Insolvência pessoa singular (Apresentação) 85845713 CONCLUSÃO - 04-04-2018 (Termo eletrónico elaborado por Escrivão de Direito Ana Maria Mareco) =CLS= SENTENÇA 1. Relatório José Tomé Pernas Pintão, nascido em 29-05-1963, divorciado, militar da GNR, titular do Cartão de Cidadão nº 06504213 1ZZ0, válido até 21-11-2021, contribuinte fiscal nº 139588060, residente na Rua Baía do Sado, n.º 249, Brejos de Canes 2910-014 Setúbal, intentou a presente acção declarativa de insolvência. Alega o Requerente, para tanto, que é divorciado e vive em casa arrendada. Tem uma filha menor suportando 200,00 mensais a título de pensão de alimentos. Exerce funções de militar da GNR auferindo vencimento líquido de cerca de 1.214,00 (uma vez que o valor indicado na petição inclui a dedução efectuada a título de crédito para obras resultante da análise do recibo). Não é proprietário de quaisquer bens salvo os indispensáveis à economia doméstica. Indica ainda como despesas mensais essenciais, as seguintes: a) Renda de casa no valor de 200,00; b) Alimentação no valor de 300,00; c) Pensão de alimentos à sua filha menor no valor de 200,00; d) A título de consumo de água 11,12; e) A título de electricidade 21,52; f) 20,00 de telefone; g) 60,00 de despesas de deslocação (combustível); h) 25,00 de Fisioterapia; i) 29,50 de gás.
O seu passivo ascende a cerca de 77.229,79. Considera, por isso, que se encontra numa situação de insolvência. Encontram-se juntos aos autos os documentos referidos no art. 23º e 24º do CIRE, essenciais para o prosseguimento dos autos, nos termos do artigo 24º, n.º 1, al. a), do CIRE. totalidade. 2. Saneamento O Tribunal é o competente em razão da nacionalidade, da matéria e da hierarquia. O processo é o próprio e não enferma de quaisquer nulidades que o invalidem na O Requerente é dotado de personalidade e capacidade judiciária, têm legitimidade ad causam e encontram-se devidamente representados em juízo. Inexistem outras excepções ou questões prévias de que cumpra neste momento conhecer e que obstem ao conhecimento do mérito da causa. 3. Fundamentação 3.1. Dos factos A apresentação à insolvência por parte do devedor implica o reconhecimento por este da sua situação de insolvência cfr. art. 28º do CIRE), dando-se, assim, por reproduzidos todos os factos elencados na petição inicial. Além do efeito previsto no art. 28º CIRE, atentou-se ainda em toda a prova documental apresentada nos autos. 4. Do direito De acordo com o art. 3º, n.º 1 do CIRE é considerado em situação de insolvência o devedor que se encontre impossibilitado de cumprir as suas obrigações vencidas. Acrescenta ainda o n.º 4 do mesmo normativo que é equiparada à situação de insolvência actual a que seja meramente eminente, no caso de apresentação pelo devedor à insolvência.
Por sua vez, dispõe o art. 28º do mesmo diploma, que a apresentação à insolvência por parte do devedor implica o reconhecimento por este da sua situação de insolvência. Como referem João Labareda e Carvalho Fernandes, in CIRE Anotado, Quid Iuris, em anotação ao art. 3º, n.º 1, de há muito que tem sido geral e pacificamente entendido pela doutrina e jurisprudência que, para caracterizar a insolvência, a impossibilidade de cumprimento não tem de abranger todas as obrigações assumidas pelo insolvente e vencidas. O que verdadeiramente releva é a insusceptibilidade de satisfazer as obrigações que, pelo conjunto do passivo do devedor, ou pelas próprias circunstâncias do incumprimento, evidenciam a impotência, para o obrigado, de continuar a satisfazer a generalidade dos seus compromissos. Dos factos supra elencados, devidamente conjugados, designadamente, atendendo ao montante a que ascendem o valor dos créditos em incumprimento, o valor dos rendimentos mensais, e as despesas, cumpre concluir que o Requerente se encontra numa situação de insolvência, porquanto não se mostra possível, a curto prazo, cumprir a totalidade das obrigações assumidas. Está, pois, demonstrada, a situação de insolvência do Requerente. Nesta conformidade, verificando-se o pressuposto previsto no n.º 1 e 4 do art. 3º do CIRE, e art. 28º do mesmo diploma legal, nos termos previstos no art. 36º do CIRE, declaro a insolvência do Requerente. Da nomeação do Administrador de Insolvência O Administrador designado será o resultante do sorteio disponível no citius. 5. Decisão Nesta conformidade, o Tribunal decide, declarar a insolvência de José Tomé Pernas Pintão, nascido em 29-05-1963, divorciado, militar da GNR, titular do Cartão de Cidadão nº 06504213 1ZZ0, válido até 21-11-2021, contribuinte fiscal nº 139588060, residente na Rua Baía do Sado, n.º 249, Brejos de Canes 2910-014 Setúbal, e em consequência: a) Fixar residência do insolvente na morada supra referida; b) Nomeio administrador da insolvência a Exm.ª Senhora Dr.ª Deolinda Ribas da Silvas Albuquerque, inscrita na Lista de Administradores Judiciais da Comarca de Setúbal, com
