Crises cambiais: modelo geral

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Crises cambiais: modelo geral"

Transcrição

1 Crises cambiais: modelo geral 1

2 Capítulo 14 2

3 Sumário 1. Conceitos básicos 2. Modelo geral de crise cambial 3. Efeito contágio 4. Sintomas 5. Catalisadores e modelos de crise cambial 6. Resumo 3

4 1. Crise cambial: conceitos básicos processo (situação) evento (eclosão) sintomas (manifestações) repercussões 4

5 Crise cambial: definição processo de acúmulo de desequilíbrios nas relações econômicas internacionais que é insustentável ao longo do tempo 5

6 Eclosão e manifestação desequilíbrio causa, geralmente, um episódio repentino de ruptura, de eclosão da crise Manifestações diversas maxidesvalorização cambial queda das reservas aumento da taxa de juro etc. 6

7 Crise cambial, seja como processo, seja como evento (episódio), tem graves repercussões formação econômica de muitos países em desenvolvimento é marcada por crises cambiais crises têm sido determinantes das estratégias de desenvolvimento, das políticas governamentais e do desempenho econômico de muitos países Modelo de Substituição de Importações 7

8 História econômica contemporânea: inúmeros eventos de crise cambial México e América Latina (1982) México (1994) Tailândia e Sudeste Asiático (1997) Rússia (1998) Brasil (1999) Argentina (2001) Brasil (2008) 8

9 Após a eclosão da crise financeira global em 2008 crise cambial em um conjunto significativo de países desenvolvidos (por exemplo, Suécia, Austrália e Nova Zelândia) em desenvolvimento (por exemplo, Brasil, Rússia e México) 9

10 10

11 2. Modelo geral de crise cambial determinantes (causas principais) catalisadores (aceleradores) sintomas (manifestações) repercussões (consequências) 11

12 12

13 Determinante básico da crise cambial: Vulnerabilidade externa catalisadores (aceleradores): decorrem de fragilidades ou vulnerabilidades internas do país efeito contágio: países sofrem crise cambial em decorrência da reação em cadeia provocada pela crise em outro país 13

14 Modelo geral destaca também a diferença entre situação de crise episódio de crise de modo geral, associados à maxidesvalorização cambial e à perda de reservas internacionais 14

15 Vulnerabilidade externa significa a capacidade, em razão inversa, de resistência das economias nacionais a pressões, fatores desestabilizadores e choques externos Duas dimensões igualmente importantes opções de resposta com os instrumentos de política disponíveis custos de enfrentamento ou de ajuste em resposta aos eventos externos 15

16 Vulnerabilidade externa determina opções de política (policy space) custos do processo de ajuste externo 16

17 Vulnerabilidade externa abrange as esferas das relações econômicas internacionais: comercial comércio exterior de bens e serviços produtiva IED, atuação de empresas estrangeiras no país e empresas nacionais no exterior tecnológica fluxos internacionais de ativos intangíveis monetário-financeira fluxos internacionais de capitais 17

18 Padrão de inserção do país no sistema econômico internacional: causa da vulnerabilidade externa esfera comercial peso relativo da exportação de commodities baixa competitividade do setores secundário e terciário esfera produtiva forte presença de empresas estrangeiras fluxo expressivo de remessas de lucros e dividendos 18

19 Continuação... esfera tecnológica atraso do sistema nacional de inovações grande dependência tecnológica despesas permanentes na conta de serviços esfera monetário-financeira fluxo expressivo de pagamentos de juros elevado passivo externo financeiro dívida, investimento externo indireto, derivativos, etc. 19

20 Continuação... Vulnerabilidade externa é fundamental determinado choque externo ou fator desestabilizador interno pode encontrar ou não o canal de transmissão internacional 20

21 Exemplos: desequilíbrios de estoque volatilidade dos preços internacionais das commodities tem maior impacto sobre economias em que o setor primário-exportador tem maior peso relativo na economia mudanças nas taxas de juros internacionais ou na liquidez internacional tendem a afetar principalmente os países com maior passivo externo financeiro 21

22 Vulnerabilidade externa Vulnerabilidade externa é condição necessária para que operem os catalisadores fatores desestabilizadores internos ou externos falha de governo crise política quebra de safra bolha de consumo sobreendividamento choque externo efeito contágio etc. 22

23 3. Efeito contágio efeito dominó reação em cadeia provocada por um evento específico no exterior crise cambial no país A transborda e afeta o país B 23

24 Entretanto, efeito contágio pode ocorrer depois da eclosão da crise cambial no país B aprofunda a crise no país B exemplo, efeito contágio da crise argentina em 2001 sobre a crise cambial brasileira efeito contágio não é protagonista e, sim, coadjuvante na crise cambial 24

25 Efeito contágio: mecanismos concorrência internacional repercussões bilaterais similaridade no padrão de vulnerabilidade externa e nos desequilíbrios internos ajuste de portfólios em escala global 25

26 Efeito concorrência internacional maxidesvalorização no país A aumenta o risco de desvalorização cambial no país B. Percepção de risco provoca o ataque especulativo e eclode a crise cambial Efeito repercussões bilaterais elevado multiplicador de repercussões bilaterais entre o país A e o país B crise cambial no país A pode precipitar a crise cambial no país B 26

27 Efeito similaridades fenômeno de generalização da aversão ao risco similaridade quanto à vulnerabilidade externa e à situação macroeconômica (ex.: dependência de commodities) similaridades diversas (ex.: América Latina) 27

28 Cinco frágeis - agosto de 2013 => Brasil, África do Sul, Indonésia, Índia e Turquia cinco frágeis - em comum um padrão de vulnerabilidade externa marcado por: dependência em relação ao petróleo importado déficit na conta de transações correntes elevado passivo externo líquido frágeis fundamentos macroeconômicos 28

29 Efeito ajuste de portfólio crises cambiais e financeiras aumentam a aversão ao risco investidores internacionais ajustam suas carteiras de investimentos estratégia de fuga pela qualidade ( portos seguros ) 29

30 Efeito ajuste de portfólio, cont... desinvestimentos em países de maior risco comportamento manada : grande investidor retira seus investimentos e é seguido pelos outros investidores fuga maciça de capitais que resulta em crise cambial 30

31 4. Sintomas 31

32 Sintomas => intervenções ou controles diretos sobre o mercado de câmbio também são sintomas de crise cambial latente ou manifesta intervenções suaves intervenções duras 32

33 Principais intervenções suaves oferta de dólares no mercado spot swap cambial operações no mercado futuro emissão de títulos com correção cambial transações com ouro no mercado nacional e no mercado internacional 33

