Translatio. Caderno de Resenhas do GT História da Filosofia Medieval e a Recepção da Filosofia Antiga. Vol. 4 (2012)

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1 ISSN Translatio Caderno de Resenhas do GT História da Filosofia Medieval e a Recepção da Filosofia Antiga THOM, Paul. The Logic of the Trinity: Augustine to Ockham (G. B. Vilhena de Paiva) PASNAU, R., Metaphysical Themes: (M. A. Oliveira da Silva) BATES, T. Duns Scotus and the Problem of Universals (V. M. F. R. Bragança) BIARD, Joël. Science et nature. La théorie buridanienne du savoir (R. Miquelanti) LIZZINI, O. Fluxus (fayd). Indagine sui fondamenti della metafisica e della fisica di Avicena (M. C. Sousa) Translatio. Caderno de Resenhas do GT História da Filosofia Medieval e a Recepção da Filosofia Antiga é uma publicação eletrônica anual do Grupo de Trabalho História da Filosofia Medieval e a Recepção da Filosofia Antiga, ligado à Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF). Editores responsáveis: Alfredo Storck (UFRGS) Rodrigo Guerizoli (UFRJ) Conselho editorial: Carlos Eduardo de Oliveira (UFSCar) Carolina Fernández (UBA) Cristiane Negreiros Abbud Ayoub (UFABC) Ernesto Perini-Santos (UFMG) Guy Hamelin (UnB) José Carlos Estêvão (USP) Júlio Castello Dubra (UBA) Lucio Souza Lobo (UFPR) Márcio Augusto Damin Custódio (UNICAMP) Marco Aurélio Oliveira da Silva (UFBA) Moacyr Novaes (USP) Tadeu Mazzola Verza (UFMG) Revisão: Gustavo Paiva

2 THOM, P. The Logic of the Trinity: Augustine to Ockham, New York: Fordham University Press, 2012, 236 p. Gustavo Barreto Vilhena de Paiva* I. Em uma famosa passagem do segundo prefácio à sua Crítica da razão pura, Kant defende que a lógica seguiu, desde seu surgimento com Aristóteles, a via segura da ciência. Isso porque, em todo esse tempo, ela não deu nenhum passo atrás (ou seja, ela não apresentou o desnorteamento típico dos conhecimentos que ainda não seguem a via segura) e, por outro lado, também não deu nenhum passo adiante (o que aponta para o seu acabamento e sua completude). Decerto, pode-se dizer que houve, na lógica, a remoção de sutilezas dispensáveis ou a determinação mais clara do exposto. Talvez possamos até contar isso como efetivos melhoramentos, porém eles pertencem mais à elegância do que à segurança da ciência (BVIII) 1. Não é difícil perceber que, se seguirmos a opinião de Kant, não sobra muito espaço para uma história da lógica. Que, de fato, era essa a sua posição fica claro no seu próprio curso de Lógica, onde a história da disciplina aparece mais como um adendo do que como algo necessário para a sua compreensão 2. Com isso, vemos que a possibilidade de narrar uma história da lógica não é exatamente um dado, mas uma conquista teórica. Essa conquista pressupõe a afirmação de que houve mudanças relevantes e mapeáveis nos diversos tratamentos que a lógica recebeu nos milênios de sua existência como disciplina. Havendo admitido que haja importantes mudanças teóricas na lógica que justifiquem a narrativa de uma história da lógica, restam, porém, vários problemas metodológicos, alguns comuns a qualquer estudo histórico e outros mais típicos * Doutorando no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo e bolsista da CAPES. 1 KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. e notas de Fernando Costa Mattos. Bragança Paulista/Petrópolis: Editora Universitária São Francisco/Vozes, 2012, p KANT, I. Logik. Ein Handbuch zu Vorlesungen. Königsberg: Friederich Ricolovius, 1800, pp

3 THOM, P. The Logic of the Trinity 2 desse campo preciso. Dentre os primeiros, talvez o mais urgente seja a necessidade de decidir (i) o escopo de um estudo de história da lógica, tanto no que diz respeito à temática como no que tange ao corpo textual utilizado (dois problemas claramente relacionados). Já um problema que parece ser mais característico de uma história da lógica é (ii) a decisão acerca da necessidade de se recorrer ou não à formalização do conteúdo lógico estudado e, caso recorramos a ela, a decisão sobre o tipo de formalização a se utilizar. Essa última questão se torna particularmente patente quando nos deparamos com estudos atuais sobre textos que se utilizavam de uma linguagem lógica muito distinta da nossa contemporânea simbologia lógico-matemática. Dito isso, é precisamente pelo ponto de vista da resolução desses problemas que avaliarei o livro The Logic of the Trinity: Augustine to Ockham, publicado em 2012 por Paul Thom 3. Assim, abordaremos primeiramente a maneira como Thom responde àquele problema (i) de caráter mais geral a saber, a definição do escopo e das fontes de um estudo da história da lógica. Ao fazê-lo, teremos a oportunidade de seguir, resumidamente, os passos da argumentação de Thom no decorrer do seu livro. Nesse momento, estaremos em posição de ver como o autor busca lidar com o problema (ii) isto é, a decisão acerca da formalização do conteúdo lógico. Com efeito, o central no livro de Thom parece ser este último ponto. Ainda assim, as maiores dificuldades de sua obra surgem precisamente aí, pois não é fornecida ao leitor uma concepção de formalização bem definida, como veremos mais adiante. II. Como fica claro pelo próprio título de seu livro, Thom espera fazer um estudo histórico dos recursos lógicos utilizados, durante os mil anos que separam o século IV do XIV, nas diversas tentativas de compreensão do dogma cristão da Trindade, principalmente tal como ele foi compreendido pelos católicos, isto é, como uma distinção, no Deus uno, entre três pessoas: o Pai, o Filho gerado pelo 3 A partir desse ponto, citarei sempre as páginas ou capítulos de The Logic of the Trinity entre parênteses no corpo do texto, reservando as notas de rodapé para demais referências.

