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1º ANO EaD AULA 29 32 ROMA ANTIGA A antiga cidade de Roma foi o centro de um dos maiores e mais poderosos impérios que o mundo já conheceu. O Império Romano tinha sua sede no lugar em que hoje fica a Itália. Ao conquistar mais terras e povos, sua influência se espalhou pela Europa ocidental e além dela. Fundação de Roma A fundação de Roma está envolta em lendas. Segundo a narrativa do poeta Virgílio, em sua obra Eneida, os romanos descendem de Enéias, herói troiano, que fugiu para a Itália após a destruição de Troia pelos gregos, por volta de 1400 a.c. Reza a lenda que os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Enéias, foram jogados no rio Tibre, por ordem de Amúlio, usurpador do trono. Amamentados por uma loba e depois criados por um camponês, os irmãos voltam para destronar Amúlio. Os irmãos receberam a missão de fundar Roma, em 753 a.c. Rômulo, após desentendimentos, assassinou Remo e se transformou no primeiro rei de Roma. Na realidade Roma formou-se da fusão de sete pequenas aldeias de pastores latinos e sabinos situadas às margens do rio Tibre. Depois de conquistada pelos etruscos chegou a ser uma verdadeira cidade-estado. Monarquia Romana (753 a.c. a 509 a.c.) Na Roma monárquica a sociedade era formada basicamente por duas classes sociais, os patrícios, a classe dominante (nobres e proprietários de terra) e os plebeus (comerciantes, artesãos, camponeses e pequenos proprietários). Entre os patrícios e os plebeus haviam os clientes (prestadores de serviços). Na monarquia romana o rei exercia funções executiva, judicial e religiosa. O Senado, composto pelos patrícios, assessorava o rei e tinha o poder de vetar as leis apresentadas pelo rei. A Assembleia Curiata, que elegia o rei e elaborava as leis, que eram submetidas à aprovação do Senado. As lendas narram os acontecimentos dos sete reinados da época. Durante o governo dos três últimos, que eram etruscos, o poder político dos patrícios declinou. A aproximação dos reis com a plebe descontentavam os patrícios, Em 509 a.c. o último rei etrusco foi deposto. O golpe político marcou o fim da monarquia. República Romana (509 a.c. a 27 a.c.) A implantação da república significou a afirmação do Senado, o órgão de maior poder político entre os romanos. O poder executivo ficou a cargo das magistraturas, ocupadas pelos patrícios. A república romana foi marcada pela luta de classes entre patrícios e plebeus. Os patrícios lutavam para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos, mantendo os plebeus sob sua dominação. Entre 449 e 287 a.c. os plebeus organizaram cinco revoltas que resultaram em várias conquistas: Tribunos da plebe, Leis das XII tábuas, Leis Licínias e Lei Canuléia. Com essas medidas as duas classes praticamente se igualaram. A Expansão Romana A primeira etapa das conquistas romanas foi marcada pelo domínio de toda a Península Itálica a partir do século IV a.c. A segunda etapa foi o início das Guerras de Roma contra Cartago, chamadas Guerras Púnicas (264 a 146 a.c.). Em 146 a.c. Cartago foi totalmente destruída. Em pouco mais de cem anos, toda a bacia do Mediterrâneo já era de Roma. Crise da República Na República romana, a escravidão era a base de toda produção e o número de escravos ultrapassava os de homens livres. A violência contra os escravos causou dezenas de revoltas. Uma das principais revoltas escravos foi liderada por Espártaco. Entre 73 a 71 a.c. À frente das forças rebeldes, Espártaco ameaçou o poder de Roma. Para equilibrar as forças políticas, em 60 a.c., o Senado indicou três líderes políticos ao consulado, Pompeu, Crasso e Júlio César, estava formado o primeiro Triunvirato. Após a morte

