EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD): LIMITES E POSSIBILIDADES DA CRIAÇÃO DE UM NOVO MODELO PEDAGÓGICO

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1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD): LIMITES E POSSIBILIDADES DA CRIAÇÃO DE UM NOVO MODELO PEDAGÓGICO Eva Karolina Pereira Santos Isabela Almeida Valadares Marina Santos Silva Pedro Henrique Branco de Oliveira Resumo: A Educação a distância abriu novas possibilidades e oportunidades para o limite pedagógico e acabou colocando em cheque alguns pontos da universidade tradicional que não garante a todos tamanha acessibilidade. Partindo da ideia de até onde é possível chegar sem perder de vista os parâmetros de efetividade de aprendizado e de transferência de conhecimento, esse trabalho terá como objetivos investigar, analisar e descrever todas as variáveis que podem influenciar esses dois pontos. Palavras chave: universidade tradicional, ensino a distância, possibilidades, limitações. INTRODUÇÃO Por educação à distância, pode-se entender como método instrucional de partilhar conhecimento que substitui a interação pessoal em sala de aula entre professor e aluno por processos guiados pelo uso dos meios de comunicação disponíveis e que permitem ao aluno aprendizagem mais autônoma (FARIA 2010; ALVES 2011). Apesar de ter surgido bem antes movimento tecnológico dos últimos tempos, a educação a distância viu suas oportunidades de acessibilidade e desenvolvimento se multiplicarem quando este movimento adquiriu força através da disseminação da internet e dos computadores (SEMBAY 2009; HIPÓLITO 2012). Para Silva, não restam dúvidas de que o futuro promissor deste tipo de educação é online. Outro fator de importância para a disseminação da EAD, está no reconhecimento da educação como fator essencial para o desenvolvimento profissional e econômico, sem contar nas possibilidades de flexibilização de atendimento que a mesma oferece e nos custos consideravelmente mais baixos (LAGUÁRDIA, 2007). Entretanto todo este avanço dá origem a um novo modelo pedagógico, que precisa ser estruturado e pensado, frente ao modelo pedagógico tradicional que cada vez sofre mais influencias e intervenções, algumas irreversíveis, por esse novo modelo de educação online. Desta maneira, o presente artigo, pretende apresentar, discutir e analisar a efetividade de aprendizado e de transferência de conhecimento da educação à distância e apresentar os limites e possibilidades deste modelo que se apresenta em franco crescimento no Brasil. O estudo se faz importante, à medida UEADSL

2 que permite que a educação, pauta importante para o crescimento de qualquer nação, é que pode crescer, e chegar a todos de maneira efetiva. DOS FATOS A história evolutiva da educação a distância faz com que sua análise e definição não sejam simplesmente um exercício de linguística para oferecer os significados de educação e distância (SARAIVA, 1995). Essa história é cheia de experimentações, sucesso e fracassos que trouxeram a EAD ao patamar que hoje encontramos (ROMANI e ROCHA, 2001). A cada dia, mais pessoas tem a acesso a educação de ensino superior, graças às possibilidades permitidas e exploradas pela educação à distância (EAD). Como comprovam os dados do Censo da Educação Superior de 2010, a EAD já corresponde a 14,6% do total de todas as matrículas nos cursos de graduação do Brasil. O número de matriculados aumentou 170 vezes de 10 anos para cá, o que faz crer que esta realidade precisa ter seus impactos discutidos de maneira a permitir seu desenvolvimento de maneira sustentável e positiva para a educação do país como um todo (HIPÓLITO, 2012). Como supracitado o novo modelo ganhou espaço tanto quanto em termos de visibilidade para os potenciais estudantes interessados nesta modalidade de ensino, tanto quanto para os profissionais da educação. De acordo com o Censo Educa Br. Organizado pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) em 2008, são mais de 30 mil docentes que atendem em média 140 estudantes por ano. Comparativamente com o ensino presencial, esse número implica 16 alunos a mais do que se atende em salas de aulas presenciais (MACHADO, 2012). Apesar da expressividade dos números de atendimento da EAD frente à educação tradicional, muitos ainda são os paradigmas a serem discutidos e excedidos. Desde sempre, aprender está associado a ir a uma sala de aula com frequência considerável: todos os processos, prédios, currículos e contratações estão de certa maneira vinculados à existência do espaço e da presença física exigida pela sala de aula (MORAN, 2003). Além disso, a educação por si só implica em processos de interação pessoais e sociais, que envolvem não tão somente conteúdos e teorias mais todo um processo que engloba a realidade vivida conjuntamente (SARAIVA, 1995). 2

