HISTÓRIA ORAL INTEGRADA A HISTÓRIA LOCAL: UM OLHAR SOBRE O VÍDEO TVESCOLA AULA LÁ FORA-PARTE II-MINHA COMUNIDADE



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Transcrição:

HISTÓRIA ORAL INTEGRADA A HISTÓRIA LOCAL: UM OLHAR SOBRE O VÍDEO TVESCOLA AULA LÁ FORA-PARTE II-MINHA COMUNIDADE Resumo: Fabiana Machado da Silva Mestre em História Regional e Local (UNEB/ Campus V) A proposta desta comunicação é discutir sobre a inserção de forma efetiva e conjunta da História Oral aliada a História Local no cotidiano das aulas de História no Ensino Fundamental II. Ressaltar a importância da relação e integração entre esses dois ramos didático metodológicos no ensino de História e desenvolvimento psíquico-sócio-educacional dos educandos (as) do ensino Fundamental II. Partindo de um olhar e tomando como analise o exemplo do projeto pedagógico e de aula exposto no vídeo TVescola Aula lá fora-parte II-Minha comunidade, para posterior utilização e desenvolvimento de uma proposta e dinâmica de estudo, parecida e adaptada ao local e a realidade de ensino da qual faço parte. Palavras-chaves: História Oral. História Local. Vídeo Tvescola. 1. Introdução Este artigo busca chamar a atenção para a necessidade de renovação prática pedagógica no processo de ensino e aprendizagem das aulas de História nas turmas do 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental II, no sentido de se traçar caminhos e estratégias para renovação e modificação da relação e aproximação com a história, buscando-se inserir e utilizar de forma efetiva e conjunta a História Oral aliada a História Local no cotidiano das aulas de História no Ensino Fundamental II, ressaltando a importância da relação e integração entre esses dois ramos didático metodológicos no ensino de História e desenvolvimento psíquico-sócio-educacional dos educandos (as), levando os/as professores/as e alunos/as se reconhecerem e atuarem como sujeitos históricos, construtores e produtores do processo histórico, buscando transformar a sociedade pelo conhecimento possibilitado pela regência, ensino e aprendizagem da disciplina de História. Ou seja, uma história capaz de possibilitar a compreensão do eu e do nós. Capaz de proporcionar a afirmação da

personalidade, situando o indivíduo no espaço, no tempo, na sociedade em que vive, como sujeito ativo, capaz de compreender, construir e transformar a sociedade, o espaço, o conhecimento e a história. (FONSECA, 1993) Parte-se de um olhar e tomando como analise o exemplo do projeto pedagógico e de aula exposto no vídeo TVescola Aula lá fora-parte II-Minha comunidade, para posterior utilização e desenvolvimento de uma proposta e dinâmica de estudo, parecida e adaptada ao local e a realidade de ensino da qual faço parte. Prende-se mostrar que através de atitudes e ideias simples pode-se colocar em prática, enriquecendo e dinamizando as aulas de História dentro de uma perspectiva Regional e Local aliada ao uso da História Oral. O projeto "Aula lá fora" é um dos muitos exemplos e nos trazem vários aspectos que podem nos fazer pensar a quebra de paradigmas na educação no Ensino Fundamental II. Aula lá fora é um projeto da Secretaria Municipal de Educação e Formação Profissional de Santo André em conjunto com a Secretaria Municipal de Comunicação de Santo André. Parte dos recursos para a produção de Aula lá fora vieram da TV Escola (MEC). Constitui-se de uma série de 15 vídeos de 30 minutos cada e que tem como objetivo a formação continuada de professores/as da educação infantil, do ensino médio e educação de adultos. Com ênfase em aulaspasseio, atividades extraclasse, podemos perceber nitidamente a viabilidade da aplicação de projetos e temas transversais para um processo de ensino e aprendizagem ético e cidadão, além de ecossistêmico entre aprendentes e o meio social e físico em que vivem. Aula lá fora é um projeto da Secretaria Municipal de Educação e Formação Profissional de Santo André em conjunto com a Secretaria Municipal de Comunicação de Santo André. Parte dos recursos para a produção de Aula lá fora vieram da TV Escola (MEC). Feitos originalmente para a tv, esses vídeos se aprofundam na pedagogia atual, procurando explorar o afeto, a expressão, a autoria e a comunicação dos aprendentes, observando como isso acontece nas atividades feitas com a classe fora da sala de aula, sendo um exemplo e amostra das possibilidades de utilização e integração entre História Oral e História Local dentro e fora da sala de aula.

