UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS



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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS PRODUTIVIDADE E ARMAZENAMENTO DA MANDIOQUINHA-SALSA CULTIVADA EM SOLO COBERTO COM CAMA-DE-FRANGO E COLHIDA EM DIFERENTES ÉPOCAS BIANCA GABRIELI MARAFIGA DOURADOS MATO GROSSO DO SUL 2013

PRODUTIVIDADE E ARMAZENAMENTO DA MANDIOQUINHA-SALSA CULTIVADA EM SOLO COBERTO COM CAMA-DE-FRANGO E COLHIDA EM DIFERENTES ÉPOCAS BIANCA GABRIELI MARAFIGA Bióloga Orientador: PROF. DR. NÉSTOR ANTONIO HEREDIA ZÁRATE Dissertação apresentada à Universidade Federal da Grande Dourados, como parte das exigências do Programa de Pós Graduação em Biologia Geral/Bioprospecção, para obtenção de título de Mestre. DOURADOS MATO GROSSO DO SUL 2013

PRODUTIVIDADE E ARMAZENAMENTO DA MANDIOQUINHA-SALSA CULTIVADA EM SOLO COBERTO COM CAMA-DE-FRANGO E COLHIDA EM DIFERENTES ÉPOCAS por Bianca Gabrieli Marafiga Dissertação apresentada à Universidade Federal da Grande Dourados, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Biologia Geral/Bioprospecção, para obtenção do título de Mestre. Aprovado em: Prof. Dr. Néstor A. Heredia Zárate Orientador UFGD-FCA Prof a. Dr a. Maria do Carmo Vieira Co-Orientadora UFGD-FCA Dra. Elissandra Pacito Torales Bolsista PNPD CNPq - UFGD-FCA Prof. Dr. Edson Talarico Rodrigues UEMS

Àquele que a presença é sentida no coração e no pensamento, guia e ilumina o meu caminho; Àqueles que, neste mundo me receberam e me inspiram bondade, honestidade, respeito e amor incondicional; Dedico.

AGRADECIMENTOS A Deus, mestre e guia no caminho da evolução, que do alto de sua infinita bondade, amor e sabedoria, permitiu-nos a vida e nos chamou a contribuir junto a sua obra, para crescer no caminho do bem e do amor. À minha família e ao meu esposo, pelo carinho e atenção sem os quais não seria possível a realização deste trabalho À Universidade Federal da Grande Dourados, pela oportunidade de realizar o mestrado. À CAPES e ao FUNDECT, pelo apoio financeiro. Ao professor Néstor Antonio Heredia Zárate, pela orientação, dedicação e experiências transmitidas, indispensáveis a este trabalho. À professora Maria do Carmo Vieira e às Doutoras Rosimeire Pereira Gassi e Elissandra Pacito Torales, pelas sugestões e esclarecimentos na correção deste trabalho. Aos funcionários do Horto de Plantas Medicinais pela colaboração nos trabalhos de campo, em especial, ao Delmar Marques do Amaral, Anderson (in memoriam) e Alisson (in memoriam), pelo auxilio e dedicação nos trabalhos de campo. Aos colegas do grupo de trabalho, em especial, Diego Menani Heid e Thiago Carnevali, pelo companheirismo e apoio. A todos que contribuíram de alguma forma, para que este trabalho se realizasse.

SUMÁRIO PÁGINA RESUMO...v 1. INTRODUÇÃO...08 2. MATERIAL E MÉTODOS...10 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...13 3.1 Análise de crescimento...13 3.2 Época de colheita...14 3.3 Pós-colheita...20 4. CONCLUSÕES...24 5 REFERÊNCIAS...25

