1 REDES DE CONHECIMENTO EM EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO: ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE AS EJS DA UFRN Andréa Vasconcelos Carvalho Professora do Departamento de Biblioteconomia da UFRN Natal/ RN e-mail: andrea@ufrnet.br Mayane Paulino de Brito e Silva Discente do curso de Biblioteconomia da UFRN Natal/ RN e-mail: mayanepaulino.b@gmail.com Lydes Teles Souza do Amaral Discente do curso de Biblioteconomia da UFRN Natal/ RN e-mail: lydesamaral@gmail.com Alexsandra Santana da Silva Discente do curso de Biblioteconomia da UFRN Natal/ RN e-mail: ale.santana.hotmail.com RESUMO: Analisa a rede de conhecimento em empreendedorismo e inovação formada a partir das relações entre as empresas juniores (EJs) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Compreende as redes de conhecimento como redes sociais que integram indivíduos e organizações que se relacionam com o fim de compartilhar informação e conhecimento com vistas à inovação. Objetiva analisar a rede de conhecimento formada a partir das relações que se estabelecem entre as empresas juniores da UFRN. De modo específico, objetiva: a) caracterizar as redes de conhecimento enquanto redes sociais; b) mapear o fluxo de informações existente entre as EJs da UFRN; e c) identificar a existência de relações de prestação/contratação de serviços entre as EJs da UFRN. Para a consecução de tais objetivos os procedimentos metodológicos adotados incluíram duas fases: pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. A pesquisa de campo adotou como técnica de coleta de dados o questionário online aplicado a onze EJs. Os dados obtidos foram analisados quantitativamente através da análise de redes sociais (ARS). O resultados obtidos revelam que embora as EJs se conheçam mutuamente, o intercâmbio de informações e, especialmente, a prestação e contratação de serviços ocorre de modo reduzido. Considera que os laços entre as EJs da UFRN precisam ser fortalecidos. Palavras-chave: Redes de Conhecimento. Empresas Juniores da UFRN. Empreendedorismo. GT GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO
2 1 INTRODUÇÃO As redes de conhecimento e inovação se configuram numa multiplicidade de arranjos interorganizacionais a partir da cooperação com um determinado fim. De acordo com Pellegrin et al (2007), é difícil inovar apenas com o conhecimento disponível no âmbito da organização. Assim, as parcerias realizadas entre organizações locais, inclusive de áreas diferentes e interdisciplinares, visam adquirir conhecimento a custo reduzido, em tempo hábil. Este artigo objetiva analisar a rede de conhecimento formada a partir das relações que se estabelecem entre as empresas juniores (EJs) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Para tanto, estabelece como objetivos específicos: a) caracterizar as redes de conhecimento enquanto redes sociais; b) mapear o fluxo de informações existente entre as EJs da UFRN; e c) identificar a existência de relações de prestação/contratação de serviços entre as EJs da UFRN. Para a consecução de tais objetivos, os procedimentos metodológicos adotados incluíram tanto a pesquisa bibliográfica quanto a pesquisa de campo (questionário online). Analisar a rede dos empresários juniores da UFRN permite conhecer e caracterizar as conexões existentes, o que permite identificar pontos de melhoria com o fim de fortalecer e dinamizar tais vínculos e, consequentemente, estimular a produção e o compartilhamento de conhecimentos. Este é o pressuposto do projeto de iniciação científica "Redes de Conhecimento em Empreendedorismo e Inovação" financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com duas bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Este projeto objetiva analisar a rede de conhecimento dos empresários juniores da UFRN, enfatizando o comportamento informacional dos sujeitos e contempla tanto a análise da dinâmica da rede interna de cada EJ quanto das conexões entre as EJs da UFRN. Como esclarecido, este último aspecto analisado é o tema deste artigo. 