de Júlio César, foi instituído o segundo Triunvirato formado por Marco Aurélio, Otávio Augusto e Lepido. As disputas de poder eram frequentes. Otávio recebeu do senado o título de Princeps (primeiro cidadão). Império Romano (27 a.c. a 476) O imperador Otávio Augusto (27 a.c. a 14) reorganizou a sociedade romana. Ampliou a distribuição de pão e trigo e de divertimentos públicos - a política do pão e circo. Depois de Augusto, várias dinastias se sucederam. Entre os principais imperadores estão: Tibério (14 a 37), Calígula (37 a 41), Nero (54 a 68), Tito (79 a 81), Trajano (98 a 117), Adriano (117-138), Marco Aurélio (161 a 180). Decadência do Império Romano A partir de 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados, cujo principal objetivo era combater as invasões. Do ponto de vista político, o século III caracterizou-se pela volta da anarquia militar. Num período de apenas meio século (235 a 284) Roma teve 26 imperadores, dos quais 24 foram assassinados. Com a morte do imperador Teodósio, em 395, o Império Romano foi dividido entre seus filhos Honório e Arcádio. Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, capital Roma, e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, capital Constantinopla. Em 476, o Império Romano do Ocidente desintegrou-se, O imperador Rômulo Augústulo foi deposto. Da poderosa Roma, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteria por muitos séculos. O ano de 476 é considerado pelos historiadores o marco divisório da Antiguidade. Roma, atual capital da Itália, é o centro de onde emergiu um dos mais extensos impérios constituídos durante a Antiguidade. Fixada na porção central da Península Itálica, esta cidade foi criada no século VIII a.c. e contou com diferentes influências culturais e étnicas. Antes de falarmos sobre a criação da civilização romana, devemos assinalar os diversos povos que contribuíram para a sua origem. Entre estes, destacamos os etruscos, úmbrios, latinos, sabinos, samnitas e gregos. Antes da criação da cidade de Roma, os etruscos se destacavam como uma das principais civilizações da porção central da Península Itálica. Os territórios etruscos alcançavam porções do Lácio e da Campanha. Cerca de doze centros urbanos eram ali distribuídos, estabelecendo uma economia bastante estruturada em razão das intensas atividades comerciais. Esse desenvolvimento se deu também em virtude das boas relações firmadas com os fenícios, fixados na porção norte do continente africano. A criação de Roma é conhecidamente marcada pela lenda envolvendo os irmãos Rômulo e Remo. Segundo a história descrita na obra Eneida, do poeta Virgilio, o povo romano é descendente do herói troiano Eneias. Sua fuga para a Península Itálica se deu em função da destruição da cidade de Troia, invadida pelos gregos em 1400 a.c.. Após sua chegada, criou uma nova cidade chamada Lavínio. Tempos depois, seu filho Ascânio criou o reino de Alba Longa. Neste reino ocorreu o enlace entre o deus Marte e a princesa Rea Sílvia, filha do rei Numitor. O envolvimento da princesa com a divindade deu origem aos gêmeos Rômulo e Remo, que deveriam ter direito de reinar sobre Alba Longa. No entanto, o ambicioso Amúlio arquitetou um plano para tomar o governo e, por isso, decidiu lançar as duas crianças às margens do rio Tibre. Rômulo e Remo sobreviveram graças aos cuidados de uma loba que os amamentou e os entregou à proteção de uma família camponesa. Quando chegaram à idade adulta, os irmãos retornaram para Alba Longa e destituíram Amúlio, logo em seguida decidiram criar a cidade de Roma. Rômulo, que tinha o favor dos deuses, traçou o local onde seriam feitas as primeiras obras da cidade. Inconformado com a decisão do irmão,

