Cinética de adsorção de água de farinhas mistas pregelatinizadas de sorgo e arroz por extrusão termoplástica

Documentos relacionados
Pirenópolis Goiás Brasil

COMPORTAMENTO HIGROSCÓPICO DA SEMENTES DE LINHAÇA (Linum usitatissimum L.). G.Z. Campos e J.A.G. Vieira* RESUMO

Aplicação de modelos matemáticos bi e triparamétricos na predição de isotermas de adsorção de umidade do guaraná (Paullinia cupana) em pó 1

Isotermas de sorção de tâmaras: determinação experimental e avaliação de modelos matemáticos 1

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NOS PARÂMETROS DE MODELOS BI- PARAMÉTRICOS QUE PREDIZEM ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE UMIDADE DO GUARANÁ

DETERMINAÇÃO E MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DE ARROZ AROMÁTICO

CARACTERÍSTICAS DE ADSORÇÃO DE ÁGUA DE FARINHAS CRUAS E PRÉ-GELATINIZADAS DE DUAS VARIEDADES DE ARROZ DE TERRAS ALTAS

ELABORAÇÃO DE BISCOITOS TIPO COOKIES UTILIZANDO FARINHA MISTA EXTRUSADA DE GRÃOS QUEBRADOS DE ARROZ E BANDINHA DE FEIJÃO

Pâmella de Carvalho Melo¹, Arlindo Modesto Antunes¹, Paulo Henrique Ribeiro Dias Alves², Jéssica Antônia Andrade Alves³, Ivano Alessandro Devilla 4

DETERMINAÇÃO DO CALOR ISOSTÉRICO DE SORÇÃO E DA ENTROPIA DIFERENCIAL DO CAJÀ EM PÓ MICROENCAPSULADO COM DIFERENTES FORMULAÇÕES RESUMO

RESUMO. Palavras-chave: equilíbrio higroscópico, modelagem matemática, Oryza Sativa.

PRODUÇÃO DE ETANOL ENRIQUECIDO UTILIZANDO ADSORÇÃO EM FASE LÍQUIDA COM MULTIESTÁGIOS OPERANDO EM BATELADA E ALTA EFICIÊNCIA DE ENERGIA

DETERMINAÇÃO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO E DO CALOR DE SORÇÃO DA FARINHA DE BABAÇU COMERCIAL

AVALIAÇÃO HIGROSCÓPICA DA FIBRA RESIDUAL DO ABACAXI HYGROSCOPIC EVALUATION OF PINEAPPLE RESIDUAL FIBER

COMPARAÇÃO DE MODELOS FENOMENOLÓGICOS PARA A HIDRATAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA

CINÉTICA DE SECAGEM DE MASSA ALIMENTÍCIA INTEGRAL. Rebeca de L. Dantas 1, Ana Paula T. Rocha 2, Gilmar Trindade 3, Gabriela dos Santos Silva 4

EFEITO DE VARIÁVEIS DE EXTRUSÃO EM PROPRIEDADES FíSICAS DE EXTRUSADOS DE FARINHA INTEGRAL DE TRIGO GERMINADO (FITG) Resumo

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

DETERMINAÇÃO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE MICROCÁPSULAS DE ÓLEO ESSENCIAL DE CANELA EM DIFERENTES TEMPERATURAS

Isotermas de dessorção de grãos de café com pergaminho

ISOTERMA DE ADSORÇÃO DE UMIDADE DA CASTANHA-DO-BRASIL (Bertholletia excelsa) MOISTURE ADSORPTION ISOTHERM FROM BRAZIL-NUT (Bertholletia excelsa)

Comparação dos modelos de Gompertz e Verhulst no ajuste de dados de uma variedade de feijão

Análise e Determinação da Umidade de Equilíbrio Higroscópico de Grãos e da Farinha de Trigo na Temperatura de 50 ºC

ESTUDO DO FENÔMENO DE ADSORÇÃO DE ÁGUA E SELEÇÃO DE MODELOS MATEMÁTICOS PARA REPRESENTAR A HIGROSCOPICIDADE DO CAFÉ SOLÚVEL RESUMO

19 ESTUDO DO FENÔMENO DE ADSORÇÃO DE ÁGUA E SELEÇÃO DE MODELOS MATEMÁTICOS PARA REPRESENTAR A HIGROSCOPICIDADE DO CAFÉ SOLÚVEL RESUMO

ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS DE FEIJÃO MACASSAR VERDE (Vigna unguiculata (L.) Walpers), VARIEDADE SEMPRE-VERDE.

COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS ESTÁTICO E DINÂMICO NA DETERMINAÇÃO DO EQUILÍBRIO HIGROSCÓPICO DAS ESPÍGAS DE MILHO

Rendimento e Qualidade de Grits para Extrusão de Algumas Variedades de Milho Produzidos pela Embrapa

ATIVIDADE DE ÁGUA DO CAJÁ EM PÓ MICROENCAPSULADO COM DIFERENTES MATERIAIS DE PAREDE RESUMO

DESEMPENHO DO MÉTODO DAS PESAGENS EM GARRAFA PET PARA A DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO

UMIDADE DE COLHEITA E TEMPERATURA DO AR NA SECAGEM INTERMITENTE SOBRE A QUALIDADE TECNOLÓGICA DE TRIG0 1. Resumo

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

Processamento de alimentos para cães e gatos. M. V. Mayara Aline Baller Nutrição de Cães e Gatos FCAV/Unesp-Jaboticabal

ESTIMATIVA DA VIDA ÚTIL DE CAFÉ SOLÚVEL POR MODELO MATEMÁTICO 1 RESUMO

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

Desenvolvimento de massa de pizza enriquecida com feijão-caupi (Vignaunguiculata (L.) Walp.)

MODELAGEM MATEMÁTICA DA ABSORÇÃO DE ÁGUA EM SEMENTES DE FEIJÃO DURANTE O PROCESSAMENTO DE ENLATADOS.

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

Análise de trilha para componentes da produção de álcool em híbridos de sorgo sacarino 1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Avaliação Cinética da Gaseificação com CO 2 do Bagaço de Maçã

ESTUDO DA ESTABILIDADE DA ESPUMA DA POLPA DO UMBU (SPONDIAS TUBEROSA L.) PARA SECAGEM PELO MÉTODO FOAM-MAT

ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE UMIDADE DE FARINHAS DE MANDIOCA TEMPERADAS

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

Avaliação da velocidade de reação do corretivo líquido na camada superficial de um Latossolo Vermelho distroférrico

ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE RENDIMENTO DE GRÃOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO EM DIVERSAS REGIÕES TRITÍCOLAS DO BRASIL

Planejamento de Misturas

AVALIAÇÃO DE ISOTERMAS DE SORÇÃO DE BANANA DESIDRATADA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

ESTABILIDADE DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS PARA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS, CICLO 2005/2006 1

Comportamento Agronômico de Progênies de Meios-Irmãos de Milheto Cultivados em Sinop MT 1

ESTUDO DA SOLUBILIDADE DO PARACETAMOL EM ALGUNS SOLVENTES UTILIZANDO O MODELO NRTL

USO DE PLANEJAMENTO COMPOSTO CENTRAL NA AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS TEMPERAURA E CONCENTRAÇÃO DE SOLVENTES NO ESTUDO DA SOLUBILIDADE DA UREIA

DETERMINAÇÃO DE ISOTERMAS DE EQUILÍBRIO EM FARINHA DE MINHOCA UTILIZANDO DIFERENTES TEMPERATURAS

ISOTERMAS DE SORÇÃO DE FARINHA DE JABUTICABA: DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL PELO MÉTODO HIGROMÉTRICO E PREDIÇÃO TEÓRICA USANDO O SOFTWARE EMSO

AJUSTE DE DADOS EXPERIMENTAIS DA SOLUBILIDADE DA UREIA EM SOLUÇÕES DE ISOPROPANOL+ÁGUA COM O USO DE EQUAÇÕES EMPÍRICAS

USO DO MÉTODO DA MÁXIMA CURVATURA MODIFICADA PARA ESTIMAR O TAMANHO ÓTIMO DE PARCELAS NO ESTUDO DO PESO DOS ESTUDANTES

Programa Analítico de Disciplina TAL437 Processamento de Cereais, Raízes e Tubérculos

