RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA Embrapa Meio-Norte

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

Transcrição:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA Embrapa Meio-Norte Teresina, PI 2012

República Federativa do Brasil Dilma Vana Rousseff Presidente Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Mendes Ribeiro Filho Ministro Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Conselho de Administração José Carlos Vaz Presidente Pedro Antonio Arraes Pereira Vice-Presidente Tereza Cristina da Silva Cotta Derli Dossa Antonio Salazar Pessoa Brandão Aloisio Lopes Pereira de Melo Membros Pedro Antonio Arraes Pereira Diretor-Presidente Maurício Antônio Lopes Vania Beatriz Rodrigues Castiglione Waldyr Stumpf Junior Diretores-Executivos Embrapa Meio-Norte Hoston Tomás Santos do Nascimento Chefe-Geral Humberto Umbelino de Sousa Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento Danielle Maria Machado Ribeiro Azevedo Chefe-Adjunto de Comunicação e Negócios Candido Athayde Sobrinho Chefe-Adjunto de Administração

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA Embrapa Meio-Norte Teresina, PI 2012

Coordenação do Relatório: Kaesel Jackson Damasceno e Silva Coordenador Humberto Umbelino de Sousa Maurisrael de Moura Rocha Membros Francisco Rodrigues Freire Filho Adão Cabral das Neves Colaboradores

APRESENTAÇÃO A Embrapa Meio-Norte tem desenvolvido tecnologias que geram impactos ambientais, sociais e econômicos. É de responsabilidade desta Empresa, avaliar quantitativa e qualitativamente o grau de impacto gerado por estas tecnologias, de modo a maximizar os impactos positivos, visando uma melhor qualidade de vida por meio de sustentabilidade econômica e respeito ao meio ambiente. Neste relatório consta uma avaliação dos indicadores sócio-econômico-ambientais na adoção da tecnologia Cultivar BRS-Guariba. Nesta estimativa dos impactos econômicos, foram abordados aspectos como incrementos de produtividade, redução de custos, expansão da produção em novas áreas e agregação de valor. Socialmente, foram analisados os impactos sobre o emprego, a saúde, a nutrição e a educação. Os aspectos ambientais avaliados foram o alcance da tecnologia, a eficiência tecnológica, a conservação e a recuperação ambiental. Uma análise final integrou todos os impactos gerados. Além destes, incluiu-se ainda neste relatório uma estimativa dos custos da geração e transferência das tecnologias em apreço. Hoston Tomás Santos do Nascimento Chefe-Geral da Embrapa Meio-Norte

SUMÁRIO Tecnologia Nº 01: CULTIVAR BRS-GUARIBA... 8 1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA... 8 1.1. Descrição sucinta... 8 1.2. Abrangência... 8 1.3. Beneficiários... 8 2. ANÁLISE DA CADEIA E IDENTICAÇÃO DOS IMPACTOS... 9 3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS... 11 3.1. Estimativa dos Impactos Econômicos... 11 3.2. Análise dos Impactos Econômicos... 12 4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS... 13 4.1. Avaliação dos Impactos... 13 4.1.1. Impactos Sociais - aspecto EMPREGO... 13 4.1.2. Impactos Sociais - aspecto RENDA... 14 4.1.3. Impactos Sociais - aspecto SAÚDE... 15 4.1.4. Impactos Sociais - aspecto GESTÃO e ADMINISTRAÇÃO... 15 4.2. Análise Agregada dos Resultados... 16 5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS... 16 5.1. Avaliação dos Impactos Ambientais... 16 5.1.1. Alcance da Tecnologia... 17 5.1.2. Eficiência Tecnológica... 17 5.1.3. Conservação Ambiental... 18 5.1.4. Recuperação Ambiental... 19 5.1.5. Qualidade do Produto... 19 5.2. Índice de Impacto Ambiental... 19 5.2.1. Coeficientes Obtidos pelo Sistema AMBITEC - Quadro Síntese... 20 5.2.2. Análise dos Resultados do AMBITEC... 20 6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE O CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO E POLÍTICO-INSTITUCIONAL... 21 6.1. Impacto sobre o Conhecimento... 21 6.2. Impacto sobre Capacitação e Aprendizagem... 22 6.3. Impactos Político-Institucionais... 23 7. AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS IMPACTOS GERADOS... 23

8. CUSTOS DA TECNOLOGIA... 25 8.1. Estimativa dos Custos... 25 9. AÇÕES SOCIAIS... 26 10. BIBLIOGRAFIA... 26 11. EQUIPE RESPONSÁVEL... 26

