UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE O Comércio Eletrônico como fator impactante na economia atual Por: Oswaldo Luiz de Castro Montagnini Orientador: Prof. Marco Antonio Chaves Rio de Janeiro, RJ, março/2001

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE O Comércio Eletrônico como fator impactante na economia atual Por: Oswaldo Luiz de Castro Montagnini Trabalho Monográfico apresentado como requisito para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa Rio de Janeiro, RJ, março/2001

3 Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes. Gilbert Keith Chesterton, escritor ingles.

4 SUMÁRIO P. Lista de Tabelas Tabela I.. 12 Tabela II.. 13 Tabela III.. 15 Resumo 6 1. Introdução 7 1.1 Internet..... 9 1.1.1 Um pouco de história.... 8 1.1.2 O tamanho da Internet no Brasil... 11 1.1.3 O tamanho da Internet no mundo... 13 2. Comércio Eletrônico... 16 2.1 O que é Comércio Eletrônico?... 16 2.2 Categorias de comércio eletrônico... 18 2.3 Comércio Eletrônico X Comércio Tradicional... 19 2.4 Limitações atuais... 20 2.4.1 O nível de segurança para o comerciante... 20

5 2.4.2 O nível de segurança para o cliente... 21 2.4.3 Limitações de formas de pagamento... 22 2.4.4 Apresentação inadequada... 23 2.4.5 Problemas de logística... 24 3. As Novas Tendências em Comércio Eletrônico... 26 3.1 Marketing um-a-um... 26 3.2 Produção Customizada... 26 3.3 Cuidados com o Cliente... 27 3.4 Integração da Cadeia de Fornecimento... 27 3.5 Fabricação sob Medida... 27 3.6 Agentes Inteligentes e Regras de Negócio... 28 Conclusão... 29 Referências Bibliográficas... 31 Anexos... 32

6 Resumo O Comércio Eletrônico, apesar de sua grande popularização, ainda é uma incógnita sob o ponto de vista de seu alcance comercial e de sua implicações no estudo do Comportamento da economia. Numerosos estudos estão sendo desenvolvidos, porém dentro de um contexto puramente teórico. Neste estudo, o comércio eletrônico é considerado como um substituto das maneiras tradicionais de comprar e vender produtos/serviços. No entanto, como cada tecnologia que surge, o comércio eletrônico via Internet permite novas possibilidades, impossíveis até então, especialmente por sua natureza interativa. Por esta razão, é necessário repensar as atividades das organizações frente às novas tecnologias emergentes, pois para o atendimento de vantagens competitivas sustentáveis é crítico um maior entendimento deste novo paradigma. Em contrapartida, este trabalho mostra que os fatores de segurança, layout da página, meios de atendimento e logística são fatores preponderantes para influenciar negativamente esta nova tendência.

7 1. INTRODUÇÃO A Internet é o meio de comunicação que mais cresce no mundo atual. Além disso, ao verificarmos as estatísticas de crescimento da utilização do telefone, televisão e outros; veremos que a Internet é o meio que cresce mais rápido. Isso nos mostra claramente o vasto potencial que esse meio representa. A questão do Comércio Eletrônico tem sido extensivamente tratada na mídia brasileira e internacional nos últimos anos. Este novo canal de comercialização tem sido apresentado como elemento impulsionador de grandes transformações que estariam por ocorrer nos padrões atuais econômicos. Nos dias de hoje, o estudo do Comércio Eletrônico e a compreensão do perfil dos clientes vêm favorecendo a ampliação deste novo canal de vendas. As pessoas consomem cada vez mais produtos e serviços pela Internet, o que faz com que a rede deixe de ser um grande canal de informação, para se tornar um efetivo instrumento de negócios, onde cliente e empresa podem se beneficiar. Apesar do aumento do número de trabalhos realizados nesta área, existe um desconhecimento do potencial que a rede representa na transformação das relações entre

