APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: FAMILIA E ESCOLA COMO FATORES MEDIADORES

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Transcrição:

APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: FAMILIA E ESCOLA COMO FATORES MEDIADORES Joelma Rejane dos Santos Nascimento; Isabelly Mendonça; Roseane Almeida Gomes Tatiana Cristina Vasconcelos; Joselito Santos; Rosimere Bandeira Diniz Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), vasconcelostc@yahoo.com.br Resumo: Esse estudo teve como objetivo a compreensão da organização familiar e as implicações no processo de escolarização de crianças e adolescentes que apresentam dificuldades de aprendizagem. As informações foram obtidas a partir de entrevistas semiestruturadas com uma professora e um pai de aluno, em uma escola pública na cidade de Pocinhos- PB. Assim proporcionou a verificação das relações familiares que ocasionam dificuldades visível na aprendizagem. Notamos que várias pesquisas têm sido dedicadas ao entendimento das causas do fracasso escolar ao longo do tempo. Entre as causas apontadas, em geral, percebemos a influência da origem social, da prática pedagógica do professor sobre o padrão de estímulo intelectual e afetivo das crianças. Porém, a relação existente entre a família e os processos de aprendizagem não aparece claramente nesses estudos. A aprendizagem está ligada à ação social. A orientação educacional é vital para as pessoas, tanto nas instituições de ensino quanto nas famílias. Pode-se pensar que, a aprendizagem e o desempenho escolar dependem, primeiramente, da inter-relação familiar e da base como na educação infantil que a criança desenvolve-se em todos os aspectos, posteriormente, da relação professor-aluno. Se antes as escolas e famílias tinham objetivos que aparentemente não se relacionavam, agora está claro que para uma aprendizagem de qualidade a família e escola precisam ter objetivos comuns. O processo de aprendizagem e de desenvolvimento inclui o pensar, o agir, o sentir e o falar,assim compreendemos que é clara a necessidade de ambas escola e família andarem na mesma direção para que juntas possam compreender os porquês da não aprendizagem e juntas chegarem a uma solução. Introdução A primeira infância é um período muito importante na vida das crianças, é nesta fase que elas adquirem capacidades fundamentais para o desenvolvimento de habilidades que irão impactar na sua vida adulta. A educação infantil é uma das grandes responsáveis pelas primeiras aprendizagens, pelo desenvolvimento do potencial do infante, seja cognitivo, seja psicomotor ou sócio emocional. É através de uma boa educação infantil que as portas se abrem para uma boa vida acadêmica. Neste sentido pais e educadores precisam caminhar juntos frente as estratégias de desenvolvimento e de aprendizagem para tornar estes processos verdadeiramente eficazes. Enquanto etapa primeira da Educação Básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e da comunidade. O sistema escolar, além de envolver uma gama de pessoas, com características diferenciadas, inclui um número significativo de interações contínuas e complexas, em função dos estágios de desenvolvimento do aluno. Trata-se de um ambiente multicultural que abrange também a construção de laços afetivos e preparo para inserção na sociedade (Oliveira, 2000). Sem dúvida, escola e família constituem dois contextos de desenvolvimento fundamentais para a trajetória de vida das pessoas, pois compartilham funções sociais, políticas e educacionais, na

medida em que contribuem e influenciam a formação do cidadão. Portanto, a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social..diante desses aspectos, o presente estudo objetivou analisar a importância do contexto social, familiar e escolar no desenvolvimento e na aprendizagem infantil. Descrição Metodológica O presente estudo trata-se de uma pesquisa de campo com uma abordagem qualitativa utilizando o estudo de caso no qual vai analisar duas pessoas a caracteriza como uma técnica de pesquisa que coleta dados por meio das interações individuais ao se discutir um tópico especial sugerido pelo pesquisador. Como técnica, ocupa uma posição intermediária entre a observação participante e as entrevistas em profundidade. Pode ser caracterizado também como um recurso para compreender o processo de construção das percepções, atitudes e representações sociais de grupos humanos (VEIGA;GONDIM,2001), o que coaduna com o objetivo deste estudo. Para concretizar a técnica foi realizada uma entrevista semiestruturada com uma professora de Ensino Fundamental, de uma escola pública localizada no Sítio Arruda, Município de Pocinhos PB, que leciona em duas cidades diferentes com alunos entre dez e quatorze anos de idade e também com um pai de aluno residente na mesma cidade citada anteriormente. E os principais comentários da professora e do pai do aluno foram analisados qualitativamente e discutidos à luz do referencial teórico-metodológico adotado. Vale destacar que todos os preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos foram seguidos, principalmente no que diz respeito ao respeito, ao sigilo e confidencialidade da identidade dos sujeitos, sendo suas falas consideradas apenas para fins acadêmico-científicos. Resultados de discussão A integração entre escola e família tem despertado, recentemente, o interesse dos pesquisadores, principalmente no que se refere às implicações deste envolvimento para o desenvolvimento social e cognitivo e o sucesso escolar do aluno. O processo de aprendizagem e de desenvolvimento inclui o pensar, o agir, o sentir e o falar, congregando. Fatores internos (individuais) e externos (ambientais) interferem no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança. Quando voltamos nossa atenção para fatores externos, Marturano (1997) diz que a família e a escola (exemplos de fatores externos), podem ser consideradas, no processo de aprendizagem e

