Cerca de 500 professores desistem de dar aulas no setor público por mês O professor mineiro tem apenas o 19º melhor salário entre as 27 unidades da Federação Investimentos na educação se concentram em 400 escolas de referência, enquanto a rede tem 5 mil escolas Só frequenta a escola no noturno quem tem carteira de trabalho assinada Oito anos de congelamento na carreira do magistério Aécio dá golpe e promove demissões em massa: 78 mil professores demitidos em 2014 Os professores mineiros estão com os salários congelados Precariedade do setor público nas áreas da saúde e segurança públicas 1 milhão de estudantes do ensino médio fora da escola por falta de vagas O governo mineiro deixou de promover concursos públicos e optou por assumir a terceirização Estrito controle dos meios de comunicação Choque de gestão transferiu renda da população em geral para os grandes empresários, no chamado estado empresarial Aécio fez propaganda do Poupança Jovem, mas aplicou o projeto em apenas nove dos 853 municípios
salários congelados Demissão de 98 mil servidores Beatriz Cerqueira Em todo o período da Reforma da Previdência, que estabeleceu a necessidade de contribuição do trabalhador para a sua aposentadoria, o governo mineiro não fez o recolhimento da contribuição de seus cerca de 100 mil servidores contratados. Isso gerou uma dívida enorme do governo com o INSS. Em 2007, para resolver essa situação, o governo Aécio Neves optou pelo que lhe seria mais barato: transformou, sem concurso público, os contratados temporários em efetivos e os acolheu no Regime Próprio de Previdência. Com isso, o Estado de Minas assumiu a demanda previdenciária deles e acabou com a dívida com o INSS. No início deste ano, essa vinculação foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por causa disso, 78 mil trabalhadores ainda na ativa se viram numa situação de completo desamparo porque não podem continuar como efetivos. O STF definiu que os cargos deles têm de ser ocupados por servidores concursados e estes contratados devem ser demitidos. Falta de investimento em educação SINPRO-DF Como foi a gestão de Aécio Neves e a dos demais tucanos com relação à educação? Beatriz Cerqueira O governo Aécio não cumpriu a regra constitucional de investir 25% na educação. Essa é a questão mais crítica. O governo não investe o mínimo que a Constituição estabelece de impostos na educação. Somando todo o período da gestão PSDB em Minas, o governo deixou de investir mais de R$ 8 bilhões. Outro grande problema é que Minas Gerais não paga o piso salarial nacional aos (às) professores(as) e não aplica nos salários atuais os reajustes. Remuneração está defasada até em relação à inflação. Outro problema é a carreira, que está congelada. Quem entrou no concurso a partir de 2003 permanece no mesmo lugar até 2016. Problemas também na permanência desse professor na escola, todo mês cerca de 500 docentes pedem demissão. Não há vagas para todos os adolescentes no ensino médio. Em Minas Gerais, hoje, faltam quase um milhão de vagas no ensino médio e 35% das crianças estão fora da educação fundamental. Outro problema é o de estrutura física das escolas. Há escolas funcionando em postos de gasolina, em motéis desativados, e mais de 60% das escolas estaduais não têm nem quadra de esportes nem refeitório. Desrespeito à lei do piso e congelamento do plano de carreira SINPRO-DF O que foi que aconteceu em Minas quando a Lei do Piso entrou em vigor? Beatriz Cerqueira Em 2011, para burlar o cumprimento da Lei do Piso Salarial (Lei 11.738/2008), o governo criou o subsídio como forma de remuneração e o impôs a todos os (as) profissionais da educação. O estado juntou toda a remuneração do servidor, transformou numa parcela única e, a partir desse momento, o trabalhador não adquire mais nenhum direito, nem gratificação, nem vantagem. Os(as) professores(as) que poderiam adquirir direitos decorrentes da formação e do tempo de serviço ficaram prejudicados. Não tivemos nenhum reajuste nas tabelas do subsídio. Essa política de contenção afetou o plano de carreira. Pelo plano de Minas a pessoa tem de ficar no mínimo 8 anos estagnada na carreira para, somente depois, ter direito à primeira movimentação. Mesmo que ela tenha pós-graduação.como as alterações nas leis de carreira acontecem com muita frequência não se consegue ter uma política estável de carreira vai encontrar distorções do tipo: profissionais com pós-graduação que recebem como se tivessem licenciatura curta e profissionais com mestrado recebendo como se só tivessem licenciatura plena. 1998 1994 1999