RESUMO O objetivo deste trabalho foi estudar o crescimento, a capacidade produtiva de plantas e a perda de massa na conservação pós-colheita de rebentos e de raízes das plantas de mandioquinha-salsa, cultivadas em solo coberto com diferentes doses de cama-defrango CF (0; 5; 10 e 15 t ha -1 ) e colhidas em diferentes épocas (210; 240; 270 e 300 dias após o plantio - DAP). O experimento foi conduzido em solo Latossolo Vermelho Distroférrico de textura muito argilosa. Os tratamentos foram arranjados em fatorial 4 x 4 no delineamento experimental blocos casualizados, com quatro repetições. A altura de plantas e o diâmetro do pseudocaule foram influenciados significativamente pelas épocas de avaliação, apresentando curvas de crescimento quadrático. A maior altura (45,86 cm) foi observada aos 212 DAP e o maior diâmetro (93,86 mm) aos 255 DAP. O teor de clorofila apresentou valor médio de 37,6. As massas frescas e secas de folhas foram influenciadas significativamente pelas épocas de colheita, com os maiores valores (30,81 t ha -1 e 2,60 t ha -1, respectivamente) obtidos aos 210 DAP. As massas frescas e secas de rebentos não foram influenciadas significativamente pelos fatores em estudo, obtendo-se médias de 12,87 e 2,19 t ha -1, respectivamente. A massa fresca de coroa foi influenciada significativamente pelas épocas de colheita, obtendo-se o maior valor (8,14 t ha -1 ) aos 210 DAP. As massas fresca e seca de raiz comercial não foram influenciadas pela interação e isoladamente entre os fatores em estudo apresentando médias de 15,94 t ha -1 e 3,21 t ha -1 respectivamente. As perdas de massa das raízes entre o primeiro e o terceiro dia após o armazenamento foram de 5,25%; 6,71%; 7,53% e 9,00% (210, 240, 270 e 300 DAP) respectivamente. Em relação ao terceiro e quinto dia as perdas de massa foram de 17,75%; 13,35%; 16,52% e 17,12% (210, 240, 270 e 300 DAP) respectivamente. Para rebentos, as perdas de peso entre o primeiro dia de armazenamento até o último foram de 46,06%; 64,98%; 40,29% e 59,95%, respectivamente. Nas condições em que foi conduzido o experimento e pelas características avaliadas, concluiu-se que as plantas de mandioquinha-salsa obtiveram crescimento quadrático e início da senescência aos 212 dias do plantio; a mandioquinhasalsa deve ser colhida aos 210 dias após o plantio, as raízes e rebentos de plantas de mandioquinha-salsa não devem ficar expostas às condições ambientes com altas temperaturas por mais de dez dias independentes da época de colheita. Palavras-chave: Arracacia xanthorrhiza, resíduo orgânico, produção, pós-colheita.

ABSTRACT Yield and storage of Peruvian carrot cultivated under chicken manure covering and harvested in different periods The aim of this work was to study growth, yield capacity of plants and weight loss during post-harvest conservation of shoots and roots of Peruvian carrot plants that were cultivated in soil covered with different doses of chicken manure CF (0; 5; 10 and 15 t ha -1 ) and harvested in different periods (210; 240; 270 and 300 days after planting DAP). Treatments were arranged as 4 x 4 factorial scheme in a complete randomized block design, with four replications. Height of plants and pseudo-stem diameter were influenced by periods of evaluation. The highest height (45.86 cm) was observed on 212 DAP and the greatest diameter (93.86 mm) on 255 DAP. Fresh and dry weight of leaves were influenced significantly by harvest periods, with the greatest values (30.81 t ha -1 and 2.60 t ha -1, respectively). Fresh weight of crowns were influenced significantly by harvest periods, which the greatest value was 8.14 t ha-1 on 210 DAP. Weight losses of roots between the first and the third day after storage were 5.25%; 6.71%; 7.53% and 9.00% (210, 240, 270 and 300 DAP), respectively. In the conditions that the experiment was carried out, it was concluded that Peruvian carrot plants must be harvested on 210 days after planting and that roots and shoots of Peruvian Carrot plants must not be storage in environments with high temperatures, independent on harvest periods. Keywords: Arracacia xanthorrhiza, organic residue, yield, post-harvest.