34 Intervenções duras ou controles diretos: cardápio variado taxas múltiplas de câmbio controle de capitais (entrada e saída) centralização das operações de câmbio 34

35 Intervenções também podem ser medidas preventivas instrumentos de ajuste das contas externas Intervenções podem ser medidas passivas: reativas decorrentes da crise cambial (sintomas) ativas: evitar a situação de crise cambial ou a eclosão de crise cambial 35

36 36

37 Sintomas, cont... episódios de crise cambial são, invariavelmente, relacionados a maxidesvalorizações cambiais estudos empíricos: crises cambiais são identificadas quando a desvalorização nominal é de pelo menos 25% em comparação com o mês anterior outros estudos: corte de 15% 37

38 Maxidesvalorização indicador mais evidente de crise cambial, mais especificamente, de eclosão de crise cambial 38

39 Outros sintomas de crise cambial perda significativa de reservas internacionais (nível crítico) aumento da taxa de juro operações em mercados futuro e a termo de câmbio mercados de derivativos referenciados à taxa de câmbio 39

40 Outros sintomas de crise cambial, cont... operações de leilão de linha swaps cambiais indexação dos títulos públicos à variação da taxa de câmbio vender ouro no mercado nacional e no mercado internacional mercado de ouro na BM&F 40

41 Outros sintomas de crise cambial, cont... atrasados comerciais moratória ou suspensão dos pagamentos da dívida externa calote da dívida externa empréstimos do FMI 41

42 42

43 5. Catalisadores e modelos de crise cambial Modelos de primeira geração falhas de governo aumento do déficit público e regime de câmbio fixo deterioração de expectativas queda das reservas internacionais ataque especulativo 43

44 44

45 Modelos de segunda geração fundamentos macroeconômicos estão corretos déficit de credibilidade do governo quanto à sustentação da taxa de câmbio catalisador (interno ou externo) => perda de confiança => ataque especulativo 45

46 Modelos de terceira geração fundamentos macroeconômicos sólidos liberalização e desregulamentação financeira => sobreendividamento no exterior percepção de risco de crise bancária e financeira crise cambial crises gêmeas (cambial e financeira) 46

47 Denominador comum dos modelos mudança das expectativas dos agentes econômicos Foco: relação expectativa-eclosão da crise cambial 47

48 Modelos de 1ª, 2ª e 3ª geração discutidos acima deixam de responder a uma questão-chave: Que fator ou conjunto de fatores desencadeiam o ataque especulativo? 48

49 Modelos focam nos fatores catalisadores de eclosão da crise cambial: políticas econômicas expansionistas, câmbio fixo e nível crítico de reservas (modelos de 1ª geração) credibilidade do governo e sustentação da taxa de câmbio (modelos de 2ª geração) liberalização financeira e sobreendividamento externo (modelos de 3ª geração) 49

50 No modelo geral de crise cambial vulnerabilidade externa: causa básica impacto dos catalisadores (aceleradores) e velocidade do ataque especulativo dependem do padrão de vulnerabilidade externa de cada país secundário que os fundamentos macroeconômicos estejam sólidos (como acontece nos modelos de 2ª e 3ª gerações) 50

51 Modelo geral: catalisadores de crises cambiais falhas de governo políticas fiscal e cambial falhas de mercado sobreendividamento choques externos mercado de commodities, mercados financeiros sub-prime efeito contágio subjetividade nas percepções de similaridades 51

52 6. Resumo crise cambial pode ser definida como um processo de acúmulo de desequilíbrios nas relações econômicas internacionais que é insustentável ao longo do tempo situação de desequilíbrio causa, geralmente, um episódio repentino de ruptura, de eclosão da crise 52

53 Situação de crise e a eclosão da crise têm inúmeras manifestações (sintomas) maxidesvalorização cambial queda das reservas aumento da taxa de juro operações de swap cambial etc. Crise cambial, seja como processo, seja como episódio, tem graves repercussões 53

54 Modelo geral de análise de crises cambiais: distinção entre determinante básico vulnerabilidade externa catalisadores fatores internos fatores externos 54

55 Vulnerabilidade externa é a capacidade, em razão inversa, de resistência a pressões, fatores desestabilizadores e choques externos Há inúmeras fontes de vulnerabilidade externa. Esferas comercial produtiva tecnológica monetário-financeira 55

56 Vulnerabilidade externa. Exemplos (Brasil, século XXI): forte dependência em relação à exportação de commodities (esfera comercial) fragilidade do sistema nacional de inovações (esfera tecnológica) significativa presença de empresas estrangeiras na economia (esfera produtiva) elevado passivo externo financeiro (esfera financeira) 56

57 Fatores endógenos funcionam como catalisadores de crises cambiais Modelos de 1ª, 2ª e 3ª geração destacam a importância de fatores como falhas de governo: políticas macroeconômicas expansionistas manutenção de regime de câmbio fixo nível crítico de reservas falhas na supervisão prudencial déficit de credibilidade 57

58 Modelos destacam, ainda, como fatores endógenos (catalisadores) as falhas de mercado liberalização financeira sobreendividamento 58

59 Modelo geral: fatores desestabilizadores externos (choques e efeito contágio) fatores desestabilizadores internos (falhas de governo e falhas de mercado) Catalisadores desequilíbrio ou choque externo desequilíbrio ou choque interno 59

60 Catalisador de crise cambial raiz: a vulnerabilidade externa do país Eclosão de crises gêmeas: crise cambial e financeira crise cambial pode preceder a crise financeira em decorrência da própria vulnerabilidade externa crise financeira agrava a crise cambial 60

61 Modelo geral de crise cambial destaca que o enfrentamento de crises cambiais envolve diversos instrumentos Instrumentos também são sintomas e indicadores de crise cambial 61

62 Governos podem combinar intervenções suaves com intervenções duras As principais intervenções suaves são: oferta de dólares no mercado spot swap cambial operações no mercado futuro emissão de títulos com correção cambial transações com ouro no mercado nacional e no mercado internacional 62

63 Cardápio variado de intervenções duras ou controles diretos taxas múltiplas de câmbio controle de capitais (entrada e saída) centralização das operações de câmbio 63

64 Crises cambiais têm, de modo geral, forte impacto Modelo geral destaca que as políticas econômicas de enfrentamento das crises têm efeitos não somente econômicos como também sociais, políticos e institucionais 64

65 Experiência histórica de países na América Latina e em outras regiões mostra que, frequentemente, crises políticas e institucionais são precedidas de crises nas contas externas e crises cambiais 65

