Tribunal de Contas da União. Número do documento: AC-0199-14/00-2. Identidade do documento: Acórdão 199/2000 - Segunda Câmara



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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Número do documento: AC-0199-14/00-2 Identidade do documento: Acórdão 199/2000 - Segunda Câmara Ementa: Tomada de Contas Especial. Auxílio financeiro. MEC. Liga Parnaibana de Desportos PI. Omissão na prestação de contas. Alegações de defesa já rejeitadas. Apresentação de novos elementos de defesa. Ausência de fatos novos. Contas irregulares. Débito. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE II - 2ª Câmara Processo: 549.041/1993-1 Natureza: Tomada de Contas Especial. Entidade: Liga Parnaibana de Desportos/PI. Interessados: RESPONSÁVEL: Elias Ribeiro de Farias. Dados materiais: ATA 14/2000 DOU de 09/05/2000 INDEXAÇÃO Tomada de Contas Especial; Auxílio Financeiro; MEC; Educação; Esporte; PI; Omissão; Prestação de Contas; Apresentação; Documento; Responsável em Débito; Sumário: Tomada de Contas Especial. Recursos repassados pela extinta Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação SEED/MEC à Liga Parnaibana de Desportos/PI. Omissão na prestação de contas. Alegações de defesa já rejeitadas. Apresentação de novos elementos de defesa, conforme art. 23, 2º, da Resolução TCU nº 36/95, os quais não comprovam a boa e regular aplicação dos recursos. Contas irregulares. Débito.

Relatório: Adoto como Relatório a bem elaborada instrução de fls. 110/113, com a qual concordam o Titular da SECEX/PI e a douta Procuradoria (fls. 114 e 114v): "Trata-se da Tomada de Contas Especial da Liga Parnaibana de Desportos, instaurada em decorrência da omissão do dever de apresentação da Prestação de Contas dos recursos repassados pela extinta Secretaria de Educação Física e Desportos, do Ministério da Educação, SEED/MEC, que tinha como objetivo a aquisição de materiais esportivos destinados aos clubes filiados à referida entidade desportiva, sendo arrolado como responsável o Sr. Elias Ribeiro de Farias, então presidente. 2. Em Sessão de 16/04/96, a e. 1ª Câmara resolveu (Decisão nº 076/96, à fl. 73): 'com fundamento no art. 12, 1º, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 153, 2º, do Regimento Interno, rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelo Sr. Elias Ribeiro de Farias e fixar prazo improrrogável de 15 (quinze) dias para que efetue, e comprove perante o Tribunal o recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional da quantia de Cz$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil cruzados), corrigida monetariamente e acrescida dos respectivos encargos legais, calculados a partir de 05/09/88, na forma da legislação em vigor'. 3. Em cumprimento dessa Decisão, foi providenciada a comunicação ao responsável, Sr. Elias Ribeiro de Farias, mediante Ofício nº 164/96-SECEX-PI, de 02/05/96 (fl. 74), do qual tomou conhecimento em 13/05/96 (fl. 74 in fine). 4. Em vez de proceder ao recolhimento determinado, o responsável apresentou a título de Prestação de Contas os documentos de fls. 75/93. 5.Por determinação do Relator do feito, Exmº Sr. Ministro Bento José Bugarin, os autos foram encaminhados à Secretaria de Controle Interno do Ministério da Educação CISET/MEC, a fim de que fossem obtidos os pareceres técnicos sobre a mencionada documentação de fls. 75/93. 6. Em face da extinção da SEED/MEC, a Secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação emitiu o Parecer nº 0001/98 (fl. 102) a respeito dessa prestação de contas, manifestando-se, em síntese, que: a) as duas declarações de firmas que informam terem vendido material

esportivo à Liga Parnaibana de Desporto, apresentam o mesmo conteúdo e o quantitativo de material; b) não foram apresentadas as respectivas notas fiscais comprobatórias das aludidas operações de venda; c) as declarações de 15 agremiações afiliadas à Liga Parnaibana de Desporto, afirmando que sempre receberam equipamentos desportivos durante os mandatos do Sr. Elias Ribeiro de Farias, também têm o mesmo conteúdo; d) que a referida documentação não comprovam a boa e regular aplicação dos recursos por parte do ex-dirigente da Liga Parnaibana de Desporto. 7. Em nossa análise, tecemos as seguintes considerações: 7.1 Os recursos financeiros de trata a presente Tomada de Contas Especial, no valor de Cz$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil cruzados), foram transferidos à Liga Parnaibana de Desporto, conforme Nota de Empenho nº 88NE00064 (fl. 15) e Ordem Bancária nº 88OB00201 (fl. 17), na 'Natureza da Despesa' classificada no Elemento de Despesa 32330000 - AUXÍLIOS, mediante depósito na Conta Corrente nº 6113-1 da entidade junto ao Banco do Brasil S.A., Agência 0023X. 7.2 Os procedimentos para comprovação de Auxílios, vigentes à época da liberação desses recursos, estavam previstos nos art. 58 a 66 do Decreto nº 93.872/86, cuja normatização constava da Instrução Normativa STN nº 12/87 em seu Capítulo 6.00.00 (Subvenções, Auxílios e Contribuições), com a redação dada pela Instrução Normativa STN nº 20/87. O item 10 da Instrução Normativa STN nº 20/87, estabelecia: '10 A prestação de contas da aplicação de subvenção social ou auxílios deverá ser: 10.1 apresentada à entidade concedente no prazo de 60 (sessenta) dias contados a partir da aplicação, não podendo, no entanto, ultrapassar o último dia do mês de fevereiro do ano subseqüente ao do recebimento dos recursos; 10.2 constituída por relatório de atividades e demonstração contábil das origens e aplicações dos recursos referentes ao ano do recebimento, elaborados em modelos próprios e visados por autoridade pública local'. Quanto à guarda da documentação pertinente, o art. 66, 2º, do Decreto nº 93.872/86, previa: ' 2º A documentação comprobatória da aplicação da subvenção ou auxílio ficará arquivada na entidade beneficiada, à disposição dos órgãos de

