PARLAMENTO EUROPEU. Documento de sessão 30.11.2007 B6-0000/2007 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO



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Transcrição:

PARLAMENTO EUROPEU 2004 Documento de sessão 2009 30.11.2007 B6-0000/2007 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO apresentada na sequência da pergunta com pedido de resposta oral B6-0000/2007 nos termos do nº 5 do artigo 108º do Regimento por Guido Sacconi em nome da Comissão Temporária Sobre as Alterações Climáticas sobre o Livro Verde da Comissão "Adaptação às alterações climáticas na Europa possibilidades de acção da União Europeia" (COM(2007)0354 RE\695676.doc PE398.325v01-00

B6-0000/2007 Resolução do Parlamento Europeu sobre o Livro Verde da Comissão "Adaptação às alterações climáticas na Europa possibilidades de acção da União Europeia" (COM(2007)0354) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o Livro Verde da Comissão "Adaptação às alterações climáticas na Europa possibilidades de acção da União Europeia" (COM (2007)0354), Tendo em conta a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) e, em particular, o artigo 2 e o nº 1, alíneas b), e) e f) do artigo 4º do Protocolo de Quioto à UNFCCC e as medidas de execução para a sua implementação, Tendo em conta o Quarto Relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), em particular a contribuição do Grupo de Trabalho II para este relatório, Tendo em conta o debate de 17 de Abril de 2007 no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o impacto das alterações climáticas sobre a paz e a segurança, Tendo em conta a 13ª Conferência das Partes (COP 13) na UNFCCC e a 3ª Conferência das Partes ou reunião das Partes do Protocolo de Quioto (COP/MOP 3), que se realizou em Bali, na Indonésia, de 13 a 14 de Dezembro de 2007, Tendo em conta as suas resoluções sobre as alterações climáticas, em particular as de 16 de Novembro de 2005 sobre "Ganhar a batalha contra as alterações climáticas globais"' 1, de 18 de Janeiro de 2006 sobre a Décima Primeira Conferência das Partes na Convenção de Montreal sobre as Alterações Climáticas (COP 11-COP/MOP 1) 2, de 4 de Julho de 2006 sobre a redução do impacto da aviação nas alterações climáticas 3, de 14 de Fevereiro de 2007 sobre as alterações climáticas 4 e de 15 de Novembro de 2007 sobre a limitação das alterações climáticas globais a 2º Celsius - os preparativos para a Conferência de Bali sobre as Alterações Climáticas e para além dela (COP 13 e COP/MOP3) 5, Tendo em conta a Pergunta Oral B6-0000/2007, apresentada pela Comissão Temporária Sobre as Alterações Climáticas nos termos do artigo 108 do Regimento, e as declarações do Conselho e da Comissão, Tendo em conta as Conclusões da Presidência do Conselho Europeu de Bruxelas de 8 e 9 de Março de 2007, 1 2 3 4 5 Textos Aprovados, P6_TA (2005)0433. Textos Aprovados, P6_TA (2006)0019. Textos Aprovados, P6_TA (2006)0296. Textos Aprovados, P6_TA (2007)0038. Textos Aprovados, P6_TA-PROV(2007)0537 PE398.325v01-00 2/6 RE\695676.doc

Tendo em conta o Programa de Trabalho da Comissão para 2008, Tendo em conta o nº 5 do artigo 108º do seu Regimento, A. Considerando que, de acordo com a contribuição do Grupo de Trabalho II para o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), se prevê que quase todas as regiões europeias venham a ser negativamente afectadas por algumas das consequências futuras das alterações climáticas; considerando que estas consequências representarão desafios para muitos sectores económicos, mas também uma nova ameaça para a biodiversidade europeia, e prejudicarão o desenvolvimento social; B. Considerando que a observação científica regional de todos os continentes e oceanos mostra que a natureza está a ser afectada pelas alterações climáticas, principalmente devido à subida da temperatura; considerando que este aumento da temperatura é causado pela actividade humana e influencia os sistemas físico e biológico; C. Considerando que as medidas de adaptação para evitar danos são necessárias não só para responder aos futuros impactos climáticos dentro e fora da Europa, mas têm de ser preparadas e aplicadas já hoje para reagir, a nível regional e local, às consequências dos actuais níveis do aquecimento global resultante de emissões sem precedentes de gases com efeito de estufa; considerando que tal adaptação requer uma abordagem verdadeiramente transversal e a inclusão dos aspectos sociais, económicos e ambientais no seu sentido mais lato; D. Considerando que existem inúmeros estudos e modelos à escala regional ou local sobre os impactos prováveis das alterações climáticas, mas que a muitos destes estudos falta uma perspectiva paralela da dimensão socioeconómica e das consequências previsíveis para as populações atingidas; E. Considerando que o investimento público e privado em actividades de investigação e desenvolvimento no domínio das alterações climáticas será fundamental para assegurar a máxima eficácia das medidas de adaptação e mitigação destinadas a limitar as consequências das alterações climáticas; F. Considerando que a adaptação às alterações climáticas tem estado menos no centro dos debates públicos depois de ter sido claramente salientada a necessidade de medidas de mitigação para limitar o aquecimento global; considerando que o cumprimento do objectivo fixado pela União Europeia de uma redução de 2 C significará que poderão ser evitados, reduzidos ou, pelo menos, adiados muitos impactos ao nível do clima; considerando que, contrariando esta perspectiva, o Livro Verde se serve do cenário A2 para incitar à acção, um cenário geralmente baseado no status quo e que parte do princípio de que poucas ou nenhumas medidas de mitigação serão aplicadas; G. Considerando que o objectivo da União Europeia de fazer parar o aquecimento global nos 2 C, corresponde ainda a um cenário para a Europa marcado por alterações climáticas regionais extremas e consequências diferentes para as populações atingidas, a economia local e regional e o ambiente, conduzindo a um agravamento ainda maior das desigualdades existentes e das diferenças na distribuição regional dos recursos e da riqueza na Europa; RE\695676.doc 3/6 PE398.325v01-00