TECNOLOGIA: CULTIVAR BRS GUARIBA 1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Descrição Sucinta: Cultivar de feijão-caupi desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte a partir do cruzamento da linhagem IT85F-2687, introduzida do Instituto Internacional de Agricultura Tropical - IITA, com a linhagem TE87-98-8G do Programa de Melhoramento da Embrapa Meio-Norte. Embora seja de crescimento indeterminado, a cultivar BRS-Guariba apresenta porte semi-ereto, com ramos relativamente curtos e resistência ao acamamento. Essa característica a torna adaptada à colheita mecânica com o uso do dessecamento. A cultivar BRS-Guariba apresenta ciclo de 65 a 75 dias, com produtividade média, em condições experimentais, de 1.475 kg/ha e 1.508 kg/ha em cultivos de sequeiro nos Estados do Piauí e Maranhão, respectivamente. A Cultivar BRS-Guariba apresenta grãos brancos, que é um tipo de coloração muito aceita no mercado consumidor, principalmente no mercado externo. No entanto, o tamanho da semente ainda é um fator limitante para obtenção de melhores preços. Esta cultivar apresenta 19,5 g em cem grãos. Ano de Lançamento: 2004 Ano de Início de Adoção: 2005 1.2. Abrangência: Região Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; Região Norte: Amapá, Pará, Rondônia e Roraima; Região Centro-Oeste: Mato Grosso, Tocantins e Mato Grosso do Sul. 1.3. Beneficiários: Produtores, consumidores, empacotadores, distribuidores e agroindústrias.

2. ANÁLISE DA CADEIA E IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS O cultivo de feijão-caupi ocorre em duas épocas de plantio: o cultivo de primeira safra, o qual ocorre no período da estação chuvosa (novembro a março) responde por cerca de 71% da produção média anual, enquanto o cultivo de segunda safra, o qual ocorre no final da estação chuvosa (abril a agosto) e responde por 29% da produção nacional média anual. Entre 1989 e 1998, a produção média de feijão-caupi no Estado do Piauí foi de 65.909t, das quais 60.582t na primeira safra e 5.327t na segunda safra, sendo que 40,9% desta produção foi destinado ao auto-consumo familiar e 46,7% foram comercializadas junto aos agentes intermediários, ao passo que a venda direta ao consumidor foi em torno de 1,66% e a comercialização via cooperativas em torno de 1,18% respectivamente (Damasceno e Silva, 2009). Contudo, a partir de 2005, com o lançamento da cultivar BRS Guariba, vislumbrou-se a possibilidade de mecanização da cultura do feijão-caupi, especialmente na fase de colheita, principalmente nas áreas dos cerrados da Região Sudoeste Piauiense, na Região Gerais de Balsas no Estado do Maranhão, na Região Nordeste Paraense no Estado do Pará e nos cerrados do Estado do Mato Grosso, cujo perfil médio das áreas cultivadas com feijão-caupi nestas regiões gira em torno de 100 a 150 ha (Damasceno e Silva, 2009). Este sistema de produção de feijão-caupi sucede as culturas do arroz ou de milho, aproveitando a adubação residual destas culturas e uso de adubação química complementar e semente certificada. Vale ressaltar que, os produtores que são usuários da tecnologia cultivar BRS Guariba nos cerrados piauienses também adotam inoculação com o uso da tecnologia de aplicação de rizóbios. A partir do ano 2008, no Cerrado da região Centro-Oeste, notadamente no Estado do Mato Grosso, tem sido registrado os maiores incrementos na área plantada com feijão-caupi, cuja área plantada no ciclo 2010/2011 foi estimada em 98.800 ha. Além do Mato Grosso, o Estado de Tocantins também vem apresentando um crescente aumento na área plantada com esta cultura, cuja área plantada foi estimada em 18.326 ha. Somando-se a área cultivada com o feijão-caupi nestes dois Estados com a Cultivar BRS-Guariba foi estimada em cerca de 120.000 ha Outra região onde ocorreu uma significativa expansão na área cultivada com feijãocaupi foi o Nordeste brasileiro, notadamente nos estados do Piauí, Ceará e Bahia, cujas áreas 9

plantadas com esta cultivar vem crescendo à taxas médias regional da ordem de 20% ao ano. Entretanto, ao se analisar a produtividade média da cultura no âmbito nacional envolvendo todos os produtores, independentemente do nível tecnológico aplicado, a produtividade média obtida na safra 2009/2010 foi de apenas 333 kg/ha (Brasil, 2011). Para melhor compreensão do funcionamento da cadeia produtiva do feijão-caupi, é apresentada na Figura 1 uma representação esquemática desta cadeia produtiva, com destaque para o surgimento do setor produtor de insumos e do mercado varejista, o qual vem crescendo de forma muito significativa nos últimos anos. Cadeia Produtiva do Feijão-Caupi BR-17 Gurguéia Insumos: Palha de feijão Semente Fertilizante Produtor Agroindústria de secagem e embalagem Mercado externo Sobral-CE Mercado interno do Piauí Varejista Farinha de feijão Consumidor final Sopas desidratadas Bolos (acarajé e outros) Varejista Varejista Consumidor final Consumidor final Figura 1. Representação esquemática da cadeia produtiva do feijão-caupi. No que concerne à participação do produtor na cadeia produtiva de feijão-caupi, Figura 1, estima-se que cada hectare cultivado gere um emprego temporário. Considerando que o feijão-caupi ainda é predominantemente cultivado pelo agricultor familiar e em baixa escala, uma vez que as lavouras com área inferiores a 10 hectares representam 75% do universo, ao passo que cerca de 19% das lavouras possuem áreas entre 10 e 100 ha, 4% possuem áreas variando de 100 a 500 ha e 2% possuem áreas superiores 500 ha (CONAB, 2007). No ano agrícola 2010/2011, estima-se que cerca de 202.000ha foram cultivadas com uso da tecnologia cultivar BRS-Guariba, assim estimando-se que a tecnologia propiciou a geração de 10.100 empregos diretos e indiretos ao longo da cadeia produtiva do feijão-caupi. 10

