Traços gerais da envolvente externa da actividade agrícola portuguesa
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- Rui de Lacerda Silva
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2 Traços gerais da envolvente externa da actividade agrícola portuguesa a crescente globalização dos mercados, em geral, e do mercado dos produtos agrícolas, em particular; crescendo das preocupações com a qualidade dos produtos agrícolas, o ambiente e com a saúde e a segurança alimentar humanas; a evolução tecnológica, em particular nas áreas da biotecnologia e dos sistemas de informação; a adesão de Portugal ao Euro; a aplicação da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) prevista na Agenda 2000; alargamento da União Europeia (UE).
3 Cenário provável de evolução da envolvente interna da agrícola portuguesa Evolução da Agricultura Portuguesa entre 1986 e 1997 Perspectivas futuras
4 Evolução da Agricultura Portuguesa entre 1986 e 1997 Nível estrutural Decréscimo muito acentuado do número de explorações agrícolas: -34% explorações por ano. Diminuição da Superfície Agrícola Útil: -12%. pastagens (+ 25,2% entre 1989 e 1995), terras aráveis (-25%) e culturas permanentes (-12,5%). Aumento da Área Média das Explorações: +44%. 6,7 ha em 1989 para 9,2 ha em Nível social produtores superior) com formação escolar (do básico ao de 54% para 60% entre 1989 e 1995.
5 Evolução da Agricultura Portuguesa entre 1986 e 1997 (cont.) Nível de investimentos e apoios Assinalável volume de Investimentos: mais de 1000 milhões de contos. (52% correspondem a investimento privado) a 1995, Portugal usufruiu 1,1% dos apoios totais concedidos pelo FEOGA -Garantia. Gréci:a 6,7% Irlanda 4,8%, Nível de preços e rendimentos Os preços dos factores mais elevados : +17% (que em Espanha). Redução dos preços (em termos reais): -39%, (Preços Agrícolas + Ajudas): -35%. Rendimentos médios da actividade agrícola em Portugal são 40% UE Rendimento dos agricultores portugueses desceu 13,7% em 1997 e 15,4% em 1998.
6 Evolução da Agricultura Portuguesa entre 1986 e 1997 (cont.) Nível de preços e rendimentos A fracção de rendimentos provenientes de outras actividades 66% pluriactividade. O peso dos subsídios no rendimento líquido total 5,5% em ,5% em 1995, situando-se hoje próximo dos 50%. Importância do sector Redução do emprego no sector agrícola: -45% Peso económico do sector 5% Agravamento do défice da Balança Comercial de produtos alimentares: >20%
7 Perspectivas futuras O baixo rendimento da grande maioria das famílias de agricultores o que arrasta consigo graves problemas de exclusão social, desertificação humana, desequilíbrios regionais e solidariedade social; A fraca capacidade competitiva que deriva de problemas de baixa eficiência, insuficiente especialização e integração e ausência, quase absoluta, da função comercial/marketing, com reflexos muito directos no valor acrescentado capturado pelo sector. Reclama uma nova empresa agrícola portuguesa, socialmente responsável e suficiente, economicamente competitiva e duradoura e ambientalmente conservativa e integradora.
8 Súmula da análise SWOT Ameaças liberalização dos mercados preocupação dos consumidores com a segurança alimentar A Agenda 2000 O alargamento da UE A secundarização do sector agrícola Pontos Fracos Recursos humanos envelhecidos, com baixo nível de instrução Condições ecológicas de base muito desfavoráveis (solos e clima) para as culturas mais apoiadas pela PAC. Condições estruturais limitativas Baixos rendimentos da actividade Preços de factores mais caros Processos produtivos ineficientes e com baixo controlo da qualidade. Reduzido nível de integração (horizontal e vertical) e ausência de políticas comerciais agressivas (marketing). Oportunidades liberalização dos mercados agrícolas geradora de uma forte pressão competitiva, mas fácil acesso a mercados, grandes e exigentes. A preocupação dos consumidores com a segurança alimentar e o ambiente pode ser aproveitada O alargamento da UE - abertura de novos mercados. A PAC, tal como hoje existe, tem os dias contados Pontos Fortes "clusters": cortiça, vinho, tomate, beterraba, pêra rocha, castanha, hortícolas,. Condições ecológicas, em toda a faixa litoral, favoráveis à produção de primores. Condições ecológicas favoráveis (solos e clima) para floresta, vinha, cortiça, oliveira, amendoeira,. A tipicidade e tradição de alguns produtos portugueses (vinho do Porto, Queijo da Serra,.) Bom estado de conservação ambiental de boa parte do território, o que pode potenciar o desenvolvimento de políticas de produtos seguros e/ou actividades complementares (turismo, caça,.).
9 Área, Produção, Energia Bruta e Cap. de sutentação das 10 maiores culturas Cultura Área Produção Produtividade Energia bruta Capacidade sustentação (*1 000 t) (kg/ha) MJ/ha (pessoas/ha) População potencial (x ) Trigo Arroz Milho Cevada Sorgo Milho painço Aveia Batata Mandioca
10 Aplicação de pesticidas (1) Quaisquer que sejam as suas formas, a maioria dos pesticidas utilizados na agricultura acabam por alcançar o solo durante ou após o tratamento. Por volatilização (2), os pesticidas e os seus metabolitos podem ser difundidos para a atmosfera. Na superfície do solo (3) os pesticidas podem ser transferidos para a atmosfera (2) por volatilização, degradados por fotólise ou transportados por escamento superficial (4). No solo, o comportamento dos pesticidas depende da influência de processos físicos, químicos e biológicos que actuam simultaneamente. O solo é um ecossistema com um elevado potencial de degradação (5). TRATAMENTO 1 2 Os processos de degradação produzem metabolitos mais ou menos tóxicos e componentes minerais como a H2O, o CO2, o NH3,...(6). Os metabolitos podem ser lixiviados (7), adsorvidos pelos componentes minerais orgânicos do solo (11) ou absorvidos pelas plantas (12). Quando eles são adsorvidos pelos componentes do solo (8), os pesticidas e os seus metabolitos não são lixiviados (13). Quando deixam de estar adsorvidos, as moléculas podem ser degradadas (5), lixiviadas (13) ou absorvidos pelas plantas (12). O solo tem um papel importante na protecção das reservas de água. Daí a necessidade de proteger o solo da erosão e consequente depleção. 2 2 SUPERFÍCIE DAS ÁGUAS 3 SUPERFÍCIE 12 DO SOLO 6 11 Lexiviação Adsorção Degradação ÁGUAS PROFUNDAS
11 TRATAMENTO Aplicação de pesticidas SUPERFÍCIE DO SOLO SUPERFÍCIE DAS ÁGUAS Lexiviação 7 Adsorção Degradação ÁGUAS PROFUNDAS
12 Ciclo do azoto num ecossistema agrícola Produção Estrume N 2 Cultura MO fresca NH 3 NO 3 - Biomassa bacteriana Húmus activo NH 4 + Húmus estável Lexiviação Fertilizante
13 Diagrama Ombro-Térmico Évora (Mitra) T(ºC) R(mm) JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ T R 0
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