desenvolvimento, uma fonte de recursos ou o limite das crianças. Conforme a autora algumas características do ambiente familiar podem facilitar o desempenho escolar dos alunos. A seguir apontaremos as mais relevantes: Organização do ambiente físico - ou seja, um ambiente apropriado para que a criança possa se concentrar e focar na atividade ou leitura; Envolvimento dos pais-filhos no processo de desenvolvimento dos filhos - Sabemos que é essencial a interação dos pais e demonstração de interesse pelas atividades escolares e, até mesmo leitura espontânea, para que seus filhos sintam prazer em leituras e atividades, para que não vejam a atividade como um esforço, sacrifício, ou algo por obrigação. Os filhos tendem a imitar os pais, então porque não começar a dar o exemplo desde casa? Clima emocional positivo, práticas educativas e disciplinas apropriadas - Nesse sentido percebemos que a motivação, o estímulo pela leitura e estudos como também a escolha da metodologia para se trabalhar com as crianças são de extrema importância para que a criança venha a se desenvolver melhor, e até superar dificuldades enfrentadas. Às vezes a criança nem precisa de algum de diagnóstico para explicar seu comportamento. O professor rever a sua metodologia e buscar outros meios para o desenvolvimento dos alunos pode ser um grande divisor de águas. O clima emocional necessita de parceria entre ambiente familiar e escolar, visando sempre o bem estar da criança; Crenças e expectativas dos pais tais crenças e expectativas podem vir a contribuir de forma positiva ou negativa na aprendizagem da criança. Expectativa demais pode gerar frustrações nos pais e fazer com que os mesmos percam o ânimo de estimular suas crianças a participarem das festividades ou apresentações escolares de suas crianças. E por outro lado ajudar no rendimento das mesmas quando se sentem pressionadas a mostrar resultados pela cobrança e incentivo dos pais. Diante dessas questões, foram realizadas algumas perguntas à professora e a um pai de uma aprendente. Os principais resultados são expostos abaixo: Professora, você acredita que o meio social no qual seus alunos convivem interfere na sua aprendizagem? Por quê? Sim. Se o aluno tem contato com pessoas que mesmo sem ter certo conhecimento, mas incentiva e cobra dele as tarefas e está sempre presente na escola, esta criança se torna responsável, mas se acontece o inverso, a família não apresenta compromisso só na frente do aluno, omitindo a verdade com certeza esse aluno será sua imagem, visto que somos espelhos. Vejo que quando há o apoio, com certeza os meus alunos que os pais Pai, você acha que a criança que encontra apoio em casa aprende melhor, ou seja, com mais facilidade? Sim, porque tendo apoio é mais fácil dele aprender as coisas. Porque com carinho e apoio é importante para ele ser alguém na vida. Porque eles se espelham nos pais. Eu, por exemplo, participo das tarefas escolares e vejo que o desenvolvimento dele flui também na sala de aula, ele torna-se mais participativo.

acompanham se preocupam com o seu comportamento, notas etc. são bem mais evoluídas, como também as notas são as melhores. Observando a participação do pai na vida escolar de seu filho, vale destacar que a formação da personalidade se faz através da resolução de conflitos e aquisições, sendo a aprendizagem o produto da interação das necessidades que vão se modificando e configurando novos conflitos, que influenciam a maneira como as etapas posteriores do desenvolvimento serão experimentadas. Com relação a essa questão, Burochovith (1994) diz que o desempenho e o fracasso escolar constituemse em um fenômeno multideterminado, sendo relevantes para a sua compreensão não somente os eventos e experiências em si, mas as interpretações e atribuições causais que os sujeitos conferem às mesmas. O conhecimento é produzido na interação com o mundo físico e social, com base no contato do indivíduo com a sua realidade, com os outros, incluindo assim sua dimensão social, dialógica, inerente à própria construção do pensamento. Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social. Ela é a matriz da aprendizagem humana, com significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva. Quanto à escola, esta constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças. Assim, é nesse espaço físico, psicológico, social e cultural que os indivíduos processam o seu desenvolvimento global, mediante as atividades programadas e realizadas em sala de aula e fora dela (Rego, 2003). Considerações finais Sabemos que é necessária a parceria entre pais e escola para que o aluno seja o maior beneficiado. Dessa maneira é necessário que enquanto futuros professores saibam como agir em situações que o aluno apresente certa dificuldade em aprender. Tanto o referencial teórico quanto a experiência de ouvir professor e pai, nos dá embasamento para que no futuro estejamos mais atentos a necessidade das crianças, podendo assim, ajudá-los da melhor maneira. Levando em consideração todo este cenário, e toda luta por uma educação de melhor qualidade, a sociedade se volta para a escola voltando a vê-la com grande expectativa, haja vista que nos dias de hoje os indivíduos

precisam da escola para ter melhores oportunidades de trabalhos, melhores salários, e consequentemente através de uma boa formação, possa haver também uma possível ascensão social. REFERÊNCIAS VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. FUNAYANA, C.A.R (0RG). Problemas de Aprendizagem. Campinas, SP: Editora Alípea, 2000. OLIVEIRA, Z. M. R. (2000). Interações sociais e desenvolvimento: A perspectiva sócio histórica. Caderno do CEDES VEIGA, L.; GONDIM, S. M. G. A utilização de métodos qualitativos na ciência política e no marketing político. Opinião Pública, v. 3, n. 1, p. 1-15, maio 2001. BORUCHOVITCH, Evely. As Varáveis Psicológicas e o Processo de Aprendizagem: Uma Contribuição para a Psicologia Escolar. Psicologia, Teoria e Pesquisa, Brasília, vol. 10, n 1, p.129-139, 1994. Rego, T. C. (2003). Memórias de escola: Cultura escolar e constituição de singularidades. Petrópolis, RJ: Vozes Marturano, E. M. (1997). A criança, o insucesso escolar precoce e a família: condições de resiliência e vulnerabilidade. In A. W. Zuardi; E. M. Marturano; M. A. de C. Figueredo & S. R. Loureiro (Orgs.). Estudos em Saúde Mental (pp.132-151). Ribeirão Preto: CPG em Saúde Mental - FMRP/USP.