INTRODUÇÃO As plantas de mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft, Apiaceae) são cultivadas principalmente na região sul, em áreas pequenas, utilizando poucos insumos e bastante mão-de-obra familiar, e por isso, pode ser considerada de grande importância social e como fonte de renda para o produtor (ZANIN e CASALI, 1984; TOLENTINO JUNIOR et al., 2002). O Brasil é o maior produtor mundial de mandioquinha-salsa, sendo Paraná, Minas Gerais e São Paulo os estados que apresentam maiores volumes de produção. A área de cultivo de mandioquinha-salsa é de aproximadamente 16.000 ha, onde o Paraná e Minas Gerais representam 7.633 ha e 6.000 ha, respectivamente (BUENO, 2004). A produção média de raízes é de 250.000 mil toneladas anuais e cerca de 95% desse volume é destinado ao mercado de raízes in natura (CARVALHO, 2008). A importância econômica-alimentar da mandioquinha-salsa reside no amido de fácil digestibilidade, indicado para consumo de pessoas enfermas e crianças, e nos altos teores de fósforo, ferro, cálcio, magnésio e vitaminas, em suas raízes tuberosas comerciais (PORTZ et al., 2004). É crescente, ainda, a demanda de mandioquinha-salsa como matéria prima para as indústrias alimentícias, sendo utilizada na forma de sopas, cremes, pré-cozidos, alimentos infantis (papinhas), fritas fatiadas (chips) e como purês. Com o miniprocessamento e a industrialização do produto abre-se a oportunidade de exportação, complicada para o produto in natura, em razão da sua reduzida conservação pós-colheita (MADEIRA e SOUZA, 2004). Nas últimas décadas, diversas técnicas foram incorporadas ao cultivo de hortaliças, destacando-se a cobertura morta ou mulching, que é a prática pela qual se aplica ao solo, material orgânico ou inorgânico como cobertura da superfície. Com a elevação do custo dos fertilizantes comerciais e o aumento da poluição ambiental, o uso de resíduos orgânicos na agricultura, torna-se viável do ponto de vista econômico e ambiental, em razão da ciclagem de nutrientes melhorando os atributos físicos e químicos do solo, aumentando a capacidade de retenção de água e a redução da erosão do solo (BLUM et al., 2003; CARVALHO et al., 2005; SANTOS et al, 2011). A produção de mandioquinha-salsa no sistema orgânico atende a um mercado ainda pequeno mas com tendência de crescimento em volume e importância (JUNQUEIRA e LUENGO, 2000). Recentemente nota-se uma tendência de expansão

da cultura, uma vez que há possibilidade de alto retorno econômico aos produtores, ser uma cultura rústica, se adaptar bem ao cultivo orgânico, e apresentar a possibilidade de diversas formas de processamento. O uso de resíduos orgânicos adicionados ao solo é uma prática recomendada para a produção de mandioquinha-salsa, já que as características benéficas ao solo têm efeito pronunciado para essa espécie que, por ter sua parte comercial subterrânea, exige solos bem-estruturados e com melhores condições para o desenvolvimento das raízes de reserva (VIEIRA e CASALI, 1997). Heid (2013), estudando o crescimento e produtividade agroeconômica de plantas e armazenamento de raízes e rebentos de mandioquinha-salsa em resposta a doses e formas de adição de cama-de-frango no solo obteve a maior média de produtividade (22,08 t ha -1 ) e renda líquida (R$ 43.475,76) com o uso de 19 t ha -1 em cobertura e 14 t ha -1 incorporada de cama-de-frango; as raízes de mandioquinha-salsa armazenadas em condições ambientes com temperaturas elevadas, devem ser comercializadas até quatro dias após a colheita. Torales et al. (2010) avaliando a capacidade produtiva de mandioquinha-salsa Amarela de Carandaí na região de Dourados MS, sob diferentes doses de cama-defrango em cobertura do solo (0; 5; 10; 15; 20 t ha -1 ) e densidade de plantio (duas e três fileiras no canteiro), colhidas em duas épocas (210 e 248 dias após o plantio), obtiveram a maior produção de raízes comerciais (14,00 t ha -1 ) com o uso de 20 t ha -1 de cama- defrango independente da densidade de plantio, aos 248 DAP. As raízes de mandioquinha-salsa atingem a maturidade fisiológica entre sete a quatorze meses após o plantio e a cultura apresenta plasticidade de colheita que permite deixar as plantas no campo por quatro a cinco meses após atingir a maturidade fisiológica, dependendo do local (SANTOS, 1997). Entretanto, após a colheita, suas raízes apresentam vida útil muito curta e podem tornar-se inadequadas para a comercialização após seis dias de armazenamento à temperatura ambiente (35 ± 2 C) (SCALON et al., 2002). Heredia Zárate (2009), ao estudar a brotação, produção e conservação de mandioquinha-salsa Amarela de Carandaí, proveniente de mudas desinfectadas com óleo de eucalipto (solução aquosa 0,1; 0,6; 1,0; 1,4 e 1,9%) e enraizadas em bandejas, observou que a perecibilidade das raízes e rebentos estava relacionada à perda de suas massas. Em função do exposto, o presente trabalho teve como objetivos o de estudar o crescimento e a capacidade produtiva de plantas e o armazenamento de rebentos e de

