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Transcrição:

Ferrovias Brasileiras Cenário Atual Engº Helio Suêvo Rodriguez SEAERJ 12/06/2018

A Malha Ferroviária Brasileira

Demonstrativo da Extensão da Malha Ferroviária PERÍODO ANO EXTENSÃO DA MALHA (KM) OBSERVAÇÕES Império / 2º Reinado (1830/1889) 1854 14,50 30/4/1854 - Início da operação 1ª Ferrovia do Brasil E.F. Mauá 1889 9.583 Novembro / 1889 Final do Império 1ª República ou República Oligárquica (1890/1930) 1899 1930 14.915 32.478 2ª República Era Vargas (1931/1945) 1945 35.220 3ª República República Populista (1946/1964) 1958 37.967 Extensão Máxima da Malha Ferroviária Brasileira 4ª República Ditadura Militar (1965/1985) 1984 29.814 5ª República Nova República (A partir de 1986) 1996 2017 30.450 29.670 01/07/1996, início das Concessões de Transporte Ferroviário de Cargas

Sistema de Carga Da extensão total da malha 28.600 km de extensão operada pela iniciativa privada Sendo 7.000 km (operação plena) 13.100 km (subutilizadas) 8.500 km (não operadas) DISTRIBUIÇÃO DE CARGA POR MODALIDADE DE TRANSPORTE Modalidade Rodoviário Ferroviário Hidroviário Cabotagem Dutoviário Aeroviário % 65 15 5 11 4 Despresível Fonte: PNL/EPL - 2017 O Retorno de incremento econômico exige que o país tenha 52.000 km de extensão de ferrovias (ANTF/2011)

Sistema Metro-ferroviário (Passageiros) Da extensão total da malha 1.070 km de extensão de SMF, 50% sob o Regime de Concessão. Para o maior equilíbrio de mobilização urbana, torna-se necessária a construção de 350 km* de extensão do Sistema incluindo: Trem Metropolitano Trem Regional Metrô Urbano Veiculo Leve Sobre Trilhos/VLT Monotrilho *Fonte: ANTP 2014

Projetos Previstos

Cenário Prioritário FERROGRÃO Ferrovia EF 170 (MT/PA) FIOL FERROVIA DE INTEGRAÇÃO OESTE LESTE Ferrovia EF 334 (BA) NORTE - SUL Ferrovia EF 151 (SP/MG/GO/TO) Fonte: Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil maio 2018

Proposição do Rio de Janeiro Inclusões no PNL (Reunião com a EPL em 16/04/2018 na ACRJ EF-118 N. Iguaçú (RJ) / Campos (RJ) / Vila Velha (ES) 551 km Aproveita cerca de 160 km do traçado da antiga EF-103 (Linha Tronco Barão de Mauá / Vitória) EF-354 Campos (RJ) / Ipatinga (MG) / Uruaçú (GO) 1.282 km Trecho parcial da futura Ferrovia Bioceânica Fonte: SETRANS abril 2018

Porque o Brasil não Investe em Ferrovias?

A Malha Ferroviária Mundial Posição País Extensão da Malha (km) 1º Estados Unidos 225.300 2º Rússia 128.000 3º China 121.000 4º Índia 65.000 5º Canadá 46.552 6º Austrália 38.445 7º Alemanha 37.679 8º Argentina 35.897 9º Africa do Sul 31.000 10º França 29.817 11º Brasil 29.670

A Malha Metroviária Mundial Posição Pais Cidade Extensão (Km) 1ª China Xangai 500,00 2ª China Pequim 465,00 3ª Reino Unido Londres 409,00 4ª Estados Unidos Nova York 370,00 5ª Coréia do Sul Seul 330,00 6ª Russia Moscou 313,00 7ª Japão Tóquio 310,00 8ª Espanha Madrid 296,00 9ª China Guangzhou 240,00 10ª França Paris 230,00

A Ferrovia no Brasil prosperou até o final da Década de 1950 As Causas para sua Decadência foram as seguintes: Consumo dos Recursos Públicos abusivos no período de transição do Regime Imperial para o Republicano; Crise da economia cafeeira na década de 1940, esgotando-se o modelo de Transporte Ferroviário; A partir de 1945, o Sistema Ferroviário Nacional chega ao seu limite com a indicação de uma situação de superávit para déficit; * Política de governo equivocada a partir de 1956 que privilegiou o Transporte Rodoviário, devida a força das montadoras internacionais de automóveis e de grandes grupos petrolíferos; Os fatos acima citados influenciaram decisivamente na política de transporte implementada pelo governo brasileiro, isto é, o Rodoviário. * Fonte: Jorge Natal / Transportes, Território e Desenvolvimento Econômico - 2003

Alguns Benefícios das Ferrovias sobre as Rodovias

I - Redução de conflitos urbanos (congestionamentos e acidentes/atropelamentos nas cidades e municípios) OBS.: Na realidade o MT/Concessionárias/Operadoras Ferroviárias precisam equacionar o problema dos trechos com gargalos (5.430 km no Brasil) Por exemplo: No RJ 334,00 km. II Equacionar o problema dos Trechos/Ramais subutilizados e sem operação; III - Falta de continuidade no Planejamento de Projetos no País; IV - A construção de novas ferrovias corresponde a projetos de longo prazo; OBS.: Os itens III e IV acabam sendo prejudicados pelas trocas de Governo, o que significa abandono de projetos antigos em função de renovação de agenda do novo governante. V - Além dos 3 (três) poderes (legislativo, executivo e judiciário), na realidade hoje no País existe um quarto poder O Tribunal de Contas da União TCU.

Problemas a Equacionar para a Retomada do Desenvolvimento das Ferrovias no Brasil

Aumento da Capacidade de Transportes Caminhões-Carretas/Vagões (Relação 3/1 inclusive diesel) Automóveis-Ônibus/Carros de Passageiros Ferroviários (1 VLT/600 pessoas 150 Carros 10 Ônibus) (Trem Metropolitano 60.000 passageiros/hora) Redução de Emissões de Poluentes Projeções do PNLT/MT Reduções: 41% Consumo de Combustível 32% Emissão de CO ² Aumento: 38% de Eficiência Energética Redução do Custo de Transportes com a Maior Eficiência Operacional/Logística São 300.000 km de Rodovias para 29.670 km de Ferrovias. Necessidade do Retorno do Fundo Ferroviário Nacional/FFN % Sobre o Frete Ferroviário para Futuro Projetos de TTs, TRs e Short Lines

O desabastecimento causado pelo bloqueio de rodovias expõe a extrema burrice estratégica de não ter mais ferrovias num país tão grande Alexandre Garcia / Jornalista Rede Globo de Televisão- agosto 2018

Obrigado

Helio Suêvo Rodriguez Consultor Engenheiro Civil com Especialização em Engenharia Ferroviária Pesquisador Ferroviário Diretor Cultural e de Preservação da Memória Ferroviária da Associação de Engenheiros Ferroviários - AENFER Diretor Técnico da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária - AFPF e-mail hsuevo@yahoo.com.br Tel: (21) 99613-5270