66 Estudo de caso: Europa Após a eclosão da crise financeira global em 2008 alguns países europeus experimentam crises profundas econômicas, sociais, políticas e institucionais Crises têm na origem os desequilíbrios externos (problemas de financiamento do déficit no balanço de pagamentos) 66

67 Países europeus que sofrem crise profunda: Grécia, Portugal, Espanha, Ucrânia Países europeus que foram afetados em grau muito menor pela crise financeira global: Alemanha, Áustria 67

68 Distinção entre esses grupos não está nas falhas de governo (dívida pública) ou falhas de mercado (liberalização financeira, sobreendividamento) O que distingue os países europeus em crise é a vulnerabilidade externa expressa, principalmente, no passivo financeiro externo e na competitividade internacional 68

69 Capítulo 14 69

70 Obrigado! 70

Crises cambiais e ataques especulativos. Reinaldo Gonçalves

Crises cambiais e ataques especulativos. Reinaldo Gonçalves Crises cambiais e ataques especulativos Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com Sumário 1. Crise cambial 2. Expectativas, juros e fluxos internacionais de capitais 3. Especulação cambial 4. Especulação

Leia mais

Fluxos de capitais e reservas internacionais

Fluxos de capitais e reservas internacionais Fluxos de capitais e reservas internacionais 1 Capítulo 9 2 Sumário 1. Movimento internacional de fatores de produção 2. Funções 3. Taxonomia 4. Capital de curto prazo 5. Reservas internacionais 6. Fundos

Leia mais

Cenário Macroeconômico Brasileiro

Cenário Macroeconômico Brasileiro SWISSCAM Cenário Macroeconômico Brasileiro Antonio Delfim Netto 31 de Outubro de 2011 São Paulo, SP 1 I. Mundo: Passado e Presente 2,9% 1,6% 30% 23% 31% 24% 37% 22% 8% 2,4% 1,4% 7% 4,2 % 4% 3,3 % 3,7 %

Leia mais

Câmbio: Problemas, risco e hedge. Reinaldo Gonçalves

Câmbio: Problemas, risco e hedge. Reinaldo Gonçalves Câmbio: Problemas, risco e hedge Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com 1 Sumário 1. Principais problemas e hipóteses 2. Hedge cambial 2 Sumário: Principais problemas e hipóteses a. Inflação b.

Leia mais

Vulnerabilidade externa estrutural do Brasil

Vulnerabilidade externa estrutural do Brasil Vulnerabilidade externa estrutural do Brasil Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ 1 Sumário 1. Conceitos-chave 2. Vulnerabilidade externa estrutural 3. Perspectivas 2 1 Conceitos-chave Modelo liberal

Leia mais

Crise econômica global: Macro-saídas e medidas de contenção. Reinaldo Gonçalves. Professor titular UFRJ

Crise econômica global: Macro-saídas e medidas de contenção. Reinaldo Gonçalves. Professor titular UFRJ Crise econômica global: Macro-saídas e medidas de contenção Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ 1 Sumário 1. Macro-saídas 2. Medidas de contenção 3. Respostas de curto prazo 4. Efeitos das medidas

Leia mais

Fluxo internacional de capitais. Reinaldo Gonçalves

Fluxo internacional de capitais. Reinaldo Gonçalves Fluxo internacional de capitais Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com Sumário 1. Movimento internacional de fatores de produção 2. Funções 3. Taxonomia 4. Capital de curto prazo 5. Reservas internacionais

Leia mais

Perspectivas para 2012

Perspectivas para 2012 Abiplast Perspectivas para 2012 Antonio Delfim Netto 2 de Dezembro de 2011 São Paulo, SP 1 I.Mundo: Década de 80 e 2010 (% do PIB) 30% 23% 31% 24% 37% 22% 3,7% 3,3% 8% 7% 4,2% 4,0% 1,5% 1,2% Fonte: FMI,

Leia mais

Crise econômica: Radiografia e soluções para o Brasil. Reinaldo Gonçalves 30 outubro 2008

Crise econômica: Radiografia e soluções para o Brasil. Reinaldo Gonçalves 30 outubro 2008 Crise econômica: Radiografia e soluções para o Brasil Reinaldo Gonçalves 30 outubro 2008 reinaldogoncalves1@gmail.com Sumário 1. Radiografia da crise internacional 2. Medidas de contenção 3. Especificidade

Leia mais

Crise global e vulnerabilidade externa estrutural do Brasil

Crise global e vulnerabilidade externa estrutural do Brasil Crise global e vulnerabilidade externa estrutural do Brasil Reinaldo Gonçalves Professor titular Instituto de Economia - UFRJ 1 2 3 Hipótese central apesar de haver melhoras nos indicadores de vulnerabilidade

Leia mais

Taxas de Juros Elevadas e Semi-Estagnação

Taxas de Juros Elevadas e Semi-Estagnação Taxas de Juros Elevadas e Semi-Estagnação Yoshiaki Nakano Escola de Economia de São Paulo Fundação Getulio Vargas Taxa de Juros Elevada e a Tragédia Brasileira (% média móvel 10 anos) 15 13 11 9 7 5 3

Leia mais

Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 19: Economia Mundial após a Segunda Grande Guerra

Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 19: Economia Mundial após a Segunda Grande Guerra Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 19: Economia Mundial após a Segunda Grande Guerra Parte IV Capítulo 19 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 2 Globalização Período recente se

Leia mais

Deterioração das contas externas do Brasil. Reinaldo Gonçalves

Deterioração das contas externas do Brasil. Reinaldo Gonçalves Deterioração das contas externas do Brasil Reinaldo Gonçalves 1 Teses Vulnerabilidade externa 2003-06 2007-09 Conjuntural melhora deteriora Comparada não se altera deteriora Estrutural deteriora deteriora

Leia mais

Relações Econômicas Internacionais

Relações Econômicas Internacionais Relações Econômicas Internacionais 1 Edição atualizada, 2016 Capítulo 4 2 Economia Política Internacional Fundamentos Teóricos e Experiência Brasileira Sumário Capítulo 1. Economia Política Internacional:

Leia mais

Sistema financeiro, globalização e crise internacional. Reinaldo Gonçalves

Sistema financeiro, globalização e crise internacional. Reinaldo Gonçalves Sistema financeiro, globalização e crise internacional Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com 1 Sumário 1. Funções e atores 2. Globalização financeira 3. Crises econômica global (2008...) 4. Síntese