raízes das plantas de mandioquinha-salsa, cultivadas em solo coberto com diferentes doses de cama-de-frango, colhidas em diferentes épocas.

2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido entre março de 2011 e fevereiro de 2012, na área experimental do Horto de Plantas Medicinais (HPM), da Faculdade de Ciências Agrárias-FCA, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), na cidade de Dourados-MS. Este município situa-se em latitude de 22º13 16 S, longitude de 54º17 01 W e altitude de 430 m. O clima de Dourados, seguindo classificação Köppen- Geiger, é do tipo Aw (PEEL et al, 2007) com precipitação e temperatura de 1425 mm e 22ºC, respectivamente. As precipitações pluviométricas e as temperaturas máximas e mínimas registradas em Dourados no período em estudo encontram-se na Figura 1. FIGURA 1. Temperaturas máximas e mínimas (médias por decêndio) e precipitação total na época de desenvolvimento do experimento, entre março de 2011 e fevereiro de 2012. Dourados MS, UFGD, 2011. Fonte: Embrapa, 2011. O solo da área de cultivo é do tipo Latossolo Vermelho distroférrico (EMBRAPAa, 1999), textura muito argilosa, apresentando ph em CaCl 2 = 6,0; ph em H 2 0 = 6,73; P (mg dm -3 ) = 281,6; K (mmol c dm -3 ) = 21,9; Ca (cmol c dm -3 ) = 8,40; Mg (cmol c dm -3 ) = 4,52; H+Al (cmol c dm -3 ) 1,91; SB (mmol c dm -3 ) = 151,24; CTC (mmol c dm -3 ) = 170,37 e V (%) = 88,32.

