Carta Magna da Competitividade



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Transcrição:

Carta Magna da Competitividade - Relatório da Competitividade 2006

Índice Carta Magna da Competitividade Visão Estratégica... pág. 2 Grandes Objectivos e Princípios Orientadores... pág. 3 - Novas Estratégias Empresariais... pág. 4 - Políticas Públicas... pág. 6 Relatório da Competitividade Introdução... pág. 9 Indicadores - Input... pág. 25 - Output... pág. 74 Anexo Indicadores de Enquadramento Macroeconómico... pág. 83

Carta Magna da Competitividade 1

VISÃO ESTRATÉGICA Fazer de Portugal, nos próximos dez anos, um dos dez países mais desenvolvidos e atractivos da União Europeia. O futuro de Portugal depende da capacidade de conjugar, a diversos níveis, os desafios e vantagens decorrentes da sua participação na UE com as oportunidades que podem resultar do desenvolvimento das suas relações extra comunitárias, em particular com os EUA e com os países da CPLP. O novo modelo económico (no contexto da União Europeia e da Globalização) deve ter um enquadramento mais flexível e privilegiar o desenvolvimento e modernização dos sectores produtores de bens transaccionáveis (produtos e serviços susceptíveis de concorrência nos mercados interno e externo), desejáveis nos mercados externos em virtude das suas características de inovação, tecnologia e valor. O factor humano qualificado, culto e motivado; a produção científica e tecnológica organizada e o acesso rápido, fácil e barato ao mundo através das telecomunicações, de sistemas de informação e transportes, são os recursos essenciais. A criação de vantagens competitivas nos mercados europeus tradicionais e a diversificação das relações comerciais e de investimento impõem relações mais intensas da economia e do sistema científico e tecnológico com mercados e parceiros exigentes. Em suma, um forte empenho da sociedade portuguesa na economia do conhecimento, baseado num crescimento sustentado, na qualidade e na inovação e orientado para aumentos significativos da produção de bens e serviços transaccionáveis. 2

Grandes Objectivos e Principais Orientadores Novas Estratégias Empresariais Políticas Públicas 3

NOVAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS 1. Melhorar a relação de troca da economia portuguesa com o exterior, através da valorização dos recursos humanos, da pedagogia da responsabilidade, da ambição de excelência nas empresas e do relacionamento com parceiros e mercados exigentes. 2. O acesso à excelência e à competitividade empresariais, compreende não fazer hoje aquilo que as empresas europeias fizeram há vinte ou trinta anos, mas fazer aquilo que as empresas europeias ainda não fizeram. 3. Transformar atrasos e constrangimentos históricos em oportunidades para a competitividade, antecipando as inovações e as mudanças mais rapidamente do que os concorrentes, através da análise das necessidades das pessoas e dos movimentos das sociedades. 4. A internacionalização, como condição para a competitividade das empresas, compreende o crescimento exponencial dos fluxos comerciais entre Portugal e o exterior e depende da capacidade de orquestrar as maiores oportunidades e os melhores recursos, estejam onde estiverem. 5. É determinante subir na cadeia de valor, através da integração de competências, próprias ou alheias, em produtos finais, desejáveis nos mercados externos, com a melhor relação entre o investimento e o valor acrescentado por recurso a empresas, portuguesas e estrangeiras, integradoras das capacidades nacionais. 6. A competitividade das empresas dependerá, cada vez mais, da qualidade dos seus produtos, crescentemente mais individualizados, com forte componente de 4

serviço, entregues em pequenas quantidades, ou até individualmente, com grande rapidez, nos mercados mais exigentes. 7. O sucesso comercial e o reconhecimento internacional das empresas, dos produtos e das marcas, é o resultado natural da forte diferenciação e da elevada percepção do valor dos produtos e do serviço correspondente; o controle de canais de distribuição pode ser uma vantagem importante neste processo de afirmação de marcas e produtos nacionais. 8. Passar da fase de processo/produção para a fase da engenharia do produto/concepção. 9. Focalizar a atracção de IDE em empresas de média dimensão, ainda não presentes na Europa, e em particular, na Península Ibérica, detentoras de novos produtos, tecnologias, serviços ou mercados que, preferencialmente, aproveitem a capacidade nacional instalada. 10. Ultrapassar a fase de arquipélago que caracteriza a actuação das empresas no seu relacionamento e desenvolver verdadeiras redes de partilha de informação e de capacidades entre empresas e entre estas e outros parceiros (universidades, centros de investigação e tecnologia, etc.). 5

POLÍTICAS PÚBLICAS 1. Adaptar os sistemas de educação e de formação às exigências da sociedade do conhecimento; desenvolver um sistema de formação profissional contínua (life learning) tendente ao reforço da produtividade do trabalho, da competitividade das empresas e da melhoria real das remunerações dos trabalhadores incluindo a partilha dos benefícios alcançados. 2. Consolidar as despesas públicas; reduzir a carga fiscal e para fiscal sobre as empresas, favorecendo a sua capitalização; canalizar o investimento público para projectos com valor acrescentado indiscutível. 3. Apoiar financeiramente projectos que se enquadrem nas novas estratégias empresariais e na produção de bens culturais; minimizar as falhas de mercado no financiamento de "start ups", de activos intangíveis e de reestruturação de empresas. Majorar os apoios concedidos sempre que os projectos também contribuam para uma distribuição de actividade empresarial regionalmente mais equilibrada. 4. Melhorar o enquadramento legislativo, eliminando a regulamentação desnecessária; simplificar os processos administrativos e generalizar regras de auditoria de boas práticas dos serviços da Administração Central, Regional e Local. 5. Melhorar o funcionamento do sistema da Justiça com o objectivo de assegurar na prática e em tempo útil o cumprimento dos contratos e a segurança da vida económica. 6