2 REDES DE CONHECIMENTO EM EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO As redes de conhecimento em empreendedorismo e inovação podem ser entendidas como redes de conhecimento nas quais as conexões e o intercâmbio de conhecimento e informação se dão para fins de ações de empreendedorismo e de inovação. Enquanto redes de conhecimento se caracterizam como redes sociais. Para Marteleto e Silva (2004) as redes sociais são sistemas compostos por nós e
3 conexões entre eles que, nas ciências sociais, são representados por sujeitos sociais (indivíduos, grupos, organizações etc.) conectados por algum tipo de relação. Complementando esta afirmação, Tomael (2008) assevera que "as redes de conhecimento compreendem o desenvolvimento de novas ideias e processos, decorrentes da interação entre atores e fortalecem os estoques individuais e coletivos de uma determinada perícia. São configuradas e re-configuradas pelo movimento da informação e pela construção do conhecimento". Assim, a ligação entre os sujeitos compreendida a partir da lógica das redes sociais implica em considerar os relacionamentos entre os sujeitos e como tais relacionamentos fortalecem a capacidade de atuar, compartilhar, aprender, captar recursos e se mobilizar (MARTELETO, 2010, p.28), sendo estes benefícios percebidos tanto em nível individual quanto coletivo. O estabelecimento, o fortalecimento e a ampliação das redes sociais está vinculada ao capital social, também conhecido como capital de relacionamento, mantido entre seus membros, pois a este está vinculado o nível de confiança e expectativa que os indivíduos da rede tem uns com os outros, o que determina em grande medida a efetividade da rede, a partir da ação individual e coletiva. De acordo com Marteleto e Silva (2004) capital social pode ser definido como "as normas, valores, instituições e relacionamentos compartilhados que permitem a cooperação dentro ou entre os diferentes grupos sociais. Dessa forma, são dependentes da interação entre, pelo menos, dois indivíduos." Para estas autoras, o capital social possui uma natureza multidimensional. As três dimensões do capital social são a ligação, a ponte e a conexão. O capital social de ligação, ou seja, as relações entre indivíduos demograficamente semelhantes, possibilita a confiança e o comprometimento e facilitam a cooperação entre os seus membros pela diminuição do custo de se obter e processar informação. Já o capital social de ponte, ou as ligações com outras comunidades semelhantes que ampliam o alcance de suas ações, permite a ampliação das fontes de informações e conhecimento a partir da ruptura das fronteiras o que é fundamental para a construção de metas comuns e confiança entre seus membros. Por sua vez, o capital social de conexão são laços com indivíduos que estejam em
4 posição de autoridade e que, portanto, favorece o acesso às instituições e ao poder e podem intermediar recursos adicionais para o desenvolvimento da comunidade. Complementando esta ideia, Jarvenpaa e Tanriverdi (2003 apud Tomael, 2008) afirmam que a extensão da rede de conhecimento, interna e externa à empresa, determina sua habilidade para criar e impulsionar o conhecimento e que é a rede de conhecimento externa, que compreende clientes, fornecedores, parceiros e outros participantes, que influenciam na capacidade de adquirir conhecimentos novos para a empresa. 