Por outro lado, quanto ao destino da produção, estima-se que 65% são entregues diretamente aos intermediários e 17% ficam retidos na propriedade para consumo das famílias e reserva para o plantio (CONAB, 2007). Assim, a forte presença da intermediação na comercialização do produto evidencia a necessidade da presença governamental no mercado a fim de garantir um preço mínimo compatível com os custos de produção e a permanência do produtor na atividade. Quanto ao segmento da Agroindústria de secagem e embalagem, composto por unidades de beneficiamento e embalagem (UBS), constata-se que existem seis UBS no município de Teresina (PI), as quais geram conjuntamente 360 empregos diretos e 1440 empregos temporários. O outro polo de beneficiamento do feijão-caupi está sediado no município de Fortaleza (CE). 3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1. Estimativa dos Impactos Econômicos Tipo de Impacto: Incremento de Produtividade Com base no levantamento sistemático da produção agrícola na safra 2009/2010, a produtividade média da cultura do feijão-caupi foi estimada em 333 kg/ha (IBGE, 2011). Entretanto, quando se compara apenas as duas últimas cultivares lançadas pela Embrapa, ou seja, BR 17-Gurguéia e BRS-Guariba, as quais se constituem no objeto desta avaliação de impacto, observou-se que na safra 2010/2011 a cultivar BRS 17-Gurguéia apresentou uma produtividade média de 480 kg/ha, ao passo que a BRS-Guariba alcançou uma produtividade média estimada em 916 kg/ha. Esta diferença pode ser justificada pela alta capacidade de resposta que a cultivar BRS-Guariba possui frente aos fatores bióticos e/ou abióticos quando comparado a BRS 17-Gurguéia. Comparando as duas últimas safras, observa-se na Tabela Aa que houve uma redução na produtividade média da cultivar BRS-Guariba na safra 2010/2011 na ordem de 24% a qual pode ser atribuída a instabilidade pluviométrica ocorrida no período 2010/2011 nas diversas 11

regiões em que esta cultivar foi plantada, embora tenha ocorrido uma expansão da área plantada na ordem de 35%. TABELA Aa. Ganhos Líquidos Regionais. Ano 1999 Unidade de Medida (UM) Rendimento Anterior - kg/um (A) Rendiment o Atual - kg/um (B) Preço Unitário - R$ (C) Custo Adicional R$ (D) Ganho Unitário - R$/UM E = { ((B - A) x C) - D} 312 976 1,20 200 596,80 2000 312 976 1,20 200 596,80 2001 312 976 1,20 200 596,80 2002 312 976 1,20 200 596,80 2003 312 1.456 1,50 200 1516,00 2004 312 727 1,60 200 464,00 Hectare 2005 285 800 1,15 200 392,25 2006 478 850 1,45 360 179,40 2007 382 1.350 1,25 360 850,00 2008 320 1.491,5 1,18 400 982,37 2009 301 1500 1,45 400 1.338,55 2010 300 1200,0 1,50 400 950,00 2011 480 916 1,25 400 145,00 Analisando a Tabela Aa, percebe-se que no período 2010-2011 o preço do feijãocaupi sofreu uma redução no seu valor ao nível do produtor caindo de R$ 2,00/kg na safra 2009/2010 para R$ 1,25/kg na safra 2010/2011, ou seja, o preço do produto ao nível do produtor teve uma redução da ordem de 37,5%, principalmente, em função do aumento da oferta do produto na última safra em decorrência da expansão da área plantada e do volume de produção obtido no biênio 2010/2011, proporcionando um ganho unitário líquido apenas na ordem de R$ 145,00/ha. 3.2. Análise dos Impactos Econômicos Pela Tabela Ba, observa-se que a área plantada com a cultivar BRS-Guariba no ciclo 2010/2011, foi de 202.000 ha, tendo um aumento de 35% na área plantada, gerando um 12