Leia mais

Câmbio: Conceitos básicos. Reinaldo Gonçalves

Câmbio: Conceitos básicos. Reinaldo Gonçalves Câmbio: Conceitos básicos Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com 1 Sumário 1. Mercado de câmbio e taxa de câmbio nominal 2. Taxa de câmbio de equilíbrio e desequilíbrio 3. Agentes 4. Regime cambial

Leia mais

Balanço de pagamentos. Reinaldo Gonçalves

Balanço de pagamentos. Reinaldo Gonçalves Balanço de pagamentos Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com 1 Sumário 1. BOP: Definição 2. BOP: Estrutura básica 3. BOP: Determinantes de curto prazo 4. BOP: Brasil 5. Posição do investimento

Leia mais

Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira

Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP Campinas (SP) 29 de julho de 2009 1 CIESP Campinas - 29/07/09 Crise de 2008 breve histórico Início:

Leia mais

Cenários Conselho Temático de Economia e Finanç

Cenários Conselho Temático de Economia e Finanç Conselho Temático de Economia e Finanç Panorama Municipal 300 250 Desempenho Economia Caxias do Sul 21,8 ÍNDICE (100 = Jan 2005) VARIAÇÃO % 12 MESES 30,0 20,0 200 150 7,2 6,0 1,7 1,1 10,0 0,0-5,1-2,4-7,4

Leia mais

Balanço de pagamentos. Reinaldo Gonçalves

Balanço de pagamentos. Reinaldo Gonçalves Balanço de pagamentos Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com 1 Sumário 1. BOP: Definição 2. BOP: Estrutura básica 3. BOP: Determinantes de curto prazo 4. BOP: Brasil 5. Posição do investimento

Leia mais

Instrumentos de Política Macroeconômica

Instrumentos de Política Macroeconômica Instrumentos de Política Macroeconômica Hildo Meirelles de Souza Filho Instrumentos da Política Macroeconômica Política Fiscal Política Monetária Política Cambial 1 1. Política Fiscal Gasto corrente do

Leia mais

Duas Não Linearidades e Uma

Duas Não Linearidades e Uma Duas Não Linearidades e Uma Assimetria: i Taxa de Câmbio, Crescimento e Inflação no Brasil Nl Nelson Barbosa Secretário de Política Econômica Ministério da Fazenda 7º Fórum de Economia da FGV SP 30 de

Leia mais

Henrique de Campos Meirelles Novembro de 2009

Henrique de Campos Meirelles Novembro de 2009 Perspectivas para a Economia Brasileira e o Setor da Construção Civil Henrique de Campos Meirelles Novembro de 20 1 Como o Brasil Enfrentou a Crise 2 Diagnóstico Correto da Crise colapso do sistema internacional

Leia mais

Integração regional: Fundamentos, autonomia e multipolaridade

Integração regional: Fundamentos, autonomia e multipolaridade Integração regional: Fundamentos, autonomia e multipolaridade Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ Bibliografia básica R. Baumann, O. Canuto e R. Gonçalves Economia Internacional. Teoria e Experiência

Leia mais

O DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO - SETEMBRO DE 2002

O DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO - SETEMBRO DE 2002 O DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO - SETEMBRO DE 22 No mês de setembro, as transações correntes registraram novamente superávit (US$ 1,2 bilhões), diminuindo o déficit acumulado no ano para US$ 7,3 bilhões.

Leia mais

Evolução Recente da Economia Brasileira

Evolução Recente da Economia Brasileira Evolução Recente da Economia Brasileira Henrique de Campos Meirelles Novembro de 2008 1 Panorama Internacional 2 US$ bilhões EUA: Emissão de Commercial Papers (CP) por Empresas Não-Financeiras 2.400 subprime

Leia mais

Responsabilidade Macroeconômica para o Crescimento. Henrique de Campos Meirelles

Responsabilidade Macroeconômica para o Crescimento. Henrique de Campos Meirelles Responsabilidade Macroeconômica para o Crescimento Henrique de Campos Meirelles Federação das Indústrias do Estado do Paraná Setembro de 20 Brasil em 2003: de onde partimos Baixo nível de reservas: US$

Leia mais

DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO AGOSTO 2002

DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO AGOSTO 2002 DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO AGOSTO 22 Os dados de agosto do setor externo brasileiro mostram a persistência das dificuldades na atração de fluxos externos em todas as modalidades: investimento direto estrangeiro

Leia mais

MB ASSOCIADOS. A agenda econômica internacional do Brasil. CINDES Rio de Janeiro 10 de junho de 2011

MB ASSOCIADOS. A agenda econômica internacional do Brasil. CINDES Rio de Janeiro 10 de junho de 2011 MB ASSOCIADOS A agenda econômica internacional do Brasil CINDES Rio de Janeiro 10 de junho de 2011 1 Cenário base 2011 2014 Crescimento mundial deverá ser da ordem de 4,0% a.a. Os países do G7 devem crescer

Leia mais

AS CONTAS EXTERNAS EM 2016: APROFUNDAMENTO DO AJUSTE EXTERNO

AS CONTAS EXTERNAS EM 2016: APROFUNDAMENTO DO AJUSTE EXTERNO AS CONTAS EXTERNAS EM 2016: APROFUNDAMENTO DO AJUSTE EXTERNO FEVEREIRO/2017 Conselho do IEDI Conselho do IEDI AS CONTAS EXTERNAS EM 2016: APROFUNDAMENTO DO AJUSTE EXTERNO Sumário... 1 Introdução... 3 Panorama

Leia mais

Fatores Determinantes do

Fatores Determinantes do Fatores Determinantes do Balanço de Pagamentos Abordagem pela Absorção Abordagem pelos Movimentos de Capital Abordagem Monetária http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Contabilidade das relações externas

Leia mais

Incertezas críticas nos macrocenários globais. Reinaldo Gonçalves. Professor titular UFRJ Junho 2010

Incertezas críticas nos macrocenários globais. Reinaldo Gonçalves. Professor titular UFRJ Junho 2010 Incertezas críticas nos macrocenários globais Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ Junho 2010 Sumário 1. Incertezas críticas gerais 2. EUA: a hipótese da perda de poder 3. Europa: heterogeneidade

Leia mais

Ajustando o Balanço de Pagamentos

Ajustando o Balanço de Pagamentos Alicia Ruiz Olalde Ajustando o Balanço de Pagamentos Desvalorização cambial Elevação das tarifas de importação Estabelecimento de cotas de importação Concessão de subsídios às exportações Controle de capitais

Leia mais

Ambiente econômico nacional e internacional

Ambiente econômico nacional e internacional Ambiente econômico nacional e internacional Apresentação para elaboração do documento referencial 2015-19 no Ministério do Turismo Manoel Pires - MF Cenário internacional O mundo se recupera da crise,