Remo saltou sobre a marca feita por Rômulo. Em resposta, Rômulo acabou assassinando Remo, tornando-se o primeiro monarca da história de Roma. Essa explicação mítica é contraposta às pesquisas históricas e arqueológicas que apontam uma hipótese menos heroica sobre as origens de Roma. Segundo especialistas, a fundação de Roma ocorreu a partir da construção de uma fortificação criada pelos latinos e sabinos. Esses dois povos tomaram tal iniciativa, pois resistiam às incursões militares feitas pelos etruscos. No entanto, os mesmos etruscos vieram a dominar a região no século VII a.c.. A partir da fixação desses povos, compreende-se historicamente o início da civilização romana. DOCUMENTARIO: https://www.youtube.com/watch?v=5ktw0sqikfk&t=17s Roma da República ao Império ROMA - CONTINUAÇÃO A Crise da República O último século de República foi conturbado para Roma, que havia dominado, dos séculos V ao II a.c., a orla do Mediterrâneo e o chamava de Mare Nostrum. Houve um aumento do latifúndio e dos problemas sociais, o que levou os governantes a buscarem uma saída para a crise social e política e, por consequência disto, ocorreram disputas pelo poder, conspirações e, por fim, a instalação do Império. Acompanhe os principais tópicos relacionados a esta crise: Tentativa de Reforma Agrária: Dentro do contexto da Crise Romana, foram eleitos tribunos da plebe, os irmãos Tibério e Caio Graco, propondo reformas sociais à Roma. Em 133 a.c., Tibério Graco tentou a aprovação de uma lei que limitaria a extensão das terras dos grandes proprietários, desejando realizar uma reforma Agrária, ao distribuir as terras excedentes ao limite para os plebeus empobrecidos. Acabou sendo assassinado por uma conspiração da aristocracia. Mais tarde, em 123 a.c., Caio Graco, irmão de Tibério, se elegeu tribuno da plebe, retomando o projeto da Reforma agrária, no intuito de distribuir terras, acabou sendo perseguido pelo Senado e foi morto. Sem a aplicação da reforma agrária, a república romana via o agravamento da crise. - Ascensão dos Militares ao poder: Mário, líder da plebe, distinguiu-se em campanhas militares na África. Tornou-se Cônsul por seis vezes seguidas, reformando o exército, instituindo o soldo (pagamento) e a possibilidade do soldado receber um lote de terra após 25 anos de serviço militar. Sila, lugar-tenente de Mário, passou a disputar o poder com este, derrotandoo e instalando uma ditadura conservadora. Suspendeu o cargo de tribuno da plebe durante seu governo e se destacou por vencer as Guerras Sociais (revolta dos aliados de Roma da península itálica). Logo mais, abandonou o poder. - A revolta de Spartacus: A Revolta de Spartacus (ou Espártaco) Em 73 a.c., estourou uma revolta de escravos liderados pelo gladiador Espártaco. Esta revolta chegou a reunir mais de 100.000 escravos que buscavam a liberdade. Em dois anos, cinco exércitos romanos foram aniquilados tentando vencer os revoltosos, que abalaram a República. Em 71 a.c., os escravos rebelados foram vencidos por Licínio Crasso, que mandou crucificar ao longo da via ápia (estrada que levava a Roma) mais de 6 mil escravos, para que servissem de exemplo a futuros revoltosos.

