Desafios Atuais do Sistema CEP/Conep

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Transcrição:

Desafios Atuais do Sistema CEP/Conep Paulo Henrique Condeixa de França Membro Titular da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa Ribeirão Preto / SP 16/08/2018

CONEP A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa Conep, está diretamente ligada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), foi criada pela Resolução do CNS 196/96 como uma instância colegiada, de natureza consultiva, educativa e formuladora de diretrizes e estratégias no âmbito do CNS [...]. Além disso, é independente de influências corporativas e institucionais. Uma das suas características é a composição multi e transdisciplinar, contando com representantes da comunidade científica, conselheiros do segmento de trabalhadores e de usuários. O funcionamento/gestão da CONEP é de responsabilidade compartilhada pelo Conselho Nacional de Saúde/CNS/MS e Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos (Resolução CNS 446/11). Missão Elaborar e atualizar as diretrizes e normas para a proteção dos participantes de pesquisa e coordena a rede de Comitês de Ética em Pesquisa das Instituições.

Composição do Pleno da Conep / CNS 7% 7% 13% Indicação de CEP Indicação CNS - Usuários 73% Indicação CNS - Profissionais SaúdeUsuários Indicaçao Ministério da Saúde Fonte: Resolução CNS 446/11

CEP por Estados e Macrorregiões Norte = 61 7,6% RR-4 AP-3 Nordeste = 162 20,1% AM-14 AC-3 RO-10 Centro-Oeste = 61 7,6% MT-12 MS-6 PA-19 TO-8 GO- 22 DF-21 CONEP SP-203 PR-50 MA-6 MG-89 PI-12 BA-47 RJ-68 CE- 37 RN-6 PB-17 ES-16 PE-28 AL-5 SE-4 Sudeste = 376 46,6% Total: 806 CEP Fonte: Plataforma Brasil Junho/2018 RS-59 SC-37 Sul = 146 18,1%

Como são os CEPs quanto a apreciações de protocolos? Mais de 2000 Entre 1500 e 2000 Entre 1001 e 1500 Entre 501 e 1001 Entre 401 e 500 Entre 301 e 400 ± 100 CEPs acima de 300 projetos/a Entre 201 e 300 Entre 101 e 200 Entre 50 e 100 Menos de 50 0 50 100 150 200 250 300 350 Entre 50 e Entre 101 e Entre 201 e Entre 301 e Entre 401 e Entre 501 e Entre 1001 e Entre 1500 e Menos de 50 Mais de 2000 100 200 300 400 500 1001 1500 2000 2017 318 185 155 46 36 15 17 1 2 2016 292 174 138 50 30 19 21 2 1 2015 278 175 120 51 27 14 16 2 1 Fonte: Plataforma Brasil - 2018

Para que serve o Sistema CEP/Conep? Proteger o participante de pesquisa (benefícios maximizados, danos minimizados e direitos assegurados). Assegurar que a pesquisa seja realizada de acordo com princípios éticos.

Ética em Pesquisa Estudo de Tuskegee Coorte: 1932 1972 Conduzido pelo US National Public Health Service (governo) Instituto Tuskegee / Hospital John Andrew (Macon, Alabama) Objetivo: estudar a história natural da sífilis Início do estudo: não havia tratamento eficaz para sífilis

1972 Denúncia do Estudo de Tuskegee (jornal The New York Times) Coleta de sangue de homens negros: 399 com sífilis; 291 sem sífilis Resultados não foram explicados aos sujeitos de pesquisa Privação do tratamento com penicilina (padrão desde 1947) Benefício... auxílio funeral se houvesse permissão para necropsia (!)

Encerramento do estudo em 1972 Dos 399 homens com sífilis... 128 mortes pela sífilis ou complicações 40 esposas/companheiras infectadas 19 crianças nasceram com sífilis congênita Desculpa formal do governo norte-americano em 1997 (Bill Clinton) em cerimônia na Casa Branca (com 8 sobreviventes) Relatório Belmont: Publicado em 1978, utilizou três princípios básicos como referencial para as suas considerações a respeito da adequação ética das pesquisas realizadas em seres humanos: Respeito às pessoas Beneficência Justiça

