Desafios para o controle da Tuberculose como problema de saúde pública e doença determinada Tuberculose e perpetuadora no Brasil da miséria Draurio Barreira Coordenador do PNCT Draurio Barreira Coordenador do PNCT DEVEP/SVS/MS II Workshop da Rede TB Rio de Janeiro, 21 a 23 de novembro de 2011
Aspectos epidemiológicos e políticos
71 mil casos de TB notificados em 2010 4,8 mil mortes por ano Tuberculose no Brasil 3ª causa de mortes por doenças infecciosas 1ª causa de mortes dos pacientes com aids 22º país em taxas de incidência, prevalência e mortalidade entre os 22 países de alta carga de TB
Percentual de óbitos por doenças infectoparasitárias. Brasil, 2009* % 50 40 30 25.8 25.7 20 10 10.2 10.0 8.5 5.9 10.0 0 Septicemia HIV TB D. Chagas Diarréia Hepatite viral Outras Fonte: MS/SIM. * Dados preliminares sujeitos a revisão.
Priorização política da tuberculose Uma das metas de desenvolvimento do milênio Prioridade da OMS a partir de 1993 Prioridade do Ministério da Saúde a partir de 2003 Uma das cinco doenças prioritárias do MS Presente no Mais Saúde, na PAVS, no Pacto pela Vida, etc Orçamento crescente e 14 vezes maior que o de 2002
Taxa de incidência de TB. Brasil, 1990 a 2010* Por 100.000 hab. 70 60 50 40 30 20 10 0 51,7 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Fonte: MS/Sinan e IBGE. * Dados preliminares sujeitos a revisão Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 37,9
Taxa de mortalidade por TB. Brasil, 2000 a 2009* Por 100.000 hab. Ano Fonte: MS/SIM e IBGE. * Dados preliminares, sujeitos a revisão
Dados da coinfecção TB/HIV
Percentual de casos novos de TB segundo coinfecção, solicitação e realização do exame anti-hiv. Brasil, 2001-2009* 100 % 80 60 40 20 0 65,7 51,1 36,5 25,7 7,4 9,2 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Solicitado Realizado Coinfecção Fonte: MS/SVS/SINAN. * Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Comparação entre o encerramento dos casos novos de TB e TB/HIV. Brasil, 2009* 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 % 70,5 39,7 11,5 6,1 6,3 1,9 Cura Abandono Óbito por TB TB/HIV- TB/HIV+ Fonte: MS/SVS/SINAN. * Dados preliminares, sujeitos a revisão.
TB em populações mais vulneráveis
Taxa de incidência de TB por raça/cor. Brasil, 2001 a 2010* Por 100.000 hab. 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 43,3 12,6 6,0 3,7 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 branca preta/parda amarela indígena 103,5 84,4 49,9 27,3 Fonte: Sinan. *Dados preliminares, sujeitos a revisão.
Encerramento dos casos novos de TB por escolaridade. Brasil, 2009* % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 79.0 66.9 8.8 6.9 5.6 1.6 Cura Abandono Óbito por TB Analfabeto mais de 8 anos de estudo Fonte: MS/SINAN. *Dados preliminares, sujeitos a revisão
Populações mais vulneráveis (RR em relação à população geral) População negra: 2 vezes* População indígena: 4 vezes* População prisional: 25 vezes* PVHA: 30 vezes* Moradores de rua: 67 vezes** * Fonte: SINAN **Fonte: Adorno, 2009
Avanços e desafios
Avanços Board do STOP TB em 2008 x Report WHO 2011 Revisão do Manual de Normas, a edição do Protocolo de Enfermagem para a AB, a reestruturação do CTA e dos GTs, a mudança do esquema terapêutico, a inclusão da tuberculose no Mais Saúde, a realização do IV Encontro e o I Fórum da Parceria, a descentralização das ações de controle da TB, a incorporação de outros objetos de trabalho (p. ex.: populações mais vulneráveis e os determinantes sociais), o reconhecimento da importância da mobilização e do controle social, as resoluções e recomendações do CNS e, mais recentemente, a inclusão da TB no plano Brasil sem Miséria
Desafios (1) O diagnóstico laboratorial ainda é, sem dúvida, um dos maiores desafios ao controle da TB no país. Aqui inseridas a questão da cultura do BK (inclusive o Gene Xpert), ou seja, o diagnóstico continua uma prioridade absoluta do PNCT A taxa de cura configura-se como o maior desafio técnico operacional do Programa, especialmente a taxa de cura confirmada por baciloscopia! O abandono é outra prioridade operacional. Para a questão laboratorial necessitamos de parcerias, principalmente com a CGLAB, estados, municípios e a Academia. Para as questões operacionais a prioridade é a descentralização para a Atenção Primária.
