O mercado do milho em Portugal

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Transcrição:

O mercado do milho em Portugal Análise e perspectivas José Paulino - GPPAA 4º Colóquio Nacional do Milho Vila Franca, 17 Fevereiro de 25 O mercado do milho em Portugal Produção Comércio e preços Consumo Perspectivas 1

Produção Áreas e produtividades - Portugal ha 2. 7. kg/ha 15. 6. 5. 1. 4. 3. Area Produtividade 5. 2. 1. 94-98 1999 2 21 22 23 Produção Produtividades médias milho: Evolução regional kg/ha 12. 1. 8. 6. 4. 2. 1999 2 21 22 23 EDM TM BL BI RO ALE ALG PORT 2

Produção Áreas Milho de Regadio ha 18. 16. 14. 12. 1. 8. 6. 94-98 99-23 4. 2. E.D.MINHO T.MONTES B.LITORAL B.INTERIOR RIB.e OESTE ALENTEJO ALGARVE PORTUGAL Produção ha Áreas milho: Evolução regional 16. 14. 12. 1. 8. 6. 4. 1999 23 2. EDM TM BL BI RO ALE ALG PORT 3

Produção Produção comercializada ha 2. 1.2. t 15. 1. 5. 1.. 8. 6. 4. 2. Área COF Área INE Prod. COF Prod. INE 97/98 98/99 99/ /1 1/2 2/3 /INGA Produção Decréscimo acentuado nas áreas cultivadas verificado entre os quinquénios 94-98 e 99-23 nas regiões EDM e BL, parcialmente compensado pelos aumentos no RO e ALE; Produtividades com aumento nítido até ao quinquénio 99-23, tendo estabilizado durante estes anos, com grandes diferenças regionais Produção variável entre 7. t e 1 milhão toneladas, muito condicionada pela aleatoriedade climática dos últimos anos, pelas condições de mercado e sobretudo pelos sinais de políticas seguidas (PAC) 4

Comércio Comércio externo: importações 1. t 1.4 1.2 1. 8 6 4 2 UE Países 3º Total 23/4 22/3 21/2 2/1 1999/ 1998/99 Comércio Eur/t 2 Preços de mercado: campanhas 3/4 e 4/5 Fonte: DG-AGRI; GPPAA 15 1 5 JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN YC3 Fob Golf 23 Francês 23 Nac. Imp 23 Alentejo 23 Ribatejo 23 YC3 Fob Golf 24 Francês 24 Nac. Imp 24 Alentejo 24 Ribatejo 24 5

Comércio Concentração da oferta (1) N.º produtores Área (ha) Prod. comerc. (t) Agrupamentos 2.424 35.73 25.743 Total (2) 15.5 166.526 663. % 16% 21% 38% (1) Dados reportados ao total de cereais comercializados constantes dos relatórios dos agrupamentos reconhecidos até 21 (Reg. 927/97) (2) Dados relativos à ajuda Co-financiada (INGA) Comércio Importações totais estabilizadas em cerca de 1,2 milhões de t (com excepção da campanha atípica 23/4); Preços UE bastante acima de preços mundiais fretes marítimos a jogar papel com maior preponderância nos últimos anos taxa /US$ muito favorável a importações Preços nacionais formam-se sistematicamente abaixo do preço de importação Concentração da oferta reduzida (em n.º produtores, menos evidente em termos da produção total) 6

Consumo t 3.5. Consumos matérias primas 3.. 2.5. 2.. 1.5. 1.. 5. 1998 1999 2 21 22 23 Fonte: IACA Milho Outros cereais Bagaços Olea ginos as Produtos substituição Sub-produtos animais Tota l Consumo Consumo total: Milho grão 1. t 2.5 2. 1.5 1. 2/1 21/2 22/3 5 Alim. Animal Cons. Humano Total 7

Consumo Industria de rações com consumo de uma forma geral estável, em redor de 1 milhão de toneladas Variações anuais em função da conjuntura do mercado (preços milho/produtos substituição) Elevada percentagem de auto-consumo e em pequenas unidades transformação Perspectivas Em termos de preços as várias organizações internacionais (OCDE; UE; USDA) apontam para crescimento sustentado dos preços a médio termo: Stocks mundiais poderão inverter a tendência actual de diminuição a partir de 27; Consumo continuará a aumentar, a um ritmo mais lento, sustentado pelos PVD alimentação animal; Grande incógnita: China (stocks) Produção UE com tendência de estabilização em função da Reforma da PAC (após dramática subida na oferta em 24 Alargamento) Aumento das áreas destinadas a culturas energéticas 8

Perspectivas Impactos Reforma PAC: Diminuição pouco acentuada nas áreas cultivadas: Áreas marginais Regiões onde o milho é cultivado em suporte do sector leite/minifúndio Reduzidas alternativas viáveis para activação de direitos P.U. Necessidade de rentabilizar investimento no regadio Novas oportunidades Perspectivas Oportunidades: Valorização da produção Protecção/produção integrada Produção biológica Incentivos à comercialização e agricultura biológica (art.º 69º) Produção com fins energéticos - Bio-etanol Novas áreas de regadio - Alqueva ( ) OGM (?) 9

Conclusão Sector caracterizado pelo dinamismo e pela constante inovação tecnológica (sobretudo nas regiões com melhores condições estruturais - RO e ALE) Tem sabido agarrar as oportunidades e tirar partido da conjuntura política/mercado, estando bem preparado para responder a novos desafios Necessário algum aprofundamento ao nível da organização da produção - sobretudo em termos da comercialização Futuro enquadramento com apoios assegurados ao nível dos rendimentos dos produtores, preços estáveis ou em ligeira alta e com novas alternativas de escoamento Conclusão Incógnitas/limitações: Apoios ao nível do investimento - fortemente condicionados pelo nova política de D.R./Perspectivas financeiras da UE Novas instalações - direitos P.U. provenientes da Reserva Nacional condicionados Futuras reformas PAC OMC 1