benefício econômico regional no montante de ordem de R$ 20.503.00,00. TABELA Ba. Benefícios Econômicos Regionais. Ano Participação Embrapa - % (F) Ganho Líquido Embrapa R$/UM G = (E x F)/100 Unidade de Medida (UM) Área de Adoção - UM (H) Benefício Econômico R$ I = (G x H) 2008 70 687,60 Hectare 36.500 25.099.553,50 2009 70 936,98 Hectare 100.000 93.698.000,00 2010 70 665,00 Hectare 150.000 99.750.000,00 2011 70 101,5 Hectare 202000 20.503.000,00 Analisando a Tabela Ba observa-se que ao tempo em que ocorreu um incremento na área plantada com a cultivar BRS-Guariba na última safra, ocorreu uma redução no benefício econômico regional na ordem de 79,4% em relação a safra 2009/2010. Essa redução deveu-se principalmente em virtude da redução tanto da produtividade obtida na taxa de 23,7% e quanto no preço do produto obtido pelo produtor, com queda de 37,5%, em decorrência do aumento da oferta do produto em função do aumento da área plantada e consequentemente, do volume total de produção respectivamente. 4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1. Avaliação dos Impactos A metodologia "Sistema de Avaliação de Impacto Social da Inovação Tecnológica AMBITEC-SOCIAL" foi utilizada na avaliação dos impactos sociais da Tecnologia cultivar BRS-Guariba a partir da aplicação de questionários em amostras entre os agentes da cadeia produtiva, sendo segmentado dois grupos, abrangendo quatro produtores de base familiar e seis produtores de base empresarial, conforme modelo proposto no âmbito do AMBITEC. 4.1.1. Impactos Sociais - aspecto EMPREGO Se aplica Média Média Média Indicadores (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Capacitação Sim 0,00 0,65 0,39 Oportunidade de emprego local Sim qualificado 1,03 0,58 0,76 Oferta de emprego e condição do Sim trabalhador 1,25 0,88 1,03 Qualidade do emprego Sim 2,05 0,88 1,35 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial). 13

Em relação ao aspecto EMPREGO, a adoção da Tecnologia Feijão-caupi cultivar BRS-Guariba por estabelecimento rural tanto familiar, nos diversos Estados produtores, quanto patronal possibilitou a mecanização das operações desde o plantio até a colheita e beneficiamento ao longo do sistema de produção do feijão-caupi e, por consequência, provocou um moderado aumento no componente capacitação e de oportunidade de emprego para trabalhadores permanentes e uma moderada diminuição de oportunidade de emprego para trabalhadores braçais na propriedade. No entanto, foram abertas oportunidades de emprego em outros setores da cadeia produtiva de feijão-caupi. Com relação ao indicador de capacitação, no ciclo 2010/2011, os índices de capacitação dos produtores tanto do tipo 1 quanto do tipo 2 tem se mantido constantes em comparação aqueles observados nos anos iniciais de adoção da tecnologia. Comportamento semelhante tem sido observado em relação à oportunidade de emprego local qualificado, onde os valores permanecem na faixa de valores de 1,03 e 0,58 respectivamente para os produtores tipo 1 e tipo 2. No que se refere a oferta de emprego e condição do trabalhador, este indicador também tem se mantido constante nas duas últimas safras. Em relação à qualidade do emprego, tanto nos produtores tipo quanto tipo 2 este indicador não se alterou no último ano. 4.1.2. Impactos Sociais - aspecto RENDA Indicadores Se aplica Média Média Média (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (*) Geral Geração de Renda do estabelecimento Sim 1,25 0,54 0,83 Diversidade de fonte de renda Sim 1,13 0,53 0,77 Valor da propriedade Sim 1,73 1,27 1,45 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial). No tocante ao aspecto RENDA, a adoção da tecnologia cultivar BRS-Guariba no ciclo 2010/2011 observou-se uma redução tanto na produtividade média da cultura quanto no preço médio obtido pelo produtor em decorrência do aumento da área plantada e do consequente aumento no volume de produto ofertado, fato que induziu uma queda no valor da produção quando comparado ao ano 2009/2010. Nestes dois anos a produtividade média caiu de 1.200 kg/ha para 916/kg e o valor do produto foi reduzido de R$ 2,00/kg para R$ 1,25/kg, que em termos monetários possibilitou a obtenção de receita líquida de apenas R$ 145,00/ha. Entretanto, mesmo tendo havido uma redução no indicador receita líquida obtida na safra 2010/2011, os indicadores Geração de Renda do estabelecimento, Diversidade de fonte de 14

renda e Valor da propriedade permaneceram inalterados. 4.1.3. Impactos Sociais - aspecto SAÚDE Indicadores Se aplica Média Média Média (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Saúde ambiental e pessoal Sim -0,80-0,14-0,40 Segurança e saúde ocupacional Sim -1,00-0,58-0,75 Segurança alimentar Sim 1,80 1,70 1,74 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial). No aspecto SAÚDE, constatou-se um aumento moderado na emissão de poluentes atmosféricos e hídricos e na geração de contaminantes do solo em virtude do uso da tecnologia em plantios de grandes áreas do Cerrado. Em função disso, houve uma pequena queda nos índices de saúde ambiental e humana. Faz-se necessário comentar que quando considera-se o efeito da adoção desta tecnologia por unidade de área, os impactos seriam invertidos, em função da maior resistência a pragas e doenças, além de maior rusticidade que essa cultivar apresenta em relação às outras disponíveis comercialmente, no entanto o incremento acentuado na área cultivada proporciona efeitos negativos, o que não pode ser visto como um fator limitante da cultivar. Percebe-se uma preocupação por parte dos produtores de base empresarial em fornecer os equipamentos de proteção individual aos seus prestadores de serviço. Com relação à segurança alimentar, o uso dessa tecnologia possibilitou uma maior oferta de alimento, tanto em quantidade quanto em qualidade para a população. 4.1.4. Impactos Sociais - aspecto GESTÃO e ADMINISTRAÇÃO Indicadores Se aplica Média Média Média (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Dedicação e perfil do responsável Sim 1,00 1,64 1,39 Condição de comercialização Sim 1,60 1,35 1,45 Reciclagem de resíduos Sim 0,00 0,67 0,40 Relacionamento institucional Sim 1,00 1,35 1,21 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial). Com relação à gestão e administração do empreendimento, observa-se pouca influência do uso da tecnologia sobre os gestores dentro do segmento de produtores de base 15

