Crenças linguísticas e políticas linguísticas: reflexões com professores em formação

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110. ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA Crenças linguísticas e políticas linguísticas: reflexões com professores em formação Lucimar Araujo Braga 1 Leticia Fraga 2 RESUMO Este trabalho apresenta algumas reflexões desenvolvidas no curso de extensão Introdução aos Estudos sobre Crenças Linguísticas, sob a coordenação da professora Letícia Fraga. O objetivo da proposta esteve centrado em discussões sobre o conceito de crenças e suas implicações para o ensino e a aprendizagem de línguas, em curso de formação de professores considerando que tratar de crenças relacionadas ao ensino e aprendizagem de línguas remete à política linguística. O período de desenvolvimento do trabalho foi de 24/08 a 16/11/2011. O procedimento metodológico adotado para o curso foram aulas expositivas, além de discussões sobre a bibliografia sugerida e seminários realizados no transcorrer do período. Pautados em Barcelos (2006; 2010; 2011); Silva (2005, 2007, 2010); Vieira-Abrahão (2004; 2006); Susan (2007); Sadalla, (1998); Le Bon (2002); Madeira (2005); Rokeach (1981); Rajagopalan (2003), Oliveira (2005), Correa (2011) propõe-se que as discussões arroladas no curso apresentaram relevância a partir do momento que proporcionaram aos participantes reverem seus posicionamentos frente a algumas crenças relacionadas com/oriundas da(s) política(s) linguística(s), praticadas em sala de aula e para além desta. Assim, compreende-se que o tema proposto corroborou para que a proponente do curso propusesse um projeto de extensão a ser desenvolvido nos próximos dois anos (2012-1014: O papel dos estudos sobre Crenças na formação de professores). Os participantes darão continuidade às reflexões com propostas de trabalho que visem ultrapassar as discussões sobre crenças como tema abstrato e percebam a importância da conscientização do tema dentro das políticas linguísticas, na formação de professores de línguas. língua PALAVRAS CHAVE crenças linguísticas; política linguística; formação de professores de 1 Mestranda, autora, participante, apresentadora labraga2007@gmail.com 2 Doutora, coordenadora do curso, coautora e orientadora leticiafraga@gmail.com

210. Introdução A intenção da proposta inicial de curso de extensão se pautou em compreender o tema das crenças linguísticas (Barcelos, 2006; 2010; 2011); (Silva, 2007; 2010); (Vieira-Abrahão, 2004; 2006); (Susan, 2007); (Sadalla, 1998); (Le Bon, 2002); (Madeira, 2005), oriundas das experiências individuais e coletivas. O ponto de partida para esse estudo surgiu ao se perceber que o tema não se insere no currículo de Licenciatura em Letras, uma vez que, a investigação sobre crenças linguísticas pode desvelar visões sobre julgamentos de crenças linguísticas de professores e alunos como certas ou erradas (Barcelos, 2010). A mesma autora propõe que as crenças linguísticas podem ter origem nas mais variadas naturezas e que algumas delas podem ser dinâmicas, emergentes, experienciais, mediadas, paradoxais e contraditórias. Podem estar relacionadas à ação de uma maneira indireta e complexa, além de consistir em difíceis de serem separadas do conhecimento (Barcelos, 2010). Considerar que é possível debater as políticas linguísticas vigentes no país pelo ensinoaprendizagem de línguas possibilita levar para a sala de aula de formação de professores (Rajagopalan, 2003, Oliveira, 2003, Correa 2011) a temática das crenças como forma de rever preconceitos linguísticos referentes à linguagem. Objetivos - Refletir sobre o conceito de crenças e suas implicações para o ensino e a aprendizagem de línguas, no curso de formação de professores (Letras) considerando que tratar de crenças relacionadas ao ensino e aprendizagem de línguas remete à política linguística vigentes no país. - Discutir o conceito de crenças e suas implicações para o ensino e a aprendizagem de línguas. - Compreender as tendências atuais na pesquisa de crenças, da metodologia de pesquisa para. - Perceber a relevância da pesquisa sobre crenças no panorama atual das pesquisas em Linguística Aplicada. Metodologia A proposta metodológica deste trabalho é de cunho etnográfico, de base qualitativa e compreende que a busca pelo entendimento de um estudo sobre crenças linguísticas (Barcelos, 2010) dentro das políticas linguísticas (Rajagopalan, 2003, Oliveira, 2005, Correa 2011) conduz à compreensão de investigação de fatos, fenômenos e contextos mais amplos de uso da linguagem. Ao perceber que essa definição se deve ao fato de que as crenças estão em um nível de percepção individual, em que cada sujeito fará uso de suas crenças de acordo com as suas necessidades e interesses (Rokeach, 1981) os participantes do curso (professores em formação) conseguem vislumbrar possibilidades de refletir sobre o tema crenças linguísticas, dentro das políticas linguísticas de forma a considerarem pertinentes discussões de variedades de linguagem existentes, no âmbito da formação de professores de línguas. Resultados O objetivo da proposta pautou-se em reflexões sobre o conceito de crenças e suas implicações para o ensino e a aprendizagem de línguas, no curso de formação de professores (Letras) considerando que tratar de crenças relacionadas ao ensino e aprendizagem de línguas remete às políticas linguísticas vigentes no país. A discussão sobre o conceito de crenças e suas implicações para o ensino e a aprendizagem de línguas corroboraram para a compreensão das tendências atuais na pesquisa de crenças, da metodologia de pesquisa para a investigação das crenças e dos principais instrumentos de coleta de dados utilizados. Além disso, pode-se perceber a importância da pesquisa sobre crenças no panorama atual das pesquisas em Linguística Aplicada e desta contrapartida optou-se em propor possíveis encaminhamentos e sugestões para futuras pesquisas na área.