controle interno e externo, durante o prazo de 5 (cinco) anos da aprovação da prestação de contas.' 7.3 Da documentação apresentada para liberação do Auxílio (fls. 3/10), consta da fl. 10 termo firmado pelo responsável, Sr. Elias Ribeiro de Farias, comprometendo-se a cumprir os seguintes requisitos: a) 'manter os recursos em conta específica no Banco do Brasil S.A., a qual só será movimentada para o pagamento das despesas previstas e aprovadas neste Plano de Aplicação dos Recursos'; b) 'aplicar os recursos financeiros recebidos exclusivamente nas finalidades e objetivos deste Plano de Aplicação dos Recursos, reconhecendo que é vedado a sua aplicação no mercado financeiro ou em quaisquer outros fins, mesmo em situação de emergência e para posterior ressarcimento'; c) 'submeter à SEED relatórios parciais das tarefas ou eventos realizados a cada 3 (três) meses, bem como as demais informações extraordinárias solicitadas dentro do processo de acompanhamento'; d) 'obedecer rigorosamente o cronograma de execução das tarefas e eventos aprovados, aplicados os recursos financeiros recebidos rigorosamente em consonância com o que prescreve a legislação em vigor, sob a pena de suspensão do pagamento das demais parcelas de recursos previstos'; e) 'recolher eventuais saldos financeiros ao Tesouro Nacional, dentro de no máximo 30 (trinta) dias após a execução do Plano de Aplicação dos Recursos'; f) 'prestar contas dos recursos financeiros recebidos, à Delegação do Ministério da Educação com jurisdição nesta Unidade da Federação, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias após a sua efetiva aplicação'. 7.4.Como se observa nos textos transcritos nos parágrafos 7.2 e 7.3 retro, caberia ao responsável prestar contas do Auxílio recebido à Delegacia do Ministério da Educação no Piauí DEMEC/PI, bem assim deixar arquivada na entidade beneficiada a documentação comprobatória da aplicação, à disposição dos órgãos de controle interno e externo, durante o prazo de 5 (cinco) anos da aprovação da prestação de contas. 7.4.1. Por essa razão é que a DEMEC/PI, procedeu à cobrança da prestação de contas, mediante ofício-circular datado de 24/11/89, alertando a respeito da abertura de processo de Tomada de Contas Especial, caso permanecesse a omissão (fl. 18). 7.4.2. Em duas ocasiões, o responsável alega ter prestado contas dos recursos financeiros em questão: (I) quando apresentou a defesa inicial de fl. 49, asseverando ter encaminhado tal documentação por meio dos Correios; e (II) nesta fase processual, como defesa complementar (fls. 75/76).

7.4.3. Em nossa opinião, essa alegação do responsável carece de fundamento, porque: - não comprovou mediante recibo a remessa da prestação de contas à SEED/MEC, via Correios; - em resposta da diligência à CISET/MEC (fl. 54), para obtenção dos pareceres, a DEMEC/PI informou (fl. 59) que não houve ingresso da prestação de contas. 7.5.Quanto à documentação ora trazida como defesa adicional, consideramos que não preenche os requisitos de uma prestação de contas, à luz do que estipula o item 10.2 da Instrução Normativa STN nº 20/87, por não ser 'constituída por relatório de atividades e demonstração contábil das origens e aplicações dos recursos referentes ao ano do recebimento, elaborados em modelos próprios e visados por autoridade pública local'. 8. Isso posto, manifestamo-nos de acordo com a proposta da Instrução de fls. 106/109, no sentido de que: a) seja conhecida como elemento adicional de defesa a documentação de fls. 75/93, com fundamento no art. 23, 2º, da Resolução TCU nº 36/95, e considerada insuficiente para comprovar a boa e regular aplicação dos recursos recebidos da então Secretaria de Educação Física e Desportos, do Ministério da Educação, SEED/MEC; b) sejam julgadas irregulares as referidas contas, e em débito o Sr. ELIAS RIBEIRO DE FARIAS, ex-presidente da Liga Parnaibana de Desporto, condenando-o ao pagamento da importância de Cz$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil cruzados), corrigida monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir de 05/09/88, na forma da legislação pertinente, até a data do efetivo pagamento, com fundamento no art. 1º, inciso I, art. 16, inciso III, alíneas b e c; e c) seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial, caso não atendida a notificação no prazo regimental (art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92)." É o Relatório. Voto: Segundo a inteligência do art. 23, 2º, da Resolução TCU nº 36/95, o expediente apresentado pelo responsável às fls. 75/76, por ser posterior à rejeição das alegações de defesa e anterior ao julgamento de mérito das contas, deve ser recebido como elementos adicionais de defesa. Da análise das ponderações e documentos trazidos aos autos pelo Sr.

