Curso de Formação Complementar I Apresentação O curso de Formação Complementar destina-se a jovens titulares de cursos de Tipo 2, Tipo 3 ou outros cursos de qualificação inicial de nível 2, que pretendam prosseguir a sua formação na modalidade de Educação e Formação e adquirir uma qualificação de nível 3 e o 12.º ano de escolaridade. Este curso tem como objectivo, para além do desenvolvimento das competências inerentes às componentes de formação sociocultural e científica, a promoção de competências pessoais e sociais, gerais e transversais, com vista ao prosseguimento de estudos num curso de Tipo 5. Este curso, tal como todos os que integram esta oferta formativa, compreende as componentes de formação sociocultural, científica, tecnológica e prática. A componente de formação sociocultural visa a aquisição de competências no âmbito das línguas, cultura e comunicação, cidadania e sociedade numa lógica transdisciplinar e transversal. A componente de formação científica é constituída por 3 disciplinas, estabelecidas em função das saídas profissionais dos curso de Tipo 5 existentes na escola ou estabelecimentos de ensino situados na sua área de influência, no caso da escola promotora não vir a oferecer essa tipologia. Considerando que uma turma de um curso de formação complementar pode integrar alunos que pretendam prosseguir estudos em cursos de Tipo 5 de diferentes áreas de formação, esta poder-se-á subdividir nas disciplinas não comuns da componente de formação científica, constituindo, no máximo, dois grupos, com um mínimo de 8 alunos por grupo. Assim, e a título de exemplo, apresentamos as seguintes situações: 1.º - Se a escola oferecer cursos de Tipo 5 nas áreas de Artesanato e de Metalurgia e Metalomecânica e se o número de alunos inscritos no curso de Formação Complementar não permitir a constituição de duas turmas, formar-se-á uma única turma que, na componente de formação científica, se subdividirá da seguinte forma:! os alunos que pretendam prosseguir estudos na área de Artesanato frequentarão as disciplinas de Desenho e História das Artes;! os restantes alunos frequentarão as disciplinas de Física e Química e Desenho Técnico. 1
2.º - Se a escola oferecer cursos de Tipo 5 nas áreas de Finanças, Banca e Seguros, da Gestão e Administração e de Electrónica e Automação e se o número de alunos inscritos no curso de Formação Complementar não permitir a constituição de duas turmas, formar-se-á uma única turma que, na componente de formação científica, se subdividirá da seguinte forma:! os alunos que pretendam prosseguir estudos nas áreas de Finanças, Banca e Seguros e de Gestão e Administração frequentarão as disciplinas de Direito e Economia;! os restantes alunos frequentarão as disciplinas de Física e Química e Desenho Técnico. Como a Matemática é comum às diferentes áreas de formação, a turma não se subdivide nesta disciplina, com excepção das turmas que integram alunos de um curso da área de formação Serviço de Apoio a Crianças e Jovens, uma vez que a Matemática não faz parte da componente de formação científica destes cursos. A componente de formação tecnológica apresenta-se como uma componente de formação comum a todas as áreas de formação, tendo como objectivos fundamentais proporcionar conhecimentos na área do empreendorismo, organização e funções da empresa, bem como reforçar competências pessoais e sociais de modo a permitir uma integração mais ajustada no mundo do trabalho, e uma sensibilização para a mudança, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida. Esta componente não tem, assim, como objectivo o aprofundamento da formação técnica iniciada anteriormente. Pretende-se que sejam implementadas actividades de exploração que facilitem experiências de contacto/relação com o mundo da formação, do trabalho e da realidade social. A promoção destas competências gerais e transferíveis exige um projecto formativo que valorize a participação activa dos alunos, orientado para a criatividade, para a cooperação solidária, para a experimentação, para o espírito de pesquisa e aplicação das novas tecnologias, tendo em vista o desenvolvimento de projectos e actividades participados e abertos à comunidade e que proporcionem oportunidades de aprendizagem significativas e estruturadoras. Assim, esta componente integra três