Sua Excelência, Doutor Abrahão Gourgel, Ministro da Economia,
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- Octavio Eduardo de Lacerda Bugalho
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1 ANGOLA NO CONTEXTO DA INTEGRAÇAO ECONÓMICA REGIONAL 29 de Setembro, 2015 Intervenção do Doutor Paolo Balladelli, Representante Residente do PNUD em Angola Sua Excelência, Doutor Abrahão Gourgel, Ministro da Economia, Sua Excelência João de Deus Gomes Pereira, Director General, Fundação Eduardo dos Santos, Excelentíssimos Senhores Ministros e Secretários de Estado, Senhores Honoráveis Deputados da Assembleia Nacional, Excelentíssimos Senhores Embaixadores, Membros do Corpo Diplomático e Representantes de Organismos Internacionais acreditados em Angola, Distintos membros de organizações da sociedade civil, Distintos Colegas Representantes das Agências das Nações Unidas, Caros participantes, Minhas Senhoras e Meus Senhores
2 1. Em primeiro lugar, permitam-me agradecer a Fundação Eduardo dos Santos por assumir a liderança e pela iniciativa de trazer-nos todos juntos para tratar de um tema tão relevante relacionado com Angola no contexto da integração económica regional. 2. Na sexta feira passada, na 70ªAssembleia Geral das Nações Unidas, os países do mundo inteiro se comprometeram a implementar um novo conjunto de metas até 2030, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS focam sobre questões que são criticas para o desenvolvimento sustentável de Angola e da região africana que vou agora ressaltar: a erradicação da pobreza; a redução das desigualdades; a promoção do crescimento económico e do emprego produtivo; o reforço da democracia; a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas; a promoção da gestão sustentável do ambiente; as parcerias globais para o desenvolvimento. 3. Nestas XIX Jornadas Técnico-Científicas que a Fundação José Eduardo Dos Santos organiza tão acertadamente, torna-se para mim fundamental começar por manifestar o meu interesse como Representante Residente do PNUD sobre a matéria objecto de estudo: a integração económica regional em África. Esse desenvolvimento sustentável deve ser o norte também do desenvolvimento económico de Angola para os próximos 15 anos. Atingir o resultado de uma população angolana em boas condições sociais, com crianças e mães angolanas saudáveis, educadas, jovens com emprego, uma população com condições de vida dignas como definido no Plano de Desenvolvimento Nacional e na Visão Angola 2025, não é só uma matéria de justiça social mas é fundamental para permitir o crescimento económico do pais.
3 Esse crescimento deve ser inclusivo, quer dizer com equidade, para toda a população para que todos possamos participar dum desenvolvimento equilibrado e das potencialidades desde incrível Pais que se chama Angola. 4. Estou convencido que esta digna assembleia considera que a Integração Económica Regional vai além do comércio e exige políticas monetárias e fiscais coordenadas, bem como mercado de trabalho integrado, transporte e políticas industriais, incluindo instituições dinâmicas, fortes e funcionais, entre outros. Os ODS que agora estamos todos comprometidos em atingir e para definir os quais Angola liderou consultações bem sucedidas que têm a integração económica do continente como uma condição indispensável e necessária. Para esse fim a visão da África é uma aspiração comum para a melhoria do bemestar do povo e do crescimento sustentável do continente, um pré-requisito para a erradicação da pobreza, para a melhoria da igualdade de género e de protecção social para toda a população incluindos os grupos mais vulneráveis. Espera-se que a integração regional contribua para acrescentar a produtividade do pais, o crescimento e prosperidade nacional, de outra forma ela não teria a razão de ser. 5. Não vou, por limitação de tempo, enunciar a lista de todos os esforços de Integração na Região Africana. Os diversos tratados e protocolos existentes nesta área, tais como a União Africana (UA), a Comunidade de Desenvolvimento Africa Austral (SADC), o Mercado Comum para África Oriental e Austral (COMESA), a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, são alguns exemplos que têm vários avanços mas que ainda precisam de se fortalecer. No contexto global o mundo está a tornar-se cada vez mais interligado e os esforços de integração em outras regiões do mundo como o Mercado Comum