3 EMPREENDEDORISMO E EMPRESAS JUNIORES O empreendedorismo é conceituado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como "...uma maneira de ver as coisas e um processo para criar e desenvolver atividades econômicas com base no risco, criatividade e inovação de gestão, no interior de uma organização nova ou já existente." (JULIEN, 2010). O empreendedorismo pode ser exercido de diferentes formas, podendo-se citar o empreendedorismo de negócios, o empreendedorismo social, o intraempreendedorismo, o empreendedorismo educacional e o empreendedorismo universitário. As empresas juniores representam uma possibilidade de exercício do empreendedorismo no âmbito universitário, juntamente com as disciplinas e cursos dedicados ao tema. De acordo com Silva (2012), Empresa Júnior (EJ) pode ser definida como uma associação civil, sem fins lucrativos, constituída e gerenciada unicamente por alunos de graduação, que oferece serviços e desenvolve projetos para empresas, entidades e a sociedade em geral dentro de sua área de atuação, sob orientação de professores e profissionais especializados. Além disso, configura-se como uma empresa real, com diretoria executiva, conselho de administração, estatuto e regimentos próprios. Ainda conforme Silva (2012), o objetivo das empresas juniores é permitir aos alunos de graduação uma experiência enriquecedora com o mercado de trabalho, garantindo uma formação universitária completa. Para Ziliotto e Berti (2012), a formação universitária é baseada na relação teórico-conceitual do estudante e no desenvolvimento da experiência da prática profissional. Neste sentido, a Empresa Júnior pode ser vista como um espaço em que os universitários têm a oportunidade
5 de praticar o que veem dentro da sala da aula, realizando um intercâmbio entre a Universidade e a sociedade (OLIVEIRA; RIBEIRO, 2013). Considerando que as EJs são uma das expressões do empreendedorismo universitário, entende-se que também visam o desenvolvimento de competências empreendedoras em seus membros. Dentre tais competências, destacam-se aquelas relacionadas ao estabelecimento, manutenção e articulação de relações interpessoais. Rossoni e Teixeira (2006) afirmam que a rede de relações do empreendedor é necessária para a obtenção de legitimidade e recursos. A primeira EJ surgiu na França, na década de 60. A partir de meados da década de 80, o modelo francês começou a se expandir internacionalmente. (SILVA, 2012). No Brasil, em 1988, a Câmara de Comércio França-Brasil promoveu as ideias centrais do movimento empresa júnior e um ano depois foram criadas as primeiras empresas juniores brasileiras: na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, na Fundação Getúlio Vargas e na Universidade Federal da Bahia. Desde então, mais de 600 empresas juniores foram criadas em mais de 200 Instituições de Ensino Superior (IES) em 23 estados do Brasil, concentradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste (62,75%), sendo que a maioria das EJs atuam na área de Engenharias (30%) (BRASIL JÚNIOR, 2012). 4 PERCURSO METODOLÓGICO O percurso metodológico seguido para a realização desta pesquisa foi realizado em três etapas: a) pesquisa bibliográfica para a fundamentação teóricometodológica; b) pesquisa de campo com as EJs da UFRN; e c) análise e discussão dos resultados mediante o emprego da Análise de Redes Sociais (ARS). A pesquisa bibliográfica buscou recuperar documentos em português, espanhol e inglês sobre redes de conhecimento, empresas juniores, análise de redes sociais e análise do discurso. Para a realização da pesquisa de campo foi elaborado o instrumento de coleta de dados que consistiu em um questionário online contendo 27 questões. As sete primeiras buscaram caracterizar o informante e a empresa júnior a que pertenciam e as demais caracterizaram a rede de conhecimento em si. Antes da aplicação definitiva do questionário foi realizado um pré-teste junto às iniciativas juniores da instituição, ou seja, os grupos de estudantes articulados em prol da
