ADINALDO MARTINS ADVOGADO

Transcrição

1 EXMA. SRA. DRA. MINISTRA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL. O BEL. ADINALDO MARTINS, brasileiro, casado, Advogado, portador da Cédula de Identidade com o RG , CPF/MF /72, inscrito na OAB/SP sob número , com endereço na Rua Maria Artioli Corradi, 34, Centro, Cep , São Bernardo do Campo (SP), adinaldo.martins@globo.com, vem, mui respeitosamente, impetrar em favor de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, brasileiro, aposentado, viúvo, ex presidente do Brasil, portador da Cédula de Identidade com o RG , CPF/MF /68, residente e domiciliado na cidade de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo, na

2 Avenida Prestes Maia, 1501, apartamento 122-A, Cep , HABEAS CORPUS preventivo, com força de medida cautelar satisfativa Com pedido URGENTE de liminar, Pelos fatos e fundamentos a seguir explicitados: Em não se tratando o Habeas Corpus de recurso, dada a sua peculiaridade constitucional, o presente é perpetrado pelo requerente, por livre direito e permissão constitucional. O paciente sofre severa coação DESSA NOBRE CASA, em decorrência de julgado havido em data de 04/04/2018, junto a essa Corte Suprema, resultado de votação havida em medida similar, de fundamentos e motivações diferentes da presente, onde no resultado assistido em cadeia nacional de TV (TV Justiça) obteve-se o resultado de 6 votos contrários a ordem rogada e 5 votos favoráveis. O HC a que faz referência o presente pedido é que trilha sob número

3 CONTRA CONCEDER O HABEAS CORPUS Edson Fachin Alexandre de Moraes Luís Roberto Barroso Rosa Weber Luiz Fux Cármen Lúcia A FAVOR DE CONCEDER O HABEAS CORPUS Gilmar Mendes Dias Toffoli Ricardo Lewandowski Marco Aurélio Mello Celso de Mello Vale salientar, que na primeira oportunidade de análise em plenário, ante a justificada necessidade de viagem do D. Ministro Marco Aurélio de Mello, a sessão foi adiada e, Considerada a incógnita no julgamento, a ministra Rosa Weber abriu a votação a favor de suspender eventual ordem de prisão até que o Supremo julgasse o mérito do habeas corpus. Seguiram a ministra os ilustres ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Negaram Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Ocorre que a ilustre ministra Rosa Weber, ao proferir o seu voto, informou que discordava da matéria e entendia constitucional o artigo 283 do Código de Processo Penal, mas acompanharia voto do colegiado, havido em decisão anterior.

4 Aduziu ainda a ilustre julgadora, que quando viesse a ser tratada a matéria pertinente as Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs),de número 43 e 44, sua posição seria contrária a então firmada naquele julgamento que se realizava. Evidente que a posição da Ministra, voto fundamental na decisão que negou a ordem rogada, configurou-se verdadeiro voto de exceção. A afirmativa da foi clara no sentido de que o artigo 283 do Código de Processo Penal deva ser respeitado. E em sendo assim, o voto que foi proferido no Habeas Corpus, no todo, acabou por inequivocamente viciado. Na melhor das análises, o voto proferido é nulo, pois destoa do posicionamento da Ministra, de forma que inadmissível o voto de exceção ou simplesmente momentâneo. Excluindo-se esse viciado julgado, a votação sofre empate de 5 votos favoráveis e 5 votos contrários ao pedido formulado. Nesse sentido, o benefício deve prosperar em favor do paciente. Conforme entendimento predominante, o Habeas Corpus não é recurso. E não

5 sendo, permite nova interposição, dada a relevância do fundamento. Doutro turno, equacionando-se o parecer firmado, que não pode ele ser objeto de embargos de declaração, porque não tem esse recurso o dom de modificar o julgado e ademais não será texto do acórdão a ser proferido (que será lavrado pelo relator). A manifestação se demonstrou dúbia, gerando até mesmo questionamentos de colegas do plenário, pois a Ministra deixou claro, na presença de todos os pares e perante a mídia nacional, que sua posição é contrária a prisão após decisão em segunda instância, o que será objeto de voto conforme ela mesma colocou - nas ações declaratórias pendentes de julgamento. Certo é que o paciente não tem a obrigação de aguardar, preso, que decisões sejam tomadas dentro do parco espaço e agenda da Corte Suprema, pois o que se defende e impõe, o que se arrisca e fere é o seu direito de IR E VIR, sua liberdade individual e que não pode ser atacada e machucada por regras burocráticas e excessivamente prejudiciais! Assim, a necessidade de concessão liminar, no sentido de salvo conduto ao

6 paciente, para que se aguarde o efetivo julgamento das Ações Declaratórias citadas é imperiosa! Não pode o paciente ser preso, por conta da morosidade de julgamentos e engolfo de processos dessa ilustre casa, Não pode o paciente ser preso, por conta da indiscutível dúvida manifestada pela ilustre Ministra Rosa Weber, ao passo que deixou clara sua posição como julgadora e a imprescindibilidade de julgamento das Ações Declaratórias indicadas. Assevere-se que ante aos fundamentos e posicionamentos gritados pelos ilustres julgadores, a notória declaração de constitucionalidade do artigo 283 do CPP será admitida. A prisão como medida de espera não tem previsão legal, devendo o paciente, por conta disso, aguardar o julgamento das referidas ações em liberdade. Liberdade, aliás, que foi concedida pelo ilustre julgador de primeiro grau e em nenhum momento na r. sentença originária, sua revogação em posteriores atos recursais. indicada Presente o periculun in mora, ante ao risco de iminente prisão do paciente;

7 Presente a fumaça do bom direito, ante a inegável dúvida lançada pela DD. Ministra; Presente a fumaça do bom direito, ainda, ante a inegável pendência do julgamento das Ações Declaratórias citadas; Deixa de juntar documentos, ante a disponibilidade de tais, junto a essa Suprema Corte de Justiça. Requer pois, seja dado provimento ao presente remédio heróico, concedendo-se a ordem rogada em todos os seus sentidos. Termos em que, P. E. DEFERIMENTO. S. Paulo, 05 de abril de 2018 ADINALDO MARTINS OAB/SP