XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas



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Transcrição:

Empresa Junior: uma percepção do fazer acadêmico pelos alunos de engenharia elétrica. Autoria: André Costa 1, Deise Piau 2, João Batista 3, Laudelino Júnior 4 e Walder Oliveira 5 1 IFBA/EJEEL, E-mail: 3andre.tac@gmail.com 2 IFBA/EJEEL, E-mail: deisepiau@gmail.com 3 IFBA/EJEEL, E-mail: pedro_ibce@hotmail.com 4 IFBA/EJEEL, E-mail: galvao.junior@hotmail.com 5 IFBA/EJEEL, E-mail: welder.cardosooliveira@gmail.com Introdução Desde a Revolução do Fogo, a Revolução Industrial e a atual Revolução Tecnológica o ser humano busca novos meios para se desenvolver e aperfeiçoar as suas atividades. Visando esse desenvolvimento, um discente do curso de Administração de Empresas idealizou a implantação de um órgão que serviria como ponte entre a comunidade acadêmica e o meio empresarial. (MATOS, 1997) O fruto desse pensamento foi a implantação, na secada de 60, da primeira Empresa Junior (EJ) em território francês. A partir daí, esse conceito de expandiu entre os países europeus sendo caracterizado como o Movimento de Empresas Júnior (MEJ). Esse movimento ganhou força e se expandiu por todo o mundo, chegando ao Brasil nos anos 80 por meio da Câmara de Comércio Brasil-França.(OLIVEIRA, 2013; RIBEIRO, 2013). De acordo com dados da Brasil Junior, em 2014, existem mais de mil empresas juniores (EJ) registradas, sendo 16 EJ s sob a coordenação da Federação das Empresas Juniores do Estado da Bahia (UNIJr-BA). No lócus desse trabalho, o número de EJ s é muito pequeno, tendo em vista que, segundo o Censo 2010/IBGE, o município possui uma população superior a 300.00 habitante e caracterizou-se como polo educacional no ensino superior em 1986. Em 2014, sedia três Instituições de Ensino Superior (IES) e três particulares, totalizando cinquenta e cinco cursos ofertados. A IES pioneira nesse contexto foi a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), seguida pela Universidade Federal da Bahia e do IFBA, cujo movimento de implantação desse projeto teve início em 2014 com os cursos de engenharia elétrica e ambiental.

Propósito Central do Trabalho Esse trabalho tem como propósito fazer uma percepção do fazer acadêmico pelos discentes no curso de engenharia elétrica pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA), no Campus de Vitória da Conquista. A necessidade de inserção no mercado de trabalho para a vivência das atividades profissionais ainda como discentes e sob a supervisão de docentes hábeis e com experiência é o principal fator motivador para a realização desse projeto. A inquietude em implantar uma EJ no curso de graduação, sem dúvida é grande entre os discentes que compartilham desse pensamento. As dúvidas, medos e insegurança fazem parte deste universo desconhecido pelos estudantes. Desta forma, este artigo visa analisar a sob a percepção dos estudantes envolvidos com a implantação da EJ sobre o mesmo fato. Para isso, são descritos os processos de implantação e discutidos os pontos fracos e fortes para que esse processo se torne possível. Marco Teórico Como aportes teóricos para este trabalho foram utilizados dados extraídos do endereço virtual da BRASIL JUNIOR (2014); MATOS (1997), MORGAN (1997), MANNING (1969); MAANEM (1979); NEVES (1996); GALEGO (2005); GODOY (1995). De acordo com Matos (1997) em 1968 com a revolução estudantil francesa, na École Supérieure des Sciences Économiques et Commerciales (ESSEC), foi fundada a primeira empresa junior, na França por alguns estudantes com o intuito de prestar seriços de consultoria. Essa ideia foi disseminada e, em 1969, se somavam mais de vinte em todo o continente europeu. Diante dessa nova corrente de pensamento no que representa a associação de saber práticos e teóricos, foi necessária a criação da Confedération Nationale des Junior-Enterprises (CNJE) o que levou a consolidação da ideologia e desenvolvimento de uma abordagem critica e diferenciada se comparadas com as já existentes, tornando possível a existência de linhas diretas de ação com a sociedade externa à academia. (CODA, 1992). Segundo o Estatuto da FEJESP, conforme consta no Cap. II Da Definição da Empresa Júnior, Art. 3º, Parágrafo 2, Inciso I, a Empresa Júnior é definida como uma associação civil, sem fins lucrativos, constituída e gerida exclusivamente por estudantes de graduação da faculdade ou universidade onde está localizada e tem como objetivo principal propiciar a oportunidade aos estudantes de aplicar e aprimorar os conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer do curso. Sendo assim, os estudantes perdem automaticamente a condição de membros da Empresa Júnior ao concluírem os seus cursos de graduação. Relacionado a isso estão as conclusões de Matos (1997) de que uma empresa Junior é uma organização entre discentes de um curso de graduação, sem fins lucrativos, a qual o aprendizado e a relação com o mercado empresarial são fatores por si só recompensadores. A Empresa Júnior tem por finalidade promover atividades instrutivas e científicas de acordo com os preceitos de estudo, pesquisa e extensão universitária da instituição vinculada. (BRASIL JÚNIOR, 2014). A