4 THOM, P. The Logic of the Trinity 3 Pai e o Espírito Santo, procedente do Pai e do Filho 4. Disso decorre que, ainda que o autor discuta outras concepções da Trindade presentes no início do cristianismo dentre estas, as posições de Ário e Sabélio (caps. 1 e 2), ele, em geral, deixa de lado as formulações da Trindade outras que não a católica. Em particular, ele dispensa pouca atenção à conhecida polêmica do filioque, que ecoava ainda no século XIII 5, a qual é apenas rapidamente mencionada em seu texto (pp e 164-5). Em poucas palavras, a Trindade a que Thom se refere é aquela da Igreja Católica. Dito isso, é preciso ressaltar, entretanto, que o seu interesse claramente não é religioso e, nem mesmo, diz respeito diretamente a uma história da religião. Antes, ele pretende estudar as ferramentas lógicas de que vários autores, desde Agostinho até Guilherme de Ockham, se utilizaram para expressar coerentemente o dogma da Trindade em sua versão católica. Nesse caso, podemos perguntar: qual é a legitimidade de se fazer um estudo de lógica tomando por tema a Trindade? Thom responde engenhosamente a essa questão, ao abrir se livro nos lembrando de que [t]he history of logic is not just a history of logic books. All sorts of writings provide a fitting context for logical theorizing (p. xv). Com efeito, não há nenhum problema em se utilizar de obras voltadas para outras disciplinas digamos, a teologia como uma fonte para o estudo da forma lógica utilizada nesses textos. Mas, se for assim, é necessário mostrar que há neles teorização lógica. De fato, podemos dizer que o principal objetivo de Paul Thom em seu livro é justamente mostrar o quão densamente envoltas por temas lógicos foram as discussões acerca da Trindade. Para tanto, ele escolhe um aspecto bem determinado da lógica desenvolvida na Antiguidade Tardia e na Idade Média, a saber, a temática das categorias em particular, tal como ela foi posta nas próprias Categorias de Aristóteles. Assim, o argumento de Thom em seu livro é, basicamente, que toda a discussão sobre a Trindade desde Agostinho até 4 Essa é a formulação encontrada no Credo niceno-constatinopolitano, ainda hoje adotado pelo Catecismo da Igreja Católica. Edição típica Vaticana, São Paulo: Edições Loyola, 2000, pp Como exemplo, citemos o Tratado sobre a procissão do Espírito Santo de Mateus de Aquasparta (MATTHAEUS AB AQUASPARTA. Tractatus de processione Spiritus Sancti. In: Id. Quaestiones disputatae de fide et de cognitione. Cura Pp. Collegii S. Bonaventurae. Florentiae: Typographia Collegii S. Bonaventurae, 1957, pp ).

5 THOM, P. The Logic of the Trinity 4 Guilherme de Ockham foi permeada de um conteúdo lógico, porque todos esses autores, em suas tentativas de descrever racionalmente a doutrina da Trindade, se reportavam às Categorias (p. 18). Para demonstrar sua tese, Thom estuda a concepção de Trindade tal como ela surgiu em diversos autores, se guiando pela ordem cronológica de suas obras. Para ser mais preciso, o método pelo qual Thom espera provar sua hipótese é apontar como os vários autores por ele abordados se utilizam, de uma maneira ou de outra, para compreender a Trindade, das ferramentas lógicas estabelecidas por Aristóteles nas Categorias. Sendo assim, o próprio livro se inicia por um estudo dos diversos temas implicados na discussão medieval sobre a Trindade, sendo nesse começo reservado um espaço especial para uma apresentação das Categorias à luz de algumas das suas interpretações neoplatônicas. Dentre aquelas ferramentas lógicas dessa obra de Aristóteles que viriam a ser relevantes nos trabalhos sobre a Trindade, se destacam as noções de substância, de acidente (com especial atenção para a qualidade e a relação), bem como as relações denominadas por Thom ontológicas (p. 15) que conectam, por um lado, a substância primeira e a substância segunda e, por outro, a substância e o acidente (cap. 1). Como veremos mais adiante, todas essas noções e relações ontológicas são definidas pelo que Thom chama de análise formal ( formal analysis ) das Categorias (pp. 13-8). Por ora, notemos que, definidos esses conteúdos fundamentais das Categorias, Thom acredita poder mostrar que toda a discussão sobre a Trindade, como foi dito, remete a eles em alguma medida. Assim, começando com um estudo dos primeiros oito livros do De Trinitate de Agostinho, Thom discute, nessa ordem, as posições de Boécio, Pedro Abelardo, Gilberto de Poitiers, Pedro Lombardo, Boaventura de Bagnoregio, Alberto Magno, Tomás de Aquino, João Duns Escoto e Guilherme de Ockham, dedicando a cada autor um capítulo. Em cada capítulo, o teor é sempre o mesmo: são apresentadas as teses do autor em estudo sobre a Trindade, mostrando em que momentos ele se utiliza do material contido nas Categorias e de que maneira ou em que medida esse instrumental é por ele modificado para

6 THOM, P. The Logic of the Trinity 5 se conformar às suas próprias teses. Em linhas gerais, Thom parece considerar que as discussões sobre a Trindade se utilizam diretamente do material lógico e filosófico fornecido por Aristóteles, porém reinterpretado para se conformar à maneira pela qual Agostinho descreveu a unidade e trindade de Deus. Podemos dizer que o que mais chama a atenção nos autores é o esforço conceitual para introduzir relações e qualidades que viabilizem a manutenção, simultaneamente, da unidade e da trindade de Deus sem, entretanto, prejudicar a concepção de Deus como algo sumamente simples e infinito. Desse ponto de vista, o livro de Thom parece ser interessante ao apontar certas fontes históricas nomeadamente, as obras de Aristóteles e Agostinho, mas também, e em menor medida, as de Boécio e Pedro Lombardo como o foco dos debates sobre a Trindade na Idade Média. Ainda assim, esse não é um resultado novo ou inesperado. Feitas essas observações, um grande problema de The Logic of the Trinity é o fato de que ele não apresenta as bases históricas suficientes para um estudo da envergadura almejada pelo autor. Com isso quero dizer que, ao abordar onze autores tão complexos como aqueles supracitados, Thom deveria se utilizar de uma grande bibliografia de apoio que lhe fornecesse as ferramentas historiográficas necessárias não somente para relacionar os autores estudados entre si, mas também para interpretá-los com a acuidade requerida. Infelizmente, não é isso o que ocorre. Três exemplos bastam para apontar esse fato. Em primeiro lugar, o estudo feito acerca de Agostinho (cap. 2) é sintomático a esse respeito. São utilizados somente textos do próprio Agostinho, com remissão a pouquíssimos intérpretes do bispo de Hipona. As únicas referências secundárias são à introdução de Edmund Hill à sua tradução do De Trinitate (p. 20) 6, a um artigo de Alain de Libera sobre Boécio (p. 22-3) 7 e a um livro contemporâneo de teologia (p. 27) 8. O resultado desse desconhecimento 6 AUGUSTINE. The Trinity (De Trinitate). Translated by Edmund Hill. Hyde Park: New City Press, DE LIBERA, A. L onto-théo-logique de Boèce. Doctrine des catégories et théorie de la predication dans le De Trinitate. In: BRUUN, O., CORTI, L. (ed.). Les Catégories et leur histoire. Paris: Vrin, 2005, pp MILLER, B. A Most Unlikely God. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 1996.