H. Considerando que o estudo dos factores que estão na origem de situações meteorológicas extremas, bem como a sua compreensão, deve ser intensificado e servir necessariamente de base às medidas e acções preventivas no futuro, a fim de evitar vítimas e estragos, e que têm de ser concebidos os instrumentos capazes de avaliar a eficácia de tais medidas; I. Considerando que não parece adequada uma abordagem dos mecanismos de adaptação baseada apenas numa análise custo-benefício pois é previsível que, também na Europa, sejam os mais pobres os mais gravemente atingidos devido à falta de protecção que geralmente caracteriza a sua situação ao nível de seguros, informação e mobilidade para reagir a um ambiente em mutação; J. Considerando que uma abordagem "de baixo para cima", baseada na indicação pelas comunidades que foram vítimas das alterações climáticas das técnicas que consideram ter sido eficazes para fazer face às consequências negativas, representaria um indicador útil para ajudar a União Europeia a trabalhar como uma entidade de coordenação, promovendo estratégias, desenvolvendo programas de apoio relevantes e conduzindo a coordenação política através de redes e parcerias científicas a nível regional ou local; K. Considerando que é evidente que as alterações climáticas põem em risco as conquistas do desenvolvimento e ameaçam a vitória do progresso na Europa, mas que o seu impacto é muito maior nos países em desenvolvimento; considerando que tem de continuar a ser estudada a questão do financiamento das medidas de adaptação na União Europeia e em termos do apoio aos países em desenvolvimento; L. Considerando que, de acordo com o conceito de integração da perspectiva ambiental em todas as políticas, a adaptação às alterações climáticas tem de ser incluída no processo de decisão para que possam ser encontradas respostas para as questões de como e onde investir; considerando que os debates durante este processo decisório têm de contar simultaneamente com a participação dos actores a nível local e regional e dos decisores; M. Considerando que o Livro Verde não reconhece especificamente as excepções geográficas e climáticas que representam as regiões mais remotas da União Europeia, prováveis detentoras de vulnerabilidades diferentes das que seriam de esperar no continente europeu, nem examina especialmente as condições climáticas das zonas urbanas ou de regiões muito populosas da Europa; 1. Congratula-se com o Livro Verde da Comissão e com o processo de consulta das partes interessadas; 2. Sublinha a importância de uma forte interligação entre os esforços de adaptação e mitigação, gerando sinergias para limitar as consequências das alterações climáticas; pede à Comissão que estude a melhor forma de equilibrar estes esforços, procurando melhorar a eficácia de ambos, na perspectiva do desenvolvimento de uma clara estratégia global; 3. Afirma a necessidade de novos modelos científicos de uma abordagem baseada no risco a fim de analisar, compreender e prever melhor os impactos humanos e sociais das alterações climáticas relativamente à meta da União Europeia de uma redução de 2 C e à dimensão da indispensável adaptação a nível local ou regional; PE398.325v01-00 4/6 RE\695676.doc