- Primeiro Triunvirato: Dentro do cenário de crise em que vivia Roma, os grandes generais tiveram aumentada sua importância política e social. Em 60 a.c. formou-se uma junta de governo para comandar os territórios da república romana: o Triunvirato, do qual faziam parte Crasso, Pompeu e Júlio César. Os três membros do triunvirato dividiram os territórios dominados por Roma entre si. Crasso acabou por morrer em combate no oriente e a partir de então Pompeu e César iniciaram uma disputa para ver quem ia se perpetuar no poder. Quando Pompeu tentou afastar César do poder, este invadiu Roma com suas tropas e derrotou Pompeu. César tornou-se ditador vitalício em Roma, e foi considerado Julius Júpiter, encarnação de Júpiter (Zeus para os Romanos). Devido ao seu crescente poder acabou sendo assassinado por uma conspiração do Senado. - Segundo Triunvirato: Após o assassinato de César, formou-se um novo triunvirato para vingar a morte de César e tentar contornar a grave crise na qual se encontrava Roma. Lépido, Marco Antônio e Otávio reuniramse e dividiram o poder entre si. Após os primeiros anos Lépido foi afastado do poder e se iniciou um grande embate entre Marco Antônio e Otávio. Marco Antônio casou com Cleópatra e vivia maior parte do tempo no Egito. Otávio obteve autorização do Senado e atacou Marco Antônio, acusado de tentar criar um império no oriente. Na batalha de Actium (31 a.c.), Otávio derrotou seu oponente e tomou o Egito. Após Otávio acumularia títulos de poder como Imperator (comandante dos exércitos), princeps (primeiro-cidadão e líder do senado), pontífice máximo (líder da religião) e, por fim, augustus (divino). Estava nascendo o Império. Roma Império (27 a.c. 476 d.c.) A partir de Otávio Augusto (imperador de 27 a.c. até 14 d.c.), Roma conheceu sua fase de maior esplendor e estabilidade, boa parte relacionados ao governo de Otávio, que após a sua morte foi transformado em um deus entre os deuses romanos, adotou uma série de políticas a partir da centralização do poder em suas mãos e continuou a política expansionista de Roma, que vinha desde a República. Alto Império (27 a.c. 235 d.c.) Observemos as principais características da época do apogeu imperial em Roma. Centralização do poder nas mãos do Imperador; - Manutenção do Senado, que aprovava leis e orçamento, mas aparecia mais como órgão consultivo; Formação de uma ampla burocracia administrativa imperial, subordinada ao imperador e formada basicamente pelos homens-novos. Divinização da figura do Imperador, que era visto como augusto (divino) mas não era considerado um deus-vivo (não confundir com teocracia, como no Egito); - Exército treinado e armado pelo império, sendo profissionalizado e fiel ao imperador; Processo de expansão militarista, conquistando mais escravos e províncias tributárias. O apogeu territorial seria alcançado no século II por Trajano; - Apogeu do escravismo; Pax Romana, a paz romana, período do século I e II da era cristã em que Roma teve grande estabilidade interna enquanto conquistava territórios externos; Política do Pão e Circo adotada desde o período republicano, foi aperfeiçoada por Otávio Augusto, que promovia os espetáculos públicos (sobretudo as lutas de gladiadores e

feras nas arenas) e distribuía pão aos cidadãos romanos. É vista como uma política de controle social. Baixo Império (235-476) Depois de dois séculos de estabilidade, o início do século III assistiu a crise nascer no Império Romano. Basicamente, os romanos atingir seu limite máximo de expansão e isso fazia com que eles tivessem dificuldades para conquistar novas riquezas, sobretudo escravos, que eram estrangeiros capturados em guerras. Por conta disso se estabelecia uma crise econômica em Roma, a qual chamamos de Crise do Escravismo. Com a crise econômica instalada, Roma passava por outras dificuldades, como as revoltas nas províncias, a expansão do cristianismo e, por fim, as invasões bárbaras. Tudo contribuiria para a ruína daquele que foi o maior império da antiguidade. Acompanhe os principais problemas enfrentados por Roma no Baixo Império: - Fim do processo expansionista; - Crise econômica: Crise do Escravismo (aumento do preço dos escravos) - Processo inflacionário; - Altos gastos com a estrutura administrativa e