DOS PARECERES DAS ENTIDADES COM RESPONSABILIDADES AMBIENTAIS: APA; ARH CENTRO I.P; ARH NORTE I.P; ARH TEJO I.P; DPP Coimbra, 28 de Setembro de 2010
NOTA EXPLICATIVA No contexto do processo de avaliação ambiental e, nos termos do n.º3 do art. 7º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho, parecer sobre o Relatório Ambiental do PROT-Centro previsto no n.º 3 do art. 54º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro com a redacção que lhe é dada pelo Decreto-Lei nº46/2009, de 20 de Fevereiro foram ainda consultadas as entidades com responsabilidades ambientais específicas que não integraram a Comissão Mista de Coordenação cuja composição foi determinada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 31/2006, de 23 de Março. Responderam as seguintes entidades: Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ARH Centro I.P, ARH Norte I.P, ARH Tejo I.P e Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais (DPP). O presente documento resulta da ponderação efectuada das questões e/ou recomendações das referidas entidades. A versão final do Relatório Ambiental que vai ser colocada a Discussão Pública, incorpora assim, as alterações decorrentes da ponderação das questões levantadas nos pareceres, sem prejuízo de eventuais lacunas/omissões que poderão ser colmatadas no âmbito da ponderação dos resultados da Discussão Pública. 2
APA Agência Portuguesa do Ambiente 1. A APA refere que não são mencionadas as acções para alcançar o objectivo preconizado de melhoria da qualidade do ar nas zonas urbanas. R: As medidas de melhoria da qualidade do ar resultam da proposta de PROT-C, em especial, do modelo estratégico de intervenção no sistema de protecção e valorização ambiental. No capítulo 7 do Relatório Ambiental, referente à Avaliação Estratégica de Impactes, considerou-se como positivas estas medidas, nomeadamente a reestruturação da indústria tradicional na Região e a intervenção nos centros urbanos de Aveiro, Ílhavo e Coimbra e nas zonas industriais de Estarreja, Figueira da Foz e Marinha Grande, no sentido de diminuir as emissões das grandes fontes industriais e dos transportes. 2. A APA sugere uma reformulação parcial do ponto 6.8.3 do RA, propondo a seguinte redacção para o primeiro parágrafo do tema Gestão de Resíduos: Na Região Centro a gestão dos resíduos sólidos urbanos é feita por sistemas multimunicipais e intermunicipais encontrando-se constituídos: Ersuc, Valorlis, Valnor (com os municípios constituintes distribuídos pelas Regiões Centro e Alentejo), Raia Pinhal, Resiestrela e Ecobeirão. Os resíduos urbanos gerados no conjunto das áreas de influência destes sistemas são encaminhados predominantemente para aterro sanitário. No entanto, a valorização dos resíduos tem registado um progresso assinalável baseada, fundamentalmente, na reciclagem a partir da recolha selectiva e da triagem multimateriais, com um total de 5500 ecopontos, 50 ecocentros e 5 estações de triagem instalados, sendo igualmente de referir o tratamento biológico com 4 instalações de Tratamento Mecânico e Biológico em fase final de construção a adicionar à unidade de compostagem em exploração no Sistema da Resiestrela. R: A alteração sugerida foi aceite, tendo-se no entanto mantido a referência à percentagem de RSU resultantes de recolha selectiva do estudo de Borrego et al (2008). 3. A APA sugere a referência ao tema gestão de fluxos específicos de resíduos no âmbito da gestão de resíduos na Região Centro. R: Foi efectuada a alteração sugerida. 4. O factor de avaliação riscos naturais e tecnológicos deverá integrar explicitamente as disposições relativas à Prevenção de Acidentes Graves envolvendo substâncias perigosas, quer nos seus objectivos e metas, quer nos indicadores chave de monitorização. R: Foi efectuada a alteração sugerida. 5. Seria muito relevante estabelecer condicionantes para implantação de novos estabelecimentos abrangidos pelo regime de prevenção de acidentes graves e ao desenvolvimento de outros usos próximos dos referidos estabelecimentos. R: Foi incluída uma recomendação explícita neste sentido na avaliação estratégica de impactes dos sistemas produtivos. 3