domicílio profissional na Rua Bernardo Sequeira, 78, sala I, apartado 3033 Braga 4710-358 Braga; c) Determino que o devedor proceda à imediata entrega ao administrador judicial da insolvência dos documentos a que se refere o artigo 24º n.º 1 do CIRE; d) Deverá de imediato o Sr. Administrador da insolvência proceder à apreensão de todos os bens do insolvente ainda que arrestados penhorados ou por qualquer forma apreendidos ou detidos, seja em que processo for, com ressalva dos que hajam sido apreendidos por virtude de infracção, quer de carácter criminal, quer de mera ordenação social e ainda que o objecto de cessão aos credores nos termos dos art. 831º e ss do CC. Caso os bens já tiverem sido vendidos, a apreensão tem por objecto o produto da venda, caso este ainda não tenha sido pago aos credores ou entre eles repartido art. 36º, al. h) 149º, n.º 1, al. a) e b) e n.º 2 do CIRE (art. 150º do CIRE); e) Não declaro aberto o incidente de qualificação da insolvência, por inexistirem elementos para tal; f) Notifique o MP para querendo, requerer quaisquer peças do processo caso entenda haver indícios de ilícito criminal art. 36º al. h) do CIRE; g) Designo o prazo de 30 dias para a reclamação de créditos; h) Adverte-se os credores do devedor insolvente de que as prestações a que estejam obrigados perante aquela deverão ser feitas ao administrador judicial da insolvência, devendo ainda comunicar ao administrador de insolvência as garantias reais de que disponham; i) Não se designa data para assembleia de credores, atento o reduzido número de credores e simplicidade dos autos, sem prejuízo do disposto no art. 36º, n.º 3 do CIRE, devendo o relatório previsto no art. 155º do CIRE ser apresentado nos autos entre o 45º e 60º dia posterior à prolação da presente sentença (art. 36º, n.º 1, al. n); n.º 2 e n.º 4 do CIRE, na redacção dada pelo DL n.º 79/2017, de 30-06, entrado em vigor a 01-07-2017). Junto o relatório, notifique os credores e devedor da junção, para querendo tomarem posição. Dispõe o Sr. A.I. e os credores de 10 dias, após a junção do relatório, para se pronunciarem quanto ao pedido de exoneração deduzido nos autos art. 236º, n.º 4 do CIRE, na redacção dada pelo DL n.º 79/2017, de 30-06, entrado em vigor a 01-07-2017);
j) Não se nomeia comissão de credores dado o reduzido número de credores e a exígua massa insolvente 66º, n.º 2, do CIRE; Notifique e cite os credores identificados pelo requerente (artigo 37º do CIRE). Publicite e proceda ao registo (artigo 38º do CIRE). Avoco todos os processos de execução fiscal pendentes contra a Requerente a fim de serem apensados 181º, n.º 2 e 4 CPT. Comunique aos processos de execução pendentes contra os insolventes que pela presente sentença foi declarada a sua insolvência. Notifique o Sr. Administrador nomeado para vir aos autos, no prazo de 8 dias, confirmar a aceitação do cargo, e, para efeitos de ulterior processamento de remuneração, indicar o seu nº de contribuinte fiscal e o regime de tributação a que está sujeito. Notifique ainda o Sr. Administrador de Insolvência para proceder ao envio de todos os requerimentos via citius. Mais deverá proceder ao envio de requerimentos separados quando os requerimentos apresentados se destinem a apensos diferentes. Não resultando dos autos a existência de liquidez da massa insolvente, nos termos conjugados do disposto nos arts. 60º nº1 do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresa, 22º, 23º nºs 1, 29º nº10 e 30º nº1 da Lei nº 22/13 de 26/02 (Estatuto do Administrador Judicial) e dos arts. 1º nº1 e 3º nºs 1 e 2 da Portaria nº 51/2005 de 20/01, dê-se pagamento ao Sr. Administrador, logo que este manifeste a aceitação, a adiantar pelo Instituto de Gestão Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça, IP: - 250 a título de primeira prestação de provisão para despesas. A segunda prestação de provisão para despesas, no montante de 250 será paga imediatamente após a elaboração do relatório previsto no art. 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresa.
A 1ª prestação de remuneração devida ao Sr. Administrador, a suportar pela massa insolvente, é de 1 000, sendo adiantado pelo IGFEJ. A 2.ª prestação de remuneração é de 1.000,00, sendo suportada pela massa insolvente, salvo em caso de inexistência de liquidez, caso em que será adiantada pelo IGFEJ. Custas pela massa insolvente art- 304º CIRE. Na falta de junção do relatório previsto no art. 155º do CIRE, até ao 60º dia posterior à prolação da presente sentença, notifique o Sr. A.I. para proceder à referida junção, no prazo de 5 dias, sob pena de destituição do cargo. Setúbal, d.s. (pelas 12:45 m) (texto processado a computador e revisto pela signatária) A Juíza de Direito Elsa Duarte Abrantes