DETERMINAÇÃO DE ISOTERMAS DE SORÇÃO DE UMIDADE PARA GRÃOS DE SOJA

Análise bromatológica da cana-de-açúcar armazenada e hidrolisada com óxido de cálcio

Bolsista PIBIC/CNPQ, graduada em Química Industrial,Unucet Anápolis - UEG. Orientador, docente do Curso de Química Industrial, Unucet Anápolis - UEG.

CALIBRAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE ESPECTROSCOPIA DE INFRAVEMELHO PRÓXIMO (NIRS) PARA A DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL DO TRIGO GRÃO 1

Modelos matemáticos na secagem intermitente de arroz

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

Determinação da Curva de Umidade do Grão de Milho Por Medida de Capacitância

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

CARACTERÍSTICAS BROMATOLÓGICAS DA SILAGEM DE SORGO EM FUNÇÃO DE DUAS DATAS DE SEMEADURA COM DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS NO SUL DE MINAS GERAIS

Estimativa da infiltração de água no solo através de pedofunções em área de floresta plantada

DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁGUA DE SOLO PELO MÉTODO DA FRIGIDEIRA EM UM LATOSSOLO VERMELHO ESCURO

Estimação de Parâmetros em Modelos de Energia Livre de Gibbs em Excesso

Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes Aula 04

INFLUÊNCIA DO MATERIAL DE PAREDE NA ADSORÇÃO DE ÁGUA E NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE MICROPARTÍCULAS DE ANTOCIANINAS DE JABUTICABA

Coprodutos e subprodutos agroindustriais na alimentação de bovinos

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MA TO GRO S SO DO SUL

CALOR ISOSTÉRICO DE SORÇÃO DA SEMENTE DE GERGELIM BRS SEDA

o objetivo deste trabalho foi calcular o nível e dano econômico

Arroz-vermelho: Propriedades Termodinâmicas de Adsorção de Água

Área: Tecnologia de Alimentos USO DO TESTE DE PELSHENKE PARA PREDIZER A QUALIDADE TECNOLÓGICA DO TRIGO

Isotermas de dessorção de Calendula officinalis L.: determinação experimental e modelagem matemática

ANOVA - parte I Conceitos Básicos

INTENÇÃO DE COMPRA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

Influência de hidrocolóides na cor de estruturado de maracujá-do-mato

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

Bibliografia Recomendada. Cornell, J. A. A Primer on Experiments with Mixtures.

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTE DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) VARIEDADE EMGOPA OURO

VALIDAÇÃO DO MODELO PELO USO DE MEDIDAS DE NÃO LINEARIDADE

OBTENÇÃO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DAS FARINHAS DAS SEMENTES DE NONI (MORINDA CITRIFOLIA L.)

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

Perfil de ácidos graxos de híbridos de girassol cultivados em Londrina

DETERMINAÇÃO DE EQUAÇÕES DE REGRESSÃO OBTIDAS EM TERMÔMETROS DE GLOBO NEGRO PADRÃO E PLÁSTICO VERÃO E INVERNO

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

UMIDADE DE EQUILÍBRIO DE SEMENTES PIONEIRAS: ISOTERMAS DE DES- SORÇÃO E ADSORÇÃO PARA Cecropia glaziovi SNETHLAGE

AVA LIA ÇÃO D A CIN ÉTICA D E SECAGEM D O TIJO LO CERÂM ICO

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO E ELABORAÇÃO DE BIOFILME DE AMIDO DE CAROÇO DE JACA (Artocarpus heterophyllus)

5º Simposio de Ensino de Graduação ELABORAÇÃO DO NHOQUE DE INHAME SEM GLÚTEN. DESENVOLVIMENTO DO RÓTULO E PROPAGANDA DO NHOQUE DE INHAME SEM GLÚTEN.