8 consumidores e empresas. Muitas questões ainda precisam ser respondidas. O presente estudo busca gerar as características percebidas na utilização da Internet como um canal de compra e venda de produtos e medir a importância das mesmas, visando proporcionar à comunidade acadêmica e profissional uma melhor compreensão acerca deste novo ambiente de negócios. Para tanto, o trabalho está dividido da seguinte forma: inicialmente apresenta um breve estudo sobre a Internet e suas características. A seguir, é desenvolvido um estudo sobre Comércio Eletrônico, suas particularidades e limitações atuais. Finalmente, são apontados as principais tendências e impactos deste novo paradigma.

9 1.1 Internet 1.1.1 Um pouco de história A Internet nasceu como um projeto do Departamento de Defesa norte-americano desenvolvido pela Advanced Research Projects Agency (ARPA) e, por isso, recebeu o nome de ARPANET. A arquitetura da ARPANET foi desenvolvida de 1959 a 1969 e tinha como objetivo principal fornecer "um sistema de comunicações de computador distribuído que poderia sobreviver a um ataque, de forma que, mesmo se uma parte do sistema fosse perdida, o resto da rede poderia continuar funcionando. Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar a ARPANET. As facilidades de comunicação e troca de dadas propiciadas pela Internet já permitiam que na metade dos anos 80 houvesse interesse tal entre pesquisadores, educadores. A década de 90 marcou a Internet pela introdução de serviços que a tornaram mais popular, visto que eram dirigidos a um público amplo. Entre 1993 e 1994 foram distribuídas 2 milhões de cópias pela Internet do software Mosaic, o navegador multimídia para a Internet, escrito por Marc Andreesen, na época um estudante de graduação da Universidade de Illinois. Esse software alcançou popularidade incrível e pode ser considerado um marco na história do comércio eletrônico.

10 Navegadores como o Mosaic tornaram o acesso à rede quase intuitiva e, ainda durante a década de 90, surgiram os instrumentos de pesquisa como Yahoo, Infoseek e Altavista que facilitavam sobremaneira a busca de informações. Os microcomputadores começaram a vir de fábrica com os softwares necessários para acesso à rede previamente instalada e, paralelamente a isso, houve um incremento enorme no número de provedores de acesso. Diversos fatos ajudaram a gerar uma cobertura intensa sobre a Internet na imprensa internacional. Nos Estados Unidos a entrada da Casa Branca na rede em 1993, com os usuários podendo endereçar e-mails ao presidente, ao vicepresidente e à primeira-dama teve impacto mundial. Semelhante impacto foi trazido pela presença de Fidel Castro e do Papa João Paulo II na rede. Novidades tecnológicas como transmissão de vídeo e rádio, ferramentas para seleção de conteúdo e salas de conversação ajudaram a disseminar ainda mais a Internet. No Brasil o progresso das redes é creditado ao professor Oscar Sala, da Universidade de São Paulo, que fez chegar a rede Bitnet em fins de 1988, conectando a Fapesp ao Fermilab nos Estados Unidos. Em 1991 a Fapesp conseguiu fazer a primeira ligação com a Internet e, alguns meses depois se estabeleceram outra linha internacional, ligando dessa vez o Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ.

11 Em 1995, com a posse do governo Fernando Henrique Cardoso, foi estabelecido o Comitê Gestor da rede Internet no Brasil e que tinha a função de coordenar e incentivar sua implantação no país. Ao mesmo tempo a RNP (Rede Nacional de Pesquisas), que havia iniciado a instalação de um backbone nacional em 1991, decidiu tornar-se uma rede mista, voltada para o tráfego acadêmico e comercial, constituindo-se na única a ter cobertura nacional e a responsável pelo acentuado progresso da Internet no Brasil. 1.1.2 O tamanho da Internet no Brasil O crescimento da Internet no Brasil tem chamado a atenção até mesmo da mídia internacional. A revista Computerworld menciona que a quantidade de páginas no país aumentou de 800 em janeiro de 1995 para 77.148 em janeiro de 1999. Além disso, o Brasil encontra-se em 19 lugar em número de usuários da Internet no ranking internacional de países, à frente da Rússia e dos Tigres Asiáticos. E, no Brasil, a Internet cresce duas vezes acima da média mundial. O Brasil é um dos países que tem se destacado no número de domínios e computadores ligados à rede. De acordo com o Comitê Gestor da Internet, o Brasil ocupa o 18 lugar entre as redes do mundo e o 3 lugar nas Américas, atrás apenas dos