disciplinas com um total de 240 horas: 1. Empreendorismo e Organização da Empresa - o programa será disponibilizado pelo ME e terá uma carga horária de 120 horas. Esta disciplina visa desenvolver capacidades de criação de um possível autoemprego ou empresa e facilitar a integração no mundo do trabalho; 2. Expressões Artísticas - o programa será construído pelo estabelecimento de ensino onde se desenvolve o curso e terá uma carga horária de 60 horas. Esta disciplina visa desenvolver competências artísticas e culturais numa perspectiva pessoal e social; 3. Integração Tecnológica - o programa será construído pelo estabelecimento de ensino onde se desenvolve o curso, de acordo com os objectivos definidos e terá uma carga horária de 60 horas. Esta disciplina 2
visa sensibilizar os alunos para as profissões correspondentes às áreas de estudo onde se integram os cursos T5 oferecidos pela escola. A primeira disciplina deve desenvolver-se ao longo do ano lectivo. As restantes poderão ser desenvolvidas simultaneamente ou de forma sequencial, de acordo com o públicoalvo e as características da própria escola. A componente de formação prática, a desenvolver na gestão organizacional de uma empresa e incidindo preferencialmente nos conteúdos afectos à disciplina Empreendorismo e Organização de Empresas, assume a forma de estágio com a duração de 210 horas e visa desenvolver o espírito de iniciativa, a aquisição progressiva de competências necessárias ao desenvolvimento de um projecto pessoal de forma autónoma. Poderá decorrer em sede de uma empresa, numa escola, numa junta de freguesia, numa câmara municipal, numa entidade cultural ou tecnológica, entre outras. A PAF (prova de avaliação final) poderá, neste percurso, constar (assumir) da apresentação e discussão de um trabalho realizado de acordo com a metodologia de trabalho de projecto, a desenvolver durante o estágio. O júri será constituído a nível de escola, podendo integrar um representante da empresa enquadradora de estágio. Expressões Artísticas II Orientações De acordo com o Currículo Nacional do Ensino Básico A vivência artística influencia o modo como se aprende, como se comunica e como se interpretam os significados do quotidiano. Desta forma, contribui para o desenvolvimento de diferentes competências e reflecte-se no modo como se pensa, no que se pensa e no que se produz com o pensamento. As artes permitem participar em desafios colectivos e pessoais que contribuem para a construção da identidade pessoal e social, exprimem e enformam a identidade nacional ( ) e são uma área de eleição no âmbito da aprendizagem ao longo da vida. A integração da disciplina Expressões Artísticas no plano curricular deste curso prende- -se com o pressuposto enunciado e visa colmatar as lacunas que os alunos desta modalidade formativa apresentam no âmbito da educação artística. 3
Nesta perspectiva, e considerando o princípio da articulação entre o 3º ciclo do ensino básico e o nível secundário de educação, o curso de Formação Complementar surge como o interface entre estes dois ciclos de ensino, possibilitando o desenvolvimento, consolidação e ampliação das competências essenciais definidas para o 3ºciclo, permitindo simultaneamente o desenvolvimento da literacia artística e de competências pessoais e sociais, facilitando desta forma uma integração no nível secundário de educação. Conscientes da plurimodalidade da expressão artística, da especificidade de cada situação escolar e do projecto educativo de cada escola, entendeu-se que esta área deveria constituir-se enquanto oferta de escola, a qual deverá ter como princípio procurar o que é comum e transmissível a toda a actividade artística, podendo recorrer, como referencial, às orientações curriculares definidas para a Educação Artística do 3º ciclo do ensino básico. Objectivos e competências a desenvolver Tendo em conta que se pretende desenvolver, consolidar e ampliar as competências essenciais previstas para o 3º ciclo, seleccionaram-se, sem prejuízo da escolha a realizar pela escola, os seguintes objectivos: - valorizar as diferentes formas de conhecimento, comunicação e expressão; - desenvolver no indivíduo o sentido de apreciação estética do mundo; - usar, para se expressar, linguagens das diferentes áreas do saber cultural; - interpretar os significados