Leia mais

Prestação de Contas - LRF Banco Central: Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial e Impacto Fiscal de suas Operações

Prestação de Contas - LRF Banco Central: Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial e Impacto Fiscal de suas Operações Prestação de Contas - LRF Banco Central: Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial e Impacto Fiscal de suas Operações Henrique de Campos Meirelles Novembro de 20 Prestação de Contas - LRF

Leia mais

Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, CDES, Brasília, 06/03/2009 Luiz Fernando de Paula Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do

Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, CDES, Brasília, 06/03/2009 Luiz Fernando de Paula Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, CDES, Brasília, 06/03/2009 Luiz Fernando de Paula Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Estado do Estado do Rio de Janeiro (UERJ ) e Vice- Presidente

Leia mais

Crise econômica: eles hoje, nós amanhã 1

Crise econômica: eles hoje, nós amanhã 1 Crise econômica: eles hoje, nós amanhã 1 Dezembro 2011 Reinaldo Gonçalves 2 Há risco crescente de que o número de países atingidos por crises econômicas aumente. No entanto, o cenário mais provável é que

Leia mais

Crise financeira mundial e a América Latina

Crise financeira mundial e a América Latina Crise financeira mundial e a América Latina Luiz Fernando de Paula Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Presidente da Associação Keynesiana Brasileira Objetivos Analisar os impactos

Leia mais

Custo e benefício do acúmulo de reservas em países emergentes. Ilan Goldfajn

Custo e benefício do acúmulo de reservas em países emergentes. Ilan Goldfajn Custo e benefício do acúmulo de reservas em países emergentes Ilan Goldfajn Dezembro 2009 Roteiro Cenário de Câmbio O Benefício das Reservas O Custo das Reservas Quanto acumular de Reservas? Fonte: Estimativa

Leia mais

POLÍTICA MONETÁRIA E CAMBIAL ROBERTO CASTELLO BRANCO MARÇO 17, 2017

POLÍTICA MONETÁRIA E CAMBIAL ROBERTO CASTELLO BRANCO MARÇO 17, 2017 POLÍTICA MONETÁRIA E CAMBIAL ROBERTO CASTELLO BRANCO MARÇO 17, 2017 A TRINDADE MACROECONÔMICA 1. LIBERDADE DE MOVIMENTAÇÃO INTERNACIONAL DE CAPITAIS 2. TAXA DE CÂMBIO FIXA 3. POLÍTICA MONETÁRIA INDEPENDENTE.

Leia mais

Brasil e o investimento internacional

Brasil e o investimento internacional Brasil e o investimento internacional 1 Capítulo 12 2 Brasil: uma economia internacionalizada Historicamente: uma das mais afetadas pelo movimento internacional de fatores de produção Fator trabalho: Brasil

Leia mais

Crise Internacional e Impactos sobre o Brasil. Prof. Dr. Fernando Sarti

Crise Internacional e Impactos sobre o Brasil. Prof. Dr. Fernando Sarti Reunião Mensal Plenária CIESP - Campinas Crise Internacional e Impactos sobre o Brasil Prof. Dr. Fernando Sarti NEIT-IE IE-UNICAMP fersarti@eco.unicamp. @eco.unicamp.br Campinas, 18 de fevereiro de 2009

Leia mais

Políticas de estabilização e movimento de capital. Reinaldo Gonçalves

Políticas de estabilização e movimento de capital. Reinaldo Gonçalves Políticas de estabilização e movimento de capital Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com 1 Sumário 1. Ajuste interno e externo 2. Modelo Mundell-Fleming 3. Síntese 2 1. Ajuste interno e externo

Leia mais

Parte 7 Estado e mercado global Sessão 3. Reinaldo Gonçalves

Parte 7 Estado e mercado global Sessão 3. Reinaldo Gonçalves Parte 7 Estado e mercado global Sessão 3 Reinaldo Gonçalves Sumário 1. Globalização econômica 1.1 Definição 1.2 Causas 1.3 Consequências 2. Globalização financeira 2.1 Determinantes específicos 2.1.1 Financeirização

Leia mais

O potencial analítico da balança de pagamentos para a compreensão da economia portuguesa

O potencial analítico da balança de pagamentos para a compreensão da economia portuguesa O potencial analítico da balança de pagamentos para a compreensão da economia portuguesa ISEG - LISBON SCHOOL OF ECONOMICS & MANAGEMENT 16 maio 2017 1 Enquadramento metodológico 2 Indicadores de vulnerabilidades

Leia mais

Para além da política macroeconômica. Geraldo Biasoto Junior

Para além da política macroeconômica. Geraldo Biasoto Junior Para além da política macroeconômica Geraldo Biasoto Junior Agosto de 2010 Política econômica no Brasil Cisão entre a macro e a microeconomia Taxa de juros = instrumento exclusivo de política econômica

Leia mais

Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (PIB)

Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (PIB) Federal University of Roraima, Brazil From the SelectedWorks of Elói Martins Senhoras Winter January 1, 2008 Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (PIB) Eloi Martins Senhoras Available at:

Leia mais

Perspectivas Econômicas. Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco

Perspectivas Econômicas. Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Perspectivas Econômicas Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Setembro, 2014 Juros americanos permanecem baixos, apesar da melhora da economia Taxa de desemprego, % Treasuries: taxa dos títulos de 10 anos

Leia mais

Trabalho, riqueza e vulnerabilidade externa

Trabalho, riqueza e vulnerabilidade externa Trabalho, riqueza e vulnerabilidade externa Reinaldo Gonçalves 37º. Encontro Nacional CFESS/CRESS Brasília, 25 de setembro de 2008 1 Referência básica Luiz Filgueiras e Reinaldo Gonçalves A Economia Política

Leia mais

Setor Externo: Panorama Internacional em Transformação

Setor Externo: Panorama Internacional em Transformação 8 análise de conjuntura Setor Externo: Panorama Internacional em Transformação Vera Martins da Silva (*) Dentro de um quadro recessivo, o setor externo continua como um fator de otimismo na economia brasileira.