principal atividade se dará sob a forma de projetos de consultoria orientados por docentes das áreas técnicas específicas, valorizando os discentes e docentes da instituição cujo público alvo envolve, em sua grande maioria, micro e pequenas empresas (MATOS, 1997). Segundo o supervisor da empresa Junior da Unicamp, Pedro Faria dos Santos, Os estudantes sentem-se mais confiantes e mais bem preparados, com a facilidade para trabalhar em equipe, com próatividade e criatividade para lidar com as dificuldades. Isso também representa um benefício à universidade a qual a EJ está inserida, pois facilita, por meio desta associação, a formação de parcerias. De acordo com Sendim (2002, p. 23) o processo de aprendizagem é tido um modo efetivo de transferência de conhecimento, que terá comm beneficiários a sociedade e as empresas. Dessa forma, a Empresa Júnior funciona como um mecanismo de incentivo não apenas ao empreendedorismo que está associado à inovação para Schumpeter (1997) e a características psicológicas e comportamentais de acordo com Fillion (1997) mas também, busca uma maior inserção do estudante ao mercado de trabalho. Método de Investigação A pesquisa é de caráter qualitativo, que de acordo com MAANEM (1979a, p. 520) tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação. Como abordagem metodológica apresenta ser uma pesquisa descritiva, para MANNING (1969, p. 668) o trabalho de descrição tem caráter fundamental em um estudo qualitativo, pois é por meio dele que os dados são coletados. Observa-se, porém, que, mais recentemente, a abordagem qualitativa surge, nesta área, como promissora possibilidade de investigação (GODOY,1995; NEVES, 1996). Com procedimentos metodológicos de focus groups descrito por David L. Morgan (1997) como uma técnica qualitativa que visa o controle da discussão de um grupo de pessoas, inspirada em entrevista não diretiva ou ainda como uma estratégia de recolha de dados que, em primeiro lugar, ultrapassa os limites da discussão sobre qualidade e quantidade no tratamento de dados e, por outro lado, por estar apoiada em pressupostos que vão desde a antropologia ao marketing, permite aflorar as diversas dimensões e visões de diversos indivíduos sobre um tema previamente definido dentro de um grupo. (Galego, C.; Gomes, A. A, Revista Lusófona de Educação, 2005). Essa técnica de recolha primária de dados (MORGAN, 1997) foi aplicada com os alunos envolvidos na construção da primeira empresa júnior exclusivamente do curso de engenharia elétrica, em Vitória da Conquista, no IFBA. Com fins de análise da percepção dos alunos envolvidos do processo de implantação, foram realizadas duas sessões de focus group, com 04 estudantes dos 07 pretensos a atuar com cargos na Empresa Júnior. As sessões foram conduzida por um membro externo, que gravou as discussões e as transcreveram neste artigo. A discussão teve como pauta os seguintes pontos: 1. Descrição da implantação da Empresa Júnior. 2. Pontos Fortes, 3. Pontos Fracos e 4. Percepção dos estudantes sobre o momento de implantação.