6. Melhorar a flexibilidade do mercado de trabalho, relativamente aos padrões dos nossos principais concorrentes no âmbito comercial e de IDE; promover o espírito empresarial e a promoção da excelência no meio laboral. 7. Implementar uma política de tratamento dos resíduos industriais e, de um modo geral, adoptar uma posição realista (não maximalista) na definição dos objectivos das políticas ambientais, considerando, conjuntamente, os efeitos ambientais, económicos e sociais. 8. Criar condições para o acréscimo do investimento privado no processo de inovação e para o desenvolvimento de projectos originais com parceiros internacionais exigentes; reforçar a cooperação e a coordenação entre empresas e instituições públicas de investigação tecnológica. 9. Assegurar uma concorrência efectiva a nível Nacional e, em particular, nos mercados da energia e das telecomunicações; promover a disponibilidade generalizada do acesso à Internet em banda larga a preços competitivos; dotar o país de infra-estruturas de transportes que contribuam para uma maior centralidade. 10. Garantir a sustentabilidade do sistema de Segurança Social, reduzindo os encargos suportados pelos empregadores; melhorar a eficiência do sistema e erradicar situações de fraude e abuso. 7

Relatório da Competitividade 2006 8

Introdução O Relatório da Competitividade de 2006 concretiza a terceira actualização da Carteira de Indicadores, no âmbito da Carta Magna da Competitividade que a AIP apresentou em 2003. Sendo o objectivo monitorizar ao longo do tempo a evolução de factores considerados relevantes para a competitividade da economia portuguesa, mantém-se a metodologia seguida nos relatórios anteriores. As economias objecto de comparação são as mesmas e os indicadores são na sua quase totalidade comuns aos utilizados nos anos anteriores. Na análise que se segue, baseada essencialmente na informação que serviu de base à elaboração dos indicadores, salienta-se de forma sintética a evolução verificada em Portugal, enquadrada com a registada nas outras economias consideradas para efeitos de comparação. 9

Indicadores de INPUT Custos Laborais A evolução dos custos unitários nominais do trabalho, relacionando a variação das remunerações e da produtividade, é importante para a análise da competitividade preço dos bens e serviços. Numa economia como a portuguesa, integrada numa União Monetária, a sua importância é acrescida. Em Portugal, a variação dos custos unitários nominais do trabalho totais desaceleraram entre 2001 e 2004. No entanto, em 2005 reverte-se esta tendência, situando-se o seu crescimento, segundo o Banco de Portugal em 2,7% (1,8% em 2004). O crescimento dos custos unitários nominais do trabalho em Portugal, no período 2001-2005, foi sempre superior à variação média registada na área Euro, embora o seu diferencial se tenha reduzido entre 2001 e 2004, voltando, no entanto, a aumentar em 2005. No período 2002-2005 a Grécia, a Irlanda e a foram os países na área Euro que registaram crescimentos dos seus custos unitários nominais do trabalho superiores aos verificados em Portugal. Os custos unitários nominais do trabalho na Indústria têm tido um crescimento mais moderado, consequência de uma maior exposição deste sector à concorrência internacional e de uma melhor performance em termos da evolução da produtividade. No período 2002-2005 a, a Grécia e a foram os 10

países que na área Euro registaram aumento dos custos unitários nominais de trabalho na indústria superiores aos registados em Portugal. De salientar, no período em análise, o crescimento negativo destes custos na, Irlanda e. Fiscalidade A fiscalidade influencia a actividade económica e a afectação dos recursos, constituindo um factor com importância na competitividade das economias. Num contexto de integração económica, de globalização dos mercados e crescente mobilidade dos factores de produção, a fiscalidade ganha importância acrescida podendo ser um instrumento na captação de recursos ou contribuir para o seu afastamento. Na UE, de um modo geral, tem-se registado desde 2000 uma tendência para a redução do peso das receitas fiscais (incluindo contribuições para a Segurança Social) no PIB, tendo-se atingido em 2004 o valor médio mais baixo dos últimos anos: 40,7% na UE 25 (-1,5 p.p. que em 2000) e 40,1% na área Euro (-1,7 p.p.). De notar, que nos novos Estados-membro da UE o peso das receitas fiscais é em geral mais baixo (média de 35,2%) do que na UE 15. De referir ainda que na UE a mediana dos pesos das receitas fiscais no PIB é relativamente mais baixo (37,7%) do que a média ponderada dos mesmos (40,7%). Em Portugal, o peso das receitas fiscais no PIB foi de 35,6% em 2004, valor que se situa ao nível dos registados no período 2000/2004 (máximo de 36,3% em 2003 e mínimo de 34,9% em 2001). Em termos comparativos o peso das receitas fiscais em Portugal é inferior à mediana em cerca de 2 p.p., registando um valor semelhante ao da. 11

Em 2006, embora de forma menos expressiva, mantém-se a tendência para a redução das taxas nominais de imposto sobre o rendimento das empresas. A Grécia (-3 p.p.), os Países Baixos (-2,5 p.p.), a República Checa (-2 p.p.), a (-2 p.p.) a Estónia (-1 p.p.), o Luxemburgo (-0,8 p.p.) e a França (-0,5 p.p.) são os países da União Europeia que reduziram as suas taxas sobre os rendimentos das empresas em 2006. Portugal mantém a sua taxa nominal de IRC (27,5%) taxa que representa a mediana das taxas da UE. Os países com taxas mais baixas que Portugal são a Irlanda, Áustria e na área Euro e os novos Estados-membro, com excepção de Malta. Haverá que ter em consideração na comparação da tributação do rendimento das empresas nos diversos países que, embora as taxas nominais sejam um factor importante, há outros aspectos a considerar como sejam, por exemplo, a definição da matéria colectável ou a existência de determinados incentivos fiscais. Por outro lado, existem em vários países taxas mais baixas para determinadas situações específicas. Portugal é entre os países considerados, nesta análise, um dos países onde se regista um maior peso dos impostos sobre o rendimento das empresas em relação ao PIB e às receitas fiscais totais. Considerando as taxas efectivas de tributação, Portugal situa-se numa posição intermédia relativamente à tributação do consumo e do trabalho, e regista uma taxa implícita sobre os rendimentos do capital elevada, comparativamente às verificadas nos países considerados nesta análise. 12