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Transcrição:

Cinética de adsorção de água de farinhas mistas pregelatinizadas de sorgo e arroz por extrusão termoplástica Anália Andressa Rodrigues dos Santos 1, Diego Palmiro Ramirez Ascheri 2 1 (IC) UEG Câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo. E-mail: analiaandressa3@hotmail.com 2 (PQ) UEG Câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo, Anápolis-GO. Resumo Este estudo teve como objetivo monitorar a cinética de adsorção de água de farinhas mistas pregelatinizadas de sorgo e arroz, por extrusão termoplástica, por meio da determinação das isotermas de adsorção em atividades de água que variarão de 0,11 a 0,99, em temperaturas de 30 a 50 C. A massa inicial das amostras foi aproximadamente de 0,5 g, com 1% de umidade em base seca. As soluções salinas saturadas foram colocadas em frascos de vidro que quando fechados hermeticamente que gera ambientes com diferentes valores de atividade de água em função do tempo de adsorção de água que foi registrado em cada solução salina e em diferentes temperaturas. O modelo matemático que representou adequadamente as isotermas de adsorção de farinhas mistas, e ao mesmo tempo, que explicou e quantificou o efeito da temperatura e o fenômeno de adsorção foi a Equação de Peleg (1993) que e frequentemente utilizado devido relacionar as energias de interação entre a monocamada e as camadas múltiplas em função da temperatura de um determinado sítio de adsorção de água. O perfil das isotermas aumenta com o aumento das atividades de água conferindo a este uma estrutura sigmoidal do tipo II. Palavras-chave: cinética de adsorção. farinhas mistas pregelatinizadas.extrusão termoplástica.isotermas. Introdução A maior parte da quirera de arroz não é aproveitada na dieta humana, é subempregada e destinada à alimentação animal (LIMA; ASCHERI; BASTOS, 2012). Entretanto, este subproduto pode ser utilizado na alimentação por conter mesma composição centesimal média do grão inteiro (SILVA, 2010). Pode se transformar em um produto não alergênico, não tóxico para portadores de doença celíaca, usado como substituto do trigo na elaboração de produtos sem glúten (HEISLER et al., 2008). O sorgo também não é incluído na dieta dos Brasileiros, sendo somente utilizado na alimentação animal. Entretanto, por ser um grão com constituintes semelhantes ao do milho (MARÍNEZ; PAU, 1992) pode ser aproveitado como farinhas pregelatinizadas aplicando processos de extrusão. Durante a extrusão, o sorgo e a quirera sobrem modificações, convertendo-se em alimentos com alta

digestibilidade, promovendo a gelatinização do amido, a desnaturação e reorientação das proteínas para formar um produto de características físicas e geométricas pré-determinadas. Além disso, proporcionará a hidratação de amidos e proteínas, homogeneização, cisalhamento, plastificação e expansão do produto extrudado (SANTOS et al., 2010). Devido às modificações que podem sofrer as misturas de sorgo e quirera durante a extrusão, a monitoração da cinética de adsorção de água é importante. Ele permitem definir limites de hidratação e desidratação do produto, estimar as mudanças de umidade sob determinada condição de temperatura e umidade relativa e o tempo de adsorção (ASCHERI et al., 2006). Material e Métodos O experimento foi conduzido no Laboratório de Química do Campus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo (Anápolis-GO, Brasil). Os grãos integrais de sorgo (Sorghum bicolor L. Moench), cultivar BRS310 foram fornecidos por EMBRAPA Milho e Sorgo (Sete Lagoas / MG). As amostras foram armazenadas em sacos. O arroz foi adquirido em um dos estabelecimentos comerciais da cidade de Anápolis (GO), desidratado com estufa de circulação e renovação de ar (Marconi, MA 0,35, Piracicaba, Brasil) a 50 C até alcançar aproximadamente 10% de umidade. O arroz desidratado foi moído e peneirado até alcançar partículas de tamanho inferior de 300 μm. A farinha obtida foi acondicionada em sacola de polietileno até posterior utilização. Para o estudo das características de adsorção de água do extrudado da mistura de farinhas de arroz e sorgo, os grãos foram moídos. A mistura das farinhas de sorgo e arroz foi realizada em sacolas de polietileno de alta densidade. Após a moagem, a farinha obtida foi acondicionada em sacos plásticos que foram devidamente etiquetadas e armazenados à temperatura ambiente. O processo de adsorção foi calculado usando o método gravimétrico estático de acordo com o Projeto COST 90 modificado por Ascheri et al. (2003). As soluções salinas saturadas foram colocadas em frascos de vidro que quando fechados hermeticamente geram ambientes com diferentes valores de atividade de água (A w ) (Tabela 1), variando de 0,11-0,97, em temperatura de 30 a 50 C.