familiar, ao passo que no grupo dos produtores de base empresarial ocorreram moderadas contribuições da tecnologia nos itens relacionados a comercialização da produção e moderado impacto nos itens relacionados a dedicação e o perfil do responsável pelo empreendimento e no relacionamento institucional. 4.2. Análise Agregada dos Resultados Média Tipo 1 Média Tipo 2 Média Geral 3,13 3,12 3,12 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial). A partir de 2008, o Índice de impacto social da tecnologia Cultivar BRS-Guariba foi 3,13 no segmento da agricultura familiar (produtores do Tipo 1) e 3,12 no segmento da agricultura comercial (produtores do Tipo 2), o que configura um grande aumento do benefício social decorrente da adoção da tecnologia por diferentes segmentos de produtores de feijão-caupi. Além disso, a tecnologia Cultivar BRS-Guariba tem viabilizado a expansão da cultura para novas áreas, a exemplo dos Estados do Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais e São Paulo que vêm apresentando crescimento na área cultivada com a cultivar BRS- Guariba. No que concerne à qualidade do emprego contatou-se inicialmente que houve um moderado aumento tanto no componente capacitação, quanto na oportunidade de emprego para trabalhadores permanentes e uma moderada diminuição de oportunidade de emprego para trabalhadores braçais, haja vista que a estimativa de emprego gerado é da ordem de um emprego direto por cada hectare cultivado, embora esses valores tenham permanecido constantes nos últimos anos. Além disso, ao longo da cadeia produtiva ainda são gerados mais empregos diretos indiretos a partir da maior utilização de insumos agrícolas, comercialização de máquinas, empacotamento e distribuição do produto. 5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1. Avaliação dos Impactos Ambientais Com relação ao impacto no ambiente, tem-se observado que, como a adoção da tecnologia prevê a aplicação de nutrientes ao solo, associado ao fato de que a palhada produzida pelo feijão-caupi também é rica em nutrientes, há um impacto positivo sobre as 16

condições de fertilidade do solo. Alem disto, a palhada se presta também para a cobertura do mesmo, protegendo-o contra o processo erosivo e ajudando a manter a sua capacidade produtiva. 5.1.1. Alcance da Tecnologia Desde 2008, a área de adoção da tecnologia Cultivar BRS-Guariba vem crescendo anualmente e se expandindo por regiões até então sem nenhuma tradição no cultivo do feijãocaupi. Nos últimos anos as áreas de Cerrados da região Centro-Oeste, mais precisamente nos Estados de Mato Grosso e Tocantins vem se destacando no cenário agrícola Nacional e juntos já responderam por cerca de 120.000ha cultivadas com esta cultivar na safra 2010/2011. Além desta região, a região Nordeste, tradicional produtora de feijão-caupi também vem experimentando crescimentos gradativos nas áreas cultivadas com a cultivar BRS-Guariba, principalmente nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia. 5.1.2. Eficiência Tecnológica Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral Uso de agroquímicos/insumos químicos e ou materiais Sim -0,3-0,7-0,5 Uso de energia Sim -2,0-1,9-2,0 Uso de recursos naturais Sim -5,0-2,3-3,4 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial). A tecnologia Cultivar BRS-Guariba proporcionou um aumento moderado na frequência de aplicação e na diversidade de ingredientes ativos e um aumento moderado na toxicidade de agroquímicos. Entretanto, este aumento no uso de agroquímicos são contrabalanceados pelos benefícios que a cultura possibilita em função da fixação biológica do nitrogênio atmosférico que é incorporado ao solo pelo feijoeiro e assim, reduzindo a necessidade de aplicação de nitrogênio a partir de fertilizantes minerais industrializados para as culturas sucessórias em decorrência da maior área cultivada com o feijão-caupi, além da palhada que permanece sobre o solo após a sua colheita, contribuindo tanto para a cobertura e proteção do solo quanto para elevação da matéria orgânica do solo. O uso de energia elétrica apresentou um grande aumento, principalmente no segmento representado pelos produtores de sementes em virtude do aumento no uso de água para irrigação e na área de plantio. O uso de água para processamento não se aplica. As demais 17