Desafios (2) A implementação das atividades colaborativas de TB/HIV O sistema de informações (TB sensível e resistente) Comunicação. Maior visibilidade para a TB Sustentabilidade das ações do Projeto Fundo Global Tuberculose Brasil Articulação com o Congresso Nacional para criação da Frente Parlamentar contra a Tuberculose Materialização dos benefícios sociais para os pacientes com TB e suas famílias
Desafios (3) Especificamente no que tange à área de pesquisa: Necessidade de avaliação de impacto da incorporação de novas tecnologias (diagnóstico, p.ex.) no SUS No campo do diagnóstico da infecção latente, precisamos de testes mais sensíveis e específicos que o tradicional teste cutâneo com PPD ou mais baratos e simples que o IGRA. Isto é fundamental para a operacionalidade dos serviços de saúde do país e para a rapidez, praticidade e viabilidade econômica que o Brasil necessita para responder eficientemente aos desafios do controle da TB Uma nova vacina que confira maior e mais prolongada imunidade
Desafios (4) Regimes de tratamento mais curtos e com menos efeitos indesejados, que favoreçam a adesão e o sucesso do tratamento Além disso, a combinação de drogas, não só as DFCs, mas também o desenvolvimento da combinação dos tratamentos para TB e aids em formulação combinadas, podem ser iniciativas que também facilitem a adesão e favoreçam melhores taxas de cura Por fim, pesquisas que avaliem os fatores que propiciem a adesão, inclusive o estudo das populações vulneráveis e dos determinantes sociais, e pesquisas na área das comorbidades e agravos associados, como o diabetes, tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, etc.
Propostas do PNCT para o enfrentamento destes desafios
Proposta do PNCT no início do Governo Dilma A presidente Dilma elegeu o combate à miséria no país como sua maior prioridade. A tuberculose, como todos sabemos, é produto da desigualdade social. O enfrentamento radical da TB, abordando sua gênese social, pode vir a ser uma das atividades e uma das contribuições deste Ministério para a redução imediata da miséria no país. Propomos a articulação com os movimentos sociais, com o Congresso Nacional e com instituições intra e intersetoriais para pautar a necessidade de benefícios sociais, políticas específicas para a população de rua, reabilitação para os usuários de drogas (especialmente do crack), atuação incisiva nos presídios e nas comunidades indígenas, de modo a enfrentar os determinantes sociais da tuberculose e com isso eliminar a doença como um problema de saúde pública no país.
Recomendação do CNS Recomendação 003, de 17/03/2011 Conselho Nacional de Saúde Recomenda-se ao Ministério da Saúde que: a articulação com as demais áreas do Governo Federal, contando com a participação e apoio dos movimentos sociais, do Congresso Nacional e das instituições intra e intersetoriais, a criação e manutenção de benefícios sociais para pessoas com tuberculose, de modo a ampliar a adesão ao tratamento e a diminuir as taxas de abandono.
Resolução nº. 444 do Conselho Nacional de Saúde de 06 de julho de 2011 O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Vigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 05 e 06 de julho 2011, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e considerando... (...) Resolve: (...) 11. Desenvolver ações e estratégias que considerem as necessidades das comunidades empobrecidas, da população negra, da população em situação de rua, população privada de liberdade e comunidades indígenas e pessoas vivendo com HIV/aids a fim de aperfeiçoar o controle da tuberculose junto a essas populações. (continua)
Resolução nº. 444 do Conselho Nacional de Saúde de 06 de julho de 2011 (continuação) 12. Constituir um comitê intersetorial com a participação da sociedade civil, para o desenvolvimento de ações conjuntas de modo a enfrentar os determinantes sociais relacionados à tuberculose, em especial, os que possuem relação direta com a pobreza e a dificuldade de acesso. 13. Garantir que as ações de prevenção e controle da tuberculose sejam priorizadas nas ações de governamentais de desenvolvimento econômico e social a exemplo do Plano de Aceleração do Crescimento PAC. (...) Alexandre Rocha Santos Padilha Presidente do Conselho Nacional de Saúde Homologo a Resolução CNS nº. 444, de 06 de julho de 2011, nos termos do Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006. Alexandre Rocha Santos Padilha Ministro de Estado da Saúde
Quanto às propostas específicas para a área de pesquisas, deixamos a vocês essa responsabilidade...
Visite o site do PNCT: draurio.barreira@saude.gov.br www.saude.gov.br/tuberculose Draurio Barreira 55 61 3213-8234 draurio.barreira@saude.gov.br