Foi estudada a mandioquinha-salsa Amarela de Carandaí, cultivada em solo coberto com quatro doses de cama-de-frango semidecomposta (0; 5; 10 e 15 t ha -1 ) e quatro épocas de colheita (210; 240; 270 e 300 dias após o plantio - DAP). Os tratamentos foram arranjados em fatorial 4 x 4, no delineamento experimental de blocos casualizados, com quatro repetições. As parcelas tinham área total de 3,0 m 2 (1,5 m de largura por 2,0 m de comprimento), sendo que a largura efetiva do canteiro foi de 1,0 m, contendo três fileiras espaçadas de 33,3 cm. O espaçamento entre plantas foi de 25 cm, perfazendo uma população de 79.200 plantas ha -1. O terreno foi preparado duas semanas antes do plantio, com uma aração e uma gradagem e, posteriormente, foram levantados os canteiros com rotoencanteirador. Para o plantio foram obtidas mudas da região de Manhuaçu - MG. No dia do plantio, as mudas foram preparadas com o corte da parte aérea, deixando-se cerca de 2,0 cm de pecíolo, e com o corte da parte basal, transversalmente. O plantio foi manual, deixandose descobertos os ápices dos rebentos (HEREDIA ZÁRATE et al., 2008) e, imediatamente foi feita a distribuição da cama-de-frango em cobertura, nas parcelas e nas doses correspondentes. Os atributos da cama-de-frango foram: umidade total = 20,74%; matéria orgânica = 52,66 g dm -3 ; C total (%) = 22,06; densidade (mg cm -3 ) = 0,64; ph em agua = 7,14; Ca (%) = 6,21; Mg (%) = 1,03; K (%) = 0,18; N (%) = 2,52; P (%) = 1,07 e relação C/N = 8,75. As irrigações foram realizadas utilizando o sistema de aspersão, sendo que na fase inicial, até as plantas apresentarem entre 15 e 20 cm de altura, os turnos de rega foram a cada dois dias; daí até os 180 dias, as regas foram a cada três ou quatro dias e nos dois últimos meses foram feitas uma vez por semana. Durante o ciclo da cultura fizeram-se capinas com enxada entre os canteiros e dentro dos canteiros as plantas infestantes foram controladas manualmente, quando apresentavam-se com ± 5,0 cm de altura. A partir de 37 DAP e a cada 37 dias, até as épocas de colheitas, foram determinadas as alturas das plantas (medindo desde o nível do solo até o ápice da folha mais alta, com auxílio de uma régua graduada em mm), diâmetro do pseudocaule na altura do coleto (medido com auxílio de um paquímetro digital), área foliar (com integrador eletrônico LICOR 3000), teor de clorofila, unidade relativa de clorofila (IRC) com clorofilômetro digital FALKER CFL 1030 e número de folhas (contagem manual). As colheitas foram feitas nas épocas determinadas, quando foram avaliadas as massas frescas e secas de folhas, rebentos, coroas, raízes comerciais (com massa > 25,0 g) e

raízes não-comerciais (massa < 25,0 g; as deformadas e as com sintomas de podridão). Também foram determinados os diâmetros e os comprimentos de raízes comerciais e não-comerciais e a área foliar. Para o estudo pós-colheita foram separados, dentro dos componentes morfológicos das plantas de mandioquinha-salsa colhidas em cada parcela, dez rebentos e seis raízes comerciais, sendo duas grandes, duas médias e duas pequenas, seguindo o mesmo esquema de campo. Posteriormente, os materiais foram pesados separadamente, embalados em redes plásticas e acondicionados em prateleira de madeira, à temperatura ambiente, (entre 28º C a 32º C), sendo determinadas diariamente as perdas de massa. Os materiais foram eliminados quando apresentavam sintomas de deterioração como flacidez, enrugamento e murcha (HEREDIA ZÁRATE et al., 2008) Os dados dos diferentes componentes das plantas de mandioquinha-salsa foram submetidos à análise de variância e quando detectaram-se diferenças significativas pelo teste F, às médias dos dados foram ajustadas equações de regressão em função das épocas e das doses de cama-de-frango. Os dados de crescimento foram analisados como parcelas subdivididas no tempo, a 5% de probabilidade, usando o programa estatístico SAEG versão 5.0 (RIBEIRO, 2001).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Fase de crescimento A altura de plantas, o diâmetro do pseudocaule na altura do coleto e o teor de clorofila das plantas de mandioquinha-salsa não foram influenciados significativamente pelas doses de cama-de-frango, mas a altura de plantas e o diâmetro do coleto foram influenciados significativamente pelas épocas de avaliação, apresentando curvas de crescimento quadrático (Figura 2). A maior altura (45,86 cm) foi observada aos 212 DAP e o maior diâmetro (93,86 mm) aos 255 DAP. O decréscimo na altura de plantas, após os 212 DAP, indica que nessa época iniciou-se o processo de senescência natural das plantas de mandioquinha-salsa. O teor de clorofila apresentou valor médio de 37,67, mostrando que é uma caracteristica genotípica (MARENCO e LOPES, 2009). FIGURA 2. Altura da planta (Alt), diâmetro do pseudocaule (DP) e teor de clorofila de plantas de mandioquinha-salsa em função de épocas de avaliação. Dados relacionados com doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados MS, UFGD, 2011-2012. Esse resultado na altura de plantas coincide com os resultados obtidos por Torales et al. (2010) que, estudando doses de cama-de-frango em cobertura do solo (5, 10, 15 e 20 t ha -1 ) e densidade de plantas no canteiro (duas e três fileiras) na produção de mandioquinha-salsa Amarela de Carandaí, observaram que as alturas de plantas não

foram influenciadas pelas doses de cama-de-frango e nem pela densidade de plantas, mas variaram ao longo do ciclo, alcançando altura máxima de 30,70 cm, aos 210 DAP, sendo inferior em 49,38% (15,16 cm) ao valor máximo de altura encontrado neste experimento, aos 212 DAP. O número de folhas foi influenciado significativamente pela interação doses de cama-de-frango em cobertura do solo e dias após o plantio (Figura 3), com padrão de crescimento quadrático nas plantas cultivadas em solo coberto com as doses de 0 e 5 t ha -1 e com crescimento linear nas doses de 10 e 15 t ha -1 de cama-de-frango. O maior número de folhas (58,32 folhas / planta) foi observado nas plantas cultivadas com 15 t ha -1 de cama-de-frango aos 296 DAP. A cama-de-frango, apesar de ter sido adicionada ao solo como cobertura, deve ter induzido mudanças na aeração e na capacidade de retenção de água, assim como, simultaneamente, deve ter aumentado a atividade dos processos microbianos no solo, em resposta à decomposição orgânica, que deve ter ocorrido em função do ciclo vegetativo da mandioquinha-salsa ser longo, favorecendo o desenvolvimento das plantas ao longo do ciclo (KIEHL, 2005). FIGURA 3. Número de folhas de plantas de mandioquinha-salsa em função de doses de cama-de-frango e de épocas de avaliação. Dourados MS, UFGD, 2011-2012. A área foliar (Figura 4) de plantas de mandioquinha-salsa não foi influenciada significativamente pela interação cama-de-frango e épocas de colheita, mas pelas épocas de colheita, apresentando redução linear ao longo do tempo, como consequência

do processo de senescência que atinge as folhas mais velhas no final do ciclo, com o maior valor (2.078,05 cm 2 /planta) obtido aos 210 DAP. FIGURA 4. Área foliar (AF) de plantas de mandioquinha-salsa, em quatro épocas de colheita. Dados relacionados com doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados MS, UFGD, 2011-2012. 3.2 Produtividade As massas fresca e seca de folhas (Figura 5) de mandioquinha-salsa não foram influenciadas significativamente pela interação cama-de-frango e épocas de colheita, mas pelas épocas de colheita, seguindo o mesmo padrão da área foliar (Figura 4), apresentando redução linear ao longo do tempo, estando relacionado ao processo natural de senescência, pois as plantas podem proporcionar taxas variáveis de crescimento e morfologia bem características, com modificações no fim do ciclo vegetativo (HEREDIA ZÁRATE et al., 2009), com o maiores valores (30,81 t ha -1 e 2,60 t ha -1, respectivamente) obtidos aos 210 DAP.

FIGURA 5. Massas fresca e seca de folhas de plantas de mandioquinha-salsa, em quatro épocas de colheita. Dados relacionados com doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados - MS, UFGD, 2011-2012. As massas fresca e seca de rebentos (Figura 6) não foram influenciadas significativamente pela interação doses de cama-de-frango e épocas de colheita, nem pelos fatores isolados, obtendo-se médias de 12,87 e 2,19 t ha -1, respectivamente. FIGURA 6. Massas fresca e seca de rebentos de plantas de mandioquinha-salsa, em quatro épocas de colheita. Dados relacionados com doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados MS, UFGD, 2011-2012. A falta de influência significativa da adição ao solo da cama-de-frango nas características avaliadas sugere que, por ter sido usada em cobertura, pouco contribuiu

para o fornecimento de nutrientes para as plantas (PUIATTI, 1990). A falta de influência das épocas de colheita deve ter relação com o fato de as plantas terem entrado em senescência a partir de 212 DAP, tal como constatado nas Figuras 2, 4 e 5, onde se observou redução da área foliar e das massas frescas e secas das folhas. Com isso não houve mais translocação de fotoassimilados para os rebentos A massa fresca de coroa foi influenciada significativamente pelas épocas de colheita, obtendo o maior valor (8,14 t ha -1 ) aos 210 DAP (Figura 7). A massa seca de coroa e de raiz não-comercial não foram influenciadas significativamente pelos fatores em estudo, obtendo media de 1,36 t ha -1 e 0,83 t ha -1 respectivamente. As massas das coroas podem ter reduzido por elas terem translocado os fotoassimilados para as raízes ao longo do ciclo, uma vez que as folhas entraram em senescência. FIGURA 7. Massas fresca (MFC) e seca de coroas (MSC) e massa seca de raiz nãocomercial (MSRNC) de plantas de mandioquinha-salsa, em quatro épocas de colheita. Dados relacionados com doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados UFGD, 2011-2012. As massas fresca e seca de raiz comercial não foram influenciadas pela interação das doses de cama-de-frango e épocas de colheita nem pelos fatores isoladamente, apresentando médias de 15,94 t ha -1 e 3,21 t ha -1, respectivamente (Figura 8). Esses resultados concordam com o exposto por Larcher (2006), segundo o qual o padrão de resposta de uma planta e seu específico potencial de adaptação é característica geneticamente determinada, ou que, provavelmente, houve modificações na plasticidade fisiológica da planta para adaptar-se às condições ambientais.

FIGURA 8. Massas fresca (MFRC) e seca (MSRC) de raiz comercial de plantas de mandioquinha-salsa, em quatro épocas de colheita. Dados relacionados com doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados MS, UFGD, 2011-2012. A produção de massa fresca de raiz não-comercial foi influenciada significativamente pelas doses de cama-de-frango e épocas de colheita (Figura 9). Quando não se utilizou a cama-de-frango (0 t ha -1 ) foi obtida a maior média de raiz não comercial (4,78 t ha -1 ).. Figura 9. Massa fresca de raiz não-comercial de plantas de mandioquinha-salsa, em função de quatro épocas de colheita. Dados de doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados UFGD, 2011-2012.

Esses resultados podem ser explicados pelo fato de o solo ficar exposto às radiações solares, quando não se utilizou a cama-de-frango, elevando assim, a temperatura do solo e, consequentemente, aumentando o número de raízes nãocomerciais. A cama-de-frango utilizada em cobertura deve ter induzido a manutenção de temperaturas mais baixas em relação ao ambiente externo, o que, normalmente, melhora o equilíbrio hídrico/térmico e a capacidade fotossintética na planta (LARCHER, 2006 KIEHL) Os comprimentos de raiz comercial e de raiz não-comercial (Figura 10) e o diâmetro de raiz comercial de mandioquinha-salsa (Figura 11) não foram influenciados significativamente pela interação entre as doses de cama-de-frango e as épocas de colheita e nem pelos fatores em estudo isoladamente, atingindo médias de 94,87 mm, 43,78 mm e 36,05 mm, respectivamente. O diâmetro de raiz não-comercial apresentou crescimento linear em função das épocas de colheita (Figura 11). Segundo Larcher (2006), o sistema radicular da planta desenvolve-se seguindo o padrão morfológico característico de cada espécie. Esses resultados demonstram que o padrão de resposta das plantas de uma espécie e seu potencial específico de adaptação e de produção são características geneticamente determinadas (LARCHER, 2006). FIGURA 10. Comprimento de raiz comercial (CRC) e de raiz não-comercial (CRNC) de plantas de mandioquinha-salsa, em quatro épocas de colheita. Dourados - MS UFGD, 2011-2012.

FIGURA 11. Diâmetros de raiz comercial (DRC) e de raiz não-comercial (DRNC) de plantas de mandioquinha-salsa, em quatro épocas de colheita. Dourados - MS UFGD, 2011-2012. 3.3 Pós-colheita As perdas de massa das raízes e dos rebentos das plantas de mandioquinha-salsa foram influenciadas significativamente pelas épocas de colheita e pelo período de armazenamento (Figura 12), com aumentos lineares positivos na medida que aumentaram os dias de armazenamento. FIGURA 12. Perda pós-colheita de massa de raízes comerciais de plantas de mandioquinha-salsa Amarela de Carandaí colhidas em quatro épocas (DAP). Dados de doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados MS, UFGD, 2011-2012.

As perdas de massa das raízes entre o primeiro e o terceiro dia após o armazenamento foram de 5,25%; 6,71%; 7,53% e 6,58% (210, 240, 270 e 300 DAP), respectivamente. Em relação ao terceiro e quinto dia as perdas de peso foram de 17,75%; 13,35%; 16,52% e 17,12% (210, 240, 270 e 300 DAP) respectivamente. Esses resultados podem estar relacionados com a perda de umidade da epiderme que podem ser atribuídas, principalmente, à perda de água induzida pela interrupção da atividade metabólica quando estavam no solo e ao aumento dos processos de respiração e transpiração, que são associados à resposta fisiológica dos tecidos em condições adversas do ambiente (HEREDIA ZÁRATE, 2009). As perdas de massa das raízes entre o dia da colheita e o dia em que foram eliminadas foram de 40,78%; 53,39; 77,83 (aos dez dias de armazenamento) e de 86,74% (aos oito dias de armazenamento), daquelas plantas colhidas aos 210, 240, 270 e aos 300 DAP, respectivamente, por apresentarem-se enrugadas e flácidas. Esses resultados podem ter relação com o aumento da temperatura máxima (de 25,3ºC, no início do armazenamento, para 33,9ºC no segundo dia, 39,8ºC no décimo dia e 38,3ºC no décimo quinto dia), e com a umidade máxima relativa do ar alcançando a média de 64%. Essas condições de ambiente podem ter favorecido a troca de umidade entre as raízes e os rebentos com o ambiente e, provavelmente, pelo aumento na atividade respiratória, induzida pela temperatura. Heredia Zárate (2009), estudando a brotação, produção e conservação de mandioquinha-salsa Amarela de Carandaí, proveniente de mudas desinfectadas com óleo de eucalipto (solução aquosa 0,1; 0,6; 1,0; 1,4 e 1,9%) e enraizadas em bandejas, observou que a perecibilidade das raízes e dos rebentos tevei relação com à perda de massa das raízes e dos rebentos. Para rebentos, as perdas de massa entre o dia da colheita até o momento em que foram descartados foram de 46,06%; 64,98%; 40,29% e 59,95% colhidas aos 210, 240, 270 e aos 300 DAP, respectivamente (Figura 13). A eliminação foi em função do murchamento, o que aconteceu aos 15 dias para os rebentos colhidos nas três primeiras colheitas e de nove dias para o da última colheita. Entre o primeiro e terceiro dia após o armazenamento, as perdas de peso dos rebentos foram de 7,09%; 9,86%; 3,26% e 8,99% (210, 240, 270 e 300 DAP), respectivamente. Em relação ao terceiro e quinto dia as perdas de peso foram de 7,08%; 9,86%; 6,71% e 17,12% (210, 240, 270 e 300 DAP) respectivamente. Esses resultados podem ser explicados pela ocorrência da maturidade fisiológica das plantas na qual os rebentos continuam seu metabolismo mesmo que separado da

planta, pois o estádio de maturação em que plantas são colhidas determina o seu potencial de conservação pós-colheita e a qualidade dos mesmos quando oferecidos ao consumidor (CHITARRA e CHITARRA, 2005). FIGURA 13. Perda pós-colheita de massa de rebentos de plantas de mandioquinhasalsa Amarela de Carandaí em quatro épocas de colheita (DAP). Dados de doses de cama-de-frango foram agrupados. Dourados, MS - UFGD, 2011-2012.

CONCLUSÕES Nas condições em que foi conduzido o experimento e pelas características avaliadas concluiu-se que: - A mandioquinha-salsa pode ser cultivada sem cobertura do solo com cama-de-frango; - As raízes e rebentos de plantas de mandioquinha-salsa não devem ser armazenadas em condições ambientes com altas temperaturas, independente da época de colheita; - A mandioquinha-salsa deve ser colhida aos 210 dias após o plantio.

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