DESAFIOS NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS: DA IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO AOS DESAFIOS ATUAIS



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Transcrição:

DESAFIOS NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS: DA IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO AOS DESAFIOS ATUAIS Marco Antonio Henrique 1, Marilsa de Sá R. Tadeucci 2, Isabel Cristina dos Santos 3, Fabio Ricci 4 1 Universidade de Taubaté/ Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Rua Visconde do Rio Branco, 210, Centro, Taubaté SP, marcohhenrique@hotmail.com 2 Universidade de Taubaté/ Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Rua Visconde do Rio Branco, 210, Centro, Taubaté SP, jmtadeucci@uol.com.br 3 Universidade de Taubaté/ Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Rua Visconde do Rio Branco, 210, Centro, Taubaté SP, isa.santos.sjc@gmail.com 4 Universidade de Taubaté/ Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Rua Visconde do Rio Branco, 210, Centro, Taubaté SP, fabioricci@uol.com.br Resumo- A ciência contábil tem sido vista como sendo de vital importância para a empresa, independente do porte, tamanho ou se empresa pública ou privada. Entretanto, as empresas contábeis passam por diversos problemas e desafios, entre os quais: desafios de natureza humana, entre os colaboradores, desafios de natureza tributária, já que as leis e normas legais estão em constante mutação, sendo editadas novas medidas provisórias a todo instante e desafios relacionado com sua própria sobrevivência. Nos tempos atuais, conceitos de administração são cada vez mais usuais e devem fazer parte do dia-a-dia dessas empresas, devem incorporar seu ativo intangível, a fim de que esses desafios sejam superados e as empresas alcancem sucesso e sobrevivam. Palavras-chave: empresas contábeis, contabilidade gerencial, desafios, sobrevivência. Área do conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas Introdução A atividade contábil ganha cada vez mais importância no cenário nacional e internacional. Empresas que antes viam a contabilidade apenas como um mal necessário, hoje a utilizam como uma ferramenta indispensável ao processo de tomada de decisões. Entretanto para permanecer atuante, o profissional contábil deve enfrentar diversos desafios em seus mais diversos segmentos, mudar paradigmas, buscar constante atualização e reciclar seus conhecimentos. Nesse aspecto, as teorias da administração se tornam de vital importância na determinação de estratégias que façam com que os efeitos do sistema competitivo sejam amenizados e tenham como conseqüência além da sobrevivência o tão esperado lucro. Este artigo tem como objetivo: mostrar a importância da atividade contábil nas empresas, independente do porte e do segmento em que atuem; mostrar os desafios encontrados na profissão contábil e na administração de empresas de serviços contábeis; mostrar os caminhos para sobreviver no ambiente competitivo dos negócios e continuar atuante, usando para tal definição conceitos que vão desde a administração científica até os dias atuais. Materiais e métodos

Este artigo foi elaborado a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros e materiais em formato digital, como: revista científica e legislação, sendo por isso uma pesquisa bibliográfica e documental com relação ao seu delineamento. Com a pesquisa bibliográfica, foram fundamentados conceitos e criados novos paradigmas relacionados com o assunto estudado. Além disso, com a ajuda de livros e documentos relacionados com o trabalho e expostos nas referencias, foi possível levantar informações relevantes ao trabalho. Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa exploratória, já que busca explorar, tornar explícitos a importância da contabilidade nas empresas e os desafios enfrentados na profissão. Resultados 1 A ciência contábil e sua importância A contabilidade vem se destacando nas mais diferentes organizações como uma ferramenta indispensável para a tomada de decisão. Nas empresas de médio e de grande porte a contabilidade é amplamente utilizada como ferramenta nas decisões, em algumas delas, principalmente nas médias e grandes, existe até mesmo um setor de controladoria, que é responsável pela geração de informações em tempo real para dar suporte à administração e fornecer informações precisas