AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE DOS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DE DETECÇÃO PRECOCE DE CÂNCER COLORRETAL

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1 AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE DOS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DE DETECÇÃO PRECOCE DE CÂNCER COLORRETAL SILVA, D.A 1, RODRIGUES, R.R.L 1, ROCHA, L.S 1, SANTOS, N.C 1, COSTA, L.N.G 1 RESUMO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) 1. Introdução: O câncer colorretal (CCR) é a quarta maior causa de morte no Brasil e a terceira neoplasia maligna mais frequente. A cada ano no mundo são 1,3 milhões de novos casos e 700 mil mortes. É importante que tal doença seja diagnosticada precocemente para aumentar as chances de cura e sua triagem é de extrema importância para que isso ocorra. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a utilidade dos métodos de detecção de sangue oculto nas fezes como triagem para o diagnóstico precoce de câncer colorretal. Métodos: Foram selecionados artigos através do google acadêmico, Bireme e Pubmed, publicados entre os anos de 2012 a 2017 e realizados no Brasil. Resultados e Discussão: Foram incluídos 6 artigos que corresponderam aos critérios de inclusão estabelecidos. A triagem para sangue oculto nas fezes se mostrou uma importante ferramenta para o rastreamento inicial de câncer colorretal, por demonstrar ser uma ferramenta mais eficaz na detecção e confirmatório de lesões neoplásicas. Existem vários métodos que podem ser utilizados nesta pesquisa diagnóstica, assim sendo, os mais utilizados são destacados pela facilidade da adesão e com resultados mais confiáveis. Conclusão: A utilização de várias ferramentas de diagnóstico na busca de alterações no cólon levam a prevenção e o tratamento precoce de futuras neoplasias. Dentre elas, têm-se o teste de sangue oculto nas fezes, que deve, por conseguinte ser associado a outro método/teste para que se alcance uma confirmação do diagnóstico, tendo resultados confiáveis e de maior reprodutibilidade. Palavras-chaves: Sangue oculto; Fezes; Rastreamento; Neoplasias. ABSTRACT Introduction: Colorectal cancer (CCR) is a fourth major cause of death in Brazil and a third most frequent malignant neoplasm. Every year in the world there are 1.3 million new cases and 700 thousand deaths. It is important that such a disease be diagnosed early to increase as chances of cure and its pathway is of utmost importance for this to occur. Objective: To perform a systematic review of the literature on the usefulness of stool occult blood

2 screening methods as screening for prior diagnosis of colorectal cancer. Method: Articles were selected through google academic, Bireme and Pubmed, published between the years of 2012 to 2017 and carried out in Brazil. Results and Discussion: Six articles were included that correspond to the established inclusion criteria. A screening for fecal occult blood has proved to be an important tool for the initial control of colorectal cancer, since it is a more effective tool in the detection and confirmation of neoplastic lesions. There are several methods that can be used in this search, as well as users, are most sought for ease of adherence and with more reliable results. Conclusion: The use of several diagnostic tools in the search for noxious, lead to a prevention and prior treatment of future neoplasms. Among them, there is a fecal occult blood test, which develops to be associated with another method / test to reach a diagnostic confirmation, having reliable results and greater reproducibility. Key words: Occult blood; Feces; Tracking; Neoplasms. INTRODUÇÃO O câncer colorretal (CCR) é a quarta causa de morte no Brasil e o terceiro câncer mais comum no mundo, que tem incidência em ambos os sexos. A triagem deste câncer é importante e justificada por sua alta incidência e também por ser uma forma de rastrear e diagnosticar pólipos adenomatosos e o câncer colorretal na fase inicial (JUCÁ et al., 2015). A cada ano no mundo são 1,3 milhões de novos casos e 700 mil mortes. A doença tem uma fase de desenvolvimento ao longo de dez anos, chamada de fase pré-clínica. Quando os pólipos são descobertos nesta fase inicial, há uma redução de 60% na mortalidade em decorrência da polipectomia (VASILYEV et al., 2015). Métodos de triagem do CCR conhecidas são: o teste de sangue oculto nas fezes (TSOF), teste imunoquímico fecal (TIF) e colonoscopia. O TSOF baseia-se na atividade da enzima peroxidase nos grupamento heme com as hemobloginas (Hb) (FREITAS et al., 2013). Entretanto, este teste tem baixa especificidade para sangue humano, vindo também a detectar sangue de outros alimentos ingeridos, assim como também acaba por detectar peroxidase de vegetais crus (FREITAS et al., 2013; TEIXEIRA et al., 2017). O TIF também detecta o sangue nas fezes por meio do uso de anticorpos específicos da hemoglobina humana e vários estudos na literatura