12 Estados unidos e do Canadá. Tabela I : Computadores brasileiros na rede. Fonte: Comitê Gestor da Internet. Período Computadores ligados à Internet Dez 1998 131.001 Jul 1998 115.458 Jan 1998 77.342 Dez 1997 74.458 Jul 1997 50.746 Jan 1997 17.429

13 1.1.3 O tamanho da Internet no mundo Especialistas afirmam que não há como determinar o tamanho exato da rede. Entretanto, a Network Wizards publica, semestralmente, um estudo que, através de uma metodologia de contagem utilizando a própria rede, calcula o número de domínios, bem como o número de computadores dedicados total ou parcialmente à Internet. Note que desde janeiro de 1994 até janeiro de 1999, num intervalo de cinco anos, o número de computadores dedicados foi multiplicado por 22. O número de domínios, de janeiro de 1994 a julho de 1998, num intervalo de quatro anos e meio, multiplicou-se por 62. Tabela II: Número de computadores e domínios. Fonte: Network Wizards. Período Computadores ligados à Internet Domínios Jan 1999 29.670.000 Não disponível Jul 1998 19.540.000 1.301.000 Jan 1998 16.146.000 828.000 Jul 1997 12.881.000 488.000 Jan 1997 9.472.000 240.000

14 Jul 1996 6.642.000 120.000 Jan 1996 4.852.000 71.000 Jul 1995 3.212.000 46.000 Jan 1995 2.217.000 30.000 Jul 1994 1.776.000 26.000 Jan 1994 1.313.000 21.000 Em pesquisa divulgada na própria Internet, dos 220 milhões de consumidores norte-americanos e canadenses com mais de 16 anos de idade, 23% estão usando a Internet (50,6 milhões de pessoas), 17% estão utilizando o ambiente WWW da Internet, 73% dos usuários WWW procuram informações sobre produtos e serviços na rede e 5,6 milhões já compraram pela rede (15% do total de usuários). Além do próprio tamanho que a Internet assumiu, o ponto que talvez chame mais atenção é a velocidade com que isso ocorreu. A curva de difusão da Internet na população, se comparada com a verificada em outros meios de comunicação, é bastante expressivo:

15 Tabela III: Curva de adoção da Internet comparada com a de outras mídias. Fonte: The Internet Report - Morgan Stanley. Mídia Tempo necessário para se atingir 50 milhões de usuários Rádio 38 anos Televisão 16 anos TV a cabo 10 anos Internet 5 anos A popularidade da Internet é decorrente de diversos fatores. Entre eles destaca-se a facilidade de acesso (basta possuir um computador com modem, uma linha telefônica e uma conta em um provedor), a facilidade no uso (graças aos novos programas, cada vez mais amigáveis), a possibilidade que a Internet oferece de se obter conectividade global imediata e a rapidez no recebimento e envio de informações que a rede permite.

