PROJETO MÃOS QUE FALAM DE LIBRAS: PELA ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO

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1 Seminário de Avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência UFGD/UEMS/PIBID PROJETO MÃOS QUE FALAM DE LIBRAS: PELA ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO Lidiane de Jesus Borges Vargas Juliana Kmzcik Jose Sergio Rodrigues Souza Rosana de Fátima Janio Constancio Resumo: O projeto MÃOS QUE FALAM DE LIBRAS: PELA ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO, nasceu em 2016 da necessidade do C.E.M Criança Esperança II que recebeu uma aluna surda, cuja a comunicação ocorria por meio de gestos caseiros. O projeto contribuiu muito no processo de ensino aprendizagem da aluna e despertou na educanda interesse em aprender e empoderar-se da língua de sinais (Libras). Enquanto nos demais alunos despertou interesse em aprender uma nova língua e se comunicar efetivamente com a colega. É uma semente da ação do PIBID Letras/Libras através do PROJETO AULÃO DE LIBRAS desenvolvido em 2015 no C.E.M Criança Esperança IV, município de Rio Brilhante, na perspectiva de propiciar a comunicação em Libras entre a aluna surda, os funcionários e pais da mesma. Diante do sucesso do projeto, neste ano letivo o mesmo está sendo desenvolvido em mais duas unidades da rede municipal uma das Unidades é o C.E.M. Esperança IV. PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade, Comunicação, Bilinguismo, Empoderamento, Libras

2 1. Introdução Existem diferentes graus e tipos de surdez, e em 99% dos casos de usuários de Libras são pessoas que já nasceram com surdez profunda e não fizeram uso da tecnologia para voltar a ouvir e não foram oralizadas. Estes são os que chamamos de surdos sinalizados. Os outros, que chamamos que surdos oralizados, são pessoas que mesmo com surdez ainda ouvem (através da tecnologia ou de seu resíduo auditivo) ou que não ouvem mas falam como uma pessoa que ouve e não têm necessidade nenhuma de língua de sinais mas há os oralizados que por desejo pessoal querem aprendê-la, esses, chamamos de surdos bilíngues. Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos FENEIS A Língua Brasileira de Sinais (Libras) como a língua materna dos surdos brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com esta comunidade. A língua de sinais dos surdos é natural, pois evolui como parte de um grupo cultural do povo surdo. Possui gramática onde, por exemplo, a orientação e a configuração da mão podem mudar o significado do sinal, assim como apenas uma letra pode diferenciar significativamente uma palavra nas línguas orais. Feitas as ressalvas que julgamos serem importantes e necessárias para a compreensão apresentação a qual segue a seguir. O projeto MÃOS QUE FALAM DE LIBRAS: PELA ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO, teve inicio após a realização com sucesso do PROJETO AULÃO DE LIBRAS desenvolvido em 2015 no Centro Educacional Municipal Criança Esperança IV, localizado no município de Rio Brilhante, através de uma ação do PIBID Letras/Libras. Cujo o propósito era o de proporcionar condições à acessibilidade, divulgando a Libras aos profissionais ouvintes, através do contato com a Língua Brasileira de Sinais e com a comunidade surda. Incentivando o aprendizado, a troca cultural e o bilinguismo na modalidade viso-espacial. Estimulando a comunicação em Libras com intuito de quebrar as barreiras e fortalecer a acessibilidade comunicacional dos profissionais que atuam direta ou indiretamente no atendimento com aluna surda. Nesta primeira ação o projeto foi desenvolvido com a participação de profissionais de diferentes áreas da escola e os pais da aluna surda. Promovendo reflexões e discussões acerca da Libras, sua importância para a comunicação com pessoas surdas e seu status de língua natural bem como suas características específicas. Com o uso de slides, apostilas, atividades impressas, dinâmicas explorando a língua de sinais, aulas

3 ministradas por Pibidianos surdos instrutores de Libras e ouvintes graduandos do curso Letras Libras. A utilização desses procedimentos favoreceram o processo de ensino aprendizagem e a interatividade dos participantes. A Libras é a primeira língua do surdo sendo assegurada como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente para o aluno surdo, como prevê na Lei nº , de 24 de Abril de 2002, conciliando o direito de comunicar-se e de construir sua identidade surda. Nesta perspectiva o projeto vem ao encontro das necessidades da comunidade escolar, a fim de propiciar a comunicação em Libras entre a aluna surda os funcionários e pais da mesma. Após realização do projeto percebemos que apesar do sucesso a aluna ainda mantinha uma comunicação muito restrita com os seus pares, o que estava longe do ideal para da acessibilidade e comunicação ao qual imaginávamos. Então percebemos que a melhor forma de trabalhar o projeto seria incluindo no mínimo a turma na qual aluna esta inserida. No ano de 2016 iniciamos o projeto MÃOS QUE FALAM de Libras: Pela Acessibilidade na Comunicação, no Centro Educacional Municipal Criança Esperança II, em uma turma de 5º ano do período matutino, no intuito de trabalhar com uma aluna surda vinda de uma pequena cidade do interior do nordeste. A mesma desconhecia sinais básicos de libras e se comunicava através de gestos caseiros, que impossibilitava uma comunicação mínima. Percebendo que a aluna precisava compreender seu papel na sala de aula, a necessidade de aprender a língua de sinais (libras), empoderando-se da cultura surda como um todo e também adquirir habilidades necessárias para convivência no meio social (escola). E entendendo que o ensino do português é subsequente a aquisição da língua de sinais brasileira a língua da criança surda. E que a língua de sinais apresenta um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem do português. Em consenso com a equipe escolar concluímos que era preciso ensinar primeiramente para aluna sua língua materna (libras), não somente sinais isolados, vocabulários e palavras desconectadas. Mas atividades e exercícios com contextualização, significados e situações do cotidiano. Contudo ainda tínhamos uma barreira enorme, a aluna não aceitava o ensino de sua língua materna e rejeitava o uso de sinais em libras. Neste momento o projeto se tornou fundamental para o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem da aluna, pois uma vez que todos os colegas participassem do projeto e aprendessem sua língua, ela então mudaria seu posicionamento, o que de fato ocorreu. Com a realização deste projeto conseguimos despertar na aluna interesse em aprender e empoderar-se da língua de sinais (Libras), e nos demais alunos o interesse em aprender uma nova língua

4 e se comunicar efetivamente com a colega surda. Diante do sucesso do projeto, neste ano letivo o mesmo está sendo desenvolvido em mais duas unidades da rede municipal, inclusive uma das Unidades é o próprio Centro Educacional Municipal Criança Esperança IV, onde o projeto já teve início.

5 2. Agradecimentos Agradecemos à Capes pelo apoio financeiro no Programa de Iniciação à do Curso de Letras/Libras, a concessão de bolsas PIBID aos duas licenciandas deste curso, ao professor supervisor da escola e ao coordenador do Projeto na UFGD. E também Centro Educacional Municipal Criança Esperança IV no município de Rio Brilhante e a sua comunidade escolar. 3. Referências BRASIL. Constituição Federal. Brasília: Gráfica do Senado, Lei n , de 24 de Abril de Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS. Brasília: MEC/SEESP, Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. MEC-SEESP, Brasília: Disponível em Acesso em: 12 de mar. de SKILIAR, Carlos. A Forma Visual de entender o mundo. In Educação para Todos. Revista Especial SEED/DEE Curitiba, Ed.Expediente, 1998.