7 THOM, P. The Logic of the Trinity 6 da bibliografia secundária sobre o tema é o fato de que Thom nem mesmo chega a problematizar seriamente a maneira pela qual Agostinho teria tomado contato com os textos filosóficos gregos. Decerto, Agostinho admite ter lido ainda novo as Categorias em um trecho das Confissões citado pelo próprio Thom (p. 22) 9. Ele faz, inclusive, remissões diretas a elas no De Trinitate, segundo os editores contemporâneos deste texto 10. Além disso, o bispo de Hipona também afirma ter lido quosdam libros Platonicorum traduzidos para o latim por Mário Vitorino 11. Isso aponta para o fato de que as Categorias a que Agostinho se refere poderiam ser aquelas traduzidas para o latim pelo mesmo Mário Vitorino. Essas questões deveriam ser centrais em uma análise da influência das Categorias na obra de Agostinho, porém Thom não dedica atenção a nenhuma delas. Com efeito, este é um problema recorrente em seu livro: ele simplesmente ignora qualquer questão relativa à transmissão e tradução dos textos em estudo, uma vez que descreve o conteúdo das Categorias com base na edição de L. Minio- Paluello 12 e na tradução de J. Ackrill 13 para, posteriormente, comparar todos os demais autores estudados a essa descrição inicial do texto de Aristóteles 14. É como se todos esses pensadores tivessem lido as Categorias em grego, em uma edição crítica contemporânea. Um segundo exemplo é o estudo de Thom acerca de Boaventura (cap. 7). Não há nenhuma literatura secundária utilizada, com a exceção de uma tese de doutorado defendida em (p. 113). E isso quando há estudos de qualidade sobre a doutrina da Trindade em Boaventura 16! Essa mesma desatenção à bibliografia secundária leva a um grande problema no trecho acerca de Duns 9 AUGUSTINUS. Confessionum IV, 16, 28, 1-7 (CCSL 27, p. 54). 10 AUGUSTINUS. De Trinitate V, 4, 24-32; 7, (CCSL 50, pp. 210; 213). 11 AUGUSTINUS. Confessionum VIII, 2, 3, 1-9 (CCSL 27, p. 114). 12 ARISTOTELES. Categoriae et Liber De Interpretatione. Ed. L. Minio-Paluello. Oxford: Clarendon Press, ARISTOTLE. Categories and De Interpretatione. Trans. by J. Ackrill. Oxford: Clarendon Press, Para maiores detalhes sobre esse método utilizado por Thom, ver a parte III, mais adiante. 15 GELBER, H. G. Logic and the Trinity: A Clash of Values in Scholastic Thought PhD thesis, University of Wisconsin, Como exemplo, cito BÉRUBÉ, C. De l homme à Dieu selon Duns Scot, Henri de Gand et Olivi. Roma: Collegio S. Lorenzo, 1983, pp Além disso, há o livro SÉPINSKI, A. La psychologie du Christ chez Saint Bonaventure. Paris: Vrin, 1948, inteiramente dedicado ao estudo da segunda pessoa da Trindade.

8 THOM, P. The Logic of the Trinity 7 Escoto (cap.10), nosso terceiro exemplo, onde Thom inadvertidamente cita uma passagem, atribuída por ele a Duns Escoto, da Reportatio parisiensis I, d. 33, q. 2, publicada em 1639 na edição de Lucas Wadding das obras do Doutor Sutil (p. 154). Entretanto, se ele estivesse a par da bibliografia contemporânea acerca de Duns Escoto, saberia que esse texto é tido, desde o começo do século XX, como um conjunto de anotações do secretário deste último, Guilherme de Alnwick, não editadas pelo próprio Duns Escoto e, por isso, hoje denominadas Additiones magnae. Nesse caso, Thom poderia ter consultado a edição contemporânea da Reportatio parisiensis I-A, produzida por Allan Wolter e Oleg Bychkov entre os anos de 2004 e e mais corretamente atribuída a Duns Escoto (essa última edição, entretanto, nem mesmo consta na bibliografia de The Logic of the Trinity). O mais interessante é que Thom poderia ter percebido facilmente o seu equívoco pela simples consulta da introdução de Thomas Williams ao Cambridge Companion to Duns Scotus 18 (nesse caso, um livro que está na sua bibliografia). Com esses três casos, quero apenas chamar atenção para o fato de que um estudo com a abrangência objetivada por Thom deveria ser acompanhado de um aparato de literatura secundária muito mais amplo e arrojado. Com efeito, somente com uma base teórica muito bem estabelecida se poderia fazer a conexão ali buscada entre os diversos autores, pois isso seria possibilitado por um tratamento bem mais acurado de cada autor individualmente, do que se seguiria uma melhor compreensão das relações entre eles. Como vimos, entretanto, esse não é o caso em The Logic of the Trinity, o que é, com efeito, uma pena, dado que a tese de Paul Thom acerca do uso das Categorias de Aristóteles nas discussões sobre a Trindade mereceria um detalhado estudo histórico. No entanto, esse exíguo recurso à bibliografia especializada disponível sobre cada autor abordado aponta para o caráter do livro de Thom. Ele não é exatamente uma história da discussão latina sobre a Trindade; com efeito, a bem 17 JOHN DUNS SCOTUS. The Examined Report of the Paris Lecture. Reportatio I-A. Latin text and english trans. by A. W. Wolter and O. V. Bychkov. 2 vols. St. Bonaventure: The Franciscan Institute, WILLIAMS, T. Introduction. In: Id. (ed.). The Cambridge Companion to Duns Scotus. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, pp

