A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA A DISTÂNCIA EM DISCUSSÃO



Documentos relacionados
Encontro de alunos EaD e presencial da UFRRJ. A educação a distancia no Consórcio CEDERJ: Alguns dados

Designação da Disciplina: Tendências de pesquisas e de práticas em Educação Matemática

Curso de Especialização em Saúde da Família

Ações do Governo do Estado do Rio de Janeiro com Educação a Distância. Carlos Bielschowsky Presidente da Fundação Cecierj / Consórcio Cederj

Formação continuada e Prática Profissional: Um olhar sobre o curso de formação de Ingressantes do Estado de São Paulo

RELATO DE EXPERIÊNCIAS NA GESTÃO DA EAD: NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA(UFSM) E NA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL(UAB).

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

Público Alvo: Investimento: Disciplinas: Graduados em nível superior que atuam ou pretendem atuar na docência em instituições de ensino superior.

EAD na Graduação-UFRJ

Palavras-chave: Fisioterapia; Educação Superior; Tecnologias de Informação e Comunicação; Práticas pedagógicas.

O estudante de Pedagogia deve gostar muito de ler e possuir boa capacidade de concentração porque receberá muitos textos teóricos para estudar.

A INFORMÁTICA E O ENSINO DE MATEMÁTICA: ALGUNS ESTUDOS RECENTES

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

ANÁLISE DOS ASPECTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO

Andriceli Richit Unesp /Rio Claro: Rosana G. S. Miskulin Unesp/Rio Claro:

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia

Mestrado em Educação Superior Menção Docência Universitária

Educação a Distância, problemas e desafios. Carlos Bielschowsky. Presidente da Fundação Cecierj / Consórcio Cederj

Plano de Ensino Docente

FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM SERVIÇO E A DISTÂNCIA: O CASO VEREDAS BRANCO,

USO DE TIC NAS PRÁTICAS DE ACADÊMICOS DE UM CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA MODALIDADE EaD

PVANET: PRINCIPAIS FERRAMENTAS E UTILIZAÇÃO DIDÁTICA

UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E NO MUNDO, SEUS DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA.

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática

Curso de Especialização em ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PRÁTICAS DE SUPERVISÃO

Revista Diálogo Educacional ISSN: Pontifícia Universidade Católica do Paraná Brasil

Ednei Nunes de Oliveira - Candidato a Diretor. Por uma EaD focada no aluno e na qualidade com inovação: crescer com justiça e humanização.

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática versus Estágio Supervisionado

Consórcio das universidades públicas

Sistema de Educação a Distância Publica no Brasil UAB- Universidade Aberta do Brasil. Fernando Jose Spanhol, Dr

Conhecendo e utilizando softwares de Edição de vídeos

A Prática Educativa na EAD

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

SIC 56/07. Belo Horizonte, 8 de novembro de 2007.

GERENCIAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DO CURSO DE BACHARELADO EM BIBLIOTECONOMIA EM EaD

Comportamento Humano: Liderança, Motivação e Gestão do Desempenho

DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SISTEMA INTEGRADO DE FORMAÇÃO DA MAGISTRATURA DO TRABALHO - SIFMT

Infraestrutura de EaD para apoio a cursos presenciais. Prof. ª Dra. Christine da Silva Schröeder ICEAC/SEaD/FURG christine1004sch@gmail.

Educação a Distância na UFMG: iniciativas na área da saúde. André Santos, Matheus Machado e Pollyanna Moreira

Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Subseqüente ao Ensino Médio, na modalidade a distância, para:

PROGRAMA DA DISCIPLINA

Educação a distância: desafios e descobertas

Termo de Referência para contratação de consultor na modalidade Produto

PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso Licenciatura em Matemática. Ênfase. Disciplina A - Didática da Matemática

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE UNIPLAC PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO E APOIO COMUNITÁRIO

Curso de ESPECIALIZAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E GESTÃO DE PROJETOS

UMA ABORDAGEM QUANTITATIVA DE VARIÁVEIS RELACIONADAS A CURSOS DE MATEMÁTICA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Palavras -chave: EAD, materiais didáticos, critérios de avaliação.