militar; Aumento de impostos Revoltas dos Povos dominados; - Expansão do cristianismo, que negava a autoridade do imperador e criticava o politeísmo romano; - Falta de mão-de-obra; - Ruralização (dando origem à villa e ao colonato); - Penetração dos bárbaros [ao lado: Vândalos saqueiam Roma em 455 d.] As raízes do Feudalismo Conforme foram acontecendo as invasões dos povos germânicos chamados de bárbaros pelos romanos e ao mesmo tempo a crise econômica, ocorria um processo de deslocamento das populações para o meio rural, que era mais seguro e onde se pagavam menos impostos. Outrossim, nas áreas rurais era mais difícil ficar sem ocupação, pois grandes senhores de terra criaram o regime do colonato, regime de servidão em troca do uso da terra e da proteção pessoal. Tal regime era comum nas villas (ou villae), grandes propriedades rurais. Na prática, Villa e Colonato são as raízes do Feudo e da servidão medievais. DOCUMENTÁRIO: https://www.youtube.com/watch?v=limvessfm0a&t=66s ROMA - CONTINUAÇÃO Tentativa de controle da crise: assimilação do cristianismo e divisão do Império Alguns imperadores tomaram medidas visando contornar a crise na qual vivia o império. Diocleciano, sem sucesso, tentou o tabelamento de preços (Édito Máximo) e a Tetrarquia, governo divido em quatro partes para a racionalização administrativa. A tetrarquia, porém, foi desfeita após Diocleciano, devido disputas que ocorreram entre seus membros depois da morte do

imperador. Constantino assumiu após Diocleciano e construiu uma capital alternativa para o Império na área menos afetada pela crise, a Grécia. Lá foi levantada Constantinopla. Constantino também parou de perseguir os cristãos (perseguidos pelo Império desde o século I) e criou o Édito de Milão, que concedia liberdade de culto para esta religião. O próprio imperador se converteria mais tarde ao cristianismo. Historiadores atribuem a aproximação dos imperadores com o cristianismo como uma tentativa de amparar o decadente império na instituição que mais crescia na época, a Igreja Cristã. Seguindo a aproximação com o cristianismo, Teodósio criou o Édito de Tessalônica (380) transformando o Cristianismo na religião exclusiva do Império e perseguindo o politeísmo. Era mais um passo na tentativa de amparar o Império na Igreja. Teodósio também dividiu o Império em duas áreas: o Império Romano do Ocidente (capital Roma) e Império Romano do Oriente (capital Constantinopla). Seus filhos, Arcádio e Honório herdaram os impérios do Oriente e Ocidente, respectivamente, quando Teodósio faleceu em 395. A queda do Império Romano do Ocidente Roma sofria há muito com a crise econômica e, paulatinamente, os germânicos tomavam territórios das fronteiras do Império. Muitos povos se aliaram aos romanos, como os francos, numa tentativa de Roma conseguir solidificar as fronteiras. Porém, o grande império aos poucos se esfacelava. Eram frequentes as invasões e saques que ocorriam na península itálica (que facilitou o processo de ruralização). Por fim, depois de décadas de invasões e ataques, Roma não resistiu e acabou caindo em 476, quando os hérulos derrubaram Rômulo Augusto. EXTRA: Os bárbaros eram bárbaros? Em nossos dias é comum chamarmos de bárbara alguma atitude grosseira ou violenta. É comum ouvirmos a expressão tratando de bárbaro com forma pejorativa, de algo grotesco e inferior. Quem começou a utilizar o termo bárbaro, porém, foram os gregos, para se referir a quem não era da sua cultura, língua, religião. Bárbaro era o outro, o diferente, na Antiguidade Clássica. E os romanos, quando passaram a sofrer pressão dos germânicos começaram a produzir a visão de inferioridade cultural e selvageria destes povos. Cronistas de Roma retratavam os germânicos como sanguinários, desorganizados, violentos e até mesmo como pessoas abomináveis fisicamente. Sabemos hoje que os bárbaros formam uma diversidade de povos ostrogodos, francos, alamanos, suevos, vândalos, etc. e eram povos guerreiros que pressionavam os romanos (que por sua vez também eram guerreiros). Na realidade, aqueles que os romanos chamavam de bárbaros eram estrangeiros, não se tratando de povos necessariamente superiores ou inferiores do ponto de vista cultural, político, militar e outros. Os bárbaros, eram, na realidade, diferentes.