Respeitar os direitos dos participantes Não ser fútil Respeitar a dignidade e autonomia Eticidade com vistas à proteção dos participantes de pesquisas Ponderar riscos e benefícios Evitar danos previsíveis Ser justa e equitativa Ter relevância social Baseado na Resolução CNS Nº 466/12

Usuários Cadastrados - Plataforma Brasil Junho* 2018 599.289 538.854 447.638 354.461 269.381 185.676 97.506 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018* Fontes: Plataforma Brasil e controle interno da CONEP - 2018

Tempo médio de tramitação (dias) 330 96 51 28 25 SETEMBRO DE 2013 SETEMBRO DE 2014 SETEMBRO DE 2015 SETEMBRO DE 2016 AGOSTO DE 2017 Fonte: Plataforma Brasil

Tempo médio de tramitação Maio de 2016 a Agosto de 2017 31 28 25 24 25 MAIO DE 2016 SETEMBRO DE 2016 JANEIRO DE 2017 MAIO DE 2017 AGOSTO DE 2017 Fonte: Plataforma Brasil

Marco legal - Resoluções do Conselho Nacional de Saúde Res. CNS 466/2012 Pesquisa envolvendo seres humanos Norma Operacional 001/2013 (Res. CNS 466/12) Res. CNS 510/2016 Ciências Humanas e Sociais Res. Complementares Recentes Res. CNS 506/2016 Acreditação de Comitês de Ética em Pesquisa Res. CNS 563/2017 Doenças Ultrarraras Res. CNS 580/2018 Pesquisas de interesse estratégico para o SUS Em Processo de Revisão/Atualização Res. CNS 240/1997 Representantes de Usuários Res. CNS 304/2000 População indígena Res. CNS 370/2007 Registro e credenciamento de CEP Res. CNS 441/2011 Biobancos e Biorrepositórios

ACREDITAÇÃO DE CEP

Resoluções Complementares à Resolução CNS 466/2012 Resolução para regulamentar o Processo de Acreditação dos Comitês de Ética em Pesquisa que compõem o Sistema CEP/Conep (RESOLUÇÃO CNS nº 506, de 03 de fevereiro de 2016) Esta Resolução estabelece os critérios para o processo de acreditação de CEP do Sistema CEP/Conep, em instituições públicas e privadas. A tramitação do protocolo terá como base a gradação e a tipificação dos riscos definidas em norma própria, com critérios estabelecidos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), decorrentes das atividades de pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução sobre as especificidades éticas das pesquisas nas ciências sociais e humanas e de outras que se utilizam de metodologias próprias dessas áreas; Resolução para as pesquisas de interesse estratégico para o SUS.

Processo de Acreditação dos Comitês de Ética em Pesquisa que compõem o Sistema CEP/Conep OBJETIVO: Fim da dupla análise Descentralização da análise dos protocolos Manutenção da homogeneidade dos critérios de análise

Passos para implantação da mudança no Sistema CEP/Conep: 1. Resolução sobre Acreditação de Comitês Realizada; 2. Chamada Pública para os Comitês Em fase final para publicação; 3. Resolução de Tipificação das Tramitações Em elaboração; 4. Alteração no fluxo da Plataforma Brasil Em elaboração. RB

TRAMITAÇÃO DE PROTOCOLOS DE TEMÁTICA ESPECIAL MODELO ATUAL Resolução CNS 506/16 Submissão do protocolo na PB CEP credenciado (proponente) Emissão do Parecer Consubstanciado Submissão do protocolo na PB Cep acreditado Parecer Consubstanciado Aprovação Aprovação Conep Parecer Consubstanciado Aprovação CEP credenciado (participantes) Parecer Consubstanciado CEP credenciado (proponente) Parecer Consubstanciado Aprovação CEP credenciado (participantes) Parecer Consubstanciado Aprovação Aprovação

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS RB

Resoluções Complementares à Resolução CNS 466/2012 Resolução para regulamentar o Processo de Acreditação dos Comitês de Ética em Pesquisa que compõem o Sistema CEP/Conep; Resolução sobre as especificidades éticas das pesquisas nas ciências sociais e humanas e de outras que se utilizam de metodologias próprias dessas áreas (RESOLUÇÃO CNS nº 510, de 07 de abril de 2016); [...] considerando a importância de se construir um marco normativo claro, preciso e plenamente compreensível por todos os envolvidos nas atividades de pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, resolve: Resolução para as pesquisas de interesse estratégico para o SUS.