fontes de energia não se aplicam na produção da Cultivar BRS Guariba. O óleo diesel e a gasolina apresentaram um aumento relativo nas suas quantidades utilizadas em virtude do aumento da área cultivada no segmento de produtores mais tecnificados. As demais fontes de energia fósseis não se aplicam. 5.1.3. Conservação Ambiental Indicadores Se aplica Média Média Média (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Atmosfera Sim -1,0-0,3-0,6 Capacidade produtiva do solo Sim -5,0-0,6-2,4 Água Sim 0,0-0,2-0,1 Biodiversidade Sim -0,5-0,2-0,3 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial). A adoção da tecnologia Cultivar BRS-Guariba proporcionou um pequeno aumento na emissão de gases provocadores de efeito estufa em todas as escalas de ocorrência, devido ao aumento da área cultivada. Em função do maior trânsito de máquinas houve um aumento proporcional de fumaça, além de odores e ruídos. Foi observada a ocorrência moderada de erosão, de perda de matéria orgânica e nutriente e compactação no solo cultivado, em resposta ao movimento de máquinas. No entanto, observa-se que a tecnologia usada (sistema de plantio direto associado à rotação de culturas) pela maioria dos produtores tem proporcionado maior conservação dos solos em relação às técnicas antigas, visto que este sistema promove a incorporação da palhada no solo, aumentando teores de matéria orgânica, diminuindo o potencial erosivo causado pelo escoamento superficial das águas de chuva. Um fator importante a ser considerado é a ausência de operações para preparo do solo, levando a uma sensível economia de tempo, combustíveis, trabalho e custos, o que melhora os resultados econômicos. Quando o sistema é conduzido com qualidade existem todas as vantagens ambientais do controle da erosão, da recuperação de matéria orgânica, melhorias na biologia do solo e aumento da infiltração da água das chuvas. Tudo isso traz inegáveis efeitos benéficos (socioeconômicos e ambientais) no médio e longo prazo. Os indicadores de qualidade da água sofreram alterações irrelevantes, evidenciada apenas por um produtor, no entanto, merece ser acompanhado ao longo dos anos. Os indicadores da biodiversidade sofreram poucas alterações e, percebe-se que produtores familiares têm proporcionado um maior efeito sobre esses indicadores. 18

5.1.4. Recuperação Ambiental Se aplica Média Média Média Indicador (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Recuperação ambiental Sim 1,0 0,8 0,9 * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial). Foi constatada uma grande recuperação de áreas anteriormente degradadas e de preservação permanente devido a utilização da Cultivar BRS-Guariba onde as áreas de mananciais permaneceram inalteradas. 5.1.5. Qualidade do Produto Se aplica Média Média Média Indicador (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Qualidade do produto Não * Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial). Este item não foi avaliado, seguindo orientações da Nota: Este item não dever ser preenchido quando a tecnologia for avaliada segundo os critérios do AMBITEC Agro. Mesmo assim, acredita-se que a qualidade do produto ofertado tenha melhorado, pois tem despertado o interesse de grandes empresas cerealistas pelo produto, facilitando a ampliação do mercado do feijão-caupi no País. 5.2. Índice de Impacto Ambiental Media Tipo1 Media Tipo2 Média Geral -1,59-0,69-1,05 Com relação ao impacto no ambiente, percebe-se pelos dados apresentados que, a adoção da tecnologia provocou impactas negativos ao ambiente, em função principalmente do aumento das áreas cultivadas. Entretanto, faz-se necessário enfatizar que ao levar em consideração unidade de área (ex: hectare), a cultivar BRS-Guariba proporciona efeitos benéficos ao ambiente, pois exige quantidade menor de insumos em relação às outras cultivares já lançadas de feijão-caupi. Além disto, a palhada da cultura se presta também para a cobertura do solo, protegendo-o contra o processo erosivo e ajudando a manter a sua capacidade produtiva. 19

5.2.1. Coeficientes Obtidos pelo Sistema AMBITEC - Quadro Síntese Componente AMBITEC Agro 1. Eficiência Tecnológica 1.1.Uso de agroquímicos/ insumos químicos e ou -0,5 materiais 1.2.Uso de energia -2,0 1.3. Uso de recursos naturais -3,4 2. Conservação Ambiental 2.1. Atmosfera -0,6 2.2. Capacidade produtiva do solo -2,4 2.3. Geração de resíduos sólidos 2.4. Água -0,1 2.5. Biodiversidade -0,3 3. Recuperação Ambiental 0,9 4. Qualidade do Produto 5. Índice de Impacto Ambiental -1,05 AMBITEC Agroindústria AMBITEC Produção Animal 5.2.2. Análise dos Resultados do AMBITEC Com relação ao impacto no ambiente, os dados sugerem que, como a adoção da tecnologia prevê a aplicação de nutrientes ao solo, associado ao fato de que a palhada produzida pelo feijão-caupi também é rica em nutrientes, há um impacto positivo sobre as condições de fertilidade do solo. Além disto, a palhada se presta também para a cobertura do mesmo, protegendo-o contra o processo erosivo e ajudando a manter a sua capacidade produtiva. 20

