AS DIFICULDADES DA REGULAÇÃO NO BRASIL, COM ÊNFASE NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE B E M V I N D O. E S T E W E B I N A R É U M A A T I V I D A D E T É C N I C A D A U N I A B E S P A R A P R O M O Ç Ã O D E C O N H E C I M E N T O S O B R E S A N E A M E N T O A M B I E N T A L. A S O P I N I Õ E S D O S P A L E S T R A N T E S N Ã O R E P R E S E N T A M A O P I N I Ã O D A A B E S. N Ã O S E R Ã O A C E I T O S D E B A T E S Q U E N Ã O S E E N Q U A D R E M N O T E M A D A P A L E S T R A.
A regulação no Brasil OS DESAFIOS DA REGULAÇÃO Estado Centralizador Anos 50 a 70 Década Perdida Década de 80 Estado Regulador Década de 90
A partir da CF/88 o Estado assumiu o papel de regulador das atividades econômicas: CF/88: Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.(...) Nesse novo contexto, o papel regulador do Estado é fundamental para um ambiente de serviços e de negócios ESTÁVEL e SEGURO. A regulação de setores da economia é importante não somente para proteger o usuário, mas também para garantir a estabilidade das regras do jogo para as delegatárias.
O que é regulação e qual o seu principal objetivo? A regulação é o conjunto de medidas e ações estatais que envolvem a normatização, o controle e a fiscalização de mercados para garantir a sua sustentabilidade através do equilíbrio entre a OFERTA, o CUSTO e a QUALIDADE dos bens e serviços produzidos e disponibilizados.
Os 03 pilares da regulação: OS DESAFIOS DA REGULAÇÃO as características do setor regulado; Conhecer as especificidades técnicas dos serviços; Buscar a simetria de informações sobre o setor regulado; Capacitar e manter atualizados seus agentes; TÉCNICOConsiderar as características do setor regulado; Manter e aplicar regras claras para definição/reajuste/revisão das tarifas, fundamentadas em aspectos técnicos e específicos do setor regulado. Garantir a sustentabilidade da prestação dos serviços - Equilíbrio entre encargos e receitas; ECONÔMICOConsiderar o ambiente legal do setor regulado; Atuar com formalidade e seguindo um procedimento/processo transparente; Exercer o poder normativo, em complemento aos comandos abertos e indefinidos; Aferir as condutas dos regulados (poder fiscalizatório), de modo a JURÍDICOConsiderar impedir o descumprimento das regras ou objetivos regulatórios; Aplicar penalidades (poder sancionatório); Conciliar interesses dos usuários, Poder Concedente e prestadores de serviços (poder conciliatório)
Resumindo em uma figura... crescimento sustentável OS DESAFIOS DA REGULAÇÃO USUÁRIO Qualidade dos serviços Modicidade tarifária ESTADO Universalização PRESTADORES Remuneração adequada Regras estáveis
As primeiras Agências OS DESAFIOS DA REGULAÇÃO O primeiro projeto de lei de criação de uma agência reguladora federal (1995) previa um modelo totalmente vinculado ao Poder Executivo. Após discussões no Congresso Nacional e tendo como referência modelos internacionais, surgiu o modelo utilizado hoje: - Autonomia e independência decisória; - Mandatos dos seus dirigentes não coincidentes com os mandatos do Executivo (entre 3 e 5 anos); - Decisão colegiada (entre 3 e 5 membros); - Previsão de participação popular. AGÊNCIA REGULADORA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES - ANATEL AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO - ANP AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE - ANS CRIAÇÃO Lei Federal nº 9.427, de 26/12/1996 Lei Federal nº 9.472, de 16/07/1997 Lei Federal nº 9.478, de 06/08/1999 Lei Federal nº 9.782, de 22/01/1999 Lei Federal nº 9.961, de 28/01/2000 Este webinar é uma atividade técnica da UNIABES para AGÊNCIA promoção NACIONAL de conhecimento DE TRANSPORTE sobre saneamento TERRESTRE ambiental. - ANTT Lei Federal nº 10.233. de 05/06/2001
Das 55 Agências Reguladoras Associadas à ABAR (www.abar.org.br): 07 são Federais 28 são Estaduais 04 são Intermunicipais 16 são Municipais ).