Leia mais

CENÁRIO GLOBAL E DOMÉSTICO 2009/10

CENÁRIO GLOBAL E DOMÉSTICO 2009/10 CENÁRIO GLOBAL E DOMÉSTICO 2009/10 O BRASIL ESTÁ EM FRANCA RECUPERAÇÃO! NOVEMBRO 2009 FERNANDO HONORATO BARBOSA Economista Coordenador Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos DEPEC (*) Veja importantes

Leia mais

CRISTINA FÁTIMA MARTINS DE BESSA FATORES COMUNS DETERMINANTES DE CRISES CAMBIAIS E FINANCEIRAS: UMA ABORDAGEM DE ANÁLISE FATORIAL

CRISTINA FÁTIMA MARTINS DE BESSA FATORES COMUNS DETERMINANTES DE CRISES CAMBIAIS E FINANCEIRAS: UMA ABORDAGEM DE ANÁLISE FATORIAL CRISTINA FÁTIMA MARTINS DE BESSA FATORES COMUNS DETERMINANTES DE CRISES CAMBIAIS E FINANCEIRAS: UMA ABORDAGEM DE ANÁLISE FATORIAL Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Economia

Leia mais

Parte 7 Estado e mercado global Sessão 2. Reinaldo Gonçalves

Parte 7 Estado e mercado global Sessão 2. Reinaldo Gonçalves Parte 7 Estado e mercado global Sessão 2 Reinaldo Gonçalves Sumário 1. Globalização econômica 1.1 Definição 1.2 Causas 1.3 Consequências 2. Globalização financeira 2.1 Determinantes específicos 2.1.1 Financeirização

Leia mais

Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (Política Cambial)

Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (Política Cambial) Federal University of Roraima, Brazil From the SelectedWorks of Elói Martins Senhoras Winter January 1, 2008 Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (Política Cambial) Eloi Martins Senhoras

Leia mais

ECONOMIA. Macroeconomia. Fundamentos Macroeconômicos Parte 03. Prof. Alex Mendes

ECONOMIA. Macroeconomia. Fundamentos Macroeconômicos Parte 03. Prof. Alex Mendes ECONOMIA Macroeconomia Fundamentos Macroeconômicos Parte 03 Prof. Alex Mendes VI -Conta capital e financeira Conta capital: transferências unilaterais relacionadas com patrimônio de imigrantes e aquisição

Leia mais

Cenários Macroeconômicos e Políticos 2008 IX Seminários Econômicos Fundação CEEE

Cenários Macroeconômicos e Políticos 2008 IX Seminários Econômicos Fundação CEEE Cenários Macroeconômicos e Políticos 2008 IX Seminários Econômicos Fundação CEEE Dr. André Moreira Cunha - Professor - UFRGS. amcunha@hotmail.com Porto Alegre, 27 de novembro de 2007. Questões Centrais

Leia mais

Brasil em 40 anos: Mudanças e semelhanças

Brasil em 40 anos: Mudanças e semelhanças Seminário APIMEC 40 anos O Mercado de capitais em novos patamares Brasil em 40 anos: Mudanças e semelhanças 1970-2010 Eduardo Pereira Nunes - Presidente do IBGE epnunes@ibge.gov.br Brasilia, 17 de maio

Leia mais

Brasil, conjuntura e perspectiva

Brasil, conjuntura e perspectiva Brasil, conjuntura e perspectiva Fevereiro de 2016 Rodolfo Margato rodolfo.silva@santander.com.br Área de Pesquisa Macroeconômica Santander Brasil Estrutura da Apresentação: 1) Conjuntura Macroeconômica

Leia mais

Brasil e os sistemas monetário e financeiro internacionais

Brasil e os sistemas monetário e financeiro internacionais Brasil e os sistemas monetário e financeiro internacionais 1 Capítulo 20 2 O Brasil no padrão-ouro Primeira experiência: meados do século XIX 1846: aceita nas repartições públicas moedas de ouro 1847:

Leia mais

Tempo de ajustar as políticas económicas

Tempo de ajustar as políticas económicas Tempo de ajustar as políticas económicas Perspetivas Económicas Regionais para a África Subsariana Departamento de África Fundo Monetário Internacional Maio de 2016 1 O crescimento mundial permanecerá

Leia mais

Grupo de Conjuntura Econômica. Painel de Conjuntura. 1 trimestre -2011

Grupo de Conjuntura Econômica. Painel de Conjuntura. 1 trimestre -2011 Grupo de Conjuntura Econômica Painel de Conjuntura 1 trimestre -2011 ECONOMIA INTERNACIONAL Ciro Alves Pinto Indicadores Analisados Investimento Direto e em Carteira Composição das reservas internacionais

Leia mais

Anthero de Moraes Meirelles Diretor de Administração Banco Central do Brasil

Anthero de Moraes Meirelles Diretor de Administração Banco Central do Brasil Anthero de Moraes Meirelles Diretor de Administração Banco Central do Brasil Contexto Econômico Conteúdo Brasil e a Crise: Impacto e Estratégia de Atuação do Banco Central do Brasil Balizadores Gerenciais:

Leia mais

PIB PAÍSES DESENVOLVIDOS (4 trimestres, %)

PIB PAÍSES DESENVOLVIDOS (4 trimestres, %) PIB PIB PAÍSES DESENVOLVIDOS (4 trimestres, %) dez/92 jun/93 dez/93 jun/94 dez/94 jun/95 dez/95 jun/96 dez/96 jun/97 dez/97 jun/98 dez/98 jun/99 dez/99 jun/00 dez/00 jun/01 dez/01 jun/02 dez/02 jun/03

Leia mais

A Economia Aberta ANATOMIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

A Economia Aberta ANATOMIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS A Economia Aberta ANATOMIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 1 Enquadramento 1. A abordagem da economia aberta, permite-nos identificar no modelo keynesiano, a participação das importações e exportações de bens

Leia mais

O Brasil no Sistema Monetário Internacional

O Brasil no Sistema Monetário Internacional O Brasil no Sistema Monetário Internacional Roteiro da Apresentação O Brasil no Padrão-Ouro e no sistema de Bretton Woods. A Dívida Externa e as Crises de Balanço de Pagamentos. A Abertura Financeira dos

Leia mais

Perspectivas para Economia Brasileira em 2009

Perspectivas para Economia Brasileira em 2009 1 Perspectivas para Economia Brasileira em 2009 Janeiro de 2009 1 2 IMPACTO INICIAL DA CRISE FINANCEIRA MUNDIAL 2 1 Panorama Econômico Anterior à Crise Financeira Mundial 3 Aceleração do Crescimento Apreciação

Leia mais

Câmbio Conceitos básicos. Prof. Reinaldo Gonçalves IE - UFRJ

Câmbio Conceitos básicos. Prof. Reinaldo Gonçalves IE - UFRJ Câmbio Conceitos básicos Prof. Reinaldo Gonçalves IE - UFRJ 1 Sumário 1. Mercado de câmbio e taxa de câmbio nominal 2. Taxa de câmbio de equilíbrio e desequilíbrio 3. Agentes 4. Regime cambial e política

Leia mais

Brasil: Desenvolvimento às avessas e geopolítica

Brasil: Desenvolvimento às avessas e geopolítica Brasil: Desenvolvimento às avessas e geopolítica Reinaldo Gonçalves Professor titular Instituto de Economia UFRJ Sumário 1. Hipóteses básicas 2. Desenvolvimento às Avessas 3. Geopolítica: diferentes visões

Leia mais

Política Econômica Externa e Industrialização ( ) José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília

Política Econômica Externa e Industrialização ( ) José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Política Econômica Externa e Industrialização (1946-1951) José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Introdução Dois períodos da política econômica do governo Dutra.