2. Sobre a série aula lá fora Os programas da série Aula lá fora são exibidos pela TV Escola, cuja programação encontra-se no site http://portal.mec.gov.br/tvescola e os episódios estão disponíveis para download em www.dominiopublico.gov.br. Cada programa documenta uma sala de aula de uma escola da rede pública municipal de Santo André, na região do ABC, em São Paulo, e seguem uma estrutura básica: primeiro, o educador define e planeja com seus/suas alunos/as os conteúdos que serão desenvolvidos na aula passeio. Depois, cada turma tem uma "Aula lá fora" diferente: a Pinacoteca, a redação de um jornal, o parque, a usina de reciclagem, a gráfica, a feira do bairro, o posto de saúde, enfim, são 15 Aulas lá fora ao longo da série e nelas as crianças usam várias formas de registros, inclusive uma câmera de vídeo e duas câmeras fotográficas disponibilizadas pela produção da série. Na volta à escola, os/as alunos/as consolidam, num trabalho coletivo, o que viram e aprenderam durante as atividades. A dinânima para realização das aulas-passeio e produção dos vídeos é a seguinte: dois apresentadores se revezam indicando os pontos pertinentes que devem ser observados durante as aulas documentadas. Consultores em campo observam o trabalho e propõem encaminhamentos para que as atividades práticas avancem no sentido de uma ação mais viva, na qual os/as alunos/as relacionam o que vivenciam nas aulas lá fora com suas vidas. E os/as próprios professores/as comentam como suas turmas desenvolveram os trabalhos antes, durante e depois da "Aula lá fora". Dentro da proposta de elaboaração dos vídeos os apresentadores Cláudia Missura e Ismael Araújo dão uma visão geral de cada episódio a série Aula lá fora. Educadores convidados e consultores educacionais debatem a importância das aulas passeio e comentam os episódios da série. A série Aula lá fora fornece recursos para enriquecer as ações planejadas pelos/as professores/as, estimula a interdisciplinaridade e tira os/as alunos/as do ambiente fechado da sala de aula, mostrando que uma aula lá fora é um espaço privilegiado para a formação de conhecimento e para a elaboração de conceitos. Constata-se que longe de livros e cadernos, momentos que estudantes passam fora da sala de aula podem se transformar em ricas experiências pedagógicas. Para que a aula-passeio não seja confundido com lazer e as

atividades surtam efeito desejado e se alcancem os objetivos desejados é importante uma conversa com os/as aluno/as, para que compreendam o objetivos pedagógicos de cada etapa a ser relizada e o resultado será um aprendizado satisfatório para todos/as os/as envolvidos /as no processo. Além da chance de aliar a teoria à prática, especialistas garantem que as atividades relizadas fora da sala de aula estimulam o aprendizado e interesse dos/as alunos/as e no caso especifico da disciplina de História uma oportunidade de ampliarem seus conhecimentos acerca da sua realidade local e vivenciarem a construção do processo histórico mais de perto. Segundo Andrea Ramal 1, "Na maioria das instituições de ensino, não há aula em tempo integral. Isso torna o currículo limitado e reforça a necessidade de realizar atividades de complementação que ampliem as oportunidades de aprendizagem. Muito mais do que proporcionar novos conhecimentos, em ambientes extraescolares os/as alunos/as exercitam competências que ultrapassam as lições ensinadas na grade de disciplinas. Como explica Andrea Ramal 2 Falo de socialização, de aprender a se relacionar e a trabalhar em grupo. Se torna um aprendizado divertido e rico além da sala de aula, sendo também a interdisciplinaridade uma outra vantagem de experiências fora da escola, onde professores/as de diferentes matérias integraram e comentam os conteúdos em um mesmo trabalho sobre uma determinada temática ligada a vivência e ao contexto local dos/as alunos/as, tendo como resultado o envolvimento maior dos/as estudantes com a atividade. 3. Aula lá fora - Minha comunidade Foi escolhido para se analisar apenas um vídeo da série Aula lá fora, Minha comunidade. Nele a professora Rosa faz um resgate do sentimento amoroso das crianças pelo bairro da escola que, mesmo sendo pobre, mostra que tem muitas riquezas. Em classe, as crianças levantam pontos negativos e positivos do bairro. Depois, saem para a Aula lá fora em busca de coisas que ainda não conhecem. 1 Doutora em educação no Rio de Janeiro e autora do livro Depende de você como fazer de seu filho uma história de sucesso. 2 Idem.