Resolução CNS 510/2016 Considerando que as Ciências Humanas e Sociais têm especificidades nas suas concepções e práticas de pesquisa, na medida em que nelas prevalece uma acepção pluralista de ciência da qual decorre a adoção de múltiplas perspectivas teórico-metodológicas, bem como lidam com atribuições de significado, práticas e representações, sem intervenção direta no corpo humano, com natureza e grau de risco específico; Considerando que a relação pesquisador-participante se constrói continuamente no processo da pesquisa, podendo ser redefinida a qualquer momento no diálogo entre subjetividades, implicando reflexividade e construção de relações não hierárquicas;

Resolução CNS 510/2016 Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução. A Resolução precisa ganhar vida na prática cotidiana de todos, colaborando para que se estabeleçam relações éticas entre pesquisadores, participantes das investigações e o Sistema CEP/Conep

O que muda com a Resolução CNS 510/16? Art.2. XVI - pesquisa em ciências humanas e sociais: aquelas que se voltam para o conhecimento, compreensão das condições, existência, vivência e saberes das pessoas e dos grupos, em suas relações sociais, institucionais, seus valores culturais, suas ordenações históricas e políticas e suas formas de subjetividade e comunicação, de forma direta ou indireta, incluindo as modalidades de pesquisa que envolvam intervenção. Todas as pesquisas que se incluam nessa definição devem ser revisadas à luz da Res. CNS 510/16. Não está relacionada à formação do pesquisador.

Mérito científico deve ser avaliado pelas instâncias competentes Art. 25. A avaliação a ser feita pelo Sistema CEP/Conep incidirá sobre os aspectos éticos dos projetos, considerando os riscos e a devida proteção dos direitos dos participantes da pesquisa. 1º. A avaliação científica dos aspectos teóricos dos projetos submetidos a essa Resolução compete às instâncias acadêmicas específicas, tais como comissões acadêmicas de pesquisa, bancas de pós-graduação, instituições de fomento à pesquisa, dentre outros. Não cabe ao Sistema CEP/CONEP a análise do desenho metodológico em si. 2º. A avaliação a ser realizada pelo Sistema CEP/CONEP incidirá somente sobre os procedimentos metodológicos que impliquem em riscos aos participantes.

Pesquisas que não necessitam da apreciação do Sistema CEP/Conep Parágrafo único. Não serão registradas nem avaliadas pelo sistema CEP/CONEP: I pesquisa de opinião pública com participantes não identificados; II pesquisa que utilize informações de acesso público, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011; III pesquisa que utilize informações de domínio público; IV pesquisa censitária; V pesquisa com bancos de dados, cujas informações são agregadas, sem possibilidade de identificação individual; e VI pesquisa realizada exclusivamente com textos científicos para revisão da literatura científica; VII pesquisa que objetiva o aprofundamento teórico de situações que emergem espontânea e contingencialmente na prática profissional, desde que não revelem dados que possam identificar o sujeito; e VIII atividade realizada com o intuito exclusivamente de educação, ensino ou treinamento sem finalidade de pesquisa científica, de alunos de graduação, de curso técnico, ou de profissionais em especialização.

INTERESSE ESTRATÉGICO PARA O SUS RB

Resoluções Complementares à Resolução CNS 466/2012 Resolução para regulamentar o Processo de Acreditação dos Comitês de Ética em Pesquisa que compõem o Sistema CEP/Conep; Resolução sobre as especificidades éticas das pesquisas nas ciências sociais e humanas e de outras que se utilizam de metodologias próprias dessas áreas; Resolução para as pesquisas de interesse estratégico para o SUS (RESOLUÇÃO CNS nº 580, de 22 de março de 2018). Regulamentar o disposto no item XIII.4 da Resolução CNS nº 466, de 12 de dezembro de 2012, que estabelece que as especificidades éticas das pesquisas de interesse estratégico para o Sistema Único de Saúde (SUS) serão contempladas em Resolução específica, e dá outras providências:

Resolução CNS 580/2018 Art. 11. As pesquisas consideradas de interesse estratégico para o SUS pelo Ministério da Saúde serão encaminhadas para apreciação inicial na CONEP (como CEP do Ministério da Saúde) e poderão ter tramitação em caráter especial e de urgência. 1º O Ministério da Saúde definirá quais os protocolos de pesquisa que deverão ser priorizados, mediante justificativa consubstanciada, para tramitação de urgência na CONEP. 2º Tramitarão em caráter de urgência os protocolos de pesquisa que respondam a emergências em saúde pública e/ou subsidiar a implementação de políticas, ações, programas e serviços de saúde, de modo a responder tempestivamente a questões de interesse público na área da saúde.