Educação e Formação A educação desempenha um importante papel ao dotar uma sociedade com os conhecimentos e competências necessários ao mercado de trabalho. O crescente nível de qualificações requerido pelas economias desenvolvidas impõe o nível de escolaridade equivalente ao ensino secundário como patamar mínimo, de modo a que a população consiga responder cabalmente às exigências dos postos de trabalho, bem como tirar partido das oportunidades de formação avançada e de aprendizagem ao longo da vida. A percentagem da população com mais de 25 anos que concluiu pelo menos o ensino secundário em Portugal é a mais baixa entre os países considerados. Entre a população mais jovem (20 a 24 anos), esta percentagem é mais elevada (48,4% em 2005) e têm sido feitos progressos significativos nos últimos anos (+8,3 p.p. entre 1999 e 2005). Ainda assim, mesmo nesta faixa etária, Portugal apresenta o pior desempenho entre os países em análise. Os elevados níveis de abandono escolar precoce que sistematicamente se vêm registando em Portugal desde há vários anos (38,6% em 2005), têm condicionado de forma significativa as possibilidades de melhoria dos níveis médios de escolaridade da população portuguesa. O mercado de trabalho tem possibilitado a entrada de grande parte dos que abandonam de forma precoce a escola. De facto, a taxa de emprego dos jovens entre os 15 e 24 anos em Portugal é elevada, no contexto da UE, e mais elevada para os jovens com escolaridade inferior ao 9º ano que para os jovens com maior nível de escolaridade. 13

A formação ao longo da vida, que em Portugal deverá conjugar a função de melhoria contínua das competências da população activa, com a função de aumento do nível de escolaridade de base, tem registado taxas de participação da população adulta (25 a 64 anos), das mais baixas entre os países em análise. Em 2005 foi de apenas 4,6%, sendo de 11% para a média da UE 25. O panorama ao nível do ensino superior é comparativamente mais favorável. A percentagem da população entre os 20 e os 29 anos que frequenta o ensino superior em Portugal foi de 25% em 2004, o que corresponde a uma posição intermédia entre os países em análise. Por outro lado, a taxa de crescimento média anual dos estudantes que frequentam o ensino superior é idêntica à média da UE 15 (2% em média anualmente entre 1998 e 2004), embora inferior à registada nos novos Estadosmembro considerados. Acresce ainda que o número de novos licenciados em Ciência e Tecnologia por 1000 habitantes no escalão etário 20-29 anos, sendo ainda baixo em Portugal no contexto dos países tomados por referência, tem vindo a aumentar nos últimos anos, pese embora alterações no método de recolha de dados dificultem as comparações no tempo. Portugal apresenta desde há vários anos uma despesa anual em educação correspondente a cerca de 12% da despesa pública total e superior a 5% do PIB, valores relativamente elevados entre os países em análise. A despesa por aluno, em percentagem do PIB per capita e avaliada em paridades de poder de compra, é das mais elevadas entre os países em análise. A posição relativa de Portugal é, contudo, distinta consoante o nível de ensino: uma despesa por aluno das mais elevadas no ensino básico e secundário e das mais baixas no ensino superior. 14

Portanto, as lacunas em matéria de educação em Portugal não parecem poder atribuir-se à escassez de meios financeiros, sendo necessário avaliar a sua eficiência. Ambiente e Energia Os preços de energia influenciam significativamente os custos de produção de vários sectores da actividade produtiva, os quais pela via do preço dos bens que produzem ou dos serviços prestados se repercutem a toda a actividade económica. Em 2005 registou-se um aumento generalizado dos preços da energia. No caso português os preços da electricidade para a Indústria, entre Janeiro de 2005 e Janeiro de 2006 aumentaram 14% no caso dos grandes consumidores e 15% no caso dos pequenos consumidores. Em Janeiro de 2006, considerando o preço da electricidade sem impostos, Portugal era o 4º país da UE 15 com o preço da electricidade mais elevado nas duas categorias de consumidores industriais considerados. Situação idêntica se verificava nos preços do gás para a Indústria (4º país com preços mais elevados entre os países considerados e 9º na UE 25). As condições prevalecentes na economia internacional, com crescimento significativo das grandes economias emergentes (China, Índia, Brasil...), bem como factores de natureza ambiental conduzem a que a energia seja cada vez mais um dos focos de competição à escala mundial. Deste facto, resulta que os preços da energia serão tendencialmente mais elevados do que no passado recente. Por outro lado, as preocupações em matéria 15

ambiental contribuirão para acentuar a tendência referida relativamente aos preços da energia. Neste contexto, a eficiência energética, nomeadamente através de um menor grau de intensidade energética, assume-se como um factor importante na melhoria da capacidade concorrencial de bens e serviços ao nível internacional. Portugal tem no conjunto da UE 15 um grau de intensidade energética (relação entre o consumo bruto de energia e o PIB) que se situa entre os mais elevados, apenas inferior ao da e da Grécia. De registar que nos últimos anos não se verificaram melhorias significativas neste indicador. A Irlanda (59,0%), Portugal (57,5%) e a Grécia (57,1%) são os países da UE que têm uma maior dependência do petróleo no consumo bruto de energia. De notar que nos últimos anos a dependência do petróleo se reduziu em Portugal cerca de 4 p.p.. Na Irlanda este valor aumentou no mesmo período cerca de 14 p.p., o que conduziu a que a Irlanda tivesse sido em 2004 o país da UE com maior peso do petróleo no seu consumo de energia. Apesar da melhoria referida, Portugal tem uma dependência do petróleo bastante superior à que se regista na UE em cerca de 20 p.p.. Portugal é (14,9% em 2004) a seguir à (23,4%) o país da UE (6,3%) em que as energias renováveis têm maior peso no consumo bruto de energia. A (14,5%) e a Eslovénia (11,3%) são os restantes países em que esta fonte de energia tem significado. Ainda no que respeita às fontes de energia são de salientar o peso da energia nuclear na França (41,6%), Eslováquia (24,0%) e Eslovénia (19,4%) acima da média 16