9 THOM, P. The Logic of the Trinity 8 dizer, ele nem mesmo soa como uma história da lógica utilizada nos discursos sobre a Trindade. Para ser preciso, seu livro acaba se apresentando como um estudo que se utiliza da história de uma discussão filosófica e teológica como a ocasião para o desenvolvimento de um exercício lógico, a saber, a formalização de diversas doutrinas acerca da Trindade. O que nos leva ao problema (ii) descrito acima, que diz respeito à decisão acerca da formalização de um conteúdo lógico. III. Como foi dito, o capítulo inicial, no qual Paul Thom constrói as bases de sua argumentação sob a forma de uma apresentação das Categorias, se encerra por aquilo que é denominado de análise formal desse texto de Aristóteles 19. Igualmente, todos os outros capítulos do livro se encerram por uma análise formal das posições defendidas por cada autor estudado. Em particular, Thom se utiliza desse recurso para mostrar, em cada caso, em quais trechos da sua argumentação um autor em questão se afasta ou se aproxima das Categorias de Aristóteles. Essas avaliações são feitas sempre no formato de uma comparação entre determinadas regras e definições utilizadas e/ou introduzidas por um pensador em particular com aquelas regras e definições que podemos encontrar, segundo Thom, nas próprias Categorias. A dificuldade nesse ponto, porém, é que Thom não define precisamente o que ele quer dizer com formal e, nem mesmo, com lógica, o que torna a sua tentativa de formalização das posições dos autores tardo-antigos e medievais um tanto quanto incompleta. Para estudarmos mais atentamente esses problemas, comecemos com um exemplo simples que, no entanto, deixa bem clara essa dificuldade de The Logic of the Trinity. Ao fim do livro, em um apêndice (pp ), Thom apresenta os diversos sistemas ontológicos ( ontological systems ) que ele afirma ter encontrado nos 19 Já vimos que, para esse estudo, Thom se utiliza da edição de L. Minio-Paluello e da tradução de J. Ackrill das Categorias (ver notas 12 e 13, acima), relacionando os resultados obtidos a todos os outros autores considerados em seu livro. Ele o faz, porém, sem problematizar qualquer aspecto da transmissão histórica do texto de Aristóteles.

10 THOM, P. The Logic of the Trinity 9 diversos autores que estudou. O sistema ontológico de Aristóteles, por exemplo, é composto por 4 relações, 4 definições e 10 regras. Todos os outros (de Agostinho, Boécio e cada um dos demais autores estudados) se compõem de algumas das regras e definições de Aristóteles somadas a regras ou definições incluídas pelos próprios autores (por vezes, no lugar de alguns dos elementos das Categorias). O problema aqui é simples: não está nem um pouco claro o que Thom quer dizer com sistema ontológico. Em outras palavras, o que faz de cada uma dessas posições um sistema? E o que torna esses pretensos sistemas ontológicos? Essas perguntas são simplesmente ignoradas e, assim, por falta de uma definição que torne coesas as listagens de definições e regras aceitas por cada autor, cada sistema ontológico parece ser somente uma série de proposições que nem mesmo podem ser tomadas, em algum sentido, como uma consideração completa sobre o mundo, dado que, segundo Thom, as relações que unem seus elementos são, em todos os casos, indefinidas (pp ). Essa dificuldade aponta para um problema recorrente no livro, a saber, a falta de definições precisas dos termos utilizados. Isso se torna ainda mais grave quando é somado a contradições do próprio texto de Thom. Assim, ainda no prefácio, é dito: I will not attempt to deploy the machinery of mathematical logic, with its formalized syntax and semantic models (p. xv). Diz-se aqui, claramente, que não se trabalhará com uma sintaxe formalizada, um recurso que Thom parece atribuir ao maquinário da lógica matemática. Ora, como foi dito acima, cada capítulo do livro é encerrado por um item denominado justamente formal analysis. Isso torna muito difícil compreender o que exatamente Thom entende por formal, dado que inicialmente qualquer análise formal é descartada do âmbito da obra, para em seguida se tornar um de seus pilares. Poder-se-ia afirmar que Thom descarta o uso de uma análise formal matemática, mas se utiliza de alguma outra. Nesse caso, qual seria a outra? Ele simplesmente não diz. Essa falta de clareza na concepção de formalização adotada no livro leva a uma desproporção na utilização da simbologia lógica em seu decorrer. Assim, a análise formal das Categorias de Aristóteles (pp. 13-8) recorre constantemente a elementos de

11 THOM, P. The Logic of the Trinity 10 simbologia lógica, enquanto que a análise formal das posições filosóficas de Alberto Magno possui somente um diagrama (pp ). Por todo texto encontramos afirmações do seguinte tipo: Rule 1.9 ( a correlative s correlative is the original relative ) is satisfied (p. 41), sem qualquer demonstração lógica associada a ela. Por fim, há casos em que a análise formal parece simplesmente se afastar demais do texto em estudo isso fica patente logo na primeira tentativa de análise formal, a saber, sobre o próprio Aristóteles. Com efeito, Thom afirma que a primeira definição que devemos isolar nas Categorias diz respeito à noção de universal ( katholou ). Ora, a palavra universal não surge nas Categorias como tema central e, ainda que seja utilizada no livro (12a27), dificilmente se poderia afirmar que ela é a base de toda a lógica aí desenvolvida por Aristóteles. Como se vê, mais do que facilitar o estudo dos autores em questão, a análise formal proposta por Thom arrisca nos afastar deles. A meu ver, essas imprecisões se seguem de uma falta de clareza com respeito àquilo mesmo que se está entendendo por lógica em The Logic of the Trinity. Como vimos há pouco, o autor parece se dispor a formalizar as doutrinas da Trindade de autores tardo-antigos e medievais sem se utilizar de recursos formais matemáticos, mas também sem explicar o que exatamente ele entende por formalização. Fica a pergunta: de que lógica ele está se valendo para essa formalização? Ele se utiliza de recursos obtidos pelas lógicas heterodoxas contemporâneas ou se limita a um uso estrito das lógicas clássicas? Em qualquer dos casos, como os recursos lógicos de que ele se vale remetem aos pensadores e, em particular, a Aristóteles? Todas essas perguntas ficam sem resposta, mesmo porque não há uma utilização precisa da silogística. Um exemplo disso é o fato de que nenhum dos argumentos avançados por quaisquer autores é, de fato, representado formalmente. Dessa maneira, essa formalização acaba ficando restrita somente ao enunciado de regras e definições, não se estendendo aos próprios raciocínios desenvolvidos por Agostinho, Boécio e os outros pensadores estudados. Todas essas dificuldades nos levam ao último ponto que destacarei: a aparente incompreensão da lógica medieval por parte de Thom.

