COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DO MUNICIPAL
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- Agustina Alcaide de Almeida
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1 PARECER TRANSPORTE URBANO COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DO MUNICIPAL À principio, o Município pode legislar a cerca de todos assuntos que não lhe sejam expressamente vedados pela Constituição Federal, quais sejam, os de competência privativa dos demais entes, desde que detenham relações com interesse local. Na Constituição Federal é possível verificar no art. 30, sua competência privativa e em cooperação. No presente estudo, devemos enfatizar o que preceituam os incisos I e V, do art. Supra. Em que consiste o interesse local expresso no inciso I do art. 30 da Constituição Federal? Interesse local não é interesse exclusivo do Município; Não é interesse privativo da localidade; Não é interesse único dos Municípios. Se exigisse essa exclusividade, essa privatividade, essa unicidade, bem reduzido ficaria o âmbito da administração local, aniquilando-se a autonomia de que faz praça a Constituição. Mesmo porque não há interesse Municipal que não seja reflexamente da União e do Estado-membro, como também não há interesse regional ou nacional que não ressoe nos Municípios, como parte integrantes da Federação Brasileira. O que define e caracteriza o interesse local, inscrito como dogma Constitucional, é a predominância do interesse do Município sobre o do Estado ou União. Braz, Petronio. Tratado de direito municipal 2ª ed. 4ºv. São Paulo: Mundo Jurídico, 2007.p.99. Diante de tudo isto, e lastreado na redação contida no inciso V do art. 30 da Constituição Federal, não paira dúvida que a competência para
2 organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão os transportes coletivo, que tem caráter essencial é do Município e, por conseguinte a competência da função normativa é da Câmara Municipal. Não se pode ouvidar a importância dos Municípios brasileiros na formação da Republica Federativa do Brasil, ao ponto do art. 1º da nossa Carta Cidadã trazer a seguinte redação, a Republica Federativa formada pela união indissolúvel dos estados e Municípios e do Distrito Federal, Constitui-se em estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I a soberania; II a cidadania III a dignidade da pessoa humana; IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa V o pluralismo político Também é oportuno ressaltar o que preceitua o art. 18, da Constituição Federal, como se vê: A organização Político- administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito e os Municípios todos autônomos. O Município, como ente Federativo dotado de autonomia pode se auto organizar em três esferas de atuação como sendo: normativa, administrativa e política. Como se sabe a função normativa é da competência do poder Legislativo, representado pala Câmara Municipal; função administrativa cabe ao Poder Executivo e a função política, existe na atuação das demais funções. Diante da competência atribuída pela Constituição Federal aos Municípios para se auto organizarem, com ás funções supras referidas. A Nossa Lei Orgânica Municipal no capítulo que trata do Poder Legislativo,
3 traz expressamente no seu inciso I e alíneas, do art. 21, o que é da competência privativa da Câmara Municipal. Dentre ás competências elencadas nas alíneas do inciso I, art. 21, da Lei Orgânica Municipal, enfatizo a línea t, que traz a seguinte redação: autorizar Poder Executivo Municipal a celebrar convênios, acordos e consócios com a União, o Estado, outros Municípios e entidades privadas em geral. Diante disso, é por demais absurdo se pensar que um acordo firmado entre os chefes do poder Executivo, Municipal e Estadual, sem à deliberação da Câmara Municipal, tenha qualquer condão de legalidade. No mesmo sentido do que preceituam a nossa Lei Maior e a Lei Orgânica do Município de Salvador, e para melhor ilustrar tudo que foi expressado nesse trabalho, cito o ensinamento da doutrina, sobre ás atribuições das câmaras Municipais, e funções Legislativa. Atribuições das Câmaras Municipais. Ás atribuições das Câmaras Municipais são em geral enumeradas minuciosamente nas Leis Orgânicas Municipais, discriminadas em dois grupos: as que dependem da participação do Prefeito mediante sanção, e as que são de sua competência privativa. Funções Legislativa A Função Legislativa da Câmara é Exercida com a participação do Prefeito. No Exercício dessa função e que ela legisla sobre ás matérias de competência do Município. Por meio dela é que se estabelecem ás leis. As Leis Municipais se cumpre, no âmbito local, o princípio da legalidade o que se submete a administração pública no chamado estado de direito.
4 (José Afonso da Silva Manual do Vereador 5ª Edição,(p.96). Como se vê no ensinamento do Mestre José Afonso, que ás atribuições das Câmaras Municipais, vêm minuciosamente enumeradas nas Leis Orgânicas Municipais, gostaria de dar ênfase para duas funções Legislativas: I Autorizar a concessão de serviços públicos II Autorizar convênios com entidades públicas ou particulares e consórcios com outros Municípios. Diante desses ensinamentos da doutrina e o que preceituam a Lei Magna e a Lei Orgânica do Nosso Município, além das decisões das nossas Cortes de Justiça, que norteiam no sentido de atribuir a competência para gerir os serviços públicos essenciais entre eles o Transporte Coletivo, ao Município e por conseguinte a autorização à Câmara Municipal como órgão normatizador. Como já assegurado na Nossa Carta Magna, que o Município faz parte da organização político-administrativa, e no inciso V art. 30, da mesma Carta Política traz expressamente que compete ao Município: Organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessão ou permissão os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. E além de tudo isto, a nossa Constituição Federal no seu art. 60 4º,incisos I e III, dizer categoricamente que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I A forma Federativa de Estado III A Separação dos Poderes. E considerando que, a nossa Carta Política no art. 18, inseriu os Municípios, na Organização Político - administrativa. E o art. 60 4º da mesma Carta-Politica dizer expressamente nos seus incisos I e III, que
5 essas conquistas obtidas pelos Municípios, se quer podem ser objetos de emenda à Constituição Federal. É por demais pretensiosa a atitude do Governo do Estado, em querer implantar o modelo de Transporte Coletivo, que é de interesse local, e portanto essencial, através de um acordo, sem à deliberação da Câmara Municipal. É no mínimo uma investida absurda e inútil contra ás Cláusulas Pétreas da Constituição Federal, que só podem ser abolidas através de uma nova Constituinte. CONCLUSÃO Diante do estudo aqui realizado, com arrimo na Nossa Carta Magna, Lei Orgânica da Cidade do Salvador, da doutrina e nas decisões das Nossas Cortes de Justiça. Posso afirmar com absoluta convicção, que a polêmica em torno da escolha do Modal do Transporte Urbano a ser implantado em nossa cidade é meramente política.pois sobre prisma da Constitucionalidade e da legalidade é ponto pacífico. Cabendo ao Executivo Municipal a sua escolha e gerenciamento. Enquanto ao Legislativo Municipal como órgão normatizador através da Câmara competente-lhe deliberar sobre assunto em comento. EVERALDO BISPO VEREADOR PMDB PRESIDENTE DA CCJ E ADVOGADO
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