da UE (14,6%) e dos combustíveis sólidos na (58,8%), República Checa (43,5%) e Grécia (29,7%), muito acima da média da UE (17,9%). A produção de electricidade a partir de fontes renováveis é significativa em Portugal. Entre os países da UE considerados a, a e a Eslovénia são os países com maior peso das energias renováveis na produção de electricidade. Entre os países da UE não considerados assinala-se a importância relativa das energias renováveis na produção de electricidade, na Áustria (59%), na Letónia (47%) e Suécia (46%). Em 2004, as emissões de gases com efeito de estufa em Portugal cresceram cerca de 41% relativamente a 1990 (+36,7% em 2003) aumentando a distância face à meta de +27%, a atingir no período 2008-2012. Entre os países da UE considerados apenas a Grécia, França, Reino Unido e se aproximavam em 2004 das respectivas metas para 2008-2012. Investimento Face à evolução do investimento em Portugal, com quebras significativas em 2002 e 2003, o peso do investimento privado no PIB passou de 22,7% em 2001 para 19,2% em 2004. Em 2005 este valor tem novamente uma pequena redução, ou seja, o valor deste indicador deverá ter-se reduzido em cerca de 3,7 p.p. em 4 anos. Apesar desta redução, o peso do investimento privado no PIB é um dos mais elevados entre os países da UE 15, e situa-se próximo da mediana quando considerados os 16 países em análise. De notar, no entanto, que em 2004 17

registavam valores superiores ao de Portugal, a, a Grécia e a Irlanda, e três dos novos Estados-membro considerados. Embora os valores do investimento em Portugal sejam significativos, os seus efeitos em termos de crescimento sustentado têm sido menores do que os registados em outros países com um peso de investimento inferior, o que deverá ter que ver com a estrutura e a qualidade do investimento em termos de reprodutividade. No período 2000-2004 os fluxos de investimento directo estrangeiro para Portugal corresponderam em média a cerca de 3,8% do PIB, valor intermédio entre os países considerados. Entre estes são de destacar, no período referido, a Irlanda (14,9%), a Eslováquia (7,0%) e a República Checa (6,8%). Os fluxos de investimento directo de Portugal no exterior representaram no período 2000-2004 um valor que corresponde a cerca de 4,5% do PIB, superior em cerca de 0,7 p.p. ao fluxo de investimento directo do exterior em Portugal no mesmo período. Em termos de comparação, Portugal apresenta no conjunto dos países considerados a mesma posição relativa nos fluxos de IDE de e para o exterior. Dos 16 países considerados apenas a, a Irlanda e os Países Baixos têm valores superiores aos de Portugal em ambos os casos. Em 2004, o stock de investimento estrangeiro em Portugal correspondia a cerca de 40% do PIB, valor idêntico ao registado no ano anterior e superior em cerca de 5 p.p. ao registado em 2002. Em termos comparativos a Irlanda, os Países Baixos, a e a República Checa tinham em 2004 valores significativamente superiores aos de Portugal. 18

O stock de investimento directo de Portugal no exterior atingiu em 2004 um valor correspondente a cerca de 27% do PIB. De notar que Portugal (+10,6 p.p.) e os Países Baixos (+7,5 p.p.) foram os países que aumentaram significativamente o peso relativo de investimento no exterior entre 2002 e 2004. A posição relativa de Portugal no conjunto dos países objecto de comparação tem-se mantido. Dos países com um stock de investimento no exterior inferior ao de Portugal apenas a tem um valor significativo, na casa dos 16%. Inovação e I&D; Sociedade da Informação A inovação traduz-se em novos produtos, serviços, processos, procedimentos organizacionais ou métodos de acesso aos mercados, sejam uma novidade em absoluto, ou apenas novos para a empresa e/ou para o mercado a que se destinam. A Investigação & Desenvolvimento (I&D) é uma forma de criação de conhecimento e, como tal, crucial aos processos de inovação. Outros factores como a qualidade, o design, a criatividade, a capacidade organizacional, a capacidade empreendedora, ou o aproveitamento de ligações a redes de excelência, são também componentes importantes do processo de inovação. Em matéria de afectação de recursos à I&D, Portugal apresenta os piores resultados entre os países da UE 25 em análise, apesar do acréscimo de esforço de investimento feito nos últimos anos. Em 2004, as despesas totais em I&D representaram 1% do PIB (+0.3 p.p. que em 1999), enquanto a média da UE 25 foi de 1.9% do PIB. A indústria tem condições acrescidas para assegurar a rápida transmissão e transformação da I&D em produtos, serviços ou processos inovadores e aceites 19

pelos mercados. Contudo, o peso da indústria no financiamento da I&D total é de apenas 31.7% em Portugal, um dos valores mais baixos entre os países em análise. No entanto, Portugal apresenta diferenças significativas entre sectores de actividade em termos de inovação. Os serviços de intermediação financeira e de electricidade gás e água, por exemplo, têm desempenhos ao nível das melhores empresas europeias nessas áreas. As empresas portuguesas de máquinas e equipamentos, de transportes e comunicações e de serviços prestados às empresas estão acima da média europeia em inovação. Nos restantes sectores de actividade, o desempenho das empresas portuguesas em inovação situa-se abaixo da média europeia. O investimento em capital de risco é um importante instrumento de financiamento de projectos inovadores, seja na fase de start-up, de expansão ou de substituição. Avaliado em percentagem do PIB, em termos médios anuais no período 2003-2005, o investimento em capital de risco efectuado em Portugal assume valores comparáveis à média da UE 15. Nos últimos anos, a actividade de capital de risco na Europa registou um forte impulso e Portugal tem acompanhado este movimento. O número de patentes registadas, um indicador importante na avaliação do desempenho de um país em termos de criação de inovação, é de apenas 3.9 patentes por milhão de habitantes (em 2003), um dos valores mais baixos entre os países considerados, apenas superior à Eslováquia (3.4) e à (1.9). Notese que a média da UE 15 é de 159 patentes por milhão de habitantes. Apesar de, em termos globais, o desempenho de Portugal em matéria de inovação se situar abaixo da média da UE 25, posiciona-se relativamente pior em termos 20