12 THOM, P. The Logic of the Trinity 11 Logo após o trecho citado acima a saber, aquele em que o autor ora resenhado afirma que não se utilizará de recursos matemáticos, são apontados os elementos que farão parte de sua análise: I will use notions that the medieval themselves had at their disposal basic semantic notions such as the distinction between language and nonliguistic world, and the idea that between these two there are relations of naming or being-true-of, as well as metaphysically charged notions such as the distinction between what a term is true of and what it is essentially true of, and the distinction between the concrete and the abstract (p. xv). Ou seja, Thom pretende se utilizar não de recursos matemáticos em suas análises, mas dos recursos que os medievais tinham a sua disposição, isto é, noções semânticas básicas. Pois bem, me pergunto o que exatamente se quer dizer com básico aqui. Se básico quiser dizer simples ou simplório, em oposição a complexo, pergunto como autores que tiveram pleno acesso à silogística de Aristóteles e a levaram aos mais altos graus de complexidade (como é o caso da maior parte dos autores estudados no livro) podem ser descritos como utilizadores de recursos lógicos e semânticos meramente básicos? Se, por outro lado, Thom estiver dizendo que, embora os medievais possuíssem recursos extremamente complexos de raciocínio lógico, ele próprio vai se limitar às noções básicas utilizadas por estes últimos (sem se remeter àquelas mais complexas), pergunto por que se limitar ao mais básico? Por que seria isso uma boa estratégia para expressar um raciocínio complexo? *** Enfim, The Logic of the Trinity parece apresentar interessantes hipóteses históricas que, ainda que não sejam exatamente novas, certamente mereceriam um estudo cuidadoso. Entretanto, Paul Thom se vê impossibilitado de desenvolver seriamente as suas hipóteses em razão das graves falhas metodológicas de que seu projeto é vítima desde o parco recurso à bibliografia secundária até a falta de clareza quanto às noções de formalização, de sistema ontológico e, mesmo, de lógica utilizadas na sua obra. Dessa maneira, ainda

13 THOM, P. The Logic of the Trinity 12 que o livro apresente esporadicamente interpretações instigantes dos pensadores estudados e se volte para um tema de clara importância para a história da filosofia e da lógica, não podemos considerar que ele seja bem sucedido em sua empreitada. Como dizíamos acima, a possibilidade de se escrever uma história da lógica não é um dado, mas uma conquista. Sendo assim, ela vem acompanhada de graves problemas metodológicos como, aliás, qualquer narrativa histórica. Thom se arrisca a colocá-los. Não o faz, no entanto, de maneira clara. Por isso mesmo, ele não fornece nenhuma resposta para eles; antes estes o enredam em um labirinto sem fim.

14 PASNAU, R., Metaphysical Themes: , Oxford/New York: Oxford University Press, 2011, xiii + 796p. Marco Aurélio Oliveira da Silva * Robert Pasnau elegeu seis temas para investigar o desenvolvimento ocorrido na história da filosofia entre o final do século XIII e o século XVII. Estes temas organizam as seis partes do livro: matéria, substância, acidentes, extensão, qualidade e, por fim, unidade e identidade. O diferencial da obra é a tentativa de ser exaustiva quanto aos filósofos analisados, sem distinguir autores canônicos e autores de menor relevância. Há, com efeito, várias referências a Tomás de Aquino, Guilherme de Ockham, Descartes e Locke, mas também a inúmeros outros autores, como João Crisóstomo Magnem, Paulo de Veneza e Henry More, para não citar todos. A primeira parte do livro, contudo, mostra-se, senão a mais importante, pelo menos a que teve maiores consequências para os demais temas abordados na obra. O norte do autor é demonstrar a evolução da concepção física aristotélico-escolástica, dependente da noção de matéria-prima, até o surgimento da filosofia mecanicista no período moderno. O A. apresenta o modelo corpuscular de explicação dos corpos físicos que os toma como constituídos de corpúsculos indivisíveis como central para a rejeição do hilemorfismo aristotélico. Contudo, como salienta o A. (pp. 8-9), as discussões sobre o corpuscularismo não são uma inovação absoluta do período moderno, já podendo ser observadas em autores como Alberto Magno (c ), Egídio de Roma (1243/7-1316), Nicolau de Oresme (c ) e Alberto da Saxônia (c ). * Departamento de Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

15 PASNAU, R. Metaphysical Themes 14 Quanto à noção de matéria-prima, o A. dedica-se a explicitar o problema, ou seja, como poderia existir algo sem ter alguma característica (p. 36)? O problema central, neste caso, é a distinção entre a matéria e a categoria da quantidade, uma vez que, para muitos autores escolásticos, a extensão (ocupar lugar no espaço) adviria da quantidade, e não da matéria-prima. A noção de matéria-prima esteve longe de uma posição unânime na Escolástica. Tomás de Aquino (1224/5-1274) a tomava como uma pura potencialidade, sem, portanto, nenhuma existência em ato. Em contrapartida, Guilherme de Ockham (c ) a toma como dotada de extensão, o que o leva, dentro de seu projeto de redução ontológica, a considerar a quantidade uma categoria desnecessária (pp. 66ss.). Para ilustrar ainda mais a discussão sobre a qual se debruça o A., depois de este analisar a teoria de Paulo de Veneza (c ) sobre a ausência de extensão da matéria-prima, passa a analisar a posição averroísta. Na página 62, ele relata a importância de um livro de Averróis denominado De Substantia Orbis, tratando-se de um texto pouco estudado recentemente, mas muito influente no séc. XIV, principalmente quando trata da matéria-prima como algo dotado de extensão, ou seja, entendida como uma matéria já quantificada. Além disso, na discussão sobre que tipo de entidade seria a matéria-prima, há também a distinção entre nominalistas e realistas, não acerca dos universais, mas acerca das categorias principalmente a categoria da qualidade notadamente nos anos 1400's (p. 83ss.). A segunda parte da obra é devotada ao tratamento das formas substanciais. O problema central é entender como se pode ter um conhecimento adequado de formas substanciais de espécies naturais, uma vez que sensivelmente apreende-se apenas propriedades acidentais. Neste sentido, o A. apresenta a importância da tese da univocidade do ser, seja dito da substância, seja dito do acidente. Partindo da concepção de Duns Scotus (1265/6-1308), dado que só conhecemos a partir dos acidentes recebidos sensivelmente, poderemos ter uma compreensão intelectual da substância, uma