As agências reguladoras federais são SETORIAIS e ESPECIALIZADAS; As agências reguladoras estaduais tendem a ser MULTISETORIAIS, especialmente nas regiões NORTE e NORDESTE (Ex: ARSAL/AL; ARPE/PE; ARCE/CE; AGRESPI/PI; MOB/MA; ARSESP/RN; AGRESE/SE; ARPB/PB; AGERO/RO; ATR/TO; AGEAC/AC; ARCON/PA; ARSAN/AM; ARESC/SC; AGERGS/RS...), sendo que a maioria foi criada no final dos anos 90 e início dos anos 2000, até 2005; As agências reguladoras intermunicipais tendem a ser SETORIAIS e ESPECIALIZADAS (com exceção da AGIR/Vale do Itajaí ), criadas entre 2009 e 2014; Das 16 agências reguladoras municipais associadas à ABAR, 10 são SETORIAIS e ESPECIALIZADAS, sendo que 09 regulam a prestação de serviços de saneamento (Ex: ACFOR/Fortaleza; ARSBAN/Natal; AGERB/Buritis...), e a grande maioria foi criada após 2005;
Alcançar o seu objetivo já é um desafio para as agências de regulação, mas ainda nos deparamos com diversos entraves... A cultura hierárquica ainda é muito forte e ameaça a independência das agências e a tecnicidade das decisões; Interferências externas que ameaçam a independência das agências e a tecnicidade das decisões; Falta de articulação com as demais esferas governamentais gera desconforto e confusão; Falta de diálogo (e de confiança) com a população e com setores regulados, que precisa ser incentivado; Necessária maior ênfase para a capacitação técnica: As pessoas são o item mais importante de uma agência de regulação. É necessário criar um pessoal altamente capacitado. Se não, a independência pode ser contraproducente e perigosa Afonso Carbalo Pérez, da Comissão Federal de Melhorias Regulatórias do México. Falta de diretrizes gerais gera insegurança e afasta investimentos; Mas indaga-se: como ter um conjunto de diretrizes que seja aplicável para o pais inteiro, tendo em vista as situações completamente diversas que os estados da federação e as cidades apresentam entre si? E nas regiões Norte e Nordeste, que têm os piores índices do Brasil? A regulação não pode desconsiderar estas diferenças: tudo deve ser levado em consideração, em um complexo exercício de ponderação e prudência, conforme já defendia Floriano de Azevedo Marques.
E nas regiões N e NE devemos considerar ainda... AS CONDIÇÕES SÓCIOECONÔMICAS - A renda per capta das regiões N e NE é 35% mais baixa que a média nacional (IBGE); - A população de 69% dos municípios das regiões N e NE têm como maior renda recursos da previdência social; Fernanda Marinela, ao tratar da modicidade tarifária, expõe que quando os serviços públicos dependerem de uma cobrança, ela deve ser condizente com as possibilidades da população. AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E GEOGRÁFICAS - Menor densidade demográfica nas regiões N (4,21 hab/km2) e NE (36,49 hab/km2); - Condições climáticas e geográficas adversas; AS CONDIÇÕES DOS SERVIÇOS Serviços com índices de atendimento e de qualidade mais baixos que nas regiões Sul e Sudeste, por ex: - Somente 45% dos municípios do N e NE possuem Plano de Mobilidade Urbana, enquanto que no Sul e Sudeste a média é de 75%; (www.antp.org.br) - 83% da população brasileira tem acesso à água e 52% a esgotamento sanitário. No N e no NE estes percentuais caem para aprox. 65% e 19%; (www.tratabrasil.com.br) - No N e no NE as companhias estaduais de saneamento são altamente dependentes; Este webinar é uma atividade - Enquanto técnica que da no UNIABES Sudeste para investe-se promoção R$ de 250 conhecimento p/hab em saneamento, sobre saneamento no Norte ambiental. somente R$ 76 p/hab são As opiniões dos palestrantes investidos; não representam (www.tratabrasil.com.br) a opinião da ABES.
Mesmo com tantos percalços, saldo é positivo... [...] O balanço é bastante positivo: as agências conseguiram, a duras penas, mudar a cultura existente na relação entre: a) Estado e agentes econômicos; b) usuários de serviços e utilidades públicas e Estado; e c) agentes econômicos atuantes em setores regulados e seus consumidores [...] Todos os setores onde há agências reguladoras atuantes estão, hoje, substancialmente melhores do que anteriormente à sua atuação [...] Floriano de Azevedo Marques MAS MUITO AINDA HÁ DE SER FEITO!
Obrigada! Bruna Jucá Teixeira Monteiro brunajucatmonteiro@gmail.com