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Transcrição:

Normas coletivas. Conflito. Inexiste conflito entre duas normas coletivas quando uma delas se refere a período de vigência diferente do da outra. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário em que são partes, NITRIFLEX S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO, como recorrente e SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA PETROQUÍMICA DE DUQUE DE CAXIAS, como recorrido. Inconformada com a r. sentença de fls. 724/728, complementada às fls. 737, prolatada pela MMª Juíza Luciana Gonçalves de Oliveira Pereira das Neves, que julgou procedentes em parte os pedidos contidos na peça inicial, recorre ordinariamente a ré, pelas razões de fls. 739/765. Depósito recursal e custas recolhidos e comprovados às fls. 766/767. Contrarrazões às fls. 773/779. Manifestação do Ministério Público do Trabalho às fls. 781/784, pelo Exmo. Procurador do Trabalho Marcelo de Oliveira Ramos, que opina pelo conhecimento e não provimento do recurso ordinário. É o relatório. VOTO ordinário. CONHECIMENTO Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso PRELIMINARES DA NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL Argui a reclamada em razões recursais a preliminar de nulidade do 20474 1

julgado por negativa de prestação jurisdicional alegando que restou omissão na sentença, a despeito da oposição de embargos de declaração; que o juízo primário deixou de emitir juízo de valor a respeito de questões trazidas pela empresa (fls. 740/743). O direito processual brasileiro se pauta no princípio do livre convencimento motivado do juiz, ou seja, o magistrado aprecia livremente a prova produzida nos autos e fundamenta sua decisão. O juiz a quo não foi omisso, apenas não é obrigado a se manifestar acerca de todos os argumentos apresentados pelas partes nem de todos os elementos probatórios. O convencimento judicial é livre, desde que fundamentada a sentença, em conformidade com os elementos encontrados nos autos, e que haja decisão sobre todos os pedidos, conforme Jurisprudência dominante. pedidos foram decididos. Embargos de Declaração. Ao encontrar fundamentos suficientes para o seu convencimento, não fica o Juiz obrigado a responder a todas as alegações da parte no seu recurso Ac. TRT, 1ª Reg. 6ª T. (RO 6.420/92). Rel. Juíza Dóris Neves, DO/RJ 10.03.95, p.150. Idem(RO 21.665/92, idem. (in Dicionário de Decisões Trabalhistas B. Calheiros Bonfim, 25ª ed, RJ. ED. Trabalhistas, 1995, pág..294). A decisão guerreada está perfeitamente fundamentada e todos os Não houve negativa de prestação jurisdicional. Rejeito a preliminar. DO SOBRESTAMENTO Preliminarmente, em razões de seu recurso ordinário, aduz a reclamada que, perante a 5ª Vara do Trabalho de Duque de Caxias, sob o n o 00657-2004-205-01-00-1, o autor, como substituto processual, ajuizou ação anulatória em face da recorrente; que o fundamento daquela atinge diretamente o postulado na presente, qual seja, a anulação dos acordos coletivos firmados pela ré com comissão de empregados, na forma do art. 617 da CLT, vez que, nesta, o autor pretende o cumprimento de acordo coletivo aplicável aos empregados que laboram em horário administrativo distinto dos 20474 2

englobados pelos acordos cuja anulação lá se pretende; que a ação anulatória foi julgada improcedente; que a sentença foi confirmada em grau de recurso; que a 2ª instância condenou o sindicato por litigância de má-fé; que a ação se encontra em fase de agravo de instrumento pelo sindicato; que há que se suspender a presente até o trânsito em julgado da outra ação (fls. 743/745). A própria tese da recorrente já demonstra que não há ligação entre as ações, vez que tratam de acordos diferentes, não havendo que se falar em sobrestamento da presente, exatamente conforme entendeu o magistrado de 1º grau (fls. 725). Nego provimento. DA ILEGITIMIDADE AD CAUSAM Reitera a reclamada a preliminar de ilegitimidade ativa arguida em defesa (fls. 54/63), sustentando que o autor não possui legitimidade para propor ação postulando horas extras e indenizações aos substituídos (fls. 745/752). Na lição de Liebman a legitimatio ad causam é a "pertinência subjetiva da ação", que representa a titularidade ativa e passiva para figurar em um dos pólos da relação jurídica processual. Desse modo, a legitimidade do autor decorre do fato de alegar ser titular do direito vindicado nestes autos, enquanto, a ré, é a pessoa indicada pelo autor para os fins de, uma vez julgado procedente o pedido, suportar os efeitos da sentença. A questão de saber se é a ré devedora ou não dos valores buscados em Juízo é matéria de mérito, que será apreciada no momento oportuno, como preconiza a teoria da asserção. Rejeito a preliminar. MÉRITO DO ADICIONAL DE HORAS EXTRAS Postula o sindicato-autor a condenação da ré ao pagamento, aos substituídos processuais, das diferenças dos percentuais das horas extras, na proporção de 20474 3