16 PASNAU, R. Metaphysical Themes 15 vez que o ser desta se diria no mesmo sentido em que seria dito o dos acidentes (p. 126). Contudo, além desta crítica de Scotus à posição tomasiana, o A. (pp ) assinala a existência de autores céticos acerca da existência da substância em geral, como Guilherme de Crathorn (fl. c. 1330) e Nicolau de Autrecourt (c ), para os quais haveria apenas distinções acidentais entre as coisas sensíveis. Neste ponto, o A. acusa de espantalho a argumentação utilizada por autores modernos, como Locke ( ), que acusava os autores escolásticos de realistas ingênuos, por pretensamente julgarem poder conhecer diretamente as formas substanciais, ao passo que os medievais saberiam que as espécies naturais eram conhecidas apenas por suas características acidentais. Neste sentido, não seria garantido ao intelecto humano o conhecimento de outras formas substanciais que não a própria forma humana, que seria conhecida por um certo ato de reflexão. Na terceira parte da obra, o A. trata dos acidentes. O pano de fundo é a discussão sobre as posições deflacionárias acerca da existência dos acidentes. A discussão tem em vista os autores modernos que rejeitam a existência independente dos acidentes, incluindo o da qualidade, tomando-os como modos da substância. Um bom exemplo é Thomas Hobbes ( ) em seu De Corpore (esp. 8.3 apud p. 181). Em contrapartida, o desenvolvimento da questão na Escolástica giraria em torno da consequência teológica da doutrina deflacionária dos acidentes. Pois parece haver uma inconsistência entre tomar os acidentes como modos da substância e a explicação dada ao mistério da Eucaristia. A posição crítica de Scotus à visão deflacionária sobre os acidentes, por exemplo, decorre de sua doutrina sobre a univocidade do ser, com relação à substância e aos acidentes. Neste sentido, Scotus, contra Tomás de Aquino, pensa que o acidente tomado em abstrato (albedo, brancura) tem mais existência do que o acidente tomado em concreto (albo, branco) (p.196).

17 PASNAU, R. Metaphysical Themes 16 Em seguida, ao tratar da inerência dos acidentes (p. 200), o A. apresenta como a posição de Scotus tornou-se predominante ao longo do século XIV. Em contrapartida, as posições de autores divergentes, como Pedro Auréolo (c ), tiveram uma recepção negativa, sendo rejeitadas dogmaticamente. Auréolo, com efeito, toma a brancura como um modo do pão (pp ). A pergunta que se colocava por consequência era como explicar a mudança substancial na Eucaristia ao se tomar os acidentes nestes termos? Portanto, ao longo dos quatro séculos analisados pelo A., a doutrina dos acidentes tem mais repercussões teológicas do que filosóficas; observe-se que mesmo Ockham manteve o realismo da qualidade, embora tivesse rejeitado o realismo de todos os demais acidentes. Por fim, o A. apresenta o entendimento de Francisco Suárez (1550/1-1618) e de Descartes ( ), os quais elaboraram teorias sobre os modos da substância, considerando que o modo tem um menor grau de ser do que a substância. Na quarta parte do livro, o A. aborda a extensão dos corpos. Este capítulo é o ponto alto da obra, particularmente ao abordar a relação entre as substâncias imateriais (as mentes) e o lugar no espaço, explicando como os escolásticos se contrapunham à tese segundo a qual a mente embora real não existiria em lugar algum. Ao abordar a distinção entre extensão e mente, o A. trata do papel que o abandono do hilemorfismo no séc. XVII teve para tornar mais difícil a explicação do que é imaterial, como Deus e alma humana. Neste sentido, o A. afirma que quando os autores do século dezessete colocaram em dúvida a distinção formamatéria, em detrimento de uma visão na qual apenas as substâncias (e talvez os modos) existem, eles deram o primeiro passo para solapar a distinção padrão entre o material e o imaterial. Pois, agora, em vez de um mundo divido em forma, matéria e o composto dos dois, temos apenas um mundo de substâncias. Como saberemos quais destas substâncias devem contar como materiais e quais não devem? (p. 324)

18 PASNAU, R. Metaphysical Themes 17 Observe-se que com o auxílio do hilemorfismo é possível localizar a mente na sua relação com o composto hilemórfico do qual é forma. Em seguida, o A. apresenta o papel que Descartes teve ao delinear a distinção entre mente e corpo, definindo-os como, respectivamente, pensamento e extensão, rompendo com o pensamento medieval sobre o hilemorfismo e sobre a distinção entre quantidade e extensão (p. 324). O A., partindo de um neologismo proposto por Henry More ( ), holenmeric (p. 337), explica que os escolásticos tomavam extensão em um sentido muito preciso o de ter parte exterior a outra parte e não apenas o de ocupar lugar no espaço. Neste sentido, as substâncias imateriais estariam como um todo em cada uma das partes do espaço as quais ocupam. Portanto, mentes não teriam extensão no sentido escolástico (pars extra partem), mas é falso afirmar que a mente não se encontra em lugar algum. O A. considera ainda (p. 322) que a crença de que a mente não está em lugar algum, comumente atribuída a Descartes, surge da consideração do cartesianismo abstraído de seu contexto histórico, ou seja, sem levar em consideração os autores contra os quais e com os quais estava dialogando. Na quinta parte, o A. se prende a questões históricas para explicar o que ele considera um demorado desenvolvimento histórico no sentido de promover uma explicação reducionista do acidente da qualidade. Por exemplo, é ressaltado o papel da condenação eclesiástica à tese de João de Merecourt (fl ) sobre a redutibilidade da qualidade, na Igreja de Paris em O A. chega a considerar que o declínio da Escolástica coincide com o declínio do realismo sobre a categoria da qualidade (p. 418), vista como fundamental para a explicação da transubstanciação no mistério da Eucaristia, e com a redescoberta e releitura do atomismo. Daí, outro dado histórico fortemente ressaltado pelo A. é a descoberta do De Rerum Natura de Lucrécio, em 1417, que foi reimpresso 36 vezes até 1620, além das cartas de Epicuro, acessíveis na tradução latina de 1420 de A vida dos Filósofos de Diógenes de Laércio (p. 418).