a todo instante que esta se faça necessária (CHING, 2006). Entretanto nas pequenas empresas, até pouco tempo atrás a realidade era diferente. Em sua maioria o contador era o responsável pela parte burocrática e pela apuração de impostos, era comum referir-se á contabilidade como um mal necessário, já que o pequeno empresário não via a aplicação pratica da contabilidade em sua empresa. Atualmente, embora de maneira bastante tímida, as informações contábeis passaram a ser utilizadas no processo gerencial e administrativo dessas empresas. Surgiu a figura do contador como um consultor, alguém que domina as técnicas contábeis a ponto de tirar dos números as informações necessárias para a tomada de decisão, alguém que acompanha o sistema tributário e possui o conhecimento necessário para fazer com que as empresas trabalhem dentro da lei, embora essa mude a cada instante (FABRETTI, 2003). Através da Resolução Conselho Federal de Contabilidade - CFC N 1.115/07 e a NTC T 19.13 as microempresas e as empresas de pequeno porte passaram a adotar a escrituração contábil de maneira uniforme e disciplinada, o que antes gerava muita discussão, pois muitos faziam apenas a escrituração do Livro Caixa, do Livro de Registro de Inventário. Esse entendimento sobre a maneira simplificada de aplicar a contabilidade, embora fosse somente em seu aspecto fiscal, não revogava a exigência da mesma pela legislação comercial, já que somente através da contabilidade é que se faz prova no Judiciário em caso de divergência entre os sócios, de pedido de concordata, nos casos de falência etc. (FABRETTI, 2003). Com o surgimento do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), o trabalho de escrituração contábil foi simplificado, e muitos apostaram que isso fosse gerar um alto nível de desemprego para o profissional da contabilidade. No entanto o que se viu foi justamente o contrário, foi através dessa simplificação que possibilitou ao contabilista alcançar um posto mais alto nas empresas. O profissional contábil passou de alguém que passava os dias fazendo escrituração para alguém que fornece as informações necessárias ao administrador, a fim de que as decisões fossem tomadas baseadas em informações concretas e seguras, e isso aumenta de maneira significativa as chances de acerto nas decisões ((FABRETTI, 2003). Muitas empresas, de diferentes portes mantêm em funcionamento uma contabilidade regulamentada e disciplinada por leis e princípios, e outra para fins gerenciais, que não são obrigadas a manter uma regulamentação previamente estabelecida. A contabilidade gerencial trata-se da contabilidade unicamente para fins internos, uma ferramenta de gestão, que fornece informações mais específicas sobre determinada situação, e podem ser adaptados aos mais diversos casos que se julgue necessário. A contabilidade gerencial difere-se da contabilidade financeira principalmente com relação ao usuário a que se destinam as informações: enquanto a financeira destina-se principalmente ao publico externo, e por esse motivo segue toda uma regulamentação a fim de que as informações sigam determinados padrões legais, a contabilidade gerencial é utilizada dentro da organização, e por esse motivo atende a necessidade específica para a tomada de decisão dentro da empresa (IUDICIBUS, 1986). Outro aspecto de vital importância é o foco de tempo utilizado na contabilidade. Na contabilidade financeira é feita uma avaliação de desempenho voltado ao passado, enquanto que na contabilidade gerencial o foco é o que ocorre no momento, ou seja, informação orientada para o futuro. A ciência contábil, cujo objeto de estudo é o patrimônio, cumpre sua missão de ciência social quando se molda as necessidades dos diferentes