310. Conclusões Dente as contribuições advindas desse curso de extensão pode-se citar a relevância de refletir sobre um tema, relativamente pouco tratado em um curso de licenciatura, como é o caso de crenças linguísticas e políticas linguísticas. Assim, considera-se que esse trabalho serve como início para as reflexões acerca do tema considerando esta uma trajetória imprescindível a ser tratada com professores em formação e formação continuada de professores. Nesse sentido, consideram-se como algumas considerações finais deste trabalho que os envolvidos no curso de extensão Introduções aos Estudos sobre Crenças Linguísticas puderam perceber que se pode discutir políticas linguísticas pelo viés das crenças e vice-versa. Além disso, poder vislumbrar que as crenças linguísticas têm relação com um tema político que precisa ser levado para a sala de aula, não apenas como um estudo de línguas e sim como referência capaz de levar os professores em formação a se perceberem como... construtores de novos significados advindos de uma abrangente compreensão do mundo e do homem... (Basso, 2010, p. 75) surge como motivação para seguir pesquisando sobre os temas. Referências AGUILERA, Vanderci de Andrade. Crenças e atitudes linguísticas: o que dizem os falantes das capitais brasileiras. Estudos Linguísticos, São Paulo, n. 37, v. 2, p. 105-112, maio-ago. 2008. ALVAREZ, Maria Luisa Ortiz. Crenças, motivações e expectativas de alunos de um curso de formação Letras/Espanhol. In: ALVAREZ, Maria Luisa Ortiz; SILVA, Kleber Aparecido da (Org.) Linguística Aplicada: múltiplos olhares. Brasília/DF: UnB; Campinas, SP: Pontes Editores, 2007, p. 191-231. ARAGÃO, Rodrigo. Crenças, cognição e emoção no ensino e na aprendizagem de línguas. In: SILVA, Kleber Aparecido da. (Org.) Crenças, Discursos & Linguagem. 1 ed. Campinas: Pontes Editores, 2010, v. 1, p. 167-193. BARATA, Maria Clara Carelli Magalhães. Crenças sobre avaliação em língua inglesa: um estudo de caso a partir das metáforas no discurso de professores em Formação. 2006. 237f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada). Belo Horizonte, Faculdade de Letras da UFMG, 2006. BARCELOS, Ana Maria Ferreira. Cognição de professores e alunos: tendências recentes na pesquisa de crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas. In: BARCELOS, Ana Maria Ferreira; ABRAHÃO, Maria Helena Vieira (Org.) Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores. 1a ed. Campinas: Pontes, 2006, p. 15-41. BARCELOS, Ana Maria Ferreira. Lugares (im)possíveis de se aprender inglês no Brasil: crenças sobre aprendizagem de inglês em uma narrativa. In: LIMA, Diógenes Cândido de. (Org.) Inglês em escolas públicas não funciona? Uma questão, múltiplos olhares. São Paulo: Parábola, 2011, p. 147-158. BARCELOS, Ana Maria Ferreira. Crenças sobre aprendizagem de línguas, Linguística Aplicada e ensino de línguas. Linguagem & Ensino, v. 7, n. 1, 2004, p. 123-156. BARCELOS, Ana Maria Ferreira. Crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas: reflexões de uma década de pesquisa no Brasil. In: ALVAREZ, Maria Luisa Ortiz; SILVA, Kleber Aparecido da (Org.) Linguística Aplicada: múltiplos olhares. Brasília/DF: UnB; Campinas, SP: Pontes Editores, 2007, p. 27-69. BARCELOS, Ana Maria Ferreira. Metodologia de Pesquisa das Crenças sobre Aprendizagem de Línguas: Estado da Arte. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 1, n. 1, p. 71-92, 2001.

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