6 criação de EJs que ainda não lograram a formalização da entidade. Após realizar as adequações necessárias, o questionário foi aplicado a onze EJs, abrangendo inicialmente o total de 85 respondentes. Posteriormente, estes dados foram filtrados de modo a analisar as respostas de seis membros das EJs, concretamente os ocupantes dos seguintes cargos: presidente, diretor financeiro, diretor de recursos humanos, diretor de marketing, diretor de projetos e outro. Com isto houve uma redução para 49 respondentes membros das seguintes EJs: Quadro 1 - EJs da UFRN Fonte: Autoria própria, 2015 Para a análise dos dados obtidos foi utilizada a ARS. A ARS possibilita a visualização das relações existentes e o entendimento da dinâmica da rede de forma pormenorizada. Para a operacionalização desta técnica foram utilizados dois softwares livres: PAJEK e Organizational Risk Analyzer (ORA). 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Apesar de o questionário ter contado com 27 questões, este artigo apresentará apenas o resultado de algumas delas, uma vez que foi feito um recorte sobre aquelas que tratavam apenas sobre a rede global das EJs, isto é, foi desconsiderado, para este primeiro momento, a análise interna de cada uma das onze EJs. Esta análise será divulgada em trabalhos posteriores. 5.1 DISTRIBUIÇÃO DOS RESPONDENTES POR EJ Sobre a distribuição dos respondentes por cada EJ, dispõe-se que as empresas juniores que apresentaram maior quantidade de representantes foram:
7 4Soft, ADM Consult, EJECT e Apta Consultoria, cada uma com seis representantes. Ecosin teve cinco respondentes. A Produtiva Jr. e a Universitur tiveram quatro, enquanto a CTJ, a Geologus, a NUTEQ e a Caroá Design tiveram apenas três informantes cada. Considerando que houve 49 respondentes integrantes de 11 EJs da UFRN, obteve-se a média de 4,45 juniores para cada EJ. Quadro 2 Respondentes de cada EJ Fonte: Autoria própria, 2015 5.2 REDE DE CONHECIMENTO E INOVAÇÃO DAS EJs DA UFRN Para visualizar o nível de conhecimento mútuo entre as EJs da UFRN, os respondentes foram questionados sobre quais EJs eles conheciam. Assim, quando pelo menos um membro da EJ afirmou conhecer uma outra, foi considerado que havia conhecimento da EJ em questão. Vale salientar que esse critério foi adotado também para as questões que envolviam relação de intercâmbio de informações, de contratação e de prestação de serviços. Assim, o conhecimento entre as EJs pode ser visualizado na Figura 1.
8 Figura 1 Conhecimento das EJs da UFRN Fonte: Elaboração própria, 2015 De acordo com a Figura 1, percebe-se que há um total de 107 ligações referentes ao nível de conhecimento das EJs, o que demonstra um ótimo nível, tendo em vista que apenas a NUTEQ não é conhecida pela totalidade das EJs da rede. Sendo desconhecida pela Universitur, pela Apta Consultoria e pela Geologus. Talvez este desconhecimento se deva, em parte, ao fato de a NUTEQ ser uma das EJs mais recentemente fundada, conforme o Quadro 1. Observa-se que, se pelo menos um membro de cada EJ confirmasse esse nível de conhecimento no total das 11 organizações teríamos o total de 110 ligações. Portanto, o total de ligações obtidas representam 97,27% do total possível, sendo esse um ótimo nível de conhecimento entre as EJs da rede. Os respondentes também foram perguntados sobre o intercâmbio de informações entre as EJs e observou-se que há um total de 77 ligações desta natureza na rede de EJs da UFRN (Figura 2). Conforme esclarece Tomael (2008), a participação em redes leva a interação e estas ao intercâmbio de informações e o aprendizado mútuo.