PL 7082/2017

PL 7082/2017 ORIGINADO NO SENADO COM O PLS Nº 200/2015 PROJETO DE LEI Nº 7082/2017 CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) 18/Abril/2018 aprovado Parecer do Relator com emendas Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) 16/Maio/2018 aprovado requerimento para Audiência Pública Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)

PROJETO DE LEI Nº 7082/2017 CÂMARA DOS DEPUTADOS PROPOSTA DE EMENDAS 1. INSTÂNCIA NACIONAL DE ANÁLISE ÉTICA Qual o problema original? O Art. 2 (inciso XXV) do PLS-200/2015 afirma que a instância nacional para análise ética em pesquisa será integrante do Ministério da Saúde, sob coordenação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), ao invés da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Se o PLS-200/2015 fosse aprovado, não haveria mais a participação de representantes dos usuários e participação popular nos moldes atuais, o que não é desejável em uma sociedade em que o controle social é amplamente reconhecido e valorizado. Além do mais, nas condições propostas, não seria possível a manutenção do sistema de voluntariado que há atualmente na Conep, o que, aumentaria, de certo, as despesas relacionadas com o funcionamento do novo sistema. Assim, é necessário que a instância nacional de ética em pesquisa continue sendo a Conep, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde.

Versão atual: [...] A instância nacional de ética em pesquisa clínica a que se refere o inciso XXV será desempenhada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Ministério da Saúde Proposta de emenda: 1)Dê-se nova redação: instância nacional de ética de pesquisa clínica: colegiado interdisciplinar e independente, vinculado ao Conselho Nacional de Saúde, de caráter normativo, consultivo, deliberativo e educativo, competente para proceder à regulação, fiscalização e controle ético da pesquisa clínica, com vistas a proteger a integridade e a dignidade dos participantes da pesquisa, além de contribuir para o desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. 2)Insira-se inciso no Art. 2º, definindo a Conep: Comissão nacional de ética em pesquisa (Conep): instância colegiada, de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educativa, independente, organizada e constituída na forma do regulamento, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde;.

2. TEMPO DE FORNECIMENTO DO MEDICAMENTO AOS PARTICIPANTES APÓS O ESTUDO Qual o problema? De acordo com as normas atuais do Conselho Nacional de Saúde, os participantes de pesquisa que se beneficiaram de um novo medicamento em um estudo devem ter assegurado, pelo patrocinador, o fornecimento desse medicamento, de forma gratuita, pelo tempo que for necessário. Entretanto, o Art. 30 do PLS-200/2015 (inciso IV) permitirá que o patrocinador cancele o fornecimento do medicamento ao participante da pesquisa quando ele estiver disponível no sistema público de saúde. Essa proposta não se justifica, especialmente num momento em que as verbas para a área da saúde são escassas. Proposta de emenda: Remova-se o inciso VI do Art. 30, que diz: VI quando o medicamento estiver sendo fornecido gratuitamente pelo sistema público de saúde;

3. GARANTIA DE ACESSO AO MEDICAMENTO APÓS O ESTUDO PELOS PARTICIPANTES Qual o problema original? Se um estudo demonstrar que o medicamento experimental mostrou benefício àqueles que fizeram uso dele, esse benefício deve ser estendido não apenas ao grupo experimental, mas também ao grupo controle. Contudo, o Art. 30 do PLS-200/2015 não deixava claro em sua redação que o acesso pós-estudo estaria garantido a TODOS os participantes do estudo, incluindo os do grupo controle. Havia necessidade de melhor redação do parágrafo, haja vista se tratar de um dos direitos fundamentais mais importantes dos participantes de pesquisa. Além do mais, o texto proposto pela nova versão do substitutivo do PL-200 remove a possibilidade do médico assistente (ou médico particular) prescrever, em caso de benefício, o medicamento experimental após a participação no estudo, deixando esta tarefa exclusivamente para o médico do estudo. Para evitar conflitos de interesse, é sempre prudente assegurar a possibilidade do médico assistente poder prescrever o medicamento após a participação no estudo, caso haja benefício ao participante. Além disso, não haveria sentido criar médicos de classes diferentes. O direito e a responsabilidade da prescrição de medicamento são inerentes à condição profissional.