Leia mais

A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL. Eugenio Stefanelo

A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL. Eugenio Stefanelo A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL Eugenio Stefanelo ECONOMIA MUNDIAL PIB em % ao ano: Média de 50 anos: 3,5% 2004 a 2007: 5% 2008 e 2009: 3,1%

Leia mais

Economia Brasileira Ciclos do Pós-Guerra

Economia Brasileira Ciclos do Pós-Guerra Economia Brasileira Ciclos do Pós-Guerra Hildo Meirelles de Souza Filho Ciclos do crescimento 1947-1980, taxas de crescimento do PIB 15,0 10,0 5,0-1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968

Leia mais

REGIMES CAMBIAIS LEITURA OBRIGATÓRIA

REGIMES CAMBIAIS LEITURA OBRIGATÓRIA LEITURA OBRIGATÓRIA CAPÍTULO 23 ECONOMIA ABERTA: REGIMES CAMBIAIS, DETERMINAÇÃO DA RENDA E IMPACTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA Pinho, Diva Benevides & Vasconcellos, Marco Antonio S.(Org.), Manual de Economia,

Leia mais

BALANÇO DE PAGAMENTOS

BALANÇO DE PAGAMENTOS BALANÇO DE PAGAMENTOS Dezembro/2013 24 de Janeiro de 2014 Os INFORMATIVOS ECONÔMICOS da Secretaria de Política Econômica (SPE) são elaborados a partir de dados de conhecimento público, cujas fontes primárias

Leia mais

Henrique de Campos Meirelles Outubro de 2008

Henrique de Campos Meirelles Outubro de 2008 Brasil: Resistência Frente à Crise Financeira Global Henrique de Campos Meirelles Outubro de 2008 1 Antecedentes A atual crise financeira tem origem no longo período de taxas de juros baixas nos EUA. O

Leia mais

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulo 2

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulo 2 Teoria Econômica II: Macroeconomia Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulo 2 Registro de transações entre residentes e não-residentes. Contas do Balanço de Pagamentos Transações Correntes:

Leia mais

MCM Consultores Associados

MCM Consultores Associados MCM Consultores Associados Junho - 2008 Economia Mundial Menos crescimento e mais inflação Inflação e Política Monetária em países que adotam regime de metas - I Países Índice Meta Banda CPI Mês Juros

Leia mais

Macroeconomia Aberta. CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre.

Macroeconomia Aberta. CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre. Macroeconomia Aberta CE-571 MACROECONOMIA III Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa Programa 1º semestre http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ PARTE I: Determinantes da taxa de câmbio e do balanço

Leia mais

O SINAL E O RUÍDO Adriana Dupita

O SINAL E O RUÍDO Adriana Dupita O SINAL E O RUÍDO Adriana Dupita Economista Chefe do Santander INCERTEZAS POLÍTICAS HÁ VÁRIOS DESFECHOS POSSÍVEIS PARA A CRISE POLÍTICA APROVAÇÃO DE REFORMAS EXIGE 60% DOS VOTOS DECISÃO INDIVIDUAL CONTINUIDADE,

Leia mais

Avaliação do Acordo de Cooperação Cambial Cabo Verde-Portugal

Avaliação do Acordo de Cooperação Cambial Cabo Verde-Portugal Avaliação do Acordo de Cooperação Cambial Cabo Verde-Portugal Outubro 2008 Manuel M. F. Martins João Loureiro Ana Paula Ribeiro Outline do Estudo 1. O ACC Cabo Verde-Portugal 2. Evolução da Economia de

Leia mais

MACROECONOMIA Prof. Marcelo Leandro Ferreira

MACROECONOMIA Prof. Marcelo Leandro Ferreira MACROECONOMIA Prof. Marcelo Leandro Ferreira Balanço de Pagamentos: a Conta de Transações Correntes, a Conta Capital e Financeira Aula 2 Programa: 2 Macroeconomia. 2.1 Contabilidade Nacional. 2.1.1 Os

Leia mais

BRASIL. Paulo André de Oliveira. Conjuntura Econômica JUROS. Ciclos de expansão da Economia 1. Ciclos de expansão da Economia 2

BRASIL. Paulo André de Oliveira. Conjuntura Econômica JUROS. Ciclos de expansão da Economia 1. Ciclos de expansão da Economia 2 UNESP FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS Paulo André de Oliveira Pós Graduação Energia na Agricultura Economista DÓLAR Conjuntura Econômica JUROS BRASIL CRISE FINANCEIRA SETOR INTERNO E EXTERNO Ciclos de

Leia mais

Ranking Mundial de Juros Reais Mai/13

Ranking Mundial de Juros Reais Mai/13 Ranking Mundial de Juros Reais Mai/13 O Ranking Mundial de Juros Reais é um comparativo entre as taxas praticadas em 40 países do mundo e os classifica conforme as taxas de juros nominais determinadas

Leia mais

Teorias da Hiperinflação

Teorias da Hiperinflação Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Teorias da Hiperinflação Definição Estágios Política de Estabilização Heterodoxa Grau de arbítrio na definição

Leia mais

Perspectivas para a Inflação

Perspectivas para a Inflação Perspectivas para a Inflação Carlos Hamilton Araújo Junho de 2013 Índice I. Introdução II. Ambiente Internacional III. Condições Financeiras IV. Atividade V. Evolução da Inflação VI. Boxes 2 I. Introdução

Leia mais

PROCESSO DE AGREGAÇÃO

PROCESSO DE AGREGAÇÃO SOBRE O RELATÓRIO Competitividade Brasil: comparação com países selecionados Avalia os determinantes da competitividade de um país. Analisa NOVE FATORES que condicionam a capacidade das empresas de concorrer