16 2. Comércio Eletrônico 2.1 O que é Comércio Eletrônico? Uma possível definição de Comércio Eletrônico seria: "qualquer forma de transação comercial em que as partes interagem eletronicamente ao invés do contato físico". No entanto, mesmo correto, tal definição dificilmente nos mostra o espírito do Comércio Eletrônico, que na prática é bem melhor visto como um dos raros casos em que a troca de necessidades e novas tecnologias se unem para revolucionar o modo como os negócios estão sendo conduzidos. Devemos então definir Comércio Eletrônico, ou e- commerce em inglês, como a capacidade de realizar transações envolvendo a troca de bens ou serviços entre duas ou mais partes utilizando ferramentas eletrônicas e tecnologias emergentes. Já utilizado há muito tempo por grandes organizações e Instituições Financeiras, vários fatores estão levando o Comércio Eletrônico a um nível de utilização muito mais amplo, por uma parte muito mais abrangente da sociedade. O termo também se refere a transações de estoque on-line, compra ou obtenção de algum software sem a necessidade de ir a uma loja. Além disso, Comércio Eletrônico inclui conexões Empresa a Empresa que tornam compras mais fáceis para grandes corporações. E muitas pessoas esperam que as denominadas micro-transações permitam pagar quantias pequenas - alguns

17 centavos ou alguns dólares - para ter acesso a conteúdos ou jogos on-line. Um dos serviços mais polêmicos nessa área de telecomunicações é, sem dúvida, o serviço de telefonia via Internet. Também chamado de telefonia via IP, esse serviço vem tirando o sono das operadoras de telefonia de longa distância, pois através de uma simples ligação local com o provedor de acesso, pode-se falar com qualquer canto do planeta, à custos bastante acessíveis. De todos os reflexos, nenhum vem recebendo mais atenção e investimento do que o Comércio Eletrônico. Centenas de estudos, análises e projeções, além da realidade atual, indicam que essa causará, realmente, um enorme impacto na economia mundial. Nos Estados Unidos, as aplicações de Comércio Eletrônico já estão apresentando seus desdobramentos naturais, subdividindo-se claramente em três setores: negócios entre empresas, ou empresa a empresa e varejo, ou empresa a consumidor.

18 2.2 Categorias de comércio eletrônico categorias distintas: O comércio eletrônico pode ser subdividido em quatro - empresa-empresa, - empresa-consumidor, - empresa-governo e - consumidor-governo. Um exemplo na categoria empresa-empresa seria uma empresa que utiliza uma rede para comprar de seus fornecedores, recebendo a fatura e fazendo pagamentos. Essa categoria de comércio eletrônico tem sido estabilizada por alguns anos, particularmente utilizando o EDI (Eletronic Data Interchange) ou Intercâmbio de Dados Eletrônicos (IDE) sobre rede pública ou privada. A categoria empresa-consumidor largamente se iguala a revenda eletrônica. Essa categoria tem se expandido rapidamente, após a criação da Internet, shopping centers espalhados por toda Internet oferecem todos os tipos de produtos, de bolos e vinhos a computadores e carros. A categoria empresa-governo abrange todas as transações entre as empresas e organizações governamentais. Atualmente essa categoria está apenas começando, mas poderia

19 se expandir rapidamente se os governos usassem suas próprias operações para promover o crescimento do comércio eletrônico. A categoria consumidor-governo ainda não emergiu. No entanto, no fato do crescimento das categorias empresaconsumidor e empresa-governo, os governos podem estender suas interações eletrônicas com o consumidor, como é o caso do Imposto de Renda, que já pode ser declarado via Internet. 2.3 Comércio Eletrônico X Comércio Tradicional O Comércio Eletrônico possui importantes vantagens sobre o comércio tradicional: - Dá ao cliente mais opções de escolha e customização; - Diminui o tempo e custo de busca e escolha tanto para clientes quanto para fornecedores; - Expande mercados locais e regionais para nacionais e internacionais, com níveis mínimos de capital, estoque e staff; - Facilita a produção e pagamento on-line, reduzindo o tempo e estoque através do incremento na automação e redução dos tempos de processamento;