3 A literatura sobre o tema apresenta, neste sentido um cenário de muitas descobertas e variados pontos a serem discutidos e refletidos, dentre eles podemos destacar (ROMANI e ROCHA 2001; MORAN 2003; SARAIVA 1995): O aspecto referente à comunicação que pode ocorrer com maior intensidade (através de mensagens online) e frequência e precisa, principalmente por parte dos tutores, receber atenção personalizada e com agilidade do tempo relativamente rápida; Material didático que precisa garantir que o aluno esta assimilando de maneira correta e eficaz o conteúdo necessário para o entendimento efetivo; Manter a motivação através de processos participativos e interativos que inspirem confiança e que equilibrem de forma saudável o individual e o grupal; Efetividade da educação como um processo bilateral, de troca, por meio de estratégias que garantam o processo educativo como formador de pessoas; Gestão de diferentes tipos de cursos (com professor, sem professor, com algumas aulas presenciais, sem nenhuma aula presencial, etc.) que formam uma miscelânea muitas vezes sem padrão algum e de difícil avaliação da efetividade; Necessidade do conhecimento prévio em informática e multimídia, nos casos de educação a distância online, ainda pouco disseminado em países como o Brasil; Modelos de avaliação que garantam o acompanhamento do desempenho de maneira eficaz. Muitos outros pontos poderiam ser aqui listados, a existência deles, dá importância à necessidade de criação de um espaço para a discussão dos modelos educacionais e pedagógicos. De maneira geral, pode-se analisar que a tecnologia em si e a praticidade da educação a distância não resolve todos os problemas e limitações de tantos anos da educação tradicional, mas pode ser usada a favor do educador e do aluno, reduzindo a distância entre ambos. A EAD democratizou a educação de uma maneira nunca antes vista, principalmente no Brasil, país carente de acessibilidade educacional e de investimentos no setor (GALDINO 2012). Apesar de todos os dados apresentados e do crescimento da EAD, ainda é forte a desconfiança do mercado de trabalho em relação aos egressos dessa modalidade e a qualidade dos cursos. Em parte, por haver poucos diplomados em seu pouco tempo de existência na graduação. Dados do INEP revelam que a graduação presencial formou mais de 700 mil profissionais em 2006 e o ensino a distância, pouco mais de 20 mil; dificultando uma avaliação mais séria do mercado quanto suas competências. 3

4 Em contrapartida existem graves problemas na condução da EAD, pois, o governo federal ainda não dispõe de ferramentas suficientes para supervisionar e fiscalizar os cursos, comprometendo a qualidade; o baixo valor da verba destinada aos tutores, por meio de bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES. A lei garante que nos certificados do Ensino Superior não tenha especificado o tipo de formação (à distância ou presencial). Entretanto, numa entrevista de emprego, isso pode pesar na escolha. Até mesmo entidades oficiais declaram não concordar com a formação semipresencial como formação inicial. CONCLUSÃO O estudo sobre o tema demonstrado no presente artigo reflete um processo irreversível: a educação a distância já é opção consolidada de aprendizagem e já alterou o modelo tradicional de educação, em todos os níveis em que o mesmo atua. Os novos paradigmas impostos pela sociedade da informação, onde a velocidade, disponibilidade e acesso do conhecimento como um todo é cada dia mais discutido, não podem ser ignorados, exigem a reflexão e aprimoramento dos modelos, a começar pelo educacional, que é o principal disseminador desta referida informação e conhecimento. Neste caso, não há limites e sim, aproveitamento das oportunidades. A EAD é uma alternativa indispensável para avanços educacionais que visam democratizar o acesso ao ensino, elevar o padrão de qualidade de um processo educativo e incentivar o aprendizado ao longo da vida. Do ponto de vista pedagógico, é preciso valorizar o melhor do presencial e o melhor da educação à distância. Num futuro bem próximo, o espaço físico das universidades e escolas, poderá estar a integrado a um espaço virtual, que seja continuidade e extensão da sala de aula e vice e versa. A multiplicidade de compartilhamentos, trocas e aprimoramento de conhecimento são inúmeras e quem ganha com tudo isso é a sociedade e o ser humano que tem acesso a este tipo de educação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Luciléia. Educação à distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, volume 2010, artigo 7, Disponível em: 4

5 Acesso em 19 de maio de FARIA; Adriano Antonio. A Educação a Distância e seu Movimento no Brasil. Revista das Faculdades Santa Cruz, volume 8, n. 1, janeiro/junho Disponível em: Acesso em: 19 de maio de GALDINO. Rodrigo. Educação a Distância: Possibilidades e Limites. Educação Publica publicada em 13 de março de Disponível em: Acesso em 20 de maio de HIPÓLITO, Oscar. Educação à distância: uma nova realidade. Estadão, 31 de maio de Disponível em: Acesso em 19 de maio de LAGUÁRDIA; Josué et al. Avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33, n.3, p , setembro/dezembro Disponível em: Acesso em 20 de maio de 2013 MACHADO; João Luiz de Almeida. Educação a Distância: números consolidam a modalidade. Cultura Mais, 04 de junho de Disponível em: Acesso em 20 de maio de MARQUES, Barbara Maria. Educação à distância: limites e possibilidade no ensino superior. Disponível em: C3%A3o/Anais_VII_Coloquio/Barbara%20Marques.pdf. Acesso em: 01 de junho de MORAN; José Manuel. Contribuições para uma Pedagogia da Educação a Distância no Ensino Superior. Interface - Comunic, Saúde, Educ, Volume 7, n12, p , fevereiro Disponível em: Acesso em 19 de maio de NOVA; Cristiane, ALVES; Lynn. Educação à Distância: Limites e Possibilidades. Educação à distância: uma nova concepção de aprendizado e interatividade. São Paulo: Futura, 2003, p Disponível em: Acesso em 20 de maio de ROMANI; Luciana Alvim; ROCHA; Heloísa Vieira. A Complexa Tarefa de Educar a Distância: Uma Reflexão Sobre o Processo Educacional Baseado na Web. Revista Brasileira de Informática na Educação - Número Disponível em: Acesso em 20 de maio de SARAIVA; Terezinha. Avaliação da educação à distância: sucessos, dificuldades e exemplos. Boletim Técnico do Senac - v. 21, n. 3, set./dez., Disponível em: 5

6 Acesso em: 20 de maio de SILVA; Marco. Educação Online: Teorias, práticas, legislação e formação corporativa. São Paulo: Edições Loyola,