de criação de inovação que em termos de difusão da inovação. Isto mesmo é demonstrado pelo melhor posicionamento de Portugal nos vários indicadores de tecnologias de informação e comunicação. Neste domínio, não existe informação sobre o investimento em Tecnologias de Informação e Comunicação susceptível de permitir a comparação entre os vários países. As despesas em TICs são utilizadas como uma aproximação possível. Portugal mantém um montante elevado de despesas em TICs, sendo o 3º país da UE 15 (e 7º da UE 25) com maior peso destas despesas no PIB. De salientar, no entanto, que nas duas componentes deste indicador, Portugal regista posições diversas no conjunto da UE 15, sendo o país que mais despende em Telecomunicações e apenas o 10º que mais despende em Tecnologias de Informação. No contexto comunitário, o nível de acesso à Internet em Portugal, é, em 2005 ainda relativamente baixo, especialmente no segmento Famílias com uma taxa de acesso de 31% quando a média da UE 15 é 53% e da UE 25 é 48%. No segmento Empresas, o nível de acesso em Portugal (81%) está ainda distante da média da UE (91%) e é um dos mais baixos da UE. De notar que esta situação se deve à diferença existente nos níveis de acesso das micro e pequenas empresas, pois nas médias e grandes o nível de acesso é de cerca de 100%, tal como acontece nos restantes países da UE. No que se refere ao acesso à Internet em Banda Larga, Portugal regista valores relativamente mais favoráveis. Em Junho de 2006, o número de acessos por 100 habitantes é de 12.9 (16.6 na UE 15), situando-se ao nível dos países com taxas de penetração moderadas, tais como,, e e a um nível 21

superior dos registados na Irlanda, na Grécia e na maioria dos novos Estados membro (excepto Estónia e Malta). De notar que, comparando os diferentes indicadores de utilização da Internet, conclui-se que, em ambos os segmentos Empresas e Famílias - do total dos utilizadores que acedem à Internet, a proporção dos que o fazem em Banda Larga é relativamente maior em Portugal do que na média comunitária. A área do e-government é medida através de dois indicadores: o Índice de Disponibilização Completa (IDC), correspondente à percentagem dos serviços públicos que estão totalmente disponibilizados online e o Índice de Sofisticação (IS), que classifica, em percentagem, o grau de sofisticação desde o simples fornecimento de informação até à transação completa. No período de Outubro 2003 a Abril 2006, Portugal foi um dos países com melhoria mais significativa no valor do IDC (+23 pontos) e do IS (+ 25 pontos). Em Abril de 2006, Portugal é o 10º país da UE 25 (7º da UE 15) com melhor classificação no IDC e 11º da UE 25 (8º da UE 15) no IS. De salientar os elevados valores destes indicadores na Áustria, Estónia, Malta e Suécia. 22

Indicadores de OUTPUT Portugal manteve em 2005 um crescimento económico baixo, com uma variação real do PIB de 0,4%. No período 2000-2005, o crescimento médio do PIB foi de 1.2%, valor que é um dos mais baixos entre os países considerados e apenas superior ao crescimento do PIB da e. A estagnação do crescimento do PIB nos últimos anos e o crescimento da população conduzem a que em 2005 o PIB per capita, medido em paridade de poder de compra, corresponde a 66% da média da UE 15, valor que se situa abaixo do registado em 1995. Entre os novos Estados-membro a Eslovénia (74%) e a República Checa (68%) registam valores neste indicador superiores ao de Portugal. Em 2005, a criação de emprego em Portugal foi praticamente nula (0,1% em 2004). No período 2000-2005 o emprego cresceu em média 0,6%, abaixo da média da UE (0,8%). No conjunto dos países considerados na análise são de destacar o elevado aumento do emprego na Irlanda e na. A taxa de emprego em Portugal baixou nos últimos anos tendo passado de 69% em 2001 para 67,5% em 2005. Este valor situa-se no grupo de países com taxas de emprego mais elevadas e cumpre o objectivo fixado para 2005 na Estratégia de Lisboa (67%). De notar que o objectivo estabelecido para 2010 é de 70%. Em Portugal, a produtividade por pessoa empregada, medida em paridade de poder de compra corresponderá em 2005 a 66% do valor médio da UE e apenas 23

superior, entre os países considerados na análise, ao nível da produtividade da e da Eslováquia. No período 2000-2005 a produtividade aparente do trabalho cresceu a uma taxa média de 0,6%, um dos mais baixos da UE e, entre os países considerados, apenas superior à registada em e. De salientar os crescimentos significativos registados nos novos Estados-membro, na Irlanda e na Grécia. 24

Indicadores de Input 25

Custos Laborais Preços Fiscalidade Educação e Formação Sociedade da Informação Ambiente e Energia Investimento I&D e Inovação 26

Custos Laborais 27

Indicador: Custos Unitários Nominais do Trabalho - Total da Economia Relação entre a remuneração por trabalhador (inclui encargos sociais do empregador) e a produtividade por trabalhador, a preços correntes (2000=100). Apresenta-se a taxa de variação média anual para o período 2002-2005. Em Portugal, os custos unitários do trabalho do total da economia registam, desde há vários anos, aumentos acima da generalidade dos países da Área Euro. Desde 2002 que o aumento dos custos unitários do trabalho em Portugal acima da média da Área Euro resulta do efeito conjunto de um crescimento das remunerações nominais superior (ainda que o diferencial se tenha reduzido), com um crescimento inferior da produtividade do trabalho. No período 2002-2005, apenas a Grécia, a Irlanda e a registaram um crescimento médio anual dos custos unitários do trabalho superior a Portugal. Numa união monetária como a Área Euro, os aumentos de custos unitários registados em Portugal, sendo superiores aos verificados nos restantes parceiros comerciais, conduzem à deterioração da capacidade concorrencial baseada nos preços, dos bens e serviços portugueses. 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0-1,0-2,0-3,0 Custos Unitários Nominais do Trabalho - Total da Economia Variação média anual 2002-2005 (%) Grécia Irlanda Portugal Reino Unido Países Baixos França Eslovénia Eslováquia República Checa Coreia UE-15 UE-25 EUA Fonte: Price and Costs Competitiveness, CE DG ECOFIN (Base de Dados AMECO) Objectivos: Aumento dos custos unitários do trabalho no total da economia inferior aos verificados nos principais parceiros. O ritmo de crescimento da produtividade deverá ser determinante na evolução salarial. 28