duas horas diárias, conforme os percentuais constantes da cláusula 6ª do acordo coletivo de trabalho assinado em 08.12.2009; que as diferenças devem ser calculadas sobre as horas já pagas, desde 01.02.2007, e sobre as vincendas, até o efetivo cumprimento do acordo, e consectários (fls. 07). Sustenta que a reclamada continua pagando aos seus empregados percentuais inferiores aos pactuados, especificamente nos setores de reação, utilidades, acabamento e de embalagem de produtos que trabalham em turno de revezamento, em jornada de 6 horas diárias e 36 semanais, com divisor 180; que esses substituídos fazem diariamente duas horas extras; que essas horas extras são remuneradas pela demandada apenas com adicional de 22,5% (fls. 03/04). Contesta a ré alegando que não violou o dispositivo normativo; que a cláusula perseguida se aplica aos empregados que cumprem horário administrativo; que os substituídos cumprem turno de revezamento de oito horas, sendo a sétima e a oitava horas pagas da forma definida em acordo coletivo específico firmado nos termos do art. 617 da CLT; que o autor, por meio de outra ação, pretendeu a nulidade dos mencionados acordos; que aquela ação foi julgada improcedente; que, em 2000, vigia um acordo coletivo, firmado com o autor, que fixava jornada de seis horas para turno de revezamento, percebendo os empregados verba denominada ATN no percentual de 26%; que em 2001, ante a inércia do sindicato-autor, foi firmado acordo coletivo com uma comissão formada pelos empregados, obedecida a forma prevista no art. 617 da CLT, dispondo sobre turno ininterrupto de revezamento de oito horas, com o pagamento dos adicionais estabelecidos na cláusula 3ª; que o turno de revezamento foi consagrado pelos acordos firmados nos anos posteriores (fls. 63/77). Deferiu o pleito o magistrado a quo, ao entendimento de que, ainda que válidos os acordos anunciados pela reclamada, estes não se referem ao período perseguido pelo autor, devendo ser aplicada aos substituídos a cláusula normativa requerida no libelo, pagando-se aos empregados as diferenças das horas extras e consectários (fls. 726). Apela a ré, reiterando as alegações aduzidas em defesa (fls. 753/764). Conforme entendeu o julgador de base, os períodos a que se referem as diversas normas coletivas não se sobrepõe, não havendo, por conseguinte, conflito entre os diversos instrumentos normativos juntados a esses autos, de forma que há que se aplicar 20474 4

a norma coletiva perseguida pelo autor, valendo repetir, por irretocáveis, os fundamentos da decisão de 1º grau (fls. 726): Analisando a norma coletiva trazida pelo Sindicato-Autor, às fls. 27/36, não há como acolher a tese da defesa de que os adicionais fixados para remunerar as horas extras se restringem aos trabalhadores da área administrativa, pois não há a referida restrição no texto da cláusula 6ª à fl. 28. Deve ser observado que, quando as partes acordantes Sindicato e Nitriflex quiseram excepcionar, assim o fizeram de forma expressa, conforme cláusula 16ª (fl. 30), ao estabelecerem a jornada para os empregados sujeitos ao horário administrativo. Logo, tal argumento da defesa não pode prosperar. Ademais, os autos revelam que o reajuste salarial, fixado na cláusula 1ª, foi aplicado aos substituídos. Não bastasse isso, verifica-se que a Ré só trouxe aos autos acordos celebrados com a comissão de trabalhadores com vigência até 30/04/09, f. 222. Assim, considerando que a norma coletiva que embasa a inicial foi celebrada em 08/12/09, encaminhada para o Ministério do Trabalho e Emprego em 28/01/10 e registrada em 22/02/10, tem-se que, ainda que válidos os sucessivos acordos feitos pelas comissões de trabalhadores e a Nitriflex, estes foram substituídos pela negociação coletiva que resultou no acordo coletivo de trabalho celebrado pela própria Nitriflex e o Sindicato dos Empregados. Assim, não há como prevalecer o acordo celebrado pela Ré e a comissão de trabalhadores, o que torna procedente o pedido inicial de que seja aplicado aos contratos dos substituídos a cláusula 6ª da norma coletiva, a fl. 28. No mesmo passo, procede o pedido de pagamento das diferenças das horas extras, a partir de 01/02/07, parcelas vencidas e vincendas, observando-se o que foi efetivamente pago e o valor devido, conforme fixado na cláusula 6ª do acordo coletivo de trabalho. A apuração das diferenças irá observar a vigência fixada na cláusula 43 e seus 20474 5

parágrafos, da norma coletiva, à fl. 36. Nego provimento. PREQUESTIONAMENTO Tendo esta relatora adotado tese explícita sobre o thema decidendum e sabendo-se que não está o Juiz obrigado a refutar todos os argumentos das partes desde que fundamente o julgado (art. 131, 458 CPC, 832 CLT e 93, IX CF/88), tem-se por prequestionados os dispositivos legais invocados pelo recorrente (Súmula 297, I, TST). Isto posto, conheço do recurso ordinário, rejeito as preliminares de negativa de prestação jurisdicional e de ilegitimidade ativa e, no mérito, nego-lhe provimento, na forma da fundamentação supra. ACORDAM os Desembargadores que compõem a 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, por unanimidade, conhecer do recurso, rejeitar as preliminares de negativa de prestação jurisdicional e de ilegitimidade ativa arguidas pela ré e, no mérito, negar-lhe provimento, nos termos do voto da Exma. Sra. Relatora. Rio de Janeiro, 05 de setembro de 2011 DALVA AMÉLIA DE OLIVEIRA Juíza Convocada Relatora /cgtm 20474 6