19 PASNAU, R. Metaphysical Themes 18 No período moderno, o A. tematiza a distinção entre qualidades primárias e secundárias por Locke, pontuando que este tem em mente que será conhecida de seu leitor a discussão de Aristóteles no livro II do Geração e Corrupção, quando este deriva das quatro qualidades básicas (quente, frio, úmido e seco) a existência dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar) (pp.459ss.). Na última parte do livro, por fim, o A. se dedica à explicação da unidade e identidade da substância ao longo do tempo. Quando trata da unidade, o A. parte de Marsílio de Inghen (c ), em seu comentário ao Geração e Corrupção, para propor que sem a admissão de formas substanciais não haverá a distinção entre alteração (mudança qualitativa) e geração (p. 553), pois esta seria redutível àquela. Outra discussão proposta pelo A. é o problema sobre a pluralidade de formas substanciais (pp ), opondo a visão unitária de Tomás de Aquino à visão pluralista de Henrique de Gand (c ), Duns Scotus e Guilherme de Ockham. Por exemplo, deveríamos admitir em Sócrates apenas uma forma substancial (humanidade) ou várias (humanidade, animalidade, corporeidade, etc.)? Estas considerações são uma pequena amostra do rico apanhado de problemas filosóficos apresentados pelo A. referentes aos quatro séculos abordados. Quanto ao livro de um modo geral, seu maior mérito é o esforço de abordar autores pouco estudados. O A. trata como fonte primária 100 autores e o Collegium Conimbricense; arrisco-me a dizer que para alguns filósofos abordados, Pasnau tornou-se a única literatura secundária disponível, já que o mesmo assinala a exiguidade ou inexistência de comentadores nestes casos (p. 12). Chamo atenção ao fato de que muitas das obras de literatura primária por ele citadas encontram-se digitalizadas e disponíveis na Internet, o que permitiu que um trabalho deste porte tenha sido realizado no interior do Colorado. Contudo, espero francamente que este trabalho de Pasnau estimule outros pesquisadores a enveredarem por autores tantos, tão profundos e tão pouco

20 PASNAU, R. Metaphysical Themes 19 estudados. Em suma, Metaphysical Themes é um livro a ser lido o quanto antes, não só por medievalistas, mas também por estudiosos da filosofia do século XVII.

21 BATES, T. Duns Scotus and the Problem of Universals, Londres: Continuum, Continuum Studies in Philosophy, 2010, x p. Vitor Mauro F. R. Bragança* O livro é o resultado de uma série de modificações formais e materiais operadas por Todd Bates sobre sua tese de doutorado, defendida em 2003 na Universidade da Pensilvânia. Os objetivos centrais, no entanto, permaneceram os mesmos desde a defesa e são distintos em número e natureza: demonstrar tanto a tese exegética de que o realismo essencialista de Scotus é mereológico, quanto a conclusão metafísica de que o realismo escotista assim caracterizado consiste em uma postura filosoficamente palatável mesmo nos dias atuais e que não precisa ser tratada com mero interesse antiquário (p. 2). Na cartografia filosófica, o realismo de Scotus é uma dentre as várias localidades que constituem o mapa daquele que chegou a ser considerado o mais representativo dentre os problemas filosóficos do medievo, ou seja, o problema dos universais. Uma compreensão precisa dos objetivos acima listados, por conseguinte, está intimamente atrelada ao delineamento nítido dos contornos desse problema. Levar a cabo tal tarefa é justamente um dos papéis do primeiro e introdutório capítulo, espirituosamente intitulado Scotus Recidivus? um malabarismo com uma palavra latina mais recorrente na literatura, redivivus. O capítulo é dividido em três seções, além de uma pequena inserção inicial na qual o autor cita, visando ilustrar o ônus da tarefa a que se propõe, passagens depreciativas de grandes nomes da filosofia analítica dirigidas a Scotus e seu aparato conceitual. As subsequentes três seções tratam de delinear noções básicas dos meandros do texto: primeiramente, a superfície e o núcleo do problema dos universais; posteriormente, diferenças fundamentais entre ontologias com raízes aristotélicas, como a de Scotus e fregeanas; finalmente, a * Doutorando do PPGLM/UFRJ.

22 BATES, T. Duns Scotus and the Problem of Universals 21 pequena seção III indica de modo sumário aspectos básicos do realismo de Scotus e a estrutura geral dos capítulos seguintes. No que toca o conteúdo dessa parcela do livro, é digno de nota que há na seção II certa confusão por parte de Bates quanto ao fundamento da diferença entre os dois tipos de ontologia abordados. De início, tem-se a impressão ocasionada pelo próprio título da seção de que o diferencial das ontologias opostas a de Scotus é que elas tomam eventos como seus itens básicos. Na realidade, porém, os argumentos do texto acabam por se dirigir não somente a ontologias de eventos, mas a qualquer ontologia que tome a noção de instanciação como tendo preponderância sobre as noções de constituição e do par parte/todo e é evidente que podem haver ontologias não comprometidas com uma noção irredutível de eventos, mas nas quais essências sejam propriedades instanciadas. Além da supradescrita confusão, é também bastante inadequada a presença nessa mesma seção II pertencente à introdução de uma análise pormenorizada do argumento de Scotus contra a tese de que naturezas são universais em ato. O que torna esse arranjo ainda mais surpreendente é que em sua tese de doutorado Bates situava tal trecho em um capítulo posterior e não-introdutório. O capítulo 2 versa sobre a concepção escotista da estrutura física das substâncias materiais, constituída basicamente por forma e matéria. Seguindo a linha de seu antecessor, esse capítulo é composto por três seções e um trecho inicial onde o autor adianta os temas das mesmas, obedecendo à seguinte ordem: matéria, forma substancial e distinção real entre ambas. Dentre os pontos ali desenvolvidos, há alguns que merecem destaque, como por exemplo o de que boa parte das críticas à noção aristotélica de forma substancial se devem à sua interpretação por um viés fregeano em detrimento de um viés mereológico. De modo geral, no entanto, o capítulo é bastante problemático. Primeiramente, parece um tanto deslocado em relação ao restante da obra, visto que falha sistematicamente em extrair do hilemorfismo escotista elementos conceituais que contribuam para a abordagem do tema central do livro. A seção sobre matéria é bastante emblemática nesse sentido, pois praticamente se restringe a uma crítica, baseada em Aristóteles, da concepção quadridimensionalista de

