SIMULADO PFN I (Tributário e Processo Tributário) Prof. Mauro Luís Rocha Lopes Dezembro de 2015



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Transcrição:

Simulado PFN 2015 I Prof. Mauro Luís Rocha Lopes SIMULADO PFN I (Tributário e Processo Tributário) Prof. Mauro Luís Rocha Lopes Dezembro de 2015 1ª Questão A empresa Fábrica de Caixões Morte Feliz Ltda ( Morte Feliz ). apresenta exceção de pré-executividade em execução fiscal que lhe move a Fazenda Nacional. A execução tem por objeto IPI incidente sobre produto roubado logo após a saída do estabelecimento industrial. O débito exequendo foi objeto de declaração apresentada pela própria empresa à RFB em 10/01/2010, data em que já se encontrava vencido o prazo para pagamento do tributo, sem que tenha havido o recolhimento. Em 02/02/2011, a Morte Feliz apresentou à RFB declaração de compensação para extinção do referido débito, invocando, para o encontro de contas, como crédito, montante que recolhera previamente a título de COFINS calculada com o valor do ICMS inserido na respectiva base de cálculo, exação que, embora não tenha sido contestada judicialmente pela empresa, acabou reputada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 240785. A RFB, em 18/05/2011, considerou tal compensação não declarada, e, mesmo sem decidir a manifestação de inconformidade apresentada tempestivamente pela empresa, encaminhou o processo administrativo à PGFN para inscrição em dívida ativa. Morte Feliz partiu então para a via judicial, através de ação de conhecimento anulatória do referido débito relativo ao IPI, e, embora não tenha alcançado provimento antecipatório, sagrou-se vencedora em primeira instância, tendo sido proferida sentença de procedência total do pedido em 20/05/2013, estando pendente de julgamento a apelação oferecida pela Fazenda Nacional.

Na sequência, como precisava de atestado de regularidade fiscal, a empresa de caixões ajuizou ação cautelar para oferta antecipada de garantia, tendo alcançado a certidão indicada no art. 206 do CTN mediante seguro garantia judicial, devidamente aceito pelo juízo competente através de decisão liminar proferida em 10/04/2014. Proposta a execução fiscal em 20/06/2015, Morte Feliz, devidamente citada, oferta a exceção de pré-executividade, alegando: - a inexistência de débito de IPI devidamente constituído e a impossibilidade de o fisco constituí-lo em razão do decurso do prazo indicado no art. 173 do CTN. - alternativamente, a impertinência da propositura por estar o crédito exequendo com sua exigibilidade suspensa, em virtude da liminar proferida na ação cautelar que propôs e na qual foi aceito o seguro garantia judicial oferecido; - que a suspensão da exigibilidade também decorreria da sentença de procedência do pedido anulatório do crédito, ainda que pendente esta de recurso de apelação; - não fosse bastante, que não poderia a RFB ter encaminhado o processo administrativo para cobrança sem antes apreciar a manifestação de inconformidade dirigida à decisão que rejeitou a compensação realizada, a qual teria efeito suspensivo da exigibilidade do crédito na forma do art. 151, III, do CTN; - que o crédito em execução estaria prescrito; - que a exação seria inconstitucional, pois a cobrança de IPI sobre produtos roubados no trânsito até o destino os quais, portanto, não trouxeram proveito econômico ao industrial contribuinte representaria ofensa ao princípio da capacidade contributiva. O juiz abre vista à Fazenda Nacional da exceção apresentada pela executada. Apresente a manifestação cabível, na condição de Procurador da Fazenda Nacional.

2ª Questão A (não-)incidência do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza sobre os juros. Disserte a respeito.

3ª Questão Tome o seguinte caso: certo crédito tributário é lançado em face de dois obrigados solidários (um é contribuinte e o outro, responsável). O contribuinte impetra, sozinho, mandado de segurança tendo por objeto o referido crédito e acaba derrotado, transitando em julgado a decisão final de mérito favorável ao fisco. Como o crédito não é recolhido, a execução fiscal é ajuizada pela Fazenda Pública, mas dirigida exclusivamente ao responsável tributário. Este tem bens penhorados e resolver embargar a execução com os mesmos fundamentos de mérito que haviam sido apresentados pelo contribuinte no mandado de segurança pretérito. Analise fundamentadamente a pertinência dos embargos.

4ª Questão Certo contribuinte, pessoa física, detinha um crédito no valor de R$ 200.000,00, constituído por precatório, de natureza alimentar, com vencimento para 2017, tendo como devedor determinado Estado da Federação contra o qual litigou em ação de conhecimento condenatória que transitou por uma vara da fazenda pública. Dito crédito foi regularmente alienado por esse contribuinte a uma empresa de ativos pelo valor de R$ 70.000,00, tendo sido, portanto, transferido com deságio. Analise a situação fiscal de tal contribuinte, à luz das disposições aplicáveis ao IR incidente sobre ganhos de capital. Bom treino!