Curso de Especialização em METODOLOGIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA E FÍSICA

Débora Regina Tomazi FC UNESP- Bauru/SP Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani.

1ª Oficina Curso 4

AULA COM O SOFTWARE GRAPHMATICA PARA AUXILIAR NO ENSINO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS

CETEC EDUCACIONAL S.A. Mantenedora FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - ETEP. Mantida

O DESAFIO DE AVALIAR UM CURSO SUPERIOR A DISTÂNCIA INSTITUÍDO A PARTIR DE PARCERIAS ENTRE PAÍSES. 1

CETEB. A adolescência e o ensino da língua inglesa 60. A aprendizagem criativa e o prazer de aprender 45. A comunicação em sala de aula 300

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

Plano de Ensino Docente. SEMESTRE ou ANO DA TURMA: 701

RESOLUÇÃO Nº 07/2010, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2010

Curso de Especialização em EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Público Alvo: Investimento: Disciplinas:

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

CONSÓRCIO DAS SEIS UNIVERSIDADES PÚBLICAS E O GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ONDE TODA A COMPETÊNCIA ACADÊMICA EMANA DAS UNIVERSIDADES:

Curso de Especialização em TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ENSINO DIGITAL E INOVAÇÃO: PANORAMA EAD FURG POSSIBILIDADES E DESAFIOS

A EXTENSÃO EM MATEMÁTICA: UMA PRÁTICA DESENVOLVIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR. GT 05 Educação Matemática: tecnologias informáticas e educação à distância

ANÁLISE DESCRITIVA DO POLO PRESENCIAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL EM ITAPEVI/SP

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

TRABALHO DOCENTE VIRTUAL NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

PLANO DE ENSINO / PLANO DE TRABALHO

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE FÍSICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

DIRETRIZES CURRICULARES PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UTFPR

Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

A TUTORIA A DISTÂNCIA NA EaD DA UFGD

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓCIO: 2010

Público Alvo: Investimento: Disciplinas:

Belém PA, Maio Categoria: Pesquisa e Avaliação. Setor Educacional: Educação Universitária. Macro: Sistemas e Instituições de EAD

UMA ANÁLISE DA MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DA UFPB

Programa da Disciplina

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓGICO: Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 3º

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Pós-graduação à distância e Mercado de Trabalho Sandra Rodrigues

O blog no processo de ensino e aprendizagem em Ciências: horizontes e possibilidades

GRADUAÇÃO INOVADORA NA UNESP

crítica na resolução de questões, a rejeitar simplificações e buscar efetivamente informações novas por meio da pesquisa, desde o primeiro período do

Estratégias de e-learning no Ensino Superior

PORTARIA - FAFIA Nº 016/2014

softwares que cumprem a função de mediar o ensino a distância veiculado através da internet ou espaço virtual. PEREIRA (2007)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR DIRETORIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PRESENCIAL DEB

AGUARDANDO HOMOLOGAÇÃO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

TUTORIA DE ESTÁGIO: CONTRIBUIÇÕES À FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES/AS

Dimensão 1 - Organização Didático-Pedagógica do Curso

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

* As disciplinas por ocasião do curso, serão ofertadas aos alunos em uma sequência didática.

Políticas de Educação a Distância

Curso de Especialização em PEDAGOGIA SOCIAL E ELABORAÇÃO DE PROJETOS

NÚCLEO DE APOIO DIDÁTICO E METODOLÓGICO (NADIME)

como tutor, com a finalidade de estimular o processo de aprendizagem dos estudantes da

Transcrição:

1078 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA A DISTÂNCIA EM DISCUSSÃO Silvia Regina Viel Rodrigues 1 Resumo Neste trabalho, cujo objetivo é discutir a formação do professor de Matemática a distância, inicialmente apresento algumas considerações sobre a atual situação das licenciaturas e da formação presencial de professores. Em seguida, diante da inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no contexto educacional, apresento um exemplo de formação a distância de professores de Matemática. Este trabalho surge como fruto de minhas reflexões dentro de um projeto maior de doutorado, orientado pelo professor Dr. Marcelo de Carvalho Borba, na pós-graduação em Educação Matemática da Unesp de Rio Claro, onde realizo uma pesquisa qualitativa, mais especificamente, um estudo de caso. Introdução Várias discussões sobre educação acontecem hoje em nosso país, e uma delas diz respeito as dificuldades envolvendo o ensino e a aprendizagem de Matemática na Educação Básica. Neste contexto muitas pesquisas em Educação Matemática têm buscado elencar e discutir alguns problemas, que unidos a um contexto complexo, a escola, parecem gerar essas dificuldades. Um destes problemas é a formação do professor. Portanto, passamos a abordar essa discussão, sobretudo com foco na formação de professores de Matemática a distância. 1 Professora do Centro Universitário de Franca Uni-Facef, e doutoranda em Educação Matemática pela Unesp, campus de Rio Claro.

1079 A formação de professores de Matemática e as Licenciaturas Muitas pesquisas ao longo desses ultimos tempos tem abordado o tema formação de professores, e em especial, a formacão de professores de Matemática, onde destacamos: Borba (2006), Fiorentini (2005, 2008), Freitas et. al. (2005), Gonçalves e Fiorentini (2005), Hargreaves (2002), Miskulin (2005), Moreira e David (2007), Nacarato (2005), Passos, Nardi e Arruda (2009), Penteado (1999), Ponte (2008), Saviani (2009), Silver (2006), SBM (2007), Viel (1999). Várias discussões passam pelas dificuldades de formação, inicial e continuada, e por questões relacionadas à: dicotomia teoria prática, alunos-professores com formação tradicional, formação distante das necessidades da sala de aula, ciclo vicioso da má formação, docência como profissão não atraente (desprestigio social, defasagem salarial), carência de profissionais na área de Matemática, políticas públicas, formação aligeirada em cursos de 3 anos, etc. É claro que nenhuma das discussões elencadas é recente e nem de pouca importância. Além disso, embora saibamos que muitas pesquisas são realizadas em todas essas linhas e seja significativa a produção brasileira de pesquisa em educação matemática, Gonçalves e Fiorentini (2005) avaliam que seus resultados pouco vêm sendo incorporados à prática de formação de professores e levados em consideração durante os processos de reestruturação curricular dos cursos de licenciatura em matemática. Logo essas discussões que sobretudo estão relacionadas ao modelo de educação presencial, ganham um novo olhar com uma nova possibilidade de formação, a formação a distância de professores. Com o advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e com a inserção das mesmas no cenário educacional, retoma-se uma velha modalidade

1080 de ensino 2 : o ensino ou educação à distância (EaD). É justo enfatizar que mesmo ganhando força com as TIC, os diversos cursos que passam a ser oferecidos, reconhecidos como EaD, necessariamente não se utilizam destas tecnologias e muitos estão bem distantes de se configurarem como cursos de educação a distância em sua terceira fase 3. A EaD ganha força com a LDB (1996), e com o apoio da Secretaria de Educação a distância, criada em 2006. O primeiro curso de licenciatura em Matemática a distância é consolidado pelo consórcio CEDERJ - Centro de Educação Superior do Estado do Rio de Janeiro, e recebe sua autorização para funcionamento em 2001. Poucos estudos e resultados são encontrados na literatura com relação a formação de professores de Matemática a distância, apesar de a partir de então, terem surgido inúmeros cursos de formação de professores em todo o país, baseados em muitos modelos diferentes. Tais modelos apresentavam diversos tipos de variações em tipos de tutoria, de interação, avaliação, polos, material didático, etc. Mesmo assim a educação a distância foi apontada como uma das soluções emergenciais do Relatório do Conselho Nacional de Educação, intitulado Escassez de professores no Ensino Médio: propostas estruturais e emergenciais (BRASIL, 2007) que é caracterizada como: A idéia básica de educação a distância é muito simples: alunos e professores estão em locais diferentes durante todo ou grande parte do tempo em que aprendem e ensinam. Estando em locais distintos, eles dependem de algum tipo de tecnologia para transmitir informações e lhes proporcionar um meio para interagir (Moore e Kearley, 2007, p. 1) 2 A educação a distância não é recente no mundo e nem no Brasil. Maiores informações nos trabalhos de NUNES (2009) e também de ALVES (2009). 3 Primeira fase: 1904, com utilização da correspondência; Segunda fase: décadas de 70 e 80, com a utilização do rádio e da TV; Terceira fase: 1996, com utilização de computador e internet. Maiores informações Borba (2007) e Alves (2009)