TABELA 1 - Atividades de água de distintos sais a várias temperaturas. Sal Atividade de Água (A w ) 30 C 40 C 50 C LiCl 0,11 0,11 0,11 KC 2 COOH 0,22 0,2 0,19 MgCl 2 0,32 0,32 0,31 KI 0,43 0,43 0,43 NaCl 0,68 0,66 0,65 (NH 3 ) 2 SO 4 0,81 0,8 0,79 KCl 0,84 0,82 0,81 K 2 SO 4 0,97 0,96 0,96 A massa inicial das amostras foi aproximadamente de 0,5 g, com 1% de umidade em base seca. Durante o processo de adsorção, a massa das amostras foi pesada a cada 30 min ou mais, até não haver variação na massa, ou seja, quando três ou mais valores são semelhantes. O teor de água das amostras (X e,t, em % base seca) de um determinado tempo de adsorção foi calculado. Foi usado 5 modelos matemáticos, o Oswin (CHIRIFE; IGLESIAS, 1978), Smith (LABUZA et al., 1985), Peleg (1993) e GAB (KAPSALIS, 1986) que se aplicam para estimar a umidade de equilíbrio em função da atividade de água. Os dados de X e,t utilizados para estimar a umidade de equilíbrio em função da atividade de água foram aqueles calculados pela média aritmética de três ou mais valores de X e,t. O delineamento experimental de adsorção de água foi inteiramente casualizado, com três repetições. As variáveis independentes foram atividade de água e o tempo de adsorção, já as variáveis de resposta foram o teor de água de equilíbrio (X e,t ). Estatisticamente foram analisados os modelos matemáticos de Oswin, Smith, Peleg (1993) e GAB (Equações de 2 a 5, respectivamente, conforme mostrado na Tabela 3), para os dados experimentais de teor de água de equilíbrio em função da atividade de água, utilizadas em diferentes temperaturas, aplicou-se a análise de variância para regressão não linear a 5% de probabilidade (ELIAN, 1988) e os testes estatísticos de erro médio relativo [P(%)] e o erro padrão estimado (SE), ao mesmo nível de probabilidade anterior.

A confirmação de linearidade do modelo de Peleg (1988) foi realizada utilizando análise de variância para regressão linear a 5% de probabilidade, resolvido pelo método dos mínimos quadrados (MONTGOMERY; RUNGER, 2003). Resultados e Discussão Os dados experimentais de umidade de equilíbrio da farinha mista de quirera de arroz e sorgo em função do tempo de adsorção de água registrado em cada solução salina e em diferentes temperaturas estão representados em forma de gráficos. Notando um aumento na umidade de equilíbrio nas duas primeiras horas de processo e logo depois uma ligeira queda da mesma com o aumento do tempo até atingir um patamar, indicando que o teor de água contido nas farinhas alcançou o equilíbrio dinâmico em cada condição de adsorção estabelecida, isto é, quando uma molécula de água é adsorvida pela farinha e a outra está se evaporando. Baucour e Daudin (2000) e Kulchan et al. (2010) explicam que em atividades de água superiores a 0,90 a transferência de massa é muito lenta, por isso é dificil de alcançar o equilibrio na A w 0,9. Neste caso, a proporção de arroz utilizada na preparação de farinhas pregelatinizadas deve ser maior, devidosua maior quantidade de amido e por ser um cereal mais higroscópico do que o sorgo, acarretando uma adsorção de água de forma mais rápida atingindo o equilíbrio dinâmico. Os dados experimentais de umidade de equilíbrio em função da atividade de água para as temperaturas de adsorção estudadas, observando isotermas que apresentam forma sigmoidal do tipo II, segundo a classificação da International Union of Pure and Applied of Chemistry (1985), típicas de superfícies hidrofílicas, tais como farinhas de arroz pregelatinizadas por extrusão termoplástica (ASCHERI et al., 2003), entre outros. Os parâmetros dos modelos matemáticos para estimar a umidade de equilíbrio de farinha extrudada de quirera de arroz e sorgo foram verificadas através do teste F onde verificou que a regressão não-linear contribuiu significativamente para ajustar todos os modelos (Oswin, Smith, Peleg (1993) e GAB) e aos dados experimentais de X e, t. A confiabilidade da Equação dos modelos foi alta em todas as isotermas, sendo que, o limite de confiança foi superior a 99% (valor de p<0,01). Os valores dos coeficientes de determinação e dos erros padrão da estimativa de cada regressão