Leia mais

Macroeconomia para executivos de MKT. Lista de questões de múltipla escolha

Macroeconomia para executivos de MKT. Lista de questões de múltipla escolha Macroeconomia para executivos de MKT Lista de questões de múltipla escolha CAP. 3. Ambiente Externo, Cenário Macroeconômico e Mensuração da Atividade Econômica 5.1) A diferença entre Produto Nacional Bruto

Leia mais

Consolidação dos Trabalhos sobre componentes do Balanço de Pagamentos. Análise Macroeconômica 1º semestre de 2007

Consolidação dos Trabalhos sobre componentes do Balanço de Pagamentos. Análise Macroeconômica 1º semestre de 2007 Consolidação dos Trabalhos sobre componentes do Balanço de Pagamentos Análise Macroeconômica 1º semestre de 2007 Balanço de Pagamentos do Brasil Componentes destacados Balança Comercial; Balança de Serviços;

Leia mais

Formulário de Referência CIA LOCAÇÃO DAS AMÉRICAS Versão : 3

Formulário de Referência CIA LOCAÇÃO DAS AMÉRICAS Versão : 3 4.2. Descrever, quantitativa e qualitativamente, os principais riscos de mercado a que o emissor está exposto, inclusive em relação a riscos cambiais e a taxas de juros. O governo brasileiro exerceu e

Leia mais

Setor externo da economia

Setor externo da economia Setor externo da economia Introdução Nesta aula, você compreenderá como as contas nacionais registram as operações de compra e venda de ativos entre economias e como estas variáveis impactam a estrutura

Leia mais

Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes

Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 20: O Brasil e o Fluxo de Capitais: Dívida Externa, sua Crise e Reinserção nos anos 90. Parte IV Capítulo 20 Gremaud, Vasconcellos e Toneto

Leia mais

Sumário. ) Importações de Bens e de Serviços Não-Fatores (M nf

Sumário. ) Importações de Bens e de Serviços Não-Fatores (M nf Sumário CAPÍTULO 1 BALANÇO DE PAGAMENTOS... 1 1.1 Conceitos Introdutórios... 1 1.1.1 Definição... 1 1.1.2 Meios (formas) Internacionais de Pagamento... 3 1.1.3 Apresentação da Estrutura Antiga do Balanço

Leia mais

Ranking Mundial de Juros Reais Jul/17

Ranking Mundial de Juros Reais Jul/17 Ranking Mundial de Juros Reais Jul/17 Divulgamos hoje o Ranking Mundial de Juros Reais, o qual após 12 anos renova tanto parte dos países participantes, como a metodologia de cálculo e referenciais nas

Leia mais

Conjuntura Macroeconômica Brasileira. Gabriel Coelho Squeff Técnico de Planejamento e Pesquisa Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas

Conjuntura Macroeconômica Brasileira. Gabriel Coelho Squeff Técnico de Planejamento e Pesquisa Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas Conjuntura Macroeconômica Brasileira Gabriel Coelho Squeff Técnico de Planejamento e Pesquisa Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas Nível de Atividade Definições IBGE (CN) Produto Interno Bruto

Leia mais

DESENVOLVIMENTO COM EXCESSO

DESENVOLVIMENTO COM EXCESSO DESENVOLVIMENTO COM EXCESSO DE DIVISAS? CONTA CORRENTE, FINANCIAMENTO EXTERNO E O FUTURO DA ECONOMIA BRASILEIRA André Martins Biancareli Cecon-IE-Unicamp andremb@eco.unicamp.br Seminário Desenvolvimento

Leia mais

Estabilização, Reformas e Desequilíbrios Macroeconômicos: Os anos FHC (Primeira Parte)

Estabilização, Reformas e Desequilíbrios Macroeconômicos: Os anos FHC (Primeira Parte) Estabilização, Reformas e Desequilíbrios Macroeconômicos: Os anos FHC (Primeira Parte) José Luis Oreiro Professor Associado do Departamento de Economia da Universidade de Brasília O Governo FHC Eleições

Leia mais

TÓPICOS DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

TÓPICOS DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS TÓPICOS DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS (EXECÍCIOS DA UNIDADE 2) (PROFª. GLAUCEMIR BARROS) (UNIFOR) Marque a alternativa correta: 1) Caracteriza o escambo: a) ( ) regime de trocas diretas b) ( ) trocas amonetárias

Leia mais

Fundação Getúlio Vargas / EPGE Economia Monetária e Financeira Prof. Marcos Antonio Silveira. 1 Visão Geral

Fundação Getúlio Vargas / EPGE Economia Monetária e Financeira Prof. Marcos Antonio Silveira. 1 Visão Geral Fundação Getúlio Vargas / EPGE Economia Monetária e Financeira Prof. Marcos Antonio Silveira Nota de Aula 14 Canais Alternativos de Transmissão da Política Monetária: Canais de Crédito Bibliografia: Mishkin,

Leia mais

Apresentação no Forum Nacional 2018: Dinâmica da Dívida e a Questão de Dominância Fiscal. Rubens Penha Cysne Maio de 2018

Apresentação no Forum Nacional 2018: Dinâmica da Dívida e a Questão de Dominância Fiscal. Rubens Penha Cysne Maio de 2018 Apresentação no Forum Nacional 2018: Dinâmica da Dívida e a Questão de Dominância Fiscal Rubens Penha Cysne Maio de 2018 Apresentação Baseada nos Trabalhos 1- A Time-Varying Fiscal Reaction Function for

Leia mais

O SETOR EXTERNO Bibliografia: capítulo 6 de Bacha (2004), p. 151 a 158; 165 a 175; 177 e 178. Aula 7

O SETOR EXTERNO Bibliografia: capítulo 6 de Bacha (2004), p. 151 a 158; 165 a 175; 177 e 178. Aula 7 O SETOR EXTERNO Bibliografia: capítulo 6 de Bacha (2004), p. 151 a 158; 165 a 175; 177 e 178 1 Setor externo e modelos econômicos O setor externo é um dos quatro agentes que compõem os modelos macroeconômicos.

Leia mais

I Cenário Mundial. II Contexto Internacional e o Brasil. III Brasil: Situação Externa e Interna. Tendências. IV Paraná em Destaque V Brasil:

I Cenário Mundial. II Contexto Internacional e o Brasil. III Brasil: Situação Externa e Interna. Tendências. IV Paraná em Destaque V Brasil: I Cenário Mundial. II Contexto Internacional e o Brasil. III Brasil: Situação Externa e Interna. Tendências. IV Paraná em Destaque V Brasil: Projeções e Reflexões Fonte: FMI G7: EUA. Alemanha, Japão,

Leia mais