Descobrem uma gráfica vizinha que faz livros de arte e de história; descobrem talentos da comunidade - que depois vão à escola para uma festa e aprendem que eles próprios são responsáveis pela melhoria da vida da comunidade. Os objetivos a serem alcançados nas aulas durante a realização das atividades propostas pelo/a professor/a, apreseentadas e discutidas com os/as alunos/as são que eles/as possam conhecer e reconhecer o que há de positivo na comunidade, reflentindo sobre o espaço em que habitam, aprenderem a explorar, de forma sistematizada, o entorno da escola e descobrirem a comunidade a partir de outro olhar, mais abrangente e positivo, além de proporem medidas e ações que os moradores podem assumir para efetivar melhorias no bairro. Inicialmente se inicia com a contextualização do bairro, destacando-se seus aspectos positivos e negativos, construindo-se uma tabela com os dados apresentados, a ideia desta atividade é levar os/as alunos/as a conhecerem melhor o bairro em que a escola se situa e se reconhecerem enquanto identidade social. As atividades têm o objetivo de resgatar o bairro da escola bem como resgatar o sentimento de pertença e de autovalorização a partir do meio em que habitam. A importância desta atividade reside na possibilidade de uma melhor integração dos/as alunos/as ao seu entorno, bem como da aproximação da educação formal com a educação e cultura populares. É necessário que o/a professor/a proponha aos/as alunos/as neste momento, um debate sobre as informações que cada um trouxe sobre o bairro em que mora. Deixar que os/as alunos/as exponham oralmente suas reflexões livremente, pois as perguntas, bem como as respostas, estão diretamente relacionadas com as próximas atividades. Depois fazer um registro da síntese das reflexões dos/as alunos/as sobre o bairro em que vivem no quadro. Organizar as informações apresentadas, juntamente com as tabelas construídas pelos/as alunos/as e depois de corrigidas e revisadas, socializar na escola para que todos possam ler, inclusive os pais e a comunidade local, possibilitado uma mudança de olhar em relação a mesma, analisando-se seus aspectos negativos e também positivos, mostrando que apesar daquilo que apresenta de negativo que deve e pode ser melhorado, tem pontos positivos que devem devem se orgulhar da comuidade onde moram. Para completar e antes de prosseguir com a discussão sobre a comunidade da escola, também o professor pode levar a turma para a sala de vídeo ou exibir em

sala de aula o episódio n. 12 da Série Aula lá fora - "Minha comunidade". Este vídeo tem duração de 27 minutos e está disponível em: http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4966. A proposta é através da utilização e analise deste vídeo, mostrar na realidade, como se dá uma exploração de uma comunidade com a turma. É neste momento que se deve perceber e colocar em prática o uso da História Oral aliada a História Local, fazendo com que os/as alunos/as reconheçam e se identiquem com o lugar onde moram, favorecendo a criação de um sentimento de autoestima, pertencimento e fortalecimento de uma identidade local entre os estutantes. 4. Considerações finais A partir da analise da proposta do video aula lá fora minha comuindade, pode-se perceber que é importante se pensar e repensar a revonaçao da prática pedagógica das aulas de história a apartir do uso, diálogo e integração entre a História Oral e História Local, apartir de alternativas simples, como a expressa na série de videos da Tvescola, criativas e inovadoras, que fazem toda a diferença na dinamizaçao, compreensão e assimilação do conhecimento histórico, possibilitando o empoderamento dos/s alunos/as enquantos sujeitos e agentes tranformadores, na analise e olhar sobre a comunidade em que vivem, dotando-a de valor e possibilitadades de mudanças. E necessário os/as professores/as de História terem a vontade de arriscar e de experimentarem maneiras de dinamizar suas praticas pedagógicas para que as mesmas possam ter efeitos mais significativos para os/as estudantes, no intuito de tornar o processo de ensino e aprendizagem da disciplina de História mais significativo, atraente, criativo, crítico, reflexivo e humanista, aproximando-o cada vez mais da realidade vivida pelos/as alunos/as, buscando diversificar as aulas para atender as necessidades de aprendizagem de cada aluno/a em particular com suas limitações, potencialidades e especificidades. Tornando a relação com a disciplina de História inovadora, enriquecedora, sedutora e apaixonante, fazendo com que os/as alunos/as se apaixonem pela História e compreendam sua importância para as suas vidas.

Buscar relacionar teoria e prática na área de História é de suma importância para promover o comprometimento do (a) docente na busca pela melhoria constante de suas aulas. As concepções teóricas e as questões de ordem prática estão e devem ter relações diretas durante os cursos de formação dos/as professores/as, as quais são aprendidas e efetivadas na modificação do ensino em sala de aula. No sentido de renovar, ressignificar as aulas de História com práticas inovadoras, aliando teoria e prática, tornando as aulas mais atrativas, interativas, dinâmicas, significativas, participativas, proporcionando aos/as alunos/as se mobilizarem, movimentarem e construírem seu próprio conhecimento, melhorando a qualidade do ensino e aprendizagem da disciplina de História e da vida dos/as seus/suas aprendentes, a apartir das mudanças realizadas por eles/elas mesmos/as na comunidade em que vivem, enquanto cidadãos conscientes e agentes construtores da História no exercíco de sua autonomia, liberdade e criatividade. 5. Referências BOSCHI, C.C. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007. FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. Campinas: Papirus, 1993. (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico). NIKITIUK, Sônia L. (org). Repensando o ensino de História. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2012. PINSNKY, J.; PINSNKY, C. B. Abordagens. KARNAL, L. (Org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 17-36. www.dominiopublico.gov.br