ARH do Centro IP 6. Detecta-se a falta de menção ao Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água no Quadro de Referência Estratégico. R: Foi incluído a referência sugerida. 7. Na análise da dinâmica territorial é salientada a importância do PROT-C para a sustentabilidade do território e nomeadamente da Orla Costeira, faltando a abordagem desta temática ao nível dos recursos hídricos do interior R: A análise dos recursos hídricos interiores é essencialmente tratada no âmbito do Factor Recurso Naturais. Não obstante, foi ponderada a alteração sugerida, tendo sido salientado no âmbito do factor Dinâmica Territorial que o padrão desordenado de ocupação do solo interfere, directa indirectamente, com a sustentabilidade dos recursos hídricos da região, com efeitos nas diferentes funções dos ecossistemas dulçaquícolas. 8. Na análise dos Recursos Naturais... é feita uma descrição sintética e correcta dos recursos hídricos nas suas vertentes de qualidade e quantidade, poderia ter sido referida a construção do Aproveitamento Hidroeléctrico do Ribeiradio..., bem como a previsível introdução no território nacional da nova metodologia designada de Bombagem Pura. R: Foi incluída referência aos aspectos mencionados. 9. Na análise da Qualidade do Ambiente são salientados dois aspectos fundamentais para garantir a qualidade da água: o cumprimento da DQA e o cumprimento dos objectivos de abastecimento e saneamento. Refere ainda que a descrição da situação actual identifica correctamente as principais fontes de poluição do meio hídrico e que a avaliação das tendências de evolução sem PROT destacam bem a importância dos instrumentos de ordenamento do território na protecção do recurso água. R: É uma constatação. Sem comentários. 10. Na análise dos Riscos Naturais e Tecnológicos e no chamado espaço litoral parecem pouco aprofundadas as questões relativas aos riscos de erosão costeira. Não foram abordadas as questões relativas aos riscos de erosão hídrica e caudal sólido e flutuante da rede hidrográfica (riscos naturais) e rotura de barragens (riscos tecnológicos). R: A descrição da situação actual para este factor foi organizada segundo os espaços de risco definidos no PROT-C, estando os aspectos mencionados referidos, em termos genéricos, nos espaços correspondentes (em particular no espaço litoral). 11. No quadro 9 do RA devem ser adicionadas a ARH do Centro I.P., ARH do Norte I.P. e ARH do Tejo I.P como entidades associadas ao fornecimento de dados para o factor Recursos Naturais e a ARH do Norte I.P. e ARH do Tejo I.P para o factor Qualidade do Ambiente. R: Foram efectuadas as alterações sugeridas. 4
ARH do Norte IP 12. Entende ser de incluir o Planos de Ordenamento das Albufeiras e os Planos de Gestão das Regiões Hidrográficas, nomeadamente o Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Douro. R: O PGRH Douro ainda está em fase de elaboração, por isso não foi incluído no QRE. Incluíram-se os PO das Albufeiras da Região Centro. 13. A ARH do Norte I.P. argumenta que no Relatório Ambiental é referido que na Beira Interior, o padrão de dispersão de aglomerados coincide com o retalhamento do solo de uso agrícola de sequeiro e regadio, assim tratando-se de um importante foco de perturbação da qualidade dos recursos hídricos, as descargas dos efluentes provenientes da actividade pecuária são altamente concentradas pelo que é prioritária a garantia de um tratamento eficaz. R: É uma constatação. Sem comentários. 14. A ARH do Norte I.P. destaca a necessidade de dar prioridade à cobertura dos concelhos com redes públicas de saneamento e abastecimento e ainda com a implementação de estações de tratamento, sendo premente atentar-se à localização dos aglomerados populacionais bem como das indústrias que se pretendem instalar na Região, para os locais com redes já existentes. R: O Relatório Ambiental já considera prioritários os aspectos focados, nomeadamente na necessidade de cumprir os objectivos e metas do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais e na avaliação positiva de medidas do PROT-C neste domínio, tais como: dar prioridade à construção de infra-estruturas ligadas ao saneamento e ao tratamento de águas residuais nas áreas identificadas como problemáticas/conflituosas. ARH do Tejo IP O parecer da ARH do Tejo IP incide exclusivamente sobre o PROT-C, não tecendo quaisquer comentários ao Relatório Ambiental. Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais DPP 15. No QRE deveria ser incorporada referência a um conjunto de documentos de referência internacionais e nacionais. R: Foram introduzidas os documentos considerados relevantes de entre os sugeridos. Assim, por exemplo, foram introduzidas as sugestões relativamente aos referenciais Pacote Energia Clima da EU (20-20-20) e Energia e Alterações Climáticas. Mais Investimento, Melhor Ambiente, a Carta de Leipzig, Livro Verde sobre Coesão Territorial, Estratégia de Lisboa.Plano Nacional de Reformas 2008-2010. Por outro lado, considera-se que o referencial Comércio Europeu de Licenças de Emissão (Directiva 2009/29/CE) está já traduzido no referencial nacional PNALE II (2008-2012), que concretiza precisamente, de forma mais directa e adequada ao âmbito nacional e escala do PROT-C, o instrumento estratégico de base para a avaliação do PROT-C 5
