Guia de Acolhimento do Recém- Nascido de Alto Risco na Clínica Pediátrica

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Introdução

Transcrição:

Guia de Acolhimento do Recém- Nascido de Alto Risco na Clínica Pediátrica Divina Fernandes Silva Barbosa Dione Marçal Lima Alessandra Vitorino Naghettini Goiânia, 2017

PREZADO PROFISSIONAL, Este guia é um produto técnico proveniente da pesquisa de Mestrado intitulada: A Enfermagem e o Recém-nascido de Alto Risco: A Luz da Teoria do Campo de Forças, realizada pela mestranda em Ensino da Saúde na UFG, Enfermeira Divina Fernandes Silva Barbosa, tendo como orientadora a Prof.ª Dra Alessandra Vitorino Naghettini e co-orientadora Prof.ª Dra Dione Marçal Lima. A pesquisa contou com a participação dos profissionais de enfermagem da clínica pediátrica de um hospital universitário no estado de Goiás, utilizando um questionário adaptado para entrevistar os participantes. Durante um período de dois meses, vários profissionais da equipe de enfermagem da clínica supracitada foram entrevistados relatando aspectos positivos e negativos relacionados ao atendimento do Recém-Nascido de Alto Risco (RNAR). Considerando os principais resultados do estudo, percebemos que a falta de estrutura adequada e a dificuldade de comunicação são alguns dos fatores que interferem no acolhimento deste recém-nascido (RN). UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Faculdade de Medicina MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE Rua 235 esq. com 5ª Avenida s/n Setor Universitário - Goiânia Goiás CEP.: 74605-050 Tel: (62) 3209-6247 Site: https://ensinosaude.medicina.ufg.br/ E-mail: divaa.barbosa@yahoo.com.br

O Acolhimento do Recém-nascido de Alto Risco na Clínica Pediátrica O acolhimento, ato de receber o recém-nascido de alto risco e de sua família, é essencial na política de humanização. É um ato que envolve uma ação não somente física, mas de cunho afetivo desenvolvida pelos profissionais de saúde (RESENDE; SILVEIRA, 2013). Segundo o guia para profissionais de saúde de atenção à saúde do recém-nascido, acolher é recepcionar o recém-nascido e sua família, desde a sua chegada até sua alta, responsabilizando-se integralmente por ele, ouvindo as queixas dos pais, permitindo que ele expresse suas preocupações e angústias, e dando respostas adequadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). Alguns cuidados e práticas devem fazer parte do cotidiano do profissional de saúde que atua na clínica pediátrica, que são fundamentais para uma atenção qualificada e humanizada da dupla mãe-bebê e também de sua família. Esse guia irá abordar alguns pontos importantes para o bom acolhimento do recém-nascido de alto risco. 1

O ACOLHIMENTO DO RECÉM-NASCIDO DE ALTO RISCO NA CLÍNICA PEDIÁTRICA É ideal que para receber o recém-nascido de alto risco: Haja um ambiente especifico somente para o recém-nascido de risco Esse ambiente tenha estrutura adequada para o cuidado Os profissionais de saúde envolvidos no cuidado precisam ser qualificados Os pais devem ser apoiados pelos profissionais e orientados sobre os cuidados ofertados. 2

O ambiente para receber o recém-nascido de alto risco precisa: Ser um espaço que tenha a confortabilidade voltada para garantir a privacidade e individualidade dos sujeitos envolvidos no cuidado, valorizando elementos do ambiente que interagem com as pessoas cores, cheiros, sons, iluminação, morfologia do espaço e que garanta também o conforto aos trabalhadores e usuários; Possibilitar a produção de subjetividades encontro de sujeitos por meio da ação e reflexão sobre os processos de trabalho; Ser usado como ferramenta facilitadora do processo de trabalho, favorecendo a otimização de recursos, o atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). 3

Os profissionais de saúde que irão receber o recém-nascido de alto risco devem: Ter a capacitação técnica, mas, também, sensibilidade para que planejem a assistência pautada nos fundamentos da humanização e da integralidade do cuidado, a fim de proporcionar ao bebê e a sua família um ambiente tranquilo e acolhedor, apesar da situação de hospitalização vivenciada (RUBIA; TORATTI, 2016 ); Implementar a educação continuada e a utilização de protocolos clínicos baseados nas melhores práticas como estratégias para um atendimento especializado (SILVA; QUEIROZ; MELO, 2015); Estar atenta aos elementos do ambiente que devem ser controlados como o ruído e a luz, favorecer o vínculo e a interação mãe-rn, e estabelecer estratégias para reduzir as manipulações dolorosas para o bem-estar do recém-nascido (RAMOS et al, 2010). 4