20 - Decrementa os altos custos envolvidos em transporte, armazenamento e distribuição, bem como em identificar e negociar com potenciais clientes e fornecedores; - Melhora a eficiência em atender o cliente, incluindo a entrega por demanda. 2.4 Limitações atuais 2.4.1 O nível de segurança para o comerciante No começo de julho do ano passado, alguém obteve contra-senhas de uma companhia Americana e mensagens de e- mail foram enviadas de alguma maneira para centenas de clientes que tinham feito compras pela Internet. O intruso escreveu para as vítimas que os números de cartão de crédito delas tinham sido roubados dos computadores da companhia, e ele incluía os últimos dígitos como à prova deste roubo. O incidente prova que ninguém on-line está realmente seguro. Mas enquanto a Internet apresenta brechas de segurança, a maioria dos vendedores e analistas discute que transações são na verdade menos perigosas no mundo virtual que no mundo físico. Isso é porque muito das fraudes de cartão de crédito são realizadas no varejo por vendedores que manipulam os números de cartão. Sistemas de comércio eletrônico removem está

21 tentação codificando os números nos servidores de uma companhia. Para comerciantes, o comércio eletrônico é realmente mais seguro que abrir uma loja que poderia ser roubada, queimada, ou inundada. A dificuldade está em conseguir que os clientes acreditem que o comércio eletrônico é seguro para eles. 2.4.2 O nível de segurança para o cliente Consumidores realmente não acreditam nisto, mas os peritos dizem que transações de comércio eletrônico são mais seguras que compras com cartão de crédito no mundo real. Toda vez que você paga com um cartão de crédito em uma loja, em um restaurante ou compra por telefone - e toda vez você joga fora um recibo de cartão de crédito - você está vulnerável a fraude. Desde o início de 1996, os navegadores mais populares automaticamente codificam as informações fornecidas. A maioria as páginas que lidam com informações sigilosas ou delicadas de seus clientes, como números de cartões de crédito e dados pessoais, utiliza este processo. Nenhum sistema de comércio eletrônico pode garantir 100% de proteção para seu cartão de crédito, mas é menos provável ser roubado on-line do que em uma loja real. A maior preocupação que se deve ter em relação à segurança das compras através da rede é a confiança depositada

22 no estabelecimento comercial responsável pela venda. Comprando-se em uma página respeitada, dificilmente ocorrem problemas e decepções. Como saber, entretanto, se uma página é idônea ou não? A forma mais comum é através de referências de conhecidos e através da imprensa. As grandes páginas comerciais não têm o hábito de tratar mal seus consumidores, assim como geralmente lojas bem estabelecidas não costumam enganar seus clientes. Mas a maioria das pequenas páginas também trabalha honestamente. Deve-se obter boas indicações com as pessoas conhecidas que já compraram pela rede. Assim como em outros meios, a propaganda boca a boca é uma forte ferramenta de divulgação também na Internet. 2.4.3 Limitações de formas de pagamento A compra, venda e aceitação de pagamentos por bens ou serviços adquiridos pela Internet, tem que ser fácil, segura e eficaz. Isto requer a presença de uma infra-estrutura de telecomunicações que suporte o uso de adequados instrumentos financeiros para fazer os pagamentos eletrônicos (cartões de crédito On Line). Nos últimos anos, com o maior desenvolvimento do sistema financeiro brasileiro e com a estabilização da economia, o

23 Brasil, tem tido um aumento considerável na aceitação dos cartões de crédito, também chamado "dinheiro de plástico", pelas lojas e as pessoas da classe média, o que é um bom indicador da confiança neste instrumento financeiro. Não obstante, seu uso na maioria dos casos é através de notas de pagamento o qual não é confiável. Entretanto, para que uma empresa tenha sucesso no comércio eletrônico tem que usar cartões de crédito para pagamento On Line, o qual necessita estabelecer parcerias com as empresas que administram este tipo de instrumentos e assim mesmo considerar os custos associados a estes serviços. O sistema de vendas diretas pela Internet só pode funcionar eficientemente com pagamentos contra-entrega ou através de cartões de crédito, sendo o último sistema muito melhor, já que elimina o manejo de dinheiro. Isto sem dúvida ajuda que o negócio de vendas pela Internet aumente e possa tornar-se um sucesso. Atualmente já estão em desenvolvimento projetos de cartões digitais na Internet como novas opções de pagamento. 2.4.4 Apresentação inadequada Outro problema que as empresas estão enfrentando atualmente é na criação de uma página. Alguns designers ainda possuem uma idéia que uma página na Internet é como se fosse um anúncio de revista, quando isso está completamente errado.