relativamente ao compromisso de assegurar o cumprimento das metas estabelecidas a nível nacional e internacional, uma vez que é este que define o volume de licenças a atribuir para este período, por sector de actividade. Note-se, ainda neste contexto, que deve evitar-se que o Quadro de Referência Estratégico redunde numa listagem exaustiva de documentos e referenciais com diferentes graus de pertinência, sob pena de traduzir-se num exercício formalista de escasso conteúdo substantivo ou de difícil avaliação estratégica, no contexto de escala do próprio Plano. 16. A avaliação do factor alterações climáticas incide sobretudo numa lógica de mitigação, esquecendo a vertente de adaptação e a interligação entre as duas vertentes. R: Importa referir que o âmbito de cada FA foi aprovado em sede própria (Relatório de Definição de Âmbito - RDA), tendo ficado estabelecido que a análise da vertente de adaptação às alterações climáticas seria desenvolvida no âmbito do FA Riscos Naturais e Tecnológicos. Assim, a abordagem destes elementos no FA Alterações Climáticas constituiria uma duplicação desta avaliação já devidamente enquadrada e desenvolvida no contexto dos Riscos Naturais e Tecnológicos. 17. Quadro 3: Factores de avaliação, objectivos e indicadores relevantes para a AAE do PROT Factor desenvolvimento económico - seria útil considerar indicadores que relacionam economia e ambiente, designadamente: Intensidade energética (CEP/PIB); Intensidade do Consumo Interno de Materiais (DMC/PIB) ou Produtividade dos Recursos Naturais (PIB/DMC); Intensidade carbónica (CO 2 /PIB). R: No factor desenvolvimento económico foi definido o objectivo de promover actividades económicas, diversificar, complementar e modernizar a base produtiva numa perspectiva de sustentabilidade, alinhando os aspectos económicos com objectivos de natureza ambiental, bem como o de incentivar a requalificação/ substituição de actividades económicas causadoras de significativos impactes ambientais. Por essa razão é proposta a utilização de indicadores específicos para captar o alinhamento de objectivos económicos com ambientais, sendo indicado um exemplo. Os indicadores propostos pelo DPP, que são adequados para avaliação dos objectivos propostos, são incluídos como exemplos deste conjunto de indicadores, tendo sido actualizado o Quadro 3. Foram igualmente incluídos no capítulo de monitorização (Quadro 9) os indicadores de Intensidade Energética e Intensidade Carbónica, considerando-se que a obtenção de valores para o DMC a um nível regional não é possível de garantir nesta fase. 18. Quadro 3: Alterações climáticas - Os indicadores apresentados neste quadro nem sempre são compatíveis com indicadores referidos no capítulo 6. Alguns necessitam de ser revistos, à luz de novos documentos estratégicos. Neste caso em específico, e para o Factor Alterações Climáticas, face aos novos documentos estratégicos (ex: Pacote Energia Clima da UE (20-20-20) deverão ser actualizados os indicadores, designadamente: evolução das emissões de GEE (relativamente a 2005); emissões de CELE e não-cele. R: Considera-se pertinente a sugestão apresentada e será devidamente integrada e analisada em sede da versão final do Relatório Ambiental. 19. Quadro 3: Factores Recursos Naturais, Biodiversidade e Conservação da Natureza e Riscos Naturais e Tecnológicos: compatibilizar indicadores do Quadro 3 e capítulo 6; seria interessante considerar um indicador para o consumo de materiais (DMC) 6
R: Compatibilizaram-se os indicadores conforme sugerido. Não se inclui o DMC por se considerar exequível a sua disponibilização a uma escala regional. No caso do factor Biodiversidade e Conservação da Natureza, efectuaram-se alguns ajustamentos no Quadro 3 no sentido de acomodar esta sugestão. No entanto, na secção 6.7.3. manteve-se a referência a outros indicadores que seriam adequados face aos critérios de avaliação estabelecidos, apesar de na presente AAE não ter sido possível recolher informação de base para a sua caracterização à escala da Região Centro. 20. Sugere-se também a eventual incorporação de um novo Indicador Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR), que integra as componentes Competitividade, Coesão e Ambiente e que foi desenvolvido pelo DPP e INE. R: O ISDR apenas foi apresentado pelo INE e DPP num momento em que o RA já estava concluído. Contudo, como a utilização do ISDR é considerada adequada para efeitos de monitorização do PROT-C, o indicador foi incluído no Quadro 9. 