Indicador: Custos Unitários Nominais do Trabalho - Indústria Relação entre a remuneração por trabalhador (inclui encargos sociais do empregador) e a produtividade por trabalhador na indústria, a preços correntes (2000=100). Apresenta-se a taxa de variação média anual para o período 2002-2005. Os custos unitários do trabalho na indústria têm registado, nos últimos anos, variações significativamente inferiores ao total da economia, tanto em Portugal como na generalidade dos países considerados. Portugal tem registado ao longo dos últimos anos ritmos de crescimento dos custos unitários do trabalho na indústria superiores à generalidade dos países da Área Euro, como resultado do efeito conjugado de um maior ritmo de crescimento das remunerações nominais com um menor crescimento da produtividade do trabalho. No período 2002-2005 os custos unitários do trabalho na indústria em Portugal registaram uma variação média anual de 1.6%, valor apenas inferior ao da, Grécia,, Eslováquia e. 6,0 Custos Unitários Nominais do Trabalho - Indústria Variação média anual 2002-2005 (%) 4,0 2,0 0,0-2,0-4,0-6,0-8,0 Grécia Portugal França Países Baixos Reino Unido Irlanda Eslováquia Eslovénia República Checa UE-15 Coreia EUA Fonte: Price and Costs Competitiveness, CE DG ECOFIN (Base de Dados AMECO) Objectivos: Aumento dos custos unitários do trabalho na indústria inferior aos verificados nos principais parceiros. O ritmo de crescimento da produtividade deverá ser determinante na evolução salarial. 29

Preços 30

Indicador: Preço de Gás Indústria Preço de gás natural por Gigajoule, em euros, sem impostos, para os consumidores industriais da categoria-padrão de consumo I3-1, a que corresponde um consumo anual de 41860 GJ (equivalente a cerca de 1 milhão de m3) e um factor de carga de 200 dias (1600 horas). No conjunto dos países considerados, Portugal é o 4º país com preços mais elevados e o 9º no conjunto da UE 25. O nível de preços para esta categoria de consumo, situa-se, pela primeira vez, abaixo das médias da UE 15 e 25 (ponderadas pelo consumo). Relativamente a igual período do ano passado, a posição relativa de Portugal manteve-se aproximadamente a mesma, sendo, no entanto, de assinalar a diminuição do diferencial em relação a que baixou de cerca de 30 para 5%. Note-se, porém, que na categoria de cliente industrial com um consumo inferior (correspondente a cerca de 100 mil m 3 ), o diferencial em relação a este país é ainda elevado cerca de 40%, sendo de 15% em relação à UE 25. 12 Preços de Gás - Indústria - Janeiro 2006 ( /Gigajoule) 10 8 6 4 2 0 Reino Unido França Portugal Eslováquia Rep.Checa Eslovénia UE 15 UE 25 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro de 2006 Objectivos: Atingir níveis de preços que melhorem substancialmente a posição relativa de Portugal face à União Europeia e, especialmente, face a, sobretudo para as categorias de clientes industriais com menor volume de consumo anual. 31

Indicador: Preços de Electricidade Indústria Pequenos Consumidores Preço de electricidade por MWh, em euros, sem impostos, para os consumidores industriais da categoria-padrão de consumo Ib, a que corresponde um consumo anual de 50kW e uma carga anual de 1000 horas. Portugal é o 4º país da UE 15 com preços mais elevados neste segmento industrial, melhorando a sua posição relativa para a 6ª posição, quando os preços são comparados com inclusão de impostos (mas excluindo o IVA). Comparando com igual período do ano passado, a posição relativa de Portugal deteriorou-se, sendo de assinalar a evolução do diferencial de preços relativamente a que passou de + 3% para + 13%. 180 160 140 120 100 80 60 40 20 Preços de Electricidade - Indústria - Pequenos Consumidores Janeiro 2006 ( /MWh) 0 Irlanda Portugal Países Baixos Reino Unido Grécia França Eslovénia Eslováquia Rep.Checa UE 15 UE 25 Fonte: Eurostat, NewCronos, Outubro 2006 Objectivos: Reduzir o diferencial de preços relativamente aos nossos parceiros comunitários mais importantes, nomeadamente em relação a, assegurando, para este efeito a rápida operacionalização do Mibel. 32

Indicador: Preços de Electricidade Indústria Grandes Consumidores Preço de electricidade por MWh, em euros, sem impostos, para os consumidores industriais da categoria-padrão de consumo Ig, a que corresponde um consumo anual de 24GkW, uma procura máxima de 4000kW e uma carga anual de 6000 horas. Portugal continua a registar níveis de preços de electricidade relativamente elevados nesta categoria de consumo, sendo o 5º país da UE 25 com preços mais elevados. Comparando com igual período de 2005, o nível de preço, em Portugal, registou um aumento nominal de 14%, semelhante ao registado na, mas superior aos aumentos verificados nos seus outros principais parceiros económicos, nomeadamente em, e França, que, respectivamente registaram variações de +12%, +5% e 0%. Exceptua-se o caso do Reino Unido onde o preço da electricidade desta categoria de consumo registou um aumento de cerca de 60%. 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 Preços de Electricidade - Indústria - Grandes Consumidores Janeiro 2006 ( /MWh) 0,0 Irlanda Portugal Reino Unido Países Baixos Grécia França Eslováquia Rep.Checa Eslovénia UE 15 UE 25 Fonte: Eurostat, Electricity Prices for EU Industry on 1 January 2006, 14 Julho 2006 Objectivos: O objectivo da redução dos custos de energia eléctrica no caso dos grandes consumidores industriais deverá privilegiar a criação de condições para o estabelecimento de parcerias entre estes e os fornecedores de electricidade. Trata-se também de, por esta via, assegurar uma maior previsibilidade dos preços, factor que se revela especialmente relevante no actual contexto dos mercados nacional, ibérico e comunitário, caracterizado por um nível elevado de incerteza. A efectiva operacionalização do MIBEL num quadro de simetria tarifária, paridade de regulação e inserção no mercado interno da UE, constitui um elemento fundamental neste processo. 33