9 Figura 2 Intercâmbio de informações das EJs da UFRN Fonte: Autoria própria, 2015 Entretanto, quando comparada com o resultado da Figura 1, observa-se uma redução de aproximadamente 28,04% entre o nível de conhecimento e o nível de interações mediante o intercâmbio de informações. A EJECT, a Produtiva Jr e a ADM Consult foram as únicas empresas que tiveram, cada uma, o grau entrante igual a 10, ou seja, todas as EJs afirmaram manter intercâmbio de informações com elas. Em seguida aparece a Caroá Design, com valor de grau entrante igual a 8 (não sendo citada apenas pela 4Soft e pela NUTEQ). Depois tem-se a Apta Consultoria e a Ecosin com grau entrante correspondente a 7, cada. A Apta não foi citada por Geologus, NUTEQ e 4Soft. E a Ecosin não foi citada por Geologus, 4Soft e Caroá Design. Com grau entrante igual a 6, há a CTJ e a Geologus. A primeira não foi apontada por NUTEQ, 4Soft, Caroá Design e Geologus. A segunda, por sua vez, não foi apontada por CTJ, NUTEQ, Caroá Design e 4Soft. Com grau entrante igual a 5, encontra-se a Universitur e a 4Soft. Esta não foi citada por Ecosin, EJECT, NUTEQ, Caroá Design e CTJ. E aquela não foi citada por Ecosin, Geologus, NUTEQ, 4Soft e Apta Consultoria. Finalmente, aparece a NUTEQ, que obteve um grau entrante igual a 3, sendo citada apenas por Ecosin, Apta Consultoria e ADM Consult. Então, destaca-se, sobretudo, a forte conexão da ADM Consult, a qual não só foi citada por todas como disse procurar todas as outras EJs para intercambiar informações. Sendo, portanto, a única EJ que possuiu tanto o grau entrante quanto o grau sainte igual ao valor máximo (10). Ou seja, é uma EJ de bastante centralidade
10 e prestígio no que diz respeito ao intercâmbio de informações na rede. Por outro lado, nota-se que há pouca conexão da NUTEQ com as outras EJs, pois a grande maioria das juniores disse não manter intercâmbio com ela. Isso aponta que esta EJ encontra-se isolada da rede. Os respondentes também foram questionados sobre os serviços contratados entre as EJs. Os resultados obtidos podem ser visualizados na Figura 3: Figura 3 Contração de serviços entre as EJs da UFRN Fonte: Autoria própria, 2015 Observa-se no grafo acima há uma significativa diminuição no número de ligações, as quais agora são iguais a 26. Isto é, comparando com a Figura 1 (107 ligações), houve uma queda de 75,71% no número conexões. Isso mostra que na medida que to tipo de relação se torna mais complexa, o número de conexões diminui. De qualquer forma, ressalta-se a Apta Consultoria, a Caroá Design e a ADM Consult como as empresas que mais tiveram demandas pelos serviços dentro da rede. Cada uma delas foi procurada por outras cinco EJs. Em contrapartida, observa-se o isolamento da 4Soft e da NUTEQ que nem solicitaram nem foram demandadas para prestação de serviços por outras EJs. Dando continuidade, as EJs foram questionadas a respeito da prestação de serviços entre elas. O resultado obtido pode ser visualizado na Figura 4.
11 Essa redução das ligações na rede de EJs da UFRN representa as chamadas brechas estruturais. Entre o total das onze EJs ocorreu o isolamento da NUTEQ e da 4Soft. Essas duas EJs nunca prestaram serviços na rede, o que pode ser visualizado na Figura 4. Há ainda a Ecosin que embora afirme ter prestado serviços a outras EJs, como se observa na Figura 3, na figura 4 a seguir, observa-se que não existe a confirmação por nenhuma EJ que essa organização tenha prestado serviço. Esta aparente contradição pode ser atribuída a falta de compartilhamento de informação dentro das EJs. Figura 4 Prestação de serviços entre as s EJs da UFRN Fonte: Autoria própria, 2015 Esta figura apresenta um total de 23 ligações, que corresponde praticamente ao total de ligações do grafo anterior. Além disso, a própria visualização é basicamente a mesma do que foi visto na Figura 3, tendo como diferença primordial o fato da 4Soft e da NUTEQ possuírem um relacionamento de prestação de serviços com outra EJ. A Produtiva Jr. disse ter prestado serviço para a 4Soft, já a NUTEQ disse ter prestado para a Ecosin. Neste caso a 4Soft, a Ecosin e a Universitur nunca prestaram serviço a nenhuma outra EJ rede. A Produtiva Júnior se beneficia da rede prestando e contratando serviços. É a EJ que mais se destacou neste aspecto. As reduções das conexões referentes a prestação e contratação de serviços na rede representam uma subutilização do potencial da rede e prejudicam a