21. Situação actual e tendências de evolução para o factor Recursos Naturais sugere-se a referencia ao necessário balanço na cadeia de valor florestal. R: O comentário foi considerado pertinente e for efectuada a alteração sugerida. 22. Sistemas Produtivos - coluna Recomendações do Quadro 8, pág 77: as actividades ligadas ao mar, em articulação com áreas como turismo, pescas ou biologia marinha (ex. Aquacultura), não parecem ter sido consideradas na AAE ou no PROT-C. Sugere-se considerar actividades ligadas ao mar no cruzamento entre sistemas produtivos e desenvolvimento económico. R: O comentário é pertinente e este aspecto já estava de certa forma incluído no referido Quadro. Contudo, fez-se uma pequena alteração de redacção para reforçar a mensagem. 23. Sistemas Acessibilidades e Transportes coluna Recomendações do Quadro 8, Pág. 96: equacionar a promoção da utilização do veículo eléctrico e a necessidade de articulação com o desenvolvimento de redes inteligentes de abastecimento de electricidade, e com a dinamização económica da região, no cruzamento com o desenvolvimento económico e qualidade do ambiente. R: O comentário é considerado pertinente e foi adoptado. 24. Quadro 8: Avaliação estratégica de impactes por sistema estruturante Sistema urbano Não é mencionada a eventual necessidade de medidas de adaptação às alterações climáticas, nem na AAE nem no PROT-C. Sugere-se que seja acautelada a eventual necessidade futura de medidas de adaptação às alterações climáticas, designadamente em zonas costeiras de risco mais densamente povoadas (coluna Recomendações do Quadro 8, pág. 94). R: A abordagem das adaptações às alterações climáticas está contemplada no FA Riscos Naturais e Tecnológicos, tendo a sugestão sido integrada nas recomendações relativas a essse factor. 25. Quadro 8: Avaliação estratégica de impactes por sistema estruturante Sistemas de riscos naturais e tecnológicos É recomendada a inclusão de orientações para a elaboração de planos estratégicos municipais ou intermunicipais de gestão e adaptação às alterações 7
climáticas no cruzamento com alterações climáticas (coluna Recomendações do Quadro 8, pag. 112). R: Já se encontrava referida essa recomendação nesse quadro. 26. Secção 8: Monitorização Ambiental Estratégica Quadro 9 Factor de Avaliação Governança seria útil considerar/desenvolver futuramente um indicador que permitisse medir o grau de cooperação instuticional R: O aspecto referido é muito pertinente, mas dificilmente enquadrável num indicador. Deverá ser um aspecto a considerar no quadro de governança do PROT-C. 27. Secção 8: Monitorização Ambiental Estratégica Quadro 9 Factor Desenvolvimento Económico - Um dos objectivos de monitorização deveria ser avaliar a dinâmica das actividades eco-inovadoras. Para isso seria útil considerar indicadores de medida tais como: Despesa total em ambiente por sector institucional (administração Pública e empresas) valores disponíveis a nível do pais no INE, Estatísticas do Ambiente; Despesa total em Ambiente em % do PIB; Despesa total em Ambiente por domínios de ambiente - valores disponíveis a nível do pais no INE, Estatísticas do Ambiente; Dados gerais das empresas produtoras de bens e serviços de ambiente por actividade económica (nº de empresas, volume de negócios, e nº de pessoas ao serviço) - valores disponíveis a nível do pais no INE, Estatísticas do Ambiente; Saldo da balança comercial das tecnologias ambientais (segundo o critério da OCDE/Eurostat) e das tecnologias de energias renováveis. R: Os indicadores sugeridos só estão disponíveis à escala nacional. Assim, optou-se por introduzir uma referência à necessidade de incluir o sector ambiente individualizado na avaliação da dinâmica económica sempre que existam dados ao nível regional/subregional, bem como uma indicação para que seja realizado um esforço adicional de recolha e de cálculo para que esta informação esteja tendencialmente disponível. 28. Quadro 9: Factor Alterações Climáticas, face aos novos documentos estratégicos (ex: Pacote Energia Clima da UE (20-20-20) deverão ser actualizados os indicadores, designadamente: evolução das emissões de GEE (relativamente a 2005); emissões de CELE e não-cele. R: Considera-se pertinente a sugestão apresentada, tendo sido integrada no respectivo capítulo. 29. Quadro 9: Factor Riscos Naturais e Tecnológicos incorporar a taxa média de recuo das praias. R: Considera-se pertinente a sugestão apresentada, tendo sido integrada. 8