Proposta de emenda: Dê-se nova redação: Ao término da pesquisa, o patrocinador garantirá aos participantes, tanto do grupo experimental quanto do grupo controle, o fornecimento gratuito, e por tempo indeterminado, de medicamento experimental que tenha apresentado maior eficácia terapêutica e relação risco/benefício mais favorável que o tratamento de comparação, sempre que o medicamento experimental for considerado pelo médico assistente ou pelo médico do estudo como a melhor terapêutica para a condição clínica do participante da pesquisa, podendo esse fornecimento ser interrompido apenas nas seguintes situações: Versão atual: Ao término da pesquisa, o patrocinador garantirá aos participantes, tanto do grupo experimental quanto do grupo controle, o fornecimento gratuito, e por tempo indeterminado, de medicamento experimental que tenha apresentado maior eficácia terapêutica e relação risco-benefício mais favorável que a do tratamento de comparação, sempre que o medicamento experimental for considerado pelo médico do estudo como a melhor terapêutica para a condição clínica do participante da pesquisa, podendo esse fornecimento ser interrompido apenas nas seguintes situações

4. GARANTIA DE REALIZAÇÃO DE MELHOR TRATAMENTO NO GRUPO COMPARADOR Qual o problema original? De acordo com o Art. 29 do PLS-200/2015, no parágrafo único Em caso de uso de placebo combinado a outro método de profilaxia, diagnóstico ou tratamento, o participante da pesquisa não pode ser privado de receber o tratamento ou procedimento que seria habitualmente realizado na prática clínica. Embora se reconheça melhoria significativa da redação do artigo em relação à primeira versão do PLS, há necessidade de aprimoramento na escrita, visto que o tratamento habitualmente realizado na prática de um hospital com recursos limitados pode não ser o ideal ou o melhor. Com isso, a Lei permitiria a realização de tratamento não ideal aos participantes do grupo controle de uma pesquisa. Versão atual: Emenda: Que a normatização acerca do uso do placebo contemple nova redação à Emenda no 5, proposta na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados (Art. 22-A, parágrafo único): Em caso de uso de placebo combinado com outro método de profilaxia, diagnóstico e tratamento, o participante da pesquisa não pode ser privado de receber o melhor tratamento ou procedimento que seria realizado na prática clínica.

5. REPRESENTANTES DOS USUÁRIOS NOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA Qual o problema original? O Art. 9 (inciso I, item c) do PLS-200/2015 fragilizava a representação dos usuários, porque limitará a participação aos usuários da instituição na qual será realizada a pesquisa. A representação de usuários é organizada, de forma espontânea, em associações por doenças ou grupo de doenças e não por instituição. Grande parte das atuais representações de usuários nos CEP é composta por membros dessas associações. Deve-se assegurar a participação dos representantes dos usuários a semelhança do que Conselho Nacional de Saúde preconiza na Resolução CNS n 240 de 1997 e na Norma Operacional CNS n 001 de 2013. Proposta de emenda: Dê-se nova redação: representante dos usuários, preferencialmente definidos pelos Conselhos de Saúde, capazes de expressar pontos de vista e interesses de indivíduos e/ou grupos de participantes de pesquisa de determinada instituição e que sejam representativos de interesses coletivos e públicos diversos. Versão atual: [...] pelo menos um representante dos usuários da instituição na qual será realizada a pesquisa