Elias Ribeiro de Farias, não se vislumbra possibilidade de o desfecho de mérito destas contas ser distinto do já delineado quando da rejeição das alegações de defesa. Não obstante o responsável tenha adunado declarações de fornecedores comerciais dando conta de que efetuaram venda de materiais esportivos à Liga Parnaibana de Desporto (fls. 77/78), bem como outras firmadas pelos presidentes de clubes filiados à referida entidade, no sentido de que receberam, durante o mandato do Sr. Elias Ribeiro de Farias, parte desses materiais, fazendo crer que teriam sido financiados graças aos recursos repassados pelo instrumento em questão (fls. 79/93), entendo que esses documentos não são suficientes para permitir ao julgador formar convencimento de que a gestão do dinheiro público deu-se de forma regular. No tocante ao fundamento da condenação, observo que as alíneas b e c do inciso III do art. 16 da Lei nº 8.443/92 referem-se à "prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária e operacional ou patrimonial" e a "dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico". Destarte, discordo da fundamentação proposta pela SECEX, parecendo-me adequado que a condenação se dê com base na alínea a do precitado dispositivo legal, tendo em vista que o responsável não encaminhou a prestação de contas ao órgão repassador dos recursos, fato este que ensejou a instauração da presente TCE e a rejeição das alegações de defesa, conforme Voto por mim proferido e que fundamentou a Decisão nº 076/96 1ª Câmara. Ante o exposto, de acordo com os Pareceres uniformes da Unidade Técnica competente, anuídos pelo douto Ministério Público junto a esta Corte, VOTO no sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto a esta 2ª Câmara Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, 18 de abril de 2000. BENTO JOSÉ BUGARIN Ministro-Relator Assunto: II - Tomada de Contas Especial.

Relator: BENTO BUGARIN Representante do Ministério Público: MARINUS EDUARDO Unidade técnica: SECEX-PI Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial de responsabilidade de Elias Ribeiro de Farias, instaurada em face da omissão no dever de prestar contas. Considerando que, no processo devidamente organizado, apurou-se o débito contra o responsável no valor de Cz$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil cruzados), proveniente da não-apresentação da prestação de contas dos recursos recebidos da então Secretaria de Educação Física e Desporto/SEED do Ministério da Educação/MEC; Considerando que devidamente citado o responsável apresentou alegações de defesa, que foram rejeitadas pelo Tribunal, por intermédio da Decisão nº 076/96 - TCU-1ª Câmara, adotada na Sessão de 16.04.1996; Considerando que o interessado apresentou o expediente de fls. 75 a 93, a título de prestação de contas à Decisão acima citada; Considerando que, nos termos do art. 23, 2º, da vigente Resolução TCU nº 36/95, os novos documentos juntados ao processo foram recebidos como elementos adicionais de defesa; Considerando que, ante os novos elementos apresentados, o processo foi baixado em diligência preliminar, com vistas a obter os pareceres técnicos do órgão repassador dos recursos, conforme proposta da douta Procuradoria; Considerando que, em resposta à diligência acima, a Secretaria de Educação Fundamental do MEC emitiu parecer no sentido de que a nova documentação juntada aos autos não tem o condão de comprovar a boa e regular aplicação dos recursos por parte do ex-dirigente da Liga Parnaibana de Desporto; Considerando que os elementos adicionais de defesa apresentados pelo responsável, ainda que somados aos fundamentos constantes de suas alegações defesa, não conseguiram comprovar a correta aplicação dos

recursos transferidos; Considerando que o valor do débito, atualizado monetariamente e acrescido dos encargos legais, é superior ao limite fixado pelo Tribunal para que seja autorizada a cobrança judicial da dívida, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, I, e 16, III, alínea "a", da Lei nº 8.443/92 c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesma Lei, em: a) julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Elias Ribeiro de Farias ao pagamento da quantia de Cz$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil cruzados), com fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 165, III, alínea "a", do Regimento Interno), o recolhimento do mencionado valor aos cofres do Tesouro Nacional, corrigido monetariamente e acrescido dos encargos legais calculados a partir de 05.09.88 até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor; b) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação. Quórum: Ministros presentes: Adhemar Paladini Ghisi (Presidente), Bento José Bugarin (Relator), Valmir Campelo e Adylson Motta. Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 18 de abril de 2000