3 demonstram que é um teste promissor e superior na detecção de alterações frente ao TSOF (FREITAS et al., 2013; VASILYEV et al., 2015). Outra maneira de detectar o CRC e reconhecida como padrão ouro para detecção e remoção de lesões pré-malignas ou do câncer precoce é a colonoscopia, em decorrência de reduzir a mortalidade e gravidade (QUINTERO et al., 2016; TEIXEIRA et al., 2017). Diante disto, o objetivo do trabalho é analisar/avaliar a utilidade dos testes diagnósticos no rastreamento do câncer colorretal, para detecção precoce de alterações e da doença, por meio de uma revisão na literatura científica. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho trata-se de uma revisão de literatura sistemática, na qual foram selecionados 194 artigos, a partir de buscas realizadas nas bases de dados Google acadêmico, Bireme e Pubmed, publicados entre os anos de 2012 a 2017, e indexados pelos seguintes descritores: Sangue oculto, fezes, Câncer colorretal. Após leitura dos títulos 147 artigos foram excluídos, e 47 dos 47 restantes, após leituras dos resumos 15 foram selecionados. Seguindose da leitura minuciosa dos trabalhos, 6 foram selecionados e incluídos a revisão. Os critérios de inclusão foram: trabalhos que abordavam o tema de interesse, trabalhos em qualquer idioma, trabalhos originais. Os critérios de exclusão foram artigos que apresentassem informações diferentes das propostas nos critérios de inclusão, ou que se tratasse de revisões sistemáticas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Um total de seis estudos foram incluídos a revisão, dos indivíduos participantes 64,9% eram mulheres e 35,1% homens, com idade média de 61,3 anos (21 a 84 anos). O câncer colorretal atinge ambos os sexos, e segundo dados epidemiológicos a partir da quinta ou sexta década vida seu acometimento é maior (JUCÁ et al., 2015; VASILYEV et al., 2015). As mulheres dentre as

4 análises estatísticas tendem a ser acometidas em maior número, mas isso deve a proporcionalidade que as mesmas buscam com maior frequência e tem maior aceitabilidade aos sistemas de saúde (MENEZES; DE OLIVEIRA; LUNDGREN et al., 2012). Em estudo realizado por Jucá e colaboradores (2015) e Teixeira e colaboradores (2017) observaram que o TSOF apresentou baixa sensibilidade devido alguns fatores como restrições alimentares e até mesmo a escovação dos dentes, gerando assim uma alta taxa de falso positivo. A validação dos resultados gerados pelo TSOF foi realizada por meio do teste de retosegmoidoscopia flexível (JUCÁ et al 2015). Observou-se ainda que os dois métodos quando juntos foram mais eficazes na detecção de lesões neoplásicas. Entretanto, a especificidade do TSOF foi de 92,4% quando o resultado além de ser positivo no mesmo, apresentava resultado semelhante no teste de retosegmoidoscopia flexível. O que veio a confirmar com análise estatística por meio de teste exato de Fisher, que pólipos podem ser encontrados quando utilizado o teste de sangue oculto nas fezes (p= 0.04) (JUCÁ et al., 2015; MENEZES; DE OLIVEIRA; LUNDGREN et al., 2012). O teste imunoquímico fecal (TIF) é considerado um teste promissor, por ser mais específico e sensível que o TSOF (FREITAS et al., 2013; TEIXEIRA et al., 2017; VASILYEV et al., 2015). O mesmo quando comparado com a colonoscopia, mostrou que a triagem realizada pelo TIF é eficazmente semelhante aos resultados obtidos com a realização da colonoscopia na taxa de detecção do câncer colorretal (QUINTERO et al., 2016) Na comparação do teste TIF de nova geração e do TSOF, as verdadeiras diferenças dos mesmos foram confirmadas pela colonoscopia. Essa diferença é mais significativa para adenomas, em que o TSOF consegue identificar, seguidos pelo adenoma/carcinoma que o TIF consegue rastrear e se sobressai, exceto para carcinomas (ambos não rastreiam) (VASILYEV et al., 2015). A colonoscopia é superior aos demais em decorrência de não somente detectar a presença de adenomas ou pólipos, mas de tornar possível a remoção e consequentemente reduzir a morte, mas de também diminuir a incidência da doença nos indivíduos submetidos ao diagnóstico (QUINTERO et

5 al., 2016; TEIXEIRA et al., 2017). Entretanto, pode ser um teste diagnóstico adicional ao TSOF e TIF por ser um teste mais invasivo, e também de custo mais elevado, sendo utilizado como um teste complementar ao resultado (FREITAS et al., 2013; QUINTERO et al., 2016). CONCLUSÃO O rastreamento de alterações no colón, e consequentemente a prevenção e tratamento de um possível câncer colorretal pode ser realizada por meio de várias ferramentas de diagnóstico. Diante dos resultados observados, os testes de sangue oculto nas fezes e teste imunoquímico fecal quando utilizados, devem ser associados a colonoscopia para confirmação do resultado, quando positivo ou duvidoso, por ser mais confiável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREITAS, B. R. V. et al. Immunochemical fecal occult blood test for detection of advanced colonic adenomas and colorectal cancer: comparison with colonoscopy results. Gastroenterology research and practice, v. 2013, JUCÁ, M. J. et al. Fecal occult blood test and flexible rectosigmoidoscopy: tools for the screening of colorectal neoplasms in asymptomatic patients. Journal of Coloproctology (Rio de Janeiro), v. 35, n. 1, p , MENEZES, C. P.; DE OLIVEIRA, T. L.; LUNDGREN, P. U. Pesquisa de Sangue Oculto nas fezes PSO: uma triagem alternativa na determinação das neoplasias colorretais. Rev. Bras. Farm, v. 93, n. 1, p , QUINTERO, E. et al. Colonoscopy versus fecal immunochemical testing in colorectal-cancer screening. New England Journal of Medicine, v. 366, n. 8, p , TEIXEIRA, C. R. et al. Clinical impact of the immunochemical fecal occult blood test for colorectal cancer screening in Brazil. Annals of gastroenterology, v. 30, n. 4, p. 442, VASILYEV, S. et al. A new-generation fecal immunochemical test (FIT) is superior to quaiac-based test in detecting colorectal neoplasia among colonoscopy referral patients. Anticancer research, v. 35, n. 5, p , 2015.