usuários, e se torna mutável no tempo, acompanhando as diferentes demandas da época em que se encontra. A recente atualização da Lei 6.404/76 pela Lei nº. 11.638/2007 reforça esse pensamento. Nos dias de hoje, com mercados globais, diversas empresas com filiais nos mais diferentes países e que necessitam de informações no mínimo homogêneas, uma contabilidade que siga os padrões internacionais tornou-se mais do que necessário. Mesmo no setor público, a contabilidade, aplicada de acordo com a Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal e de acordo com a Lei 4.320/64, que institui as normas para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços dos órgãos públicos, contribui para uma gestão eficaz e transparente dos recursos públicos. Isso possibilita uma visão integrada de todo o sistema financeiro em questão, tornando-se possível dentro de seus órgãos internos gerir os recursos e possibilitando aos demais agentes fiscalizar a aplicação desses mesmos recursos (KAHOMA, 2008). A ciência contábil, seja aplicada à micro, pequena, média ou grande empresa, seja aplicada á empresas públicas ou privadas está em constante evolução. No entanto, ela cumpre seu papel que é o fornecer informações úteis e praticas e precisas aos diferentes usuários. O profissional da área contábil deve estar atento a todas as mudanças que ocorre, seja na conjuntura econômica, seja na área de tributos ou mesmo na situação geral do país, pois essas mudanças podem refletir de maneira negativa na empresa nas quais estes trabalham ou prestam assessoria. Isso faz do contador um profissional dinâmico, atento ás mudanças e ao comportamento da sociedade como um todo. Deve sempre se inovar, buscar qualificação, afinal a tecnologia da informação fez com que esses profissionais fossem vistos como trabalhadores virtuais. As pessoas se mantém conectadas todo o tempo com a empresa, e em muitos casos nem mesmo precisam estar presentes no ambiente físico da organização para exercerem suas respectivas atividades. Alguns gerenciam seu próprio trabalho, e passam a ser prestadores de serviços contratados, passam a ser remunerados pelas tarefas que executam (MAXIMIANO, 2005). Muitas organizações contábeis ou mesmo profissionais que não se atualizarem estão ficando para trás nesse mundo turbulento e competitivo. As mudanças devem ser visualizadas com antecedência, para que as possíveis correções na rota das organizações sejam feitas de maneira preventiva ou mesmo de maneira imediata quando surge a necessidade. O mundo está cada dia mais competitivo e dinâmico, e a organização ou o profissional que não acompanhar esse dinamismo vai ficar defasado e perderá mercado. È necessário uma constante atualização, um constante aperfeiçoamento e muita garra e disposição para suprir toda demanda de informação criada pela sociedade (FIPECAFI, 2003). 2 Empresas de serviços contábeis e seus desafios As empresas prestadoras de serviços contábeis são aquelas que alem da assessoria contábil também oferecem serviços de escrituração contábil, fiscal e na maioria dos casos também cuida dos aspectos trabalhistas das empresas dos clientes. Devido a essa complexidade de serviços que envolvem um conhecimento legal apurado por parte dos contadores e funcionários em geral, as pessoas envolvidas precisam estar em constante atualização, pois as leis mudam a todo instante. Nos dias atuais, com o avanço da tecnologia: o que facilitou o trabalho contábil em seu aspecto operacional, mas dificultou em seu aspecto legal, uma vez que novas leis sujem a todo tempo modificando as atuais; as pessoas com maior acesso á universidade, o que faz com que a cada ano sujam novos profissionais formados, que tem como conseqüência o aumento da competitividade, as empresas precisam se inovar e se reinventar a todo instante se quiserem sobreviver nesse ambiente competitivo. A tecnologia da informação mudou a maneira de agir das organizações, acelerando seus processos, assim como permitiu que os controles internos fossem feitos de fora das fronteiras das organizações (MAXIMIANO, 2005). Com relação a seu aspecto operacional, as empresas contábeis possuem características bastante mecânicas em sua forma organizacional, principalmente nos setores de lançamentos contábeis e fiscais. Nesses setores, o excesso de burocracias é facilmente identificado. As pessoas trabalham de maneira contínua e com tempo quase que cronometrado para realizar suas tarefas diárias (MORGAN, 1996). Em sua parte operacional, o conhecimento técnico é bastante presente, já que as tarefas realizadas estão relacionadas com a necessidade que os funcionários têm de dominar as técnicas de escrituração contábil, aspectos fiscais e aspectos trabalhistas, e este conhecimento está relacionado com o desempenho de uma tarefa especializada, o que envolve certo método ou processo. As pessoas utilizam esses conhecimentos e técnicas para desenvolverem seu trabalho diário. Conforme a responsabilidade aumenta torna-se necessário o