Como análise de resultados foi assim descrito no item resultados, subtópicos com os temas indicados na composição do focus group. E nomeando os pesquisados não pelo seu nome mas por um codinome: pesquisado 1, pesquisado 2, pesquisado 3 e pesquisado 4. Na análise do contexto será adotado o grupo pesquisado. Resultados Processo de implantação da Júnior: uma descrição do processo De acordo com o grupo pesquisador, a implantação da empresa Júnior se deu em duas etapas, na primeira fase, denominada fase de idealização que se deu após os alunos cursarem a disciplina de administração. Essa fase com duração de dois anos serviu para que os alunos conhecessem o que era realmente uma empresa Junior, para que servia e como funcionava De acordo com um dos pesquisados: A fase inicial, foi uma fase de sensibilização, onde tínhamos apenas 06 (seis) colegas, que após cursar a disciplinas de administração, em 2012, no III semestre do curso de engenharia elétrica nós motivamos pelo discurso em sala de aula e pelo sonho de montar a empresa júnior, mesmo ainda sem saber o que era de fato o projeto. A segunda fase surge da necessidade de efetivar o processo da EJ e compor uma equipe formada de diferentes semestre, com perfis diferentes e ao mesmo tempo complementares para a diretoria e para as ações futuras, surgindo assim um novo formato de equipe no grupo em que estava envolvido com esta causa. Ao contrário da primeira fase, a segunda etapa teve uma duração de aproximadamente 4 meses desde o inicio dessa fase até sua fundação. Durante esse período conseguimos nos subdividir, alguns membros ficaram responsáveis pela composição do estatuto e outros pelo regimento interno. Foi discutido e acordado com todos os membros, as áreas de atuação, a redefinição da logomarca, os cargos, e a composição da chapa. (pesquisado 1). Pontos fortes para a implantação de uma empresa Junior sob o olhar de discentes de engenharia elétrica Muito se percebeu que este movimento trouxe o aprendizado que será levado para a vida profissional e pessoal dos envolvidos. Dentre os pontos fortes percebidos pelos pesquisados se encontra a conscientização por parte de todos importância dos objetivos possível se ter com esta experiência. Foi destacado como ponto forte nesse processo o da EJ, da absorção do conhecimento, da a relação com o mercado de trabalho em que é auxílio dos professores orientadores e da direção do IFBA. Pontos fracos para a implantação de uma empresa Junior sob o olhar de discentes de engenharia elétrica