24 Um anúncio impresso é estático, e normalmente direcionado a um público de massa. A página tem que ser o mais interativo possível. Portanto, ela tem que ser muito bem planejada, a organização e a apresentação das informações tem que ser de uma maneira simples, para que, assim, o consumidor possa entender e chegar as suas respostas rapidamente. A estética também deve ser vista com seriedade. As páginas na Internet devem ter uma aparência limpa, agradável e profissional. Uma página desorganizada com certeza perderá clientes. Um outro problema visto é em relação à manutenção. As páginas devem ser úteis e interessantes. A atualização constante do conteúdo é de muita importância para que os visitantes sempre voltem. 2.4.5 Problemas de logística A página de uma empresa com grande rede de distribuição, não está mais apta a enfrentar os desafios da logística do que uma empresa virtual, porque as estruturas tradicionais não são adequadas à distribuição pulverizada de produtos. Preparadas para distribuir grandes volumes, precisam de nova abordagem para entregar encomendas vindas do comércio eletrônico.

25 Os processos de separação e entrega de produtos são completamente diferentes. Uma das estratégias da empresa para enfrentar o desafio logístico é o controle de estoque. A página só põe no ar produtos disponíveis no centro de distribuição, para evitar que o cliente deixa de ser atendido. Paulo Fleury, pesquisador de logística do instituto de pós-graduação e pesquisa em administração da UEFRJ, acredita que as empresas do "mundo real" tenham as mesmas dificuldades das virtuais para atender ao crescimento da demanda. "Na venda on-line, os volumes são menores e os pontos de entrega se multiplicam aos milhares", afirma "Fleury". A necessidade de logística especializada vem fazendo com que algumas operadoras, ganhem espaço oferecendo serviços diferenciados para o comércio eletrônico.

26 3. As Novas Tendências do Comércio Eletrônico O mundo dos negócios vem percebendo rapidamente o imenso potencial do Comércio Eletrônico. Em função de sua utilização, uma série de conceitos está sendo revistas e modificadas. Alguns dos benefícios que vêm sendo obtidos em função da utilização das novas soluções são os seguintes: 3.1 Marketing um-a-um Os Sistemas de Comércio Eletrônico passam a incorporar Regras de Negócio voltadas para a determinação do perfil dos clientes e oferecimento de promoções e produtos complementares. Através das técnicas de Marketing Um-a-Um pode-se personalizar totalmente as sessões de consulta de clientes a páginas de Comércio Eletrônico, maximizando as possibilidades de venda e oferecendo um tratamento totalmente personalizado. 3.2 Produção Customizada Os produtos oferecidos em páginas de Comércio Eletrônico passam a ser produzidos seguindo exatamente a especificação do cliente. Através da utilização de Regras de Negócio voltadas para a configuração de produtos, os Sistemas podem guiar o usuário durante todo o processo de configuração, possibilitando a criação de produtos totalmente personalizados.

27 3.3 Cuidados com o Cliente Cuidar bem do cliente, antecipando-se com relação a suas necessidades também é um dos desafios dos Sistemas de Comércio Eletrônico. Regras de Negócio que automatizam a condução do relacionamento com o cliente através da emissão inteligente de e-mails. 3.4 Integração da Cadeia de Fornecimento A integração entre os elementos de toda a cadeia de fornecimento (cliente, páginas de Comércio Eletrônico, fornecedores, terceiros) passa a ser muito maior em relação aos métodos tradicionais. Sistemas que integram toda a cadeia de fornecimento consistem em uma nova filosofia de negócios. 3.5 Fabricação sob Medida Os produtos passam a poder ser produzidos somente em função de pedidos específicos. Com isso consegue-se uma diminuição nos níveis de estoque. Em indústrias, a tendência é que Sistemas de Comércio Eletrônico sejam conectados a softwares de Gestão Empresarial para que se possa viabilizar a fabricação sob medida em função de pedidos vindos da Internet.