domínio de novos conhecimentos e competências (CAMARINI, 2007). Na maioria dos casos, por se tratar de pequenas empresas, as organizações contábeis possuem um contador chefe, que quase sempre é o proprietário do escritório, e cada setor (fiscal, contábil e Departamento Pessoal) possui um responsável pelo trabalho que esta sendo executado ali. Estes contadores chefes de departamento coordenam as tarefas realizadas pelos que executam os trabalhos propriamente ditos, sendo estes compostos principalmente por outros contadores, técnicos em contabilidade, estagiários e contadores em inicio de carreira. Entretanto, o principal responsável é o contador chefe, ou seja, o proprietário, e suas decisões prevalecem. A administração empresas familiares quase sempre é complicada devido á grande influencia do proprietário nas decisões, ou seja, seu pensamento gerencial sobressai aos outros. A importância do cargo de proprietário é o fator principal nas decisões gerenciais. Outro aspecto relevante e de bastante influencia em empresas contábeis é o excesso de regras e normas, o que determina o comportamento sendo a causa de grande parte dos problemas entre chefes e funcionários. Segundo Maximiano (2005, p.109) As organizações formais são sistemas que controlam o comportamento das pessoas por meio de regras. As empresas contábeis trabalham com prazos e esses precisam ser cumpridos, trabalha com base em leis e regulamentos, e estes devem ser levados em conta sempre. A própria ciência contábil opera sob regras e espera-se que as pessoas que trabalham com contabilidade também sigam essas regras. Esse excesso de burocracia, quase sempre é motivo de conflito interno. Entretanto as pessoas esperam e desejam ser reconhecida em seu trabalho, desejam crescer profissionalmente em suas respectivas profissões, e nesse aspecto, a empresa pode propiciar condições que as levem aos seus objetivos, e essa é a função do gestor (SANTOS, 2005). Esse aspecto gera conflitos entre chefes e subordinados, pois a visão de tempo pode não ser o mesmo entre estes. Nem sempre o funcionário age como se fosse parte da empresa, como se ele fizesse parte desse organismo vivo e sentisse a necessidade de trabalhar e de oferecer o melhor de sua contribuição para que este sistema continue operante e vivo (MORGAN, 1996). As relações humanas dentro de uma empresa é sempre um fator que necessita de um cuidado especial por parte dos gestores e responsáveis pelos recursos humanos de qualquer organização. Taylor acreditava na recompensa do empregado como forma de incentivar e estimular o esforço individual do funcionário a fim de que esse exercesse sua atividade de maneira mais eficiente (MAXIMIANO, 2005). Em uma empresa contábil, torna-se necessário não apenas a recompensa, mas também a gestão de carreira, tendo como finalidade fazer com que este incorpore a cultura da empresa e sinta-se parte do sistema na qual está inserido, veja perspectivas na empresa a longo prazo, sinta-se parte do todo. Os interesses podem mudar dependendo dos objetivos que levam as pessoas a agirem desta ou daquela maneira. Os fatores que podem levar os indivíduos a mudarem seus objetivos são os desejos e as expectativas que estes possuem. Nesse aspecto, o grande desafio da administração é fazer com que os desejos e objetivos dos empregados sejam os mesmos, ou pelo menos parecidos com os da empresa (MORGAN, 1996). As leis mudam a todo instante, as empresas contábeis trabalham tendo como fundamento a legislação contábil, fiscal e trabalhista, ou seja, se mudam as leis, muda os aspectos do trabalho contábil. Esse aspecto exige uma atualização constante por parte das pessoas envolvidas com a execução do trabalho e talvez esse seja um dos aspectos mais complexos do trabalho contábil, a de acompanhar as mudanças. A capacidade adaptativa das empresas é o que as mantém vivas no dias atuais. A necessidade das organizações se reinventarem a todo instante para sobreviver nessa sociedade competitiva é um fator de extrema importância para que estas continuem a existir (SANTOS, 2005). Segundo Paiva (2002): A administração não existe sem a tomada de decisões, Claro que isso não significa que toda decisão que um administrador toma é importante ou que os administradores sempre tomam as decisões certas. Entretanto é necessário que as decisões sejam tomadas tendo como base informações seguras e fidedignas. Torna-se necessário traçar estratégias seguras considerando