Para a consolidação de um projeto, percebe-se a presença de pontos fortes e fracos. O grupo pesquisado identifica que os pontos fracos não superam os pontos fortes, mas conseguem identifica-los como um ponto de trabalho a ser melhorado que fortalece e possibilita o aprendizado de todos. Dentre os pontos fracos foram identificados a insegurança dos participantes com o novo e em conseguir superar as expectativas da comunidade acadêmica e dos possíveis clientes. A inquietação do pesquisado 3 era: Uma das preocupações que tínhamos é se estávamos preparados para dar a contrapartida à comunidade acadêmica serão oferecidas as experiências de associação da parte teórica, vista em sala de aula, com a execução de um projeto demandado e, a vivência do meio profissional. Será se estamos prontos para isto? Outro fator que não pode deixar de ser levado em conta é a burocracia presente no processo. Ficou acordado entre os pesquisados que a demanda por aparato jurídico é altíssima e os processos dependem de um especialista para tratar da criação de um estatuto e regimento interno além, de subsídios desse mesmo profissional para as atividades processuais do empreendimento. Conclusões e implicações do estudo O processo de implantação da EJ se deu a partir da motivação de um grupo inicial de estudantes gerada pelas aulas da disciplina de Administração ministrada pela atual orientadora e cursada em 2012. Sob o olhar dos discentes de engenharia elétrica, os pontos fortes para a implantação de uma EJ no lócus desse artigo envolvem a oportunidade de expansão de conhecimentos; a experiência que será obtida lidando com a dinâmica do mercado de trabalho; a oportunidade de começar a praticar atividades profissionais antes mesmo de concluir o curso; a complementação da carga horária do estágio supervisionada e, a infraestrutura oferecida pela IES, tanto em recursos materiais quando no campo das ideias. Os pontos fracos abrangem em sua maioria a inexperiência dos discentes quanto às práticas profissionais, o que gera o medo do novo e do desconhecido, da aceitação da comunidade interna e externa (acadêmica e civil, respectivamente). Mas também, a burocracia existente para uma efetiva implantação da EJ, a indisponibilidade de horários entre os membros fundadores e os professores orientadores Diante de todo o processo constituído para que essa implantação se torne possível fazem-se necessárias, ainda, pesquisas que envolvam uma análise mais específica do mercado, o potencial de aceitação dessa empresa pela comunidade, o perfil dos membros fundadores dessa EJ e de como se dará a perpetuidade desse projeto. A partir da analise do processo de implantação da empresa Junior no curso de engenharia elétrica no IFBA pode-se perceber que as metodologias de aprendizagem serão mais eficazes,

tendo em vista que o exercício prático será associado à fundamentação teórica aprendida em sala de aula. Do ponto de vista social, haverá uma devolutiva a comunidade civil do ponto de vista da qualidade de vida, do aproveitamento de energia e do investimento que será feito em melhor a estrutura física da IES, no que tange a disposição de recursos que complementem o processo de aprendizagem, proporcionando, deste modo, profissionais mais qualificados ao mercado de trabalho. Do ponto de vista didático, é uma grande evolução para os discentes que atuarão nesse projeto, cooperando com a sua qualificação tanto na área técnica quanto na área administrativa dando-os uma visão completa dos métodos e processos que ocorrem dentro de uma organização empresarial. Diante dessa analise do fazer acadêmico explanado da organização para que sua implantação seja possível até a sua perpetuidade torna-se imprescindível a constante capacitação dos envolvidos nessa atividade, de forma que haja a promoção da iniciativa individual e coletiva entre seus membros. Referências Bibliográficas BRASIL JÚNIOR. Conceito Nacional de Empresas Juniores (CNEJ). Brasília: Confederação Brasileira de Empresas Juniores, 2007. Disponível em: < http://www.brasiljunior.org.br/category/8-arquivosgerais?download=2%3acnej >. DOURADO, T. P.; SOUZA, E. C. L. de. Empresa Junior: Uma análise da situação atual das Juniores das Universidade Brasileiras. Brasília. Anais do III EGEPE. FILLION, L. J. O planejamneto de seu sistema de aprendizagem empresarial: identifique uma visão e avalie o seu sistema de relações. Revista de Administração de Empresas, vol. 31, nº 3, jul-set, 1991. FLORES, L. C. da S. Empresa Junior elemento da cooperação Empresa-Universidade: O caso da UniJnior Univale Itajaí. IX Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul. 2009. GALEGO, C.; GOMES, A. A. Emancipação, ruptura e inovação: o focus group como instrumento de investigação. Revista Lusófona de Educação. Lisboa, nº 5, 2005. (http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n5/n5a10.pdf) GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 2, Mar/Abr, 1995. MATOS, F. A empresa júnior no Brasil e no mundo. São Paulo: Martin Claret, 1997.

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