28 3.6 Agentes Inteligentes e Regras de Negócio As regras de negócios contidos nos Sistemas de Comércio Eletrônicos devem poder ser rapidamente modificadas, uma vez que novos produtos e promoções sempre estarão sendo dinamicamente incluídos. Para tal, é extremamente desejável que as regras de negócio estejam separadas da lógica da aplicação. Dessa forma, a manutenção e atualização das mesmas podem ser facilmente realizadas. Elas serão responsáveis por atividades como determinar o perfil do cliente, auxiliá-lo na configuração de produtos, sugerir promoções e produtos complementares, etc.

29 Conclusão Está provado que o Comércio Eletrônico é um mercado muito promissor, já está na hora dos empresários investirem nesse meio. As pesquisas mostram que já existem muitos usuários consumindo pela Internet e muitos outros que tem interesse em comprar. Além disso, por ser uma nova forma de vender e existir pouca concorrência, o empresariado pode adquirir experiências com o marketing, que é muito diferente do convencional; com os aspectos, como interatividade e aparência, da sua loja virtual; com a segurança e outros problemas que se poderá enfrentar. Dessa forma, essa experiência será muito importante quando as vendas on-line estiverem em um nível de popularidade elevado. É impossível ficar indiferente às mudanças de cenário causadas pelo Comércio Eletrônico. Novas alternativas demandam uma nova filosofia de trabalho. Agregar tecnologia ao negócio de forma eficiente, tendo o foco ajustado na operação e no mercado é a chave do sucesso neste novo canal. No entanto, o Comércio Eletrônico não tem retorno imediato, é preciso investir e aguardar para ter os lucros desejados. Mas ignorá-lo é definitivamente parar no tempo.

30 É seguro afirmar que a Internet contribui com mudanças significativas nos diversos setores da economia. A Internet mudou a política de se fazer comércio e promete também inovações na área de serviços, que não é tão difundida atualmente. O comércio eletrônico via Internet permitiu que empresas de pequeno porte pudessem competir com grandes empresas, além de estreitar laços entre cliente e fornecedor, ampliando a abrangência da empresa. O principal ponto que limita o crescimento e aceitação ampla do comércio eletrônico é a suposta falta de segurança. A segurança ainda não pode ser garantida, mas os riscos que ocorrem no ambiente virtual quando da compra de algum bem, são os mesmos que podem ocorrer no mundo real. A tendência é que o comércio eletrônico atraia cada vez mais um maior número de usuários devido a comodidade e personalização dos produtos. A partir das considerações apresentadas neste estudo, podemos concluir que apesar do grande destaque que vem recebendo da imprensa, os impactos relacionados ao comércio eletrônico de mercadorias estariam restritos a determinados tipos de mercadorias. A comercialização convencional em diversos mercados não deve sofrer alteração alguma com a crescente importância econômica do comércio eletrônico via internet.

31 Referências Bibliográficas ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: Modelo, Aspectos e Contribuições de sua Aplicação. São Paulo: Atlas, 1999. Chleba, Márcio. Marketing Digital:, Ed. Futura, 1999 ROM] Consulta às seguintes páginas: htm www.fieo.br/site/revista/rev1999/comércio_eletrônico. www.decon.ufpe.br/primeiro.htm 0.shl www.widesoft.com.br/coluna/anteriores/ecommerce.html EMBRATEL.O poder da tecnologia Internet. [CD- www2.uol.com.br/info/infonews/031999/10031999-

Anexos 32