não-linear apresentam os valores de P(%) menores que 8,8 e SE menores que 2,6, uma vez que de acordo com Lomauro et al. (1985), um modelo matemático preditivo deve possuir valores de P(%) menores de 10%. Entretanto, o modelo de Peleg (1993) seguido pelo de GAB se destaca apresentando melhor ajuste aos dados experimentais, menores valores de P(%) e SE, comparados aos demais modelos. Ao escolher um modelo matemático que represente adequadamente as isotermas de adsorção de farinhas mistas pregelatinizadas de quirera de arroz e sorgo e, ao mesmo tempo, que explique e quantifique o efeito da temperatura e o fenômeno de adsorção, escolheu-se a Equação de Peleg (1993) devido apresentar melhores ajustes. O modelo é frequentemente utilizado devido relacionar as energias de interação entre a monocamada e as camadas múltiplas em função da temperatura de um determinado sítio de adsorção de água. Considerações Finais Nas condições operacionais do processo de extrusão utilizadas no presente trabalho, se elaborou um tipo de farinha mistas pregelatinizadas de quirera de arroz e sorgo com características de adsorção de água diferenciadas segundo os parâmetros de adsorção de água submetida. Os modelos matemáticos de Oswin, Smith, Peleg (1993), Peleg (1988) e GAB se adequam satisfatoriamente as isotermas de adsorção de farinhas mistas pregelatinizadas de quirera de arroz e sorgo na faixa de temperatura de 30 a 50 C, e atividade de água entre 0,11 e 0,97, apresentando valores de coeficientes de determinação próximos a 1. Entre os modelos testados, o modelo Peleg (1993) se adequa melhor aos resultados de adsorção da farinha extrudada. O perfil das isotermas aumenta com o aumento das atividades de água conferindo a este uma estrutura sigmoidal do tipo II. Agradecimentos Agradecemos pelo suporte financeiro à FAPEG, Capes, CNPq, ao Programa de Concessão de Bolsa de Incentivo ao Pesquisador da Universidade Estadual de Goiás (BIP) e à Universidade estadual de Goiás pelo suporte técnico. Referências ASCHERI, D. P. R.; ANDRADE, C. T.; CARVALHO, C. W. P.; ASCHERI, J. L. R. Efeito da extrusão sobre a adsorção de água de farinhas mistas pré-gelatinizadas de

