As Forragens de Regadio como Estratégia de Sustentabilidade da Produção Pecuária (e do Território) Mário Carvalho

Transcrição

1 As Forragens de Regadio como Estratégia de Sustentabilidade da Produção Pecuária (e do Território) Mário Carvalho

2 Milhões de Euros Evolução da Agricultura Portuguesa: 1980 e Produto Agrícola Bruto 6598 (1.18) Consumos Intermédios Valor Acrescentado Bruto Valor Acrescentado Líquido (2.1) Capital Fixo (1.88) 2387 (0.72) 1652 (0.54) Adaptado de Marques (2015)

3 Percentagem Variação da Superfície Agrícola e sua Utilização Entre 1989 e Continente Alentejo SAU Terra Arável Past. Permanentes Fonte: RA89 e IEEA2013

4 10 3 ha Distribuição da área de pastagem no Alentejo (10 3 ha) Terra limpa Sob Coberto Matas e Floresta Sob Coberto de Cult. Permanentes Total Melhorada e Semeada Pobre Fonte: RA2009

5 Herdade da Camoeira Pastagem Natural Adubada à 20 Anos Correcção - Agosto kg /ha (50 Euros) Encabeçamento: 0.7 vacas Mertolengas/ha - Fecundidade cerca: 91% Recria dos vitelos: Pingo Doce Estimativa produção 3.5 t ms/ha (0.02 euros/kg m.s.)

6 Herdade Vizinha Sem adubação nem correcção Controlo periódico dos matos com grade Encabeçamento?

7 Solução para o Interior do País? Intensificação da produção animal com recurso a pastagens de sequeiro melhoradas Aumento da produtividade (5 x?) Dificuldades da Estratégia Custo da suplementação no período de escassez Irregularidade climática Forragens Regadas

8 Percentagem da SAU Superfície Irrigável e Regada em Regada/Irrigável (%) 0 Continente Alentejo 0 Irrigável/SAU Regada/SAU Regada/Irrigável Fonte: RA2009

9 Classificação e repartição dos solos do Alentejo

10 Custo da infra-estrutura de distribuição Barragens Privadas: Capacidade de armazenamento?

11 Custo, rega e produções Herdade da Parreira 2014/2015 Prado sequeiro: produção estimada de 3,5 t/ha com 10% de proteína; custos calcário e adubo Prado regado e speed mix pastoreado: teor proteína estimada em 15% Produção prado regado: em função das cn.ha -1.ano -1 e aumento peso vivo (Prof. C.A.) Milho: conta de cultura fornecida pelo Prof. Francisco Avilez; proteína estimada em 8% UFL: Milho: 0.91; Silagem Triticale: 0.85; Silagem Seepdmix: 0.77; Pastagem sequeiro: 0.60

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15 Valor Relativo (%) Produtividade relativa da água Herdade da Parreira 2014/ Kg ms/m3 kg prot/m3

16 Custos euros/ha Herdade da Parreira Comparação de custos com factores de produção importados entre a silagem de Milho e de Triticale Milho Triticale Adubo Semente Pesticidas Energia Total

17 Sustentação do território Melhoramento das pastagens de sequeiro O regadio como forma de sustentar o sequeiro (suplemen to alimentar qualidade custo) Aumento do efectivo pecuário Aumento do peso vivo Melhoria da sua genética Aumento da produção de carne Necessidade de garantir suplementação Qualidade e preço Seca Importância estratégica do regadio Água: factor escasso e caro Produtividade da água O sequeiro como forma de sustentar o regadio (base alimentar barata) Mas para isso é necessário que a água esteja distribuída no território

18 QUALIDADE DOS SOLOS PARA O REGADIO? CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO? DRENAGEM? CTC?

19 Herdade da Parreira Utilização do Speedmix na melhoria da drenagem

20 Herdade da Parreira 9 de Abril de 2014 Agricultura de Conservação 12 Anos Herdade da Parreira Produção: 6000 kg/ha Margem Líquida: 720 euros/ha Agricultura Convencional Vizinho Não foi colhido

21 Conclusões A produção animal é fundamental numa estratégia de sustentação do território. As pastagens de sequeiro melhoradas são o alimento mais barato, pelo que têm de ser a base do sistema As forragens regadas de Outono permitem custos de produção e produtividades da água que suportam a intensificação da produção e a sua defesa à variabilidade climática A maior produtividade da água e a utilização de solos considerados menos próprios para o regadio permitem uma maior área regada e uma melhor distribuição da rega no território O seu efeito melhorador na fertilidade do solo, nomeadamente drenagem, permite agregar uma actividade agrícola rentável, complementar à sustentabilidade económica e ambiental destes sistemas