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE O CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO E POLÍTICO-INSTITUCIONAL 6.1. Impacto sobre o Conhecimento Indicadores Se aplica (Sim/Não) Usuário 1 Usuário 2 Usuário 3 Média Nível de geração de novos conhecimentos Não 0 0 0 0.00 Grau de inovação das novas técnicas e métodos gerados Não 0 0 0 0.00 Nível de intercâmbio de conhecimento Não 0 0 0 0.00 Diversidade dos conhecimentos aprendidos Não 0 0 0 0.00 Patentes protegidas Não 0 0 0 0.00 Artigos técnico-científicos publicados em periódicos Não 0 0 0 0.00 indexados Teses desenvolvidas a partir da tecnologia Não 0 0 0 0.00 Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%. Item não avaliado, pois segundo a Nota: Avaliação de impacto nesta dimensão é opcional para os centros de produtos e ecorregionais, categoria na qual a Embrapa Meio- Norte faz parte. Mesmo assim, o feijão-caupi (feijão macassa ou feijão-de-corda), Vigna unguiculata (L.) Walp., a cada ano vem se tornando uma cultura mais importante. Anteriormente restrito às Regiões Norte e Nordeste, hoje se constitui numa excelente opção de cultivo em quase todas as regiões do País, tanto em função da qualidade do produto ofertado ter melhorado e isso vem despertado o interesse de grandes empresas cerealistas, facilitando a ampliação do mercado do feijão-caupi no País. Atualmente, há uma demanda por cultivares com tipos de grãos adequados aos mercados europeu e americano. Essa expansão e valorização da cultura tem como suporte as 21

pesquisas e as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa em parceria com empresas estaduais, universidades e outras instituições de pesquisa. No ano de 2011 foram publicados um artigo técnico-científico e um livro técnico relacionados à cultura do feijão-caupi, cujas referências bibliográficas se encontram listadas abaixo: BLANCO, F. F.; CARDOSO, M. J.; FREIRE FILHO, F. R.; COSTA VELOSO, M. da C.; NOGUEIRA, C. C. P.; SILVA DIAS, N. da S. Milho verde e feijão-caupi cultivados em consórcio sob diferentes lâminas de irrigação e doses de fósforo. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.46, n.5, p.524-530, maio 2011. FREIRE FILHO, F. R.(Ed.). Feijão-caupi no Brasil:produção, melhoramento genético e desafios. Teresina:Embrapa Meio-Norte, 2011. 84 p. 6.2. Impacto sobre Capacitação e Aprendizagem Indicadores Se aplica (Sim/Não) Usuário 1 Usuário 2 Usuário 3 Média Capacidade de se relacionar com o ambiente externo Não 0 0 0 0 Capacidade de formar redes e de estabelecer parcerias Não 0 0 0 0 Capacidade de compartilhar equipamentos e instalações Não 0 0 0 0 Capacidade de socializar o conhecimento gerado Não 0 0 0 0 Capacidade de trocar informações e dados Não 0 0 0 0 codificados Capacitação da equipe técnica Não 0 0 0 0 Capacitação de pessoas externas Não 0 0 0 0 Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%. Item não avaliado, pois segundo a Nota: Avaliação de impacto nesta dimensão é opcional para os centros de produtos e ecorregionais, categoria na qual a Embrapa Meio- Norte está inserida. 22

6.3. Impactos Político-Institucionais Indicadores Se aplica (Sim/Não) Usuário 1 Usuário 2 Usuário 3 Média Mudanças organizacionais e no marco institucional Não 0 0 0 0 Mudanças na orientação de políticas públicas Não 0 0 0 0 Relações de cooperação público-privada Não 0 0 0 0 Melhora da imagem da instituição Não 0 0 0 0 Capacidade de captar recursos Não 0 0 0 0 Multifuncionalidade e interdisciplinaridade das Não 0 0 0 0 equipes Adoção de novos métodos de gestão e de qualidade Não 0 0 0 0 Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%. Item não avaliado, pois segundo a Nota: Avaliação de impacto nesta dimensão é opcional para os centros de produtos e ecorregionais, categoria na qual a Embrapa Meio- Norte está inserida. 7. AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS IMPACTOS GERADOS Em 2010/2011, houve aumento de área de adoção da tecnologia feijão-caupi cultivar BRS-Guariba, embora tenha havido uma redução na produtividade média por área cultivada e no preço do produto recebido pelo produtor. Em relação aos aspectos sociais, principalmente sobre o emprego, a adoção da Tecnologia Feijão-caupi Cultivar BRS Guariba por estabelecimentos rurais tanto familiar nos diversos Estados produtores quanto patronais tem possibilitado a mecanização das operações desde o plantio até a colheita e beneficiamento ao longo do sistema de produção do feijãocaupi e, por consequência, provocou um moderado aumento no componente capacitação e de oportunidade de emprego para trabalhadores permanentes e uma moderada diminuição de 23