23 BATES, T. Duns Scotus and the Problem of Universals 22 mudança, um tema cuja articulação com o problema dos universais parece um tanto quanto artificial, se é que possível. Além disso, na seção III há um erro primário na formalização do argumento utilizado para responder a uma crítica de Richard Cross a Scotus. Para demonstrar a separabilidade total da matéria em relação à forma, ou seja, que uma porção de matéria pode subsistir sem estar relacionada a forma alguma, deve-se concluir que 1 : ( Rab Rac) Bates, no entanto, apenas demonstra o seguinte: (Rab Rac) Ou seja, a trivialidade de que a matéria pode não estar (simultaneamente) informada por todas as suas possíveis formas. Por fim, passa despercebido pelo autor que a assunção da premissa necessária para conceder a distinção real a Scotus a contingência distributiva de uma relação implica sua contingência coletiva tem consequências graves para a rejeição por parte do próprio Scotus de naturezas comuns separadas. Com efeito, cada uma das individuações de naturezas comuns é (distributivamente) contingente. Ora, dada a premissa acima, concluir-se-ia que a individuação é, em geral, (coletivamente) contingente e que, portanto, poderiam existir naturezas comuns não individualizadas ou, em outras palavras, separadas de seus indivíduos. O capítulo 3 constitui o núcleo do livro, pois se foca na mais importante ferramenta conceitual de que dispõe Scotus para a solução do problema dos universais, ou seja, a noção de natureza comum. Também aqui se encontram três seções e uma introdução na qual são apontadas algumas características da natureza comum escotista a partir do contraste com seus correspondentes conceituais em Avicena e Tomás de Aquino. A seção I é composta por duas partes: na primeira se mostra como Scotus situa a noção de comunidade entre dois tipos de unidade, a da universalidade e a da singularidade; já na segunda parte são expostos e defendidos seus argumentos a favor da existência de itens que apresentem tal unidade intermediária. A seção II tem por função demonstrar 1 Supondo que o mundo se restrinja a esses itens, eis o léxico: a = matéria; b = forma¹; c = forma²; R = relação de informar.

24 BATES, T. Duns Scotus and the Problem of Universals 23 que naturezas comuns não são ideias platônicas, e para isso se baseia, a despeito das implicações do capítulo anterior, na inseparabilidade das primeiras em relação aos indivíduos que constituem. Finalmente, a seção III é dedicada à crítica mais tradicional da noção de natureza comum, ou seja, aquela formulada por Guilherme de Ockham e que se apoia na oposição entre as noções de comum e individual. A qualidade desse capítulo é bem superior à daqueles que o precedem, tanto na sua articulação com o todo quanto em relação à correção e alcance da maior parte das análises. Há, no entanto, falta de aprofundamento em pontos importantes, como no caso dos conceitos de contrariedade e graus de distinção, centrais para a postulação de naturezas comuns. Além disso, algumas obscuridades do texto tendem a soar como teses exegética e especulativamente impalatáveis. Na seção II, por exemplo, defende-se que a comunidade é uma unidade acidental à natureza comum algo que encontra suporte na Ordinatio mas o modo como é então descrita sua unidade essencial, batizada de indiferença, faz parecer que não se está, na realidade, diante de unidade alguma. Isso implicaria que ao ser intrínseco da natureza comum não corresponde uma unidade intrínseca, ou, em outras palavras, que Scotus, no fim das contas, segue Avicena no abandono de uma convertibilidade total entre os transcendentais. O capítulo 4 trata do princípio de individuação, um tema que pode ser considerado uma extensão imediata do problema dos universais. O trecho introdutório fornece duas formulações do problema: uma delas visa o princípio responsável pela indivisibilidade dos indivíduos, a outra aquilo que os distingue entre si. As seções I e II são responsáveis por analisar as duas linhas argumentativas que embasam a solução única que Scotus oferece para ambas as formulações, ou seja, postular a hecceidade. Na seção III encontra-se a resposta de Bates a uma crítica de Mary Louise Gill que põe em questão a própria legitimidade do problema da individuação. Ao fim e ao cabo, as duas últimas seções do capítulo investigam os reflexos do hecceitismo na contemporaneidade, contrastando várias de suas versões e mostrando como a escotista é imune a críticas tradicionais dirigidas a doutrinas sob essa denominação. Em

25 BATES, T. Duns Scotus and the Problem of Universals 24 retrospectiva, as análises e argumentos contidos na seção II, referente ao problema da distinção entre indivíduos, são um exemplo de excelência filosófica. Aprofundados e claros, eles percorrem e avaliam todas as possibilidades lógicas disponíveis. Pelo menos dois graves problemas, no entanto, se fazem presentes nesse capítulo. Às teorias da individuação via acidentes célebres no período escolástico são dedicados apenas dois pequenos parágrafos. Dado que essa é a maior dentre as questões da Ordinatio sobre individuação, tem-se como resultado um indesejável descompasso exegético. Além disso, o segundo desses parágrafos é finalizado com a explícita admissão de que a única crítica de Scotus que é apresentada contra tal solução, uma crítica baseada na dependência dos acidentes em relação à substância, não funciona por entrar em conflito com sua tese de que certos acidentes, como a quantidade, são separáveis da substância. Por suas pretensões não serem estritamente históricas, a esperança seria de Bates ou bem abandonar o hecceitismo escotista em favor da individuação via acidentes uma tese ontologicamente mais econômica ou bem desposar outra linha crítica contra a mesma. Nada disso ocorre. Mesmo tendo à disposição uma alternativa elegante e sem falhas assinaladas, o autor se sente confortável em, pelo restante do capítulo, seguir cegamente Scotus na postulação de mais uma entidade. Não obstante, é possível que essa curiosa situação se deva a um erro de editoração, ao invés de uma decisão do próprio autor. Essa hipótese é apoiada pelo fato de a tese de doutorado que deu origem ao livro conter um aprofundamento aparentemente bem maior do tema. A meta do quinto e último capítulo é responder a objeções a uma das ideias fundamentais do livro, ou seja, a tese de que o essencialismo escotista é mereológico. Apesar de não haver qualquer divisão em seções, o conteúdo inclui duas críticas básicas e é a partir delas que se deve compreender a estrutura do capítulo. Ambas supõem que Scotus está comprometido com a ideia de que uma substância material é mais do que a soma das suas partes; primeiro, por aceitar que tais entidades são irredutíveis às suas partes matéria e forma; segundo por crer que a constituição de uma pessoa (normal) envolve uma negação de identidade com qualquer uma das pessoas da Santa Trindade, visto que uma tal

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