arroz e bagaço de jabuticaba. Ciência e Tecnologia Alimentos, Campinas, v. 26, n. 2, p. 325-335, 2006. ASCHERI, D. P. R.; BASTOS, S. M. C. Propiedades de adsorción de agua de dos genotipos de arroz rojo. Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 35, n. 1, p. 134-143, 2015. ASCHERI, D. P. R.; NASCIMENTO, G. C.; ASCHERI, J. L. R. Características de adsorción de agua de la harina de arroz soluble a varias temperaturas. Alimentaria, Madrid, v. 40, n. 349, p. 111-119, 2003. BAUCOUR, P. DAUDIN, J. D. Development of a new method for fast measurement of water sorption isotherms in the high humidity range: validation on gelatine gel. Journal of Food Engineering, v. 44, n. 2, p. 97-107, 2000. CHIRIFE, J.; IGLESIAS, H. A. Equations for fitting water sorption isotherms of foods: Part 1 a review. Journal of Food Technology, v. 13, n. 3, p. 159-174, 1978. ELIAN S. N. Análise de Regressão. São Paulo, Instituto de Matemática e Estatística. 232p. 1988. GREENSPAN, L. Humidityfixed points ofbinarysaturatedaqueoussolutions. Journal of Research on the National Bureau of Stand, v. 81, n. 1, p. 89-96, 1977. HEISLER, G. E. R.; ANTÔNIO; G. de A.; MOURA, R. S.; MENDONÇA, C. R. B.; GRANADA, G. G. Viabilidade da substituição da farinha de trigo pela farinha de arroz na merenda escolar. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 19, n. 3, p. 299-306, 2008. INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED OF CHEMISTRY. Reporting physisorption data for gas/solid systems. Pure and Applied Chemistry, v. 57, n. 11, p. 603-619, 1982. KAPSALIS, John G. Influences of hysteresis and temperature on moisture sorption isotherms. In: ROCKLAND, Louis B.; BEUCHAT, Larry R. Water activity: theory and applications to food. Marcel Dekker, New York. c. 9, p. 173-213. 1986. KULCHAN, R.; BOONSUPTHIP, W.; SUPPAKUL, P. Shelf life prediction of packaged cassava-flour-based baked product by using empirical models and activation energy

for water vapor permeability of polyolefin films. Journal of Food Engineering, v. 100, n. 3, p. 461-467, 2010. LABUZA, T.P.; KAANANE, A.; CHEN, J.Y. Effects of temperature on the moisture sorption isotherms and water activity shift of two dehydrated foods. Journal of Food Science, Chicago, v. 50, n. 3, p. 385, 1985. LIMA, C. H. A. M.; ASCHERI, D. P. R.; BASTOS, S. M. C. Características de adsorção de água de farinhas cruas e pré-gelatinizadas de duas variedades de arroz de terras altas. B. CEPPA, Curitiba, v. 30, n. 1, p. 91-102, 2012. LOMAURO, C. J.; BAKSHI, A. S.; LABUZA, T. P. Evaluation of food moisture sorption isotherm equations. Parte l: fruit vegetable and meat products. Lebensmittel Wissenschaft und Technology, v. 18, n. 2, p. 111-117, 1985. MARTÍNEZ, B. F.; PAU, C. L. Extrusión de sorgo integral y decorticado. Agronomía Mesoamericana, San José de Costa Rica, v. 3, n. 1, p. 40-44, 1992. MONTGOMERY, D. C.; RUNGER G. C. Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros. 2a ed. Rio de Janeiro, LTC. 514 p. 2003. PALIPANE, K. B.; DRISCOLLI, R. H. Moisture sorpition characteristics of in shell macadamia nuts. Journal of Food Engineering, v. 18, p. 63-76, 1992. PELEG, M. An empirical model for the description of moisture sorption curves. Journal of Food Science, Chicago, v. 53, n. 4, p. 1216-1217/1219, 1988. PELEG, M. Assessment of a semi-empirical four parameter general model for sigmoid moisture sorption isotherms. Journal of Food Process Engineering, Westport, v.16, n.1, p.21-37, 1993. SANTOS, D. M.; BUKZEM, A. L.; COUTINHO, N. D.; ASCHERI, J. L. R.; ASCHERI, D. P. R. Principais considerações da extrusão termoplástica de alimentos. Revista Processos Químicos, Anápolis, v. 8, s/n, p. 38-44, 2010. SILVA, E. M. M. Desenvolvimento e caracterização físico química de extrudados de milho e feijão. Rio de Janeiro, 2010. 230 p. Tese (Doutorado) - Curso de Pós- Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

TURHAN, M.; SAYAR, S.; GUNASEKARAN, S. Application of Peleg model to study water absorption in chickpea during soaking. Journal of Food Engineering, v. 53, n. 2, p. 153-159, 2002.