O debate em torno do novo normal MANUEL DOMINGOS DOS SANTOS FILIPE 1
O Estado das Artes da Macroeconomia 1. Não obstante o primeiro semestre de 2017 ter sido coroado com uma retomada do crescimento económico na Europa, depois de um longo período de estagnação, alguns estudiosos defendem que a recuperação económica que se vive de momento está essencialmente associada ao comportamento do ciclo económico de negócios, argumentam que prevalece a áurea do baixo crescimento económico associado a um novo normal; 2. O ambiente das ultimas crises leva aos questionamentos relativos a eficácia dos modelos (essencialmente de curto prazo) económicos para retratar as circunstancias do momento. 3. A questão central levantada hoje prende-se em: a) Como adequar as politicas macroeconómicas de cunho fiscal, monetário ou cambial para lidar com o momento presente; b) Como discernir os adventos das crises, e como adequar a politica económica para dar resposta as crises. MANUEL DOMINGOS DOS SANTOS FILIPE 2
Principais Questionamentos 1. Será a estagnação económica um novo normal? 2. Que implicações representa para a formulação de politicas? 3. É a divida pública elevada em economia avançadas um problema? 4. Que novos métodos podem ser considerados para o desenho da politica fiscal? 5. Deve a Politica Monetária assumir modelos diferentes ao período que antecedeu a crise de 2008? 6. Como considerar politicas formais como a regra de Taylor? 7. Que papel devem ter as politicas prudenciais, considerando o efeito Moral Hazard? 8. Devem os Bancos Centrais permanecer independentes? 9. Justifica a imposição dos controles internacionais de capitais? 10. Como melhorar o papel do FMI? MANUEL DOMINGOS DOS SANTOS FILIPE 3
Principais Questionamentos 1. Podem as economias menos desenvolvidas continuar a contar com o modelo de crescimento centrado na deslocalização de industrias de pais mais avançados para menos avançados? 2. Terão as economias menos avançadas crescido nas décadas passadas ou apenas beneficiado da elevada apreciação do dólar, com a venda de matérias primas? 3. Como as crises expõem a fragilidade no arcabouço de politicas macroeconómicas? 4. Devem as metas da Politica Monetária centra-se apenas da Inflação e no Produto Interno Bruto? MANUEL DOMINGOS DOS SANTOS FILIPE 4
A transfiguração de uma ciência social 1. Durante períodos de crises económicas estremas, a ferramentas tradicionais da politica monetária deixam de ser efetivas para afetar os objetivos da politica económica. 2. Nestas circunstancias, foram criadas ferramentas como o quantitative easing, para mover a economia adiante e aquecer a demanda. 3. O quantitative easing é na verdade uma forma do Banco Central criar massivas quantidades de moeda eletrónica para comprar ativos financeiros como títulos de divida pública. O QE, é uma medida de politica monetária não convencional. 4. Decorre daqui o paradoxo, se para alguma economias o excesso de liquidez é pernicioso, estimula inflação, para outras a liquidez é benéfica para estimular ainda mais a produção. MANUEL DOMINGOS DOS SANTOS FILIPE 5
Referencias Olivier Blanchard, Giovanni Dell Ariccia, e Paolo Mauro foram autores de um trabalho seminal Rethinking Macroeconomic Policy (Repensando a Politica Macroeconómica) ressaltando as crenças teóricas, o aprendizado decorrente da crise e as implicações no desenho de politicas macroeconómicas. MANUEL DOMINGOS DOS SANTOS FILIPE 6