar a mesa do consumidor ele passa por um longo processo. A origem desses produtos vem da agricultura familiar e agroindústria (empresa rural). Todos obedecem requisitos básicos de produção, embora muitos não possuam a mesma padronização físico-química. Neste proposito juntar a ciência e o produtor numa ajuda mútua, para uma produção de queijos com qualidade. METODOLOGIA Para conhecer a história da produção de queijo nas famílias, realizamos entrevistas com os seguintes questionamento: Qual a origem da atividade familiar? O que mudou e o que não se alterou em relação a receita e ao modo de fazer? O que caracteriza o queijo colônia? O que descaracteriza o queijo colonial? O que diferencia o queijo colonial dos demais queijos? Quais são as características desejáveis num bom queijo colonial? O que os consumidores valorizam no queijo colonial? Todas as amostras de queijos são trazidas até a Ulbra pela EMATER-RS com suas identificações e informações sobre condições de coleta e armazenamento. 1 Acadêmico do curso de Química da ULBRA 2 Acadêmico do curso de Medicina Veterinária 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da ULBRA 4 Professor do Curso de Química da ULBRA 5 Professor do Curso de Medicina Veterinária da ULBRA

RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao analisar visualmente as amostras são observadas algumas diferenças que estão descritas nas figuras 1 a 7. Entre os queijos analisados pode-se constatar diferenças no gosto, textura entre outros aspectos. E isso é confirmado nos testes realizados, pois na produção, alguns produtores usam métodos diferentes de fabricação. Que influenciam no tempo de preparo e maturação. De acordo com os resultados das análises as amostras apresentam variações em suas características físico-químicas que estão. Após as amostras são submetidas as análises físico-quimicas de umidade, gordura, acidez, cinzas e cloretos. Como a tabela de Umidade a média é próxima de um para outro. Entretanto para Acidez e Gordura variam, nos testes biológicos explica o desenvolvimento de fungos e ações bacteriológicas. Outros aspectos como, coloração, textura, buracos mecânicos, que fazem parte das características desse produto. Figura 1 O queijo apresenta: umidade elevada, pouca acidez, rigidez ao mastigar. Figura 2 O queijo apresenta: acidez regular, cremosidade ao mastigar, amarelo creme.

Figura 3 O queijo apresenta: umidade elevada, pouca acidez, maciez ao mastigar. Figura 4 O queijo apresenta: umidade media, acidez media, rigidez ao mastigar. Figura 5: O queijo apresenta: pouca umidade, acidez media, maciez ao mastigar.

Figura 6: O queijo apresenta: umidade media, pouca acidez, maciez ao mastigar. Figura 7: O queijo apresenta: maturação do queijo, umidade mínima, acidez media, rigidez ao mastigar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O queijo colonial é fabricado por produtores rurais que utilizam métodos convencionais de produção, não atendendo padrões exigidos. Com a cooperação de pesquisa entre produtores e acadêmicos é possível melhorar a qualidade sem prejudicar o produtor, pois Com essa iniciativa, outros produtos lácteos como, ricotas, requeijão, entre outros, poderão ser produzidos por famílias e serem vendidos de mesma forma. Mantendo assim a memória e tradição de famílias que ensinam para próxima geração. REFERÊNCIAS SCHIMITT. Contaminação do queijo colonial de produção artesanal comercializado em mercados varejistas do Rio Grande do Sul. Veterinária Not. Uberlândia, p.111-116. Dez. 2011. FOSCHIERA. Indústria de laticínios. Industrialização do leite, análises produção de derivados. P.43-45. Dez. 2004. AQUARONE; BORZANI; SCHIMIDELL; LIMA. Biotecnologia industrial. Vol4. Biotecnologia na produção de alimentos. São Paulo. p.225-251. 2001. BRASIL. Métodos Analíticos Oficiais Físico-Químicos para controle de Leite e Produtos Lácteos. Instrução Normativa N 68. Brasília, dez. 2006.