Indicador: Preço das Chamadas Telefónicas - Empresas Preço de cabaz composto OCDE de chamadas telefónicas do Serviço Fixo de Telefone (SFT) de um utilizador empresarial padrão, em euros (base mensal). Inclui chamadas nacionais, internacionais e chamadas para redes móveis (IVA excluído). Em Setembro de 2005, Portugal é 7º país da UE 15 e o 11º da UE 25 com preços mais elevados, tendo mantido a mesma posição relativa de 2004. A redução do preço nominal deste cabaz, 9%, foi semelhante à verificada no conjunto da UE 25. No segmento residencial, Portugal é o 4º país da UE 15 e da UE 25 com preços mais elevados. Em determinados sectores de actividade na área dos serviços, o custo das chamadas telefónicas constitui um elemento relevante na estrutura de custos das empresas. 120,0 Preço das Chamadas Telefónicas - Setembro 2005 ( ) 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 Reino Unido França Irlanda Portugal Países Baixos Grécia Eslováquia Rep.Checa Eslovénia UE 25 EUA / NY EUA / LA Fonte: Report on Telecoms Price Developments, Teligen for European Comission, Dezembro 2005 Objectivos: Prosseguir a redução de preços, aproximando-os da mediana da UE 15, que equivale ao nível registado em 2005 pelos Países Baixos. Um mercado efectivamente concorrencial e eficientemente regulado constituirá o factor de contexto que mais poderá contribuir para este processo. 34

Fiscalidade 35

Indicador: Receitas Fiscais em percentagem do Produto Interno Bruto Rácio entre o montante de receitas fiscais (incluindo contribuições para a Segurança Social) e o Produto Interno Bruto, com base nos agregados das contas nacionais (ESA 95). O peso das receitas fiscais em percentagem do PIB na UE, em 2004, foi dos mais baixos dos últimos anos, situando-se em 40.7% (41.1% na Área Euro). Entre os Estados-membro da UE persistem diferenças significativas, apresentando valores extremos, entre os países considerados, a (49.9%) e a Irlanda (31.7%). Portugal, e Irlanda são os países da Área Euro com menor carga fiscal. Os novos Estados-membro da UE continuam, em média, a apresentar uma carga fiscal inferior à registada na maioria dos países da Área Euro. Em Portugal a carga fiscal foi de 35.6% em 2004 - valor inferior em 2.1 p.p. face à mediana da UE (de 37.7%). Receitas Fiscais - 2004 60 (% do PIB) 50 40 30 20 10 0 França Países Baixos Grécia Reino Unido Portugal Irlanda Eslovénia Rep.Checa Rep.Eslovaca UE 12 UE 25 Fonte: Eurostat, News Release nº16/2006 Objectivos: Portugal deverá prosseguir uma política de redução da carga fiscal, nomeadamente sobre as empresas, acelerando a reforma do Estado e, em simultâneo, reduzindo o peso da despesa pública. 36

Indicador: Taxa Nominal de Imposto sobre o Rendimento das Empresas Taxa máxima incidente sobre o rendimento colectável das empresas, estabelecida na legislação nacional respectiva. Inclui, quando aplicável, sobretaxas e taxas locais incidentes sobre o rendimento das empresas. Em 2006, manteve-se a tendência de redução das taxas nominais de imposto sobre o rendimento das empresas, embora de forma menos expressiva do que nos últimos anos. A média das taxas em 2006 é de 25.8% na UE 25 (29.5% na UE 15; 20.3% nos novos Estados-membro). Em 2006, as reduções de taxas nominais de imposto verificam-se na Grécia (-3 p.p.), Países Baixos (-2.5 p.p.), República Checa (-2 p.p.), (-2 p.p.), Estónia (-1 p.p.), Luxemburgo (-0.8 p.p.) e França (- 0.5 p.p.). Portugal mantém em 2006 a taxa nominal de imposto sobre o rendimento das empresas em 27.5%. Esta taxa situa-se na mediana das taxas da UE 25. As disparidades entre as taxas nominais de imposto sobre o rendimento das empresas nos países da UE considerados continuam significativas, com valores extremos na (38.6%) e na Irlanda (12.5%), embora esta disparidade deva ser relativizada na medida em que as taxas nominais reflectem apenas parcialmente a taxa efectivamente paga pelas empresas. De referir ainda que alguns países têm taxas mais baixas em determinadas situações específicas. Taxa Nominal de Imposto sobre o Rendimento das Empresas - 2006 (%) 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 França Reino Unido Grécia Países Baixos Portugal Irlanda Eslovénia Rep.Checa Eslováquia UE 15 UE 25 Fonte: Comissão Europeia, Doc.Taxud E4/2006/Doc/3201 Objectivos: Programar a redução da taxa nominal de imposto sobre as empresas e assegurar que, no quadro da concorrência internacional, as regras estabelecidas para o cálculo da matéria colectável, entre outros elementos, onde se registam diferenças significativas entre os vários países, sejam menos diversificadas. 37

Indicador: Receitas de Impostos sobre o Rendimento das Empresas Receitas dos impostos sobre o rendimento das empresas em percentagem do Produto Interno Bruto e do total das receitas fiscais, com base nos agregados das contas nacionais (ESA 95). Em 2004, no conjunto da UE, o peso dos impostos sobre rendimento das empresas aumentou, quer em percentagem do PIB (de 2.2% para 2.4%), quer em percentagem do total das receitas fiscais (de 5.6% para 6.0%). A importância relativa destes impostos nas economias europeias consideradas apresenta ainda discrepâncias significativas, com valores extremos na Irlanda (3.6%) e (0.9%) na UE 15 e na República Checa (4.4%) e Eslovénia e (ambas com 2.0%) nos novos Estados-membro da UE. Imposto sobre o Rendimento das Empresas - 2004 5 14 4 12 10 3 8 2 6 4 1 2 0 Irlanda Grécia Países Baixos Portugal * Reino Unido França Rep.Checa Eslováquia * Eslovénia UE 15 UE 25 0 Em % PIB (esqª) Em % Receitas Fiscais (dtª) Fonte: Comissão Europeia, Structures of the taxation systems in the EU, 1995-2004 (*) 2003 Objectivos: A tributação fiscal deverá evoluir no sentido da redução da carga fiscal sobre o rendimento das empresas, aproximando-se de valores apresentados em países concorrentes. 38