12 aprendizado mútuo e a captação de recursos, que são um dos benefícios que os empreendedores podem obter das relações interpessoais, conforme Rossoni e Teixeira (2006). Assim, percebe-se que há conhecimento sobre a existência das EJs, porém, as interações representadas pelas atividades de colaboração são mais reduzidas. Comparando com a quantidade de ligações derivadas do conhecimento das EJs, observa-se que no nível de intercâmbio de informações a redução é de 28,04%, em relação a prestação de serviços, ocorre uma redução de 78,51% e a respeito da contratação de serviços o número de conexões diminui em 75,71%. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da análise das relações existentes, esta pesquisa possibilitou compreender a dinâmica da rede formada pelas EJs da UFRN. Diante dos resultados obtidos, percebeu-se que embora as EJs se conheçam mutuamente, a interação entre as EJs da rede se apresenta de forma parcial, pois a medida em que se analisam as interações colaborativas, através do intercâmbio de informações, e da prestação e contratação de serviços, ocorre uma considerável redução no número de conexões existentes. Pode-se considerar, portanto, que a rede de conhecimento das EJs da UFRN precisa investir no fortalecimento dos laços entre as empresas com vistas a uma melhor articulação e cooperação entre as EJs da instituição, favorecendo as trocas informacionais e o aprendizado que os juniores buscam com a imersão neste ambiente, beneficiando diretamente cada uma das EJs individualmente e a rede como um todo. REFERÊNCIAS BRASIL JÚNIOR. Censo e Identidade: Identificando a realidade do Movimento Empresa Júnior. Disponível em: <http://www.brasiljunior.org.br/arquivos>. Acesso em: 09 mar. 2015. JULIEN, Pierre-André. Empreendedorismo regional: a economia do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2010. MARTELETO, Regina Maria; SILVA, Antônio Braz de Oliveira.Redes e capital social: o enfoque da informação para o desenvolvimento local.ci. Inf., Brasília, v.33, n.3, p.41-49, set./dez.2004. Disponível em: < http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/518>. Acesso em: 09 abr. 2014.
13 MARTELETO, Regina Maria. Redes sociais, mediação e apropriação de informações: situando campos, objetos e conceitos na pesquisa em ciência da informação.pesq. bras. ci. inf., Brasília, v.3, n.1,p.27-46, jan./dez. 2010. Disponível em: <http://inseer.ibict.br/ancib/index.php/tpbci/article/viewarticle/26>.acesso em: 09 abr. 2014. OLIVEIRA, Janaina Mendes de; RIBEIRO, Fábio de Simoni. A empresa Júnior e a formação dos empreendedores. Disponível em: <http://anprotec.org.br/anprotec2014/files/artigos/artigo%20%2849%29.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2015. PELEGRINN,Ivan de. Et al.redes de inovação: construção e gestão da cooperação pró-inovação. 2007. R.Adm., São Paulo, v.42, n.3, p.313-325, jul./ago./set. 2007. Disponível em: <www.rausp.usp.br/download.asp?file=v4203313.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2015. ROSSONI, Luciano; TEIXEIRA, Rivanda Meira. Integrando empreendedorismo, Rede de Relações, Recursos e Legitimidade: o caso da aliança empreendedora. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2006-esoc-0477.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2015. SILVA, Paulo Cezar Ribeiro da. Empresa Júnior na Prática. Brasília: Editora Kiron, 2012. TOMAEL, Maria Inês. Redes de Conhecimento. Data Grama Zero - Revista de Ciência da Informação, v.9, n.2, abr./2008. Disponível em : < http://www.dgz.org.br/abr08/art_04.htm> Acesso em: 11 abr. 2014. ZILIOTTO, Denise Macedo; BERTI, Ariete Regina. A Aprendizagem do aluno inserido na Empresa Júnior. Revista Conexão UEPG, Vol. 8, Nº 2, 2012.