4 do Sul (MERCOSUL); a Cooperação Económica Ásia-Pacífica (APEC); o NAFTA e a União Europeia são importantes exemplos das quais África pode obter lições e boas práticas. 6. Mas qual pode ser o papel de Angola nos tratados de integração africana? O nosso humilde parecer é que ainda que falamos de tratados e integração regional é que no centro da nossa atenção deve ficar sem nenhuma dúvida o ser humano, as famílias angolanas, toda esta nossa população que é o verdadeiro objetivo da nossa acção política. O nosso compromisso de governo, comunidade internacional e sociedade civil deve ser total para atingir bemestar para todos. E esse bem-estar de todos só será possível se operacionalizarmos no país e Sua Excelência na vida de todos as acções bem focadas de desenvolvimento sustentável, assim como foi assinado pelos países de todo o mundo, incluíndo Angola, na sexta feira passada em Nova Iorque. 7. Para consolidar a sua presença nos diferentes quadros económicos regionais, Angola deverá ser capaz de manter um diálogo aberto e constante internamente ao pais, assim como externamente. - Internamente é preciso continuar a procurar a coordenação entre todos os sectores de governo, entre o governo e a sociedade civil, e saber utilizar os esforços da comunidade internacional para estimular o sector privado, direcionando toda a energia possível e de todos os parceiros para produzir uma oferta mais diversificada de serviços e bens e evitar a dependência exclusiva do petróleo; - Descentralizar a gestão da res-publica (a coisa pública como diziam os latinos) às administrações locais, - Investir no capital humano e reconhecer como necessário e prioritário, para o crescimento económico, além do investimento nos serviços sociais como a Saúde e a Educação, na juventude com o objetivo de capacitá-la para envigorar esse processo de diversificação económica através de acesso à educação de qualidade, tecnologia e empregos produtivos, entre outros. Isto lhes permitirá
5 ganhar renda que por sua vez irá impulsionar a procura agregada nacional e regional de serviços e bens regionais. Uma clara orientação do investimento governamental na melhoria do sistema nacional de saúde impulsionará melhor qualidade de vida e maior retorno económico, aumentando assim a produtividade da mão de obra. Com a redução do espaço fiscal, a despesa governamental precisa priorizar áreas críticas de impacto social e económico. A descentralização fiscal e política precisa ser reforçada com a participação da sociedade civil em geral. O meu sonho é de uma Angola que cria as condições de desenvolvimento num contexto de paz e segurança como um pré-requisito para o seu desenvolvimento com o foco principal na construção de sociedades justas e inclusivas, instituições robustas e com mecanismos de responsabilização. ESTAMOS JUNTOS! 8. Esta visão e compromissos internos são indispensáveis para contribuir na integração económica da região. Sem dúvida uma clarificação nacional sobre quais são os valores e os determinantes do desenvolvimento nacional torna-se essencial para consolidar a visão e o projecto de integração económica regional. Os vários tratados e os estados membros deverão fortalecer esta decisão de desenvolvimento inclusivo nacional para criar condições de liderança também na construção da harmonia política, social e económica dentro dos seus blocos. Os estados devem construir esse projeto comum de alto valor social para as suas populações e assim ser protectores uns dos outros na base desses valores e projetos nacionais. 9. Um dos elementos mais importantes de método para a integração é a capacidade de construir parcerias entre os estados como condição para compartilhar experiência e projetos comuns. Angola deve alavancar as parcerias Sul-Sul, Norte-Sul existentes e explorar outras formas de parceria para delas adquirir know-how (conhecimento).
6 10. No âmbito do PNUD, humildemente oferecemos à Angola a nossa rede de conhecimento reconhecida internacionalmente, através dos nossos centros e escritórios regionais para aceder de forma eficiente a diversos parceiros de desenvolvimento. Como PNUD estamos empenhados a acompanhar Angola em parcerias de desenvolvimento que capacitem os Angolanos com know-how, tecnologia e valor acrescentado, evitando dependência ou substituição do capital humano nacional a longo prazo. Como PNUD, contamos com diversas experiências sistematizadas para partilhar. A ONU dispõe o seu contínuo apoio a Angola e África em busca do "mundo que queremos" onde o desenvolvimento inclusivo e sustentável é a meta e o motor da nossa acção política e económica. Obrigado.
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