oportunidade de emprego para trabalhadores braçais, haja vista que a estimativa de emprego gerado é da ordem de um emprego direto por cada hectare cultivado. Ao longo da cadeia produtiva do feijão-caupi, que vai desde os fornecedores de insumos até o registro do produto vendido pelo caixa do supermercado, é gerado 0,95 emprego por hectare cultivada, sendo 0,7 emprego até a porteira e mais 0,2 emprego nas fases de transporte, beneficiamento, distribuição e comercialização. Com o lançamento da cultivar BRS-Guariba, que possui maior produtividade e alcançou uma maior fatia do mercado, inclusive para a exportação, a equipe estimou que ao longo da cadeia produtiva é gerado 1 emprego por hectare cultivado, sendo 0,7 emprego até a produção e mais 0,3 emprego nas demais fases. Assim, com a utilização da cultivar BRS Guariba tem-se um ganho de 0,05 emprego por hectare. Como foi estimado em 202.000 ha a área cultivada com a cultivar BRS-Guariba na safra 2010/2011, ou seja, houve uma expansão na área cultivada com a cultivar BRS-Guariba da ordem de 52.000 ha em relação a safra anterior, estima-se que houve um incremento de 2.600 empregos durante o ano 2010/2011 em relação a safra 2009/2010. Em relação a componente ambiental, a cultivar BRS-Guariba por ser tolerante a algumas viroses, permite a redução no número de aplicações de defensivos agrícolas, o que resulta em menor tráfego de máquinas e, consequentemente, menor impacto sobre a emissão de gases e sobre as condições do solo. Além disto, a adição de nutrientes ao solo, seja pela adubação, seja pela produção de cobertura morta, auxilia na manutenção da sua capacidade produtiva e na proteção do mesmo contra a erosão. A cultivar dispensa a adição de nitrogênio ao solo. Por sua vez, a tecnologia tem gerado uma maior demanda por água para irrigação e energia elétrica ou de outras fontes, em função de existir um número crescente de produtores de grande porte cultivando o BRS-Guariba. 24

8. CUSTOS DA TECNOLOGIA 8.1. Estimativa dos Custos Na estimativa dos custos da tecnologia levou-se em consideração a seguinte metodologia para obtenção dos custos: 1. Custos de pessoal: foi efetuado junto ao SGP o levantamento dos valores do salário dos três pesquisadores, um técnico, um laboratorista e um operário de campo que efetivamente trabalharam no desenvolvimento da tecnologia nos anos de sua geração; em seguida, os valores foram multiplicados por 13, depois multiplicados por 1,7 e finalmente multiplicados pelo percentual de participação no projeto. 2. Custeio de pesquisa: foram considerados os recursos captados por projetos financiados por fontes externas, excluindo-se desses, os valores que, se estima, foram utilizados na transferência de tecnologias. 3. Depreciação de Capital: considerou-se o percentual de 10% sobre os veículos utilizados durante o desenvolvimento da tecnologia. 4. Custos de administração: considerou-se o percentual de 15% sobre os valores de custeio da pesquisa. 5. Custos de transferência de tecnologias: Foram considerados os recursos oriundos de fontes externas e recursos próprios da Embrapa destinados à transferência de tecnologias. TABELA. Estimativa dos custos da Tecnologia Cultivar BRS-Guariba Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica Total 2000 61.100,00 40.000,00 0,00 0,00 0,00 101.100,00 2001 61.100,00 40.000,00 0,00 0,00 0,00 101.100,00 2002 61.100,00 40.000,00 0,00 0,00 0,00 101.100,00 2003 61.100,00 40.000,00 0,00 0,00 0,00 101.100,00 2004 0,00 0,00 0,00 0,00 40.000,00 40.000,00 2005 0,00 0,00 0,00 0,00 40.000,00 40.000,00 2006 0,00 0,00 0,00 0,00 40.000,00 40.000,00 2007 0,00 0,00 0,00 0,00 40.000,00 40.000,00 25

A partir do lançamento cultivar BRS-Guariba em 2005, a tecnologia foi considerada adotada e não houve mais aporte de recursos financeiros da Embrapa em ações de transferência de tecnologia. 9. AÇÕES SOCIAIS Apoio Comunitário A partir de um convênio firmado entra a AMBA - Associação dos Moradores do Bairro Buenos Aires, bairro este no qual a Embrapa Meio-Norte está situada, e a Embrapa Meio-Norte foi disponibilizada 5 ha para a produção de feijão-caupi pelas famílias associadas, onde além de preparar a área, a Embrapa fornece as sementes do feijão-caupi, cultivar BRS- Guariba, suficiente para o plantio da área, ficando sob a responsabilidade dos associados as atividades relativas ao plantio, tratos culturais e colheita, cuja produção é destinada aos próprios associados. 10. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Disponivel em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl1.asp?c=99&n=0&u=0&z=t&o=11&i=p DAMASCENO-SILVA, K. J. Panorama do melhoramento e mercado do feijão-caupi no Brasil. www.agrosoft.org.br/agropag/103401.htm criado em 02/12/2008 e impresso em 03/04/2009. 11. EQUIPE RESPONSÁVEL Kaesel Jackson Damasceno e Silva - Coordenador Humberto Umbelino de Sousa - Membro Maurisrael de Moura Rocha - Membro 26