1081 O usos das TIC na EAD ganha força com as possibilidades de acesso (deslocamento) e flexibilidade quanto ao tempo. No caso da licenciatura em Matemática aparecem alguns problemas como as interações dificultadas pela simbologia, o nível de abstração da matéria, disciplinas com alto grau de dificuldade, formação a distância do profissional mas atuação deste de forma presencial, tutor como referência e não o professor; além da necessidade de perfil do aluno auto-didata. De forma geral, então, como esse processo de formação acontece? Passamos, então a olhar para um caso particular de formação de professores de Matemática, a licenciatura em Matemática a distância do CEDERJ A Licenciatura em Matemática: o caso do CEDERJ O Consórcio CEDERJ é formado por seis instituições públicas do estado do Rio de Janeiro: UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO Universidade do Rio de Janeiro, UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense, UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFF - Universidade Federal Fluminense, UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e conta com a infra-estrutura da funcação CECIERJ. A Licenciatura em Matemática do CEDERJ é integrante da Universidade Aberta do Brasil UAB. O Sistema Universidade Aberta do Brasil tem como objetivo o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no país. Neste artigo, foco alguns dos aspectos desse modelo de licenciatura que é oferecida em 24, dos 33 pólos espalhados pelo Estado do Rio de Janeiro e é

1082 coordenada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde já se formaram mais de 300 professores de Matemática. Em sua matriz curricular, segundo o ultimo projeto pedagógico do curso, que apresenta a sugestão de integralização em 8 semestres (4 anos), são oferecidas aos alunos do curso disciplinas de Física, sob a responsabilidade do Instituto de Física da UFRJ, disciplinas de informática, sob a responsabilidade do Instituto de Computação da UFF, e as disciplinas didático-pedagógicas, sob a responsabilidade da Faculdade de Educação da UERJ, porém atendendo ao que for solicitado e de comum acordo com a Coordenação do Curso de Licenciatura em Matemática da UFF. Os tutores, presenciais (nos polos) e a ditância (pelo fax, 0800, e e-mail) são o elo de ligação entre o curso e os alunos. Sobretudo os tutores presenciais passam a ser a referência para os alunos, de acordo com as informações obtidas nas entrevistas feitas com alunos formandos e ex-alunos do curso. Os polos, que possuem estrutura fisica e de funcionários disponibilizada pela prefeitura da cidade, é organizado com biblioteca, salas de estudos, laboratórios de informática, laboratórios de física, além de propiciar o encontro presencial dos alunos com os tutores e o estudo em grupo entre os alunos. Quanto ao processo avaliativo, em cada uma das disciplinas deve ser composto por, no mínimo, exercícios avaliativos, duas avaliações a distância (AD1 e AD2), duas avaliações presenciais (AP1 e AP2). Uma terceira avaliação presencial final (AP3) pode ser aplicada aos alunos que não atingiram a nota de aprovação e necessitam de uma nova chance de recuperação dos estudos. De forma geral, o curso não apresenta interações sincronas atraves das TIC.