6. MATERIAL BIOLÓGICO HUMANO EM PESQUISA CLÍNICA Os artigos 32 a 37 trazem normas específicas para o uso de material biológico humano em pesquisas. O Substitutivo ao PL200 detém o mérito de introduzir, no Art. 2º, as definições correspondentes a Biobanco e Biorrepositório, em consonância com o disposto nas normas específicas para o uso de material biológico humano em pesquisas (Resolução CNS nº 441/2011 e Portaria do Ministério da Saúde nº 2.201/2011), amplamente reconhecidas, nacional e internacionalmente. Essas normas estabelecem regras claras para a coleta, armazenamento e uso de material biológico humano em pesquisas. Também define as normas para a constituição de Biobancos e Biorrepositórios localizados no Brasil, bem como aqueles constituídos e mantidos no exterior com amostras e dados pessoais de brasileiros. No entanto, a nova redação dada ao Capítulo VII merece ajustes em razão dos seguintes pontos explicitados a seguir: 6.1 Caput do Artigo 33: Art. 33. Os materiais biológicos humanos serão armazenados, de acordo com o regulamento, em biorrepositórios da instituição executora da pesquisa, sob a responsabilidade institucional e sob o gerenciamento do pesquisador principal, enquanto a pesquisa estiver em execução. Qual o problema? O Substitutivo não esclarece a possibilidade também de armazenamento de materiais biológicos humanos para fins de pesquisa em Biobancos. Também não está prevista a possibilidade de se coletar e armazenar materiais biológicos de forma prospectiva e dissociada de pesquisas em particular.

Proposta de emenda: Dê-se nova redação ao Art. 33 e inclusão de parágrafo neste artigo: Os materiais biológicos humanos serão armazenados, de acordo com o regulamento, em biorrepositórios ou em biobancos das instituições envolvidas. (...) 4º. O regulamento deve garantir a continuidade da aprovação e do funcionamento dos Biobancos já constituídos e registrados segundo as normatizações anteriores. 6.2 Artigo 32: O material biológico e os dados obtidos na pesquisa clínica serão utilizados exclusivamente para a finalidade prevista no respectivo protocolo, exceto quando, no termo de consentimento livre e esclarecido, for concedida autorização expressa para que eles possam ser utilizados em pesquisas futuras, para fins exclusivamente científicos, e desde que observadas as disposições desta Lei e do regulamento.

Qual o problema? Biorrepositórios são coleções de amostras biológicas e dos dados associados, sendo constituídos especificamente para um projeto de pesquisa. Ou seja, ainda que o excedente das amostras possa ser mantido no Biorrepositório com intenção de uso em pesquisas futuras, originalmente o participante deve ser convidado a conceder suas amostras/dados para uma pesquisa específica. Então, quando houver outra pesquisa no futuro e que tenha intenção de usar o material e os dados armazenados, é necessário que o participante seja novamente consultado e autorize expressamente o novo uso, prevalecendo a expressão de sua vontade. Em suma, o participante de pesquisa deve ser consultado quanto a autorizar o uso do material e dos seus dados armazenados em um Biorrepositório, por meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido específico referente ao novo projeto de pesquisa. Portanto, não se considera pertinente a concessão de autorização antecipada para utilização em pesquisas futuras de amostras biológicas e dados mantidos em Biorrepositórios, conforme se lê no Artigo 32 da atual versão do PL. Proposta de emenda: Dê-se nova redação ao Art. 32: O material biológico e os dados obtidos na pesquisa clínica serão utilizados exclusivamente para a finalidade prevista no respectivo protocolo e em conformidade com o respectivo termo de consentimento livre e esclarecido, e desde que observadas as disposições desta Lei e do regulamento.

6.3 Artigo 34: Art. 34. Os dados coletados serão armazenados pela instituição executora da pesquisa, sob a responsabilidade do investigador principal, pelo prazo mínimo de cinco anos após o término ou descontinuidade do estudo. 1º O armazenamento de dados em centro de estudo localizado fora do País é da responsabilidade do patrocinador. 2º A alteração do prazo de armazenamento dos dados estabelecido no caput pode ser autorizada pelo CEP, mediante solicitação do investigador principal. Qual o problema? Em relação ao 1º, é preciso considerar que, em certas situações, não há um patrocinador no exterior claramente estabelecido (por exemplo, nas situações de colaborações acadêmico científicas viabilizadas por meio de verbas de órgãos de fomento brasileiros). Proposta de emenda: Dê-se nova redação ao Art. 34, 1. 1º O armazenamento de dados em centro de estudo localizado fora do País é da responsabilidade do investigador e do patrocinador, quando houver.

6.4 Necessidade de apontar que há normas específicas no país para o armazenamento e o uso de material biológico em pesquisa: Qual o problema? A Lei precisa ser explícita o suficiente, apontando a existência de normas específicas no Brasil acerca do armazenamento e uso de material biológico em pesquisa. Proposta de emenda: Inclua-se novo parágrafo, após o Art. 37, que afirme: Além das exigências contidas nesta Lei, faz-se necessária observância às demais normativas brasileiras sobre armazenamento e utilização de material biológico humano em pesquisas.