os diferentes aspectos existentes: ambiente externo; ambiente demográfico; ambiente natural; ambiente tecnológico; ambiente político-social; ambiente sócio- cultural e ambiente interno. Somente depois de consideradas e estudadas de maneira profunda cada uma dessas variáveis pode-se trabalhar de maneira segura, o que maximizará as possibilidades de sucesso nas decisões tomadas (SPALDING, 2006). Nesse aspecto a ciência contábil esta mais presente do que nunca, sendo atualmente uma ferramenta imprescindível nas empresas. Neste novo cenário que se denomina organizações do terceiro milênio, a empresa contábil surge como uma organização profissional, baseado na gestão do conhecimento, e neste aspecto, o profissional deve ser um especialista e

buscar sempre atualização e aperfeiçoamento (MAXIMIANO, 2005). O profissional de contabilidade deve ser dinâmico, capaz de atuar nos mais diversos segmentos e entender o negócio de seu cliente, saber mais do que tirar informações de números, mas estar preparado para ser um consultor financeiro de seu cliente. As pessoas são os recursos mais valiosos que uma empresa pode dispor, e por esse motivo devem ser tratadas como tais. È necessário fornecer aos colaboradores um ambiente de tranqüilidade e de valorização da pessoa humana, com capacidade desta se identificar com a empresa, desta se sentir parte do negócio e ver sua contribuição na empresa. Afinal, segundo Maximiano (2005, p.278) quanto maior a satisfação dos funcionários, mais alta é a qualidade de vida no trabalho. Na administração moderna, onde o conhecimento é cada vez mais valorizado nas empresas, é de vital importância compartilhar conhecimento e trabalhar em equipe, valorizar os colaboradores e mobilizar talentos. Funcionários mais criativos, com maior facilidade de comunicação, dispostos a enfrentar desafios e romper barreiras terão maiores oportunidades. Este é o perfil do funcionário do futuro, aquele que terá mais chance e oportunidade de crescimento profissional, aquele que acredita em si mesmo, fazem o que gostam e sentem-se responsáveis pelo seu futuro (BUENO, 2005). No Brasil onde as leis mudam a todo instante, é necessária uma atualização constante com relação aos aspectos legais que a profissão exige. Um erro nesse aspecto pode significar multa ou mesmo o fechamento de uma empresa por parte dos órgãos legais e fiscalizadores. O empresário contábil deve ter uma visão futurista, enxergar além do que seus olhos podem ver, deve estar preparado para prever acontecimentos, prever fatores que possam prejudicar a empresa e também prever fatores que possam constituir em oportunidade para o crescimento do negócio. Deve ter coragem de assumir riscos e aproveitar as oportunidades, tendo sempre em mente que o mundo avança e oportunidades perdidas podem significar negócios que deixaram de ser realizados. Nesse mundo competitivo, a atualização é um fator determinante para continuar no mercado, é necessário conhecer, entender e se adaptar as diferentes culturas tendo como finalidade a sobrevivência (MOINO; RIBEIRO, 2005). Discussão A instabilidade do sistema produtivo e organizacional faz com que os gestores estejam atentos a todas as mudanças a fim de que possam acompanhar e desenhar novos cenários e acompanhar as mudanças impostas. Nesse aspecto, a competitividade surge como um fator que motiva as organizações a buscarem sempre atualização para que sobrevivam e atinjam o crescimento (GARCIA; BARROS; PANHOCA, 2007). È de vital importância a aplicação de conceitos científicos na administração de empresas de serviços. Nos dias atuais, as mudanças ocorrem de maneira quase que imediata, fazendo com que o administrador seja muitas vezes pego de surpresa e tendo que tomar decisões que nem sempre está suficientemente preparado. Surge então a questão de o quanto estes estão preparados para enfrentar esses desafios e preparar o planejamento estratégico nesse ambiente mutável? Talvez nesse aspecto, o conhecimento adquirido ao longo da vida através de experiências já vividas possa dar a base necessária para que as decisões sejam tomadas de maneira mais segura possível. Com relação ao processo de tomada de decisão, poucos administradores são treinados para isso, e se vêem obrigados a aprender com a experiência (PAIVA, 2002). O ambiente econômico é mutável, assim como o tecnológico, o social e os demais ambientes. Em