Indicador: Taxas Implícitas no Consumo, Trabalho e Capital Carga fiscal média efectiva sobre diferentes tipos de rendimento (trabalho e capital) ou actividades (consumo). Expressa-se pelo rácio das receitas fiscais sobre as respectivas bases fiscais, com base nos agregados das Contas Nacionais (ESA 95). As taxas implícitas de tributação incidentes sobre o consumo, trabalho e capital diferem significativamente entre os países da UE consideradas, com taxas sobre o factor trabalho que variam entre 42.4% (França) e 24.8% (Reino Unido); no factor capital entre 43.8% () e 17% (Grécia) e no consumo entre 33.3% () e 16% (). Em 2003, Portugal apresentava uma situação intermédia no quadro comunitário no que respeita ao factor trabalho (29.8%) e ao consumo (19.0%). Relativamente aos rendimentos de capital, Portugal apresenta uma taxa de 35.3%, uma das mais elevadas entre os países da UE considerados, logo a seguir à França (36.9%) e à (43.8%). 50 Taxas Implícitas de Tributação - 2004 40 30 20 10 0 França Grécia Países Baixos ** Portugal* ** Irlanda Reino Unido Rep.Checa ** *** Eslovénia *** Rep.Eslovaca * UE 15 ** UE 25 ** Trabalho Capital Consumo Fonte: Comissão Europeia, Structures of the taxation systems in the EU, 1995-2004 (*) 2003 (**) 2003 Capital (***) Não disponível tributação sobre o capital Objectivos: Em termos de competitividade num mundo globalizado, a tributação fiscal deverá evoluir no sentido da redução global da carga fiscal sobre os factores de produção capital e trabalho. 39

Educação e Formação 40

Indicador: População que obteve pelo menos o ensino secundário, por escalões etários Relação entre a população que obteve pelo menos o ensino secundário, com idades entre os 25 e os 64 anos distribuída por escalões etários decenais, e a população total do mesmo escalão etário. Portugal apresenta a menor percentagem de população adulta com pelo menos o ensino secundário, nos vários escalões etários considerados. O ritmo a que se têm feito progressos entre as gerações mais jovens tem sido inferior ao conseguido por outros países, como a,, Grécia ou Coreia. O ensino secundário é um requisito importante para que os recursos humanos detenham as competências necessárias ao mercado de trabalho. População que obteve pelo menos o ensino secundário, por escalões etários - 2004 Em percentagem da população do mesmo escalão etário 100 100 90 90 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 França Irlanda Países Baixos Grécia Reino Unido Portugal Eslováquia República Checa Coreia EUA 25-34 35-44 45-54 55-64 Fonte: OCDE, Education at a Glance, 2006 Objectivos: Desenvolver esforços para aumentar significativamente a percentagem de população com o ensino secundário. Para tal é fundamental combater de forma eficaz o abandono escolar precoce; desenvolver acções de formação específicas para os jovens que já estão fora do sistema de ensino e reforçar de forma significativa as acções de formação e de aprendizagem ao longo da vida. 41

Indicador: Abandono Escolar Precoce Relação entre a população no escalão etário 18-24 anos com não mais que o 1º ciclo do ensino secundário (9º ano) que abandonou o sistema de ensino ou de formação, e a população total do mesmo grupo etário. A taxa de abandono escolar precoce em Portugal é desde há vários anos a mais elevada entre os países considerados (38.6% em 2005) e é mais significativa entre os rapazes (46.7%) que entre as raparigas (30.1%). No entanto, é de salientar o progresso significativo conseguido nos últimos 4 anos, tendo passado de uma taxa de abandono escolar de 45.1% em 2002 para 38.6% em 2005. Trata-se de uma situação grave, nomeadamente em termos de futuro, na medida em que põe em causa a melhoria dos níveis de educação da população adulta e limita as possibilidades de acesso a empregos mais qualificados. De notar que a taxa de emprego no escalão etário 15-24 anos em Portugal é elevada no contexto da UE e mais elevada para os jovens com escolaridade inferior ao 9º ano que para os jovens com maior nível de escolaridade. 45 Abandono Escolar Precoce - 2005 Em percentagem de população no escalão etário 18-24 anos 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Portugal Reino Unido Países Baixos Grécia França Irlanda* Rep.Checa Eslováquia Eslovénia UE 15 UE 25 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2006 (*) Previsão Objectivos: Concretizar a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Emprego 2005-2008 de redução da taxa de abandono escolar precoce para 30% em 2008 e 25% em 2010, uma vez que é difícil atingir a meta de 10% fixada pela Comissão Europeia para 2010. Neste sentido será importante o desenvolvimento de acções que melhorem a qualidade do ensino, a atractividade da escola e uma adequada articulação entre os sistemas de educação e de formação, nomeadamente da formação profissional para jovens. 42

Indicador: Aprendizagem ao Longo da Vida Relação entre a população no escalão etário 25-64 anos que referiu participar em acções de formação ou educação durante as quatro semanas que precederam o inquérito utilizado (Inquérito ao Emprego), e a população total do mesmo grupo etário. Em 2005, em Portugal apenas 4.6% da população entre os 25 e os 64 anos participou em acções de formação, valor apenas superior ao registado na Grécia (1.8%) e na (4.2%). Os progressos conseguidos por Portugal e pela Grécia no decénio 1995-2005 foram dos mais modestos entre os países considerados. O Reino Unido, e apresentaram os melhores resultados, com taxas iguais ou superiores a 25% e, juntamente com a Eslovénia, Países Baixos e, ultrapassavam em 2005 o objectivo para a média da UE 25 em 2010 (12.5%). A aprendizagem ao longo da vida tende a ser proporcional ao grau de escolaridade. Pessoas com níveis de escolaridade mais elevados são mais propensas e receptivas à participação em acções de educação e formação ao longo da vida. Os baixos níveis gerais de escolaridade registados em Portugal dificultam também a convergência das taxas de aprendizagem ao longo da vida para níveis compatíveis com os desafios da sociedade do conhecimento. 35 Aprendizagem ao Longo da Vida - 2005 Em percentagem da população no escalão etário 25-64 anos 30 25 20 15 10 5 0 Reino Unido Países Baixos Alemana Irlanda França Portugal Grécia Eslovénia Rep. Checa Eslováquia UE 15 UE 25 Fonte: Eurostat, Indicadores Estruturais, Outubro 2006 Objectivos: Melhorar de forma significativa as condições para que as empresas invistam cada vez mais na qualificação dos recursos humanos. Aumentar gradualmente e de forma significativa o número de pessoas envolvidas em processos formais e/ou informais de aprendizagem ao longo da vida, de modo a atingir uma taxa de 12.5% em 2010, que é simultaneamente a meta definida pelo PNACE 2005-2008 e pela Comissão Europeia para a média da UE 25. 43