7. ANÁLISE ÉTICA DE ESTUDOS MULTICÊNTRICOS Qual o problema? O PLS-200/2015 (no Art. 14, 7 ) afirma que um único CEP, preferencialmente aquele vinculado ao centro coordenador da pesquisa fará a análise ética dos protocolos de pesquisa. Essa afirmação é imprecisa, porque, em tese, a lei permitirá que o protocolo seja avaliado por qualquer CEP no território nacional, e não pelo comitê da instituição proponente. Além do mais, o citado artigo remove a autonomia dos demais CEP das instituições em relação a aprovar, ou não, o protocolo de pesquisa. Proposta de emenda: Dê-se nova redação ao Art. 14, 7º: A análise ética da pesquisa clínica que envolva mais de um centro de estudo no País será realizada inicialmente e, de forma preferencial, pelo CEP vinculado ao centro coordenador da pesquisa, que emitirá o parecer e notificará os CEPs dos demais centros participantes da sua decisão, os quais têm a prerrogativa de aprovar, ou não, o protocolo em suas instituições.

8. DEFINIÇÃO DE RESSARCIMENTO Qual o problema? O termo ressarcimento aparece no Art. 12 (inciso VII) sem uma explicação clara a que se refere. Por se tratar de um dos direitos fundamentais dos participantes de pesquisa, faz-se necessário definir com clareza e precisão o que representa o ressarcimento, a exemplo do que ocorreu com a definição de provimento material prévio, a qual foi introduzida no Art. 2º do Substitutivo. Embora o termo ressarcimento seja usado corriqueiramente, por se tratar de um dos direitos fundamentais dos participantes de pesquisa, faz-se necessário definir com clareza o que ele representa exatamente. Proposta de emenda: Insira-se novo inciso no Art. 2º: Ressarcimento: compensação material, exclusivamente de despesas do participante e seus acompanhantes, quando necessário, tais como transporte, alimentação, hospedagem e a tudo o que for necessário para a participação no estudo.

Projeto de Lei nº 7082/2017: Um desserviço à sociedade brasileira O Sistema CEP/CONEP tem por objetivo proteger os participantes das pesquisas em seus direitos e assegurar que as pesquisas sejam realizadas de acordo com princípios éticos no Brasil. Esse sistema está sendo ameaçado pelo Projeto de Lei 7082/2017 (antigo PLS 200/2015). Esse PL, além de extinguir o atual sistema de análise ética, coloca em risco os direitos dos participantes da pesquisa, conquistados nas últimas duas décadas, ao longo da história do Sistema CEP/Conep e do Conselho Nacional de Saúde. Também retira dos brasileiros o controle social das pesquisas realizadas no país. Trata-se de um retrocesso sem precedentes que, em última análise, prejudica a sociedade brasileira.

https://drive.google.com/file/d/1rone7rbqk2z24jn-qszo3tvwroqte0yx/view

Alguns desafios para o Sistema CEP/Conep Aprimorar a análise ética dos protocolos de pesquisa com vistas à proteção e à segurança dos participantes de pesquisa; Reduzir pendências processuais e de cunho ético nos CEP s; Aprimorar a interação entre o CEP e a Instituição Mantenedora, tendo em vista o reconhecimento do trabalho de relevância pública; Aumentar a interação entre o CEP e os Pesquisadores; Fortalecer o Sistema CEP/Conep identidade visual, operacional e harmonização de processos; Fortalecer a participação social no Sistema CEP/Conep; Implantar novo sistema eletrônico de revisão ética.

Horizontes para o sistema CEP/Conep 1. Implementação da Plataforma Brasil 4.0; 2. Qualificação permanente do sistema; 3. Trabalho em rede articulado e integrado; 4. Redução de assimetrias; 5. Aumenta da interação - CEP/Pesquisador; 6. Monitoramento - Proteção do participante de pesquisa (garantia de acompanhamento e segurança); 7. Agilidade no processo de análise; 8. Reconhecimento internacional, etc.

Comissão Nacional de Ética em Pesquisa/Conep/CNS/MS Obrigado! conep@saude.gov.br