1083 Considerações Minha pesquisa, pautada na metodologia qualitativa, mais especificamente um estudo de caso, se encontra na fase terminal de análise dos dados coletados nas entrevistas, no diário de campo, e nos documentos, oriundos de quatro visitas feitas a Sede do CEDERJ, ao LANTE (Laboratório de Novas Tecnologias), e aos Polos de Paracambi, Volta Redonda, Piraí e Angra dos Reis no período de 2008 e 2009. Assim, meu olhar se volta para muitos aspectos deste curso pioneiro que tem sofrido diversar modificações a cada semestre e para o qual pretendemos no final de nossa pesquisa oferecer contribuições, além de subsidios para enriquecer as discussões sobre a formação de professores de matemática a distância, principalmente no que diz respeito a criação e organização de cursos. Todos os aspectos acima focados, de forma breve, estão sendo pormenorizados na tese, além de outros aspectos que aqui não foram contemplados. Referências Bibliográficas ALVES, J.R.M. A história da EAD no Brasil. In: Educação a distância: o estado da arte. Litto, F. M.; Formiga, M. (orgs.) São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009 BORBA, M.C. (org). Tendências internacionais em formação de professores de matemática. Belo Horizonte: Autentica, 2006. BRASIL. Escassez de professores no Ensino Médio: propostas estruturais e emergenciais. Conselho Nacional de Educação. 2007

1084 Acessado em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/escassez1.pdf (03/04/2010) GONCALVES, T. O. FIORENTINI, D. Formação e desenvolvimento profissional de docentes que formam matematicamente futuros professores. In: Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam matemática: investigando e teorizando a partir da prática. FIORENTINI, D., NACARATO A. M. (org.). São Paulo: Musa Editora; Campinas, 2005. MISKULIN, R. G. S. et.al. Pesquisas sobre trabalho colaborativo na formação de professores de matemática: um olhar sobre a produção do Prapem/Unicamp. In: Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam matemática: investigando e teorizando a partir da prática. FIORENTINI, D., NACARATO A. M. (org.). São Paulo: Musa Editora; Campinas, 2005 MOORE, M. G., KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Thomson Learning, 2007. MOREIRA, P. C., DAVID, M.M.M.S. A formação matemática do professor: licenciatura e prática docente escolar. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. 116p. NACARATO, A. M. A escola como lócus de formação e de aprendizagem: possibilidades e riscos da colaboração. In: Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam matemática: investigando e teorizando a partir da prática. FIORENTINI, D., NACARATO A. M. (org.). São Paulo: Musa Editora; Campinas, 2005 l NUNES, I. B. A história da EAD no mundo. In: Educação a distância: o estado da arte. Litto, F. M.; Formiga, M. (orgs.) São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009

1085 PASSOS, M. M. NARDI, R., ARRUDA, S.M. A formação do professor e seus sentidos em 23 anos do Bolema: 1985-2007. Bolema. Ano 22, no. 34, 2009. PENTEADO, M.G. Novos atores, novos cenários, discutindo a inserção dos computadores na profissão docente. In Pesquisa em Educação Matemática: Concepções e Perspectivas. Org. Bicudo, M. A. V. Editora Unesp, 1999. pp.297-313 (Seminários e Debates) PONTE, J.P. Concepções dos professores de Matemática e Processos de formação. Revista Educação Matemática: temas de investigação. Lisboa,1992, pp. 185-239. PONTE, J.P. Tecnologias de informação e comunicação na formação de professores: que desafios? Revista Iberoamericana de Educacion, No. 024 Madri, Espanha, 2000, pp. 63-90. SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação. V. 14, no. 40. jan/abril de 2009. p. 143-155. SILVER, E.A., Formação de professores de matemática: desafios e direções. Bolema, ano 19, no. 26, 2006. SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (SBEM). Algumas razões pelas quais a Educação Matemática no Estado de São Paulo vai mal e que ninguém diz. Fórum Paulista de Formação do Professor: projetos e perspectivas, Universidade São Francisco, campus Itatiba/SP, 2007. Disponível em: http://www.jornaldedebates.com.br/debate/que-tipo-professorescola-publica-precisa/artigo/algumas-razoes-pelas-quais-educacao-matemati. acesso: 16/06/09

1086 VIEL, S. R. A formação do licenciando em Matemática da UNESP, Campus de Rio Claro: um estudo de caso. Dissertação de Mestrado. 1999. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Rio Claro, SP