A comunicação dos profissionais de saúde é importante porque: É o canal através do qual as informações serão passadas, devendo assim, chegar ao seu destino de forma clara evitando possíveis dúvidas, tanto no que se refere à equipe multiprofissional quanto ao usuário, garantindo que todos os processos da assistência sejam compreendidos (FERREIRA et al., 2009); Os profissionais da equipe de saúde são responsáveis pelas informações que podem contribuir para amenizar os efeitos da hospitalização, que devem sempre ser verdadeiras, atualizadas, passadas em linguagem adequada, respeitando-se o nível de compreensão de cada um, suas crenças e seus valores, para que se sintam apoiados nesse período crucial (CAMPOS et al. 2008); Deve-se tentar diminuir conflitos e mal-entendidos e para isso a comunicação tem que ser bidirecional, ou seja, é necessário que haja resposta e validação das mensagens transmitidas. A equipe precisa conhecer os mecanismos de comunicação que facilitarão o desempenho de suas funções em relação ao paciente bem como melhorar o relacionamento entre os próprios membros da equipe (MARINHO et al., 2016). 5

Algumas maneiras de comunicação positiva Para ser eficaz, é importante entender os atributos da comunicação assertiva adequada, isto é, ela não é agressiva, hostil, confrontante, ambígua ou em tom de deboche, e sim utilizada de forma empática. É necessário ser empático porque o termo ALTO RISCO envolve um receio de perda, que não é comum ao RN normal, a mãe e a família destes bebês encontramse em um momento de fragilidade e vulnerabilidade extrema, às vezes até com a recusa na situação em que se encontram. É preciso uma atitude de se colocar no lugar do outro para que o acolhimento seja eficaz; Os enfermeiros-líderes devem, por meio do exemplo, estabelecer o tom para a criação de uma cultura honesta e aberta; Encorajar a equipe de enfermagem a questionar ou esclarecer as prescrições consideradas inapropriadas, incompletas ou obscuras e proporcionar mecanismos claros e seguros para isso (JOINT COMMISSION RESOURCES, 2008); 6

Algumas maneiras de comunicação positiva Implementar os sistemas, as políticas e os procedimentos para minimizar os problemas na comunicação; Encorajar a participação do médico na implementação dos métodos eficazes de comunicação (JOINT COMMISSION RESOURCES, 2008). 6

Conclusão Esse guia é importante para a resolução de alguns problemas enfrentados no dia-a-dia da equipe dos profissionais de saúde que lidam com recém-nascido de risco e buscam melhorar seus processos de cuidado. Destaca-se assim a importância do ambiente para o acolhimento, a capacitação e especialização da equipe e a comunicação estabelecida no processo do cuidado dos neonatos. 7

Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde/ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Ambiência / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. CAMPOS, A. C. S. et al. Comunicação: instrumento básico da enfermagem para cuidar da mãe do neonato sob fototerapia. Revista Rene. 2008; V. 9, N4, p.:24-32. FERREIRA, G. S. G. et al. A importância da Comunicação no processo de enfermagem: a visão do enfermeiro. In: Anais do XIII Encontro Latino- Americano de Iniciação Científica. São José dos Campos. 2009. JOINT COMMISSION RESOURCES. Temas e estratégias para liderança em enfermagem: enfrentando os desafios hospitalares atuais. Porto Alegre: Artmed, 2008. 182p.. MARINHO F. P. et al. Relacionamento interpessoal de docentes de enfermagem: conflitos e desafio. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online [Internet]. jul. 15; [Acesso em 2016 Dez 4]; 8(3): 4609-4615. Disponível em: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/3085. 9

Referências RAMOS, F. P. et al. Concepções de funcionários de Utin sobre competências desenvolvimentais de recém-nascidos. Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 144-157, fev. 2010. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1516-36872010000200010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 25 jun. 2017. RESENDE, M. A.; SILVEIRA, J. C. G. Acolhimento familiar na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: a importância das ações do enfermeiro diante da prematuridade. Revista Eletrônica Saberes Interdisciplinares. 2013, V. 11, N. 1, p. 55-72. Disponível em: <http://www.iptan.edu.br/publicacoes/saberes_interdisciplinares/pdf/revista11 /ACOLHIMENTO_FAMILIAR.pdf> Acesso em: 25/07/2017. RUBIA, A. S. C.; TORATI, C. V. Humanização em unidade de terapia intensiva neonatal: Uma revisão. Salus J Health Sci. 2016; V. 2, N. 1, P.77-84. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.5935/2447-7826.20160010> Acesso em: 25/07/2017. SILVA, N. L. C; QUEIROZ, T. C. N.; MELO, M. C. B. Cuidando do recémnascido de alto risco. [livro eletrônico] Belo Horizonte: Folium, 2015. Disponível em: <http://site.medicina.ufmg.br/cetes/wp- content/uploads/sites/18/2016/03/cuidando-do-rec%c3%a9m-nascido-de- Alto-Risco.pdf> Acesso em: 01/08/2017. 9