administração nos dias atuais nada é estático, tudo está em constante mutação. Os desafios aparecerão a todo instante e a grande façanha não é descobrir o que vai acontecer, mas sim prever as possíveis mudanças tendo como foco sobreviver e traçar estratégias para que a empresa sobreviva e possa tirar proveito das mudanças e dos desafios enfrentados, que possa aprender com seus próprios erros e acertos. A profissão contábil ganha cada vez mais destaque nas organizações e por isso muitas pesquisas ainda poderão ser feitas tendo como foco a importância desta atividade nas empresas. Como sugestão, seriam interessantes mais pesquisas na maneira como o profissional contábil tradicional está se adaptando ás tecnologias que apareceram nos últimos anos e que vem substituindo o trabalho de escrituração manual, como é o caso do SPED. Conclusão O artigo mostrou a contabilidade como uma atividade que vem ganhando espaço cada vez maior nas organizações, independente do porte e da atividade que desenvolva. Entretanto, de acordo com os autores citados, o ambiente empresarial muda a todo instante e o profissional que não se atualizar, não acompanhará essa mudança, perdendo lugar no ambiente competitivo das empresas. Os desafios da profissão surgirão a

todo instante, cabe a cada um dos envolvidos buscarem atualização profissional para que possam acompanhar as novas tendências e assim estarem preparados para os novos desafios. Referências BRASIL. Lei Complementar n 123 de 14 de fevereiro de 2006. Institui o Estatuto da microempresa e empresa de pequeno porte. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leis Complementares/2006/leicp123.htm>, Acesso em 16 jun. 2009. BUENO, Wilson da Costa. Gestão e comunicação empresarial. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté, v. 1, n. 3, p. 96-109, set-dez/2005. Disponível em <WWW.rbgdr.com.br>. Acesso em 07 jul.2009. CAMARINI, Gladis. Gerenciamento de projetos e o comportamento humano. In: CHAMON, Edna Maria Querido de Oliveira (org.). Gestão do comportamento humano nas organizações. Rio de Janeiro: Brasport, 2007. CHING, Yuh Hong. Contabilidade Gerencial: Novas práticas contábeis para a gestão de negócios, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade. Brasília: CFC, 2009. FABRETTI, Láudio Camargo. Pratica tributária da micro e pequena e média empresa, São Paulo: Atlas 2003. FIPECAFI Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável as demais sociedades/ FIPECAFI; editor responsável Sergio de Iudícibus; coordenador técnico Eliseu Martins, supervisor de equipe de trabalho Ernesto Rubens Gelbke. 6.ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2003. KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 10 ed. 2008 São Paulo: Atlas 2008. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana a revolução digital. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005. MOINO, Paulo Augusto Fraccaroli; RIBEIRO, Maria Julia Xavier. Estrutura e desenvolvimento organizacional. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté, v. 1, n. 2, p. 127-133, mai-ago/2005. Disponível em <WWW.rbgdr.com.br>. Acesso em 08 jul. 2009 MORGAN, Gareth. Imagens da organização / Gareth Morgan: tradução Cecília Whitaker Bergamini, Roberto Coda. São Paulo: Atlas, 1996 PAIVA, Wagner Peixoto de. Avaliação de habilidades para tomada de decisão em administração de empresas: um estudo descritivo de alunos de graduação da FEA USP. 2002. 115f. Dissertação de Mestrado - Universidade de São Paulo. São Paulo SANTOS, Isabel Cristina dos. VIAGI, Arcione Ferreira. Competências gerenciais em ambiente de rápidas mudanças. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté, v. 1, n. 1, p. 84-99, jan-abr/2005. Disponível em <WWW.rbgdr.com.br>. Acesso em 05 jun. 2009. SPALDING, Marcos. Sobrevivência de micros e pequenas empresas: sua relação com analise de ambientes internos, externos e com a inovação. 2006. 135f. Dissertação (Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional) Universidade de Taubaté. Taubaté, 2006 GARCIA, Pedro Luiz Corrêa. BARROS, José Glenio Medeiros de. PANHOCA, Luiz. Implantação de um programa de melhoria da produtividade. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté, v. 3, n. 3, p. 87-112, set-dez/2007. Disponível em <WWW.rbgdr.com.br>. Acesso em 05 jun. 2009. IUDÍCIBUS, Sergio de. Contabilidade Gerencial, 4 ed. São Paulo: Atlas 1986.