expressivos e comunicativos das artes e os processos subjacentes à sua criação. Sugestões metodológicas Atendendo às características da área e tendo em conta as competências que se pretendem desenvolver, sugere-se o recurso a metodologias activas variadas, que permitam pesquisar, seleccionar, organizar, criticar e comunicar a informação autonomamente ou em grupo. Dever-se-á orientar o processo de ensino-aprendizagem recorrendo à utilização da metodologia de trabalho de projecto, de trabalho de grupo, bem como a realização de visitas de estudo a museus, oficinas de artistas, galerias de arte, monumentos, espectáculos, work-shops, ou outros. Dever-se-ão diversificar as experiências de aprendizagem recorrendo a diversos suportes, nomeadamente à utilização dos produtos multimédia. Integração Tecnológica Os Cursos de Educação e Formação pretendem que os alunos adquiram literacia tecnológica, interagindo, assim, entre a tecnologia e o mundo do trabalho. A Integração Tecnológica visa reforçar as competências que permitam aos alunos compreender e participar nas escolhas dos projectos tecnológicos e agir como cidadãos participativos e críticos. Tem como finalidade ajudar os alunos a analisar as principais 4
actividades tecnológicas desenvolvidas nos cursos Tipo 5 disponibilizados pela escola, bem como as profissões a eles associadas, na perspectiva da construção da sua própria identidade e da escolha consciente da sua carreira profissional. Face à diversidade de oferta dos cursos de Tipo 5, o programa será elaborado pelo estabelecimento de ensino onde se desenvolve o curso, de forma a atingir os objectivos previstos para esta disciplina e de acordo com as sugestões metodológicas enunciadas em seguida. Objectivos - Conhecer as profissões relativas aos sectores em que se integra a área de estudos correspondente aos cursos Tipo 5 a oferecer pela escola e/ou por estabelecimentos de ensino situados na zona de influência da escola; * Descrever as actividades principais das profissões correspondentes aos cursos Tipo 5 oferecidos pela escola; * Referir/descrever os materiais utilizados nas actividades principais de cada profissão; * Dar exemplos de empresas onde estas actividades se desenvolvem. - Reconhecer a importância/utilidade das profissões correspondentes às áreas de formação dos cursos Tipo 5 oferecidos pela escola; * Justificar a necessidade da existência desses profissionais; * Relacionar a oferta das actividades desenvolvidas pelas profissões com a procura dessas actividades por parte da sociedade; * Definir a população-alvo dos produtos/serviços produzidos por esta área de formação, identificando as suas necessidades e desejos dos eventuais utilizadores. - Compreender as tecnologias utilizadas na respectiva área de formação; * Referir tecnologias/processos utilizados nas diferentes actividades; * Explicar sumariamente as tecnologias/processos utilizados nas diferentes actividades. - Aplicar conhecimentos e tecnologias; * Realizar a construção de objectos/execução de serviços, utilizando processos e técnicas elementares, tendo em conta as normas de higiene e segurança específicas. - Avaliar criticamente o impacto e as consequências dos sistemas tecnológicos utilizados na área de formação sobre os indivíduos, a sociedade e o ambiente; - Conhecer a estrutura curricular dos cursos T5 oferecidos pela escola; * Enumerar as componentes de formação; * Identificar as disciplinas que compõem cada componente de formação, 5
* Descrever os objectivos do estágio. Sugestões metodológicas Atendendo às características do público-alvo sugere-se o recurso a metodologias activas acompanhando, sempre que possível, a introdução de conceitos com a realização de trabalhos práticos, bem como a formas diversificadas de organização do trabalho (individual, pares, grupo ou turma). Dever-se-á, ainda, recorrer à realização de visitas de estudo a empresas, fábricas, oficinas, ou outros locais onde se desenvolvam actividades profissionais relacionadas com o sector profissional onde se integra o curso oferecido pela escola. É aconselhável que esta disciplina seja leccionada por professores pertencentes ao grupo de docência dos que irão leccionar as disciplinas de natureza prática da componente de formação tecnológica do/s curso/s de Tipo 5 disponibilizado/s pela escola. 6