4. Solicita à Comissão que realize um estudo semelhante ao "relatório Stern" sobre os aspectos económicos da adaptação tendo em vista estabelecer cenários que apresentem um balanço dos custos de adaptação e estimular e prever a acção a nível económico; insta a Comissão a cartografar os desvios no emprego, tanto nos sectores em expansão como nos sectores em retracção; 5. Convida a Comissão a coordenar e apoiar a preparação científica de uma base de dados europeia comum sobre as vulnerabilidades, para tentar compreender como é que os grupos societais e o património cultural e nacional europeu poderão ser afectados e de que forma as sociedades poderão reagir às consequências das alterações climáticas no futuro; 6. Convida a Comissão a estudar a forma de continuar a desenvolver e apoiar uma rede paneuropeia de universidades e decisores a nível local ou regional para promover parcerias transversais em matéria de adaptação para o intercâmbio de conhecimentos e soluções, para o desenvolvimento de instrumentos capazes de medir a eficácia das medidas adoptadas e para a comunicação e divulgação junto do público das conclusões científicas e dos cenários no domínio da indispensável adaptação às alterações climáticas; 7. Propõe que a Comissão realize uma análise completa dos instrumentos financeiros existentes a nível europeu e sua possível aplicação às medidas de adaptação às alterações climáticas no âmbito dos seus campos de aplicação originais e se pronuncie sobre a necessidade de um maior financiamento ou de uma nova definição do Fundo Europeu de Solidariedade em caso de catástrofes no sentido da sua posterior utilização em meios de adaptação às alterações climáticas; 8. Convida a Comissão a ter em conta as medidas de adaptação nas próximas perspectivas financeiras a longo prazo para as políticas regionais e os fundos estruturais e a considerar, sempre que possível, a possibilidade de reafectação ou redistribuição dos fundos existentes no quadro das actuais perspectivas financeiras; nota que a política de coesão da União Europeia oferece uma excelente oportunidade de encontrar soluções inovadoras para fazer face às alterações climáticas e, neste contexto, encoraja a cooperação entre regiões; 9. Sublinha a necessidade de os Estado-Membro utilizarem os meios do Fundo de Desenvolvimento Rural para reforçar a adaptação às alterações climáticas nos sectores da agricultura e da silvicultura; salienta que são necessárias medidas adequadas de prevenção de crises e gestão de riscos, tanto ao nível comunitário como aos níveis nacional e regional, visto a frequência das catástrofes ir claramente aumentar no futuro; 10. Salienta que a aplicação do princípio de subsidiariedade é a abordagem mais promissora para fazer face às consequências das alterações climáticas através de medidas de adaptação concretas, pois as regiões e as entidades locais na Europa estarão mais aptas a reagir com soluções políticas às suas próprias experiências, mas realça a necessidade de uma verificação da coerência ao nível da UE; 11. Sublinha o papel fundamental que as cidades e as regiões desempenham na luta contra as alterações climáticas e apela por isso à aplicação de estratégias integradas e sustentáveis de desenvolvimento urbano, regional e rural que tenham plenamente em conta as medidas RE\695676.doc 5/6 PE398.325v01-00

de mitigação e adaptação; apela à realização de estudos científicos para determinar que tipo de infra-estruturas pode ajudar a combater as alterações climáticas; 12. Considera que a gradual adaptação do sector agrícola às novas necessidades geradas pelas alterações climáticas deve ser examinada no quadro do "exame de saúde" que deveria, nomeadamente, analisar a expansão do actual sistema de condicionalidade e o reforço do mecanismo de modulação; 13. Salienta que o sector da agricultura se pode adaptar às alterações climáticas e atenuar os seus efeitos aplicando legislação que reforce a sustentabilidade e promova novas formas de utilização e gestão da água e de outros recursos naturais; 14. Sublinha a importância que os Estados-Membros e a Comissão assumem na identificação da infra-estrutura dos transportes que será mais afectada por condições climáticas em mutação e na qual serão necessários mais esforços e investimentos para garantir um funcionamento constante e seguro; 15. Considera imperiosa a cooperação para apoiar as regiões mais pobres da Europa e o mundo em desenvolvimento; salienta que a transferência de tecnologia, a par do simples apoio financeiro através da ajuda ao desenvolvimento, são uma prova da solidariedade com os países mais atingidos pelas alterações climáticas; 16. Considera que a relação de condicionalidade entre os objectivos do desenvolvimento e as medidas de mitigação e adaptação às alterações climáticas são um elemento fundamental das futuras negociações sobre a ajuda europeia ao desenvolvimento e da execução dos actuais programas de parceria europeus, como o diálogo EUROMED ou a Parceria UE- África no domínio da energia, para reforçar o diálogo sobre a inclusão das alterações climáticas na cooperação no domínio da energia e do desenvolvimento; 17. Convida a Comissão a examinar, a nível europeu e no contexto internacional, de que forma poderá incluir as indispensáveis medidas de adaptação às alterações climáticas nos planos de desenvolvimento e nas negociações orçamentais; convida a Comissão a estudar a forma de incluir tais medidas nas políticas sectoriais, de modo a atrair o financiamento e os investimentos públicos e privados; salienta que esta inclusão abrangerá os domínios da ciência, da integração da perspectiva ambiental, da sensibilização, da informação e da cooperação, bem como o controlo dos critérios cuja observância será regularmente verificada, para justificar a manutenção da ajuda, e comunicada ao legislador europeu; 18. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução à Comissão, enquanto contribuição do Parlamento Europeu para o processo de consulta das partes interessadas sobre